O calendário da temporada de 1967 tinha a peculiaridade da primeira corrida ser no início de janeiro e a segunda etapa ser apenas cinco meses depois. Monte Carlo era um circuito já tradicional e bastante cansativo, tanto que era conhecido como a corrida das 'mil curvas', pois a prova tinha cem voltas ao longo do circuito de dez curvas. Vencer no principado era um enorme prêmio para todos os pilotos, não apenas pelo dinheiro, mas também em prestígio.
Jack Brabham ficou com a pole, mostrando que o seu carro ainda era um dos melhores do grid, enquanto a Ferrari colocava Lorenzo Bandini na primeira fila. O italiano perseguia sua segunda vitória desde 1964, quando venceu na Áustria e se tornou um segundo piloto da scuderia, na sombra de John Surtees. Agora tendo o jovem Chris Amon como companheiro de equipe, Bandini tinha a chance de se sobressair dentro da Ferrari. Denny Hulme era outro piloto buscando afirmação e largando em quarto, o neo-zelandês buscava não apenas sua primeira vitória, como se solidificar como piloto de ponta, saindo da sombra do seu companheiro de equipe e chefe, Jack Brabham.
Grid:
1) Brabham(Brabham) - 1:27.6
2) Bandini(Ferrari) - 1:28.3
3) Surtees(Honda) - 1:28.4
4) Hulme(Brabham) - 1:28.8
5) Clark(Lotus) - 1:28.8
6) Stewart(BRM) - 1:29.0
7) Gurney(Eagle) - 1:29.3
8) Hill(Lotus) - 1:29.9
9) Siffert(Cooper) - 1:30.0
10) McLaren(McLaren) - 1:30.0
O sol marcou presença em Mônaco no dia 7 de maio de 1967 e junto ao Mar do Mediterrâneo, a largada foi dada com Jack Brabham mantendo a ponta, mas o australiano não demorando a ter problemas de motor, levando Brabham até mesmo a provocar um pequeno acidente com Jo Siffert. Com isso, Bandini assumia a primeira colocação da corrida, mas tendo Stewart e Hulme no seu encalço. O italiano meio que mostra por que sempre foi preterido dentro da Ferrari e foi facilmente ultrapassado por Stewart e Hulme, caindo para o terceiro lugar.
Hulme apenas perseguia Stewart, enquanto Bandini já era pressionado pelo Eagle de Dan Gurney. Contudo, o americano abandonaria ainda no começo da prova, da mesma forma de Stewart. Com isso, Denny Hulme assumia a ponta, seguido por Bandini. Os dois pilotos necessitavam da vitória por motivos diferentes, mas aquela era uma grande chance. Inicialmente Hulme tinha uma vantagem confortável na frente, enquanto Bandini ficava para trás. Porém, o italiano, motivado, aumentou seu ritmo e começava a tirar a diferença para Hulme. O carro da Brabham tinha um carro mais contornável e fácil de guiar, ao contrário da Ferrari, pesada e com muita potência, fazendo com que o piloto que o guiasse tivesse que trabalhar muito durante as corridas. Isso acabaria sendo fatal.
A prova chegava ao seu final e o calor, as curvas fechadas e a tensão fazia com que os pilotos se cansassem cada vez mais. No final da década de 60 não se falava em preparação física, ainda mais para Lorenzo Bandini, um típico piloto das antigas. Mesmo exausto, Bandini continuava forçando o ritmo na sua perseguição a Hulme, mas seu cansaço logo lhe cobraria um preço alto demais. Na volta 82, ainda com 18 para o fim, Bandini perdeu o controle de sua Ferrari na chicane do porto e bateu de frente nas barreiras de feno e no guard-rail. Mesmo no final da corrida e com o carro com pouco combustível, o fogo irrompeu da Ferrari e o caos se fez presente. Os esforços dos presentes em socorrer o desfalecido Lorenzo Bandini de dentro da Ferrari foram em vão. O italiano demorou demais para ser retirado da sua Ferrari em chamas e quando o fez, foi de forma atabalhoada, com seu corpo sendo arrastado pela pista de Mônaco. Mesmo com tudo isso, a prova continuou até o final e Denny Hulme venceria pela primeira vez na F1, abrindo as portas para o seu único título mundial. Graham Hill, o Mister Mônaco, ficou em segundo, já uma volta atrás, provando o quão bom estava o duo Hulme-Brabham(carro) naquele dia trágico em Monte Carlo. Lorenzo Bandini foi levado às pressas para o hospital com graves queimaduras, mas isso é outra história.
Chegada:
1) Hulme
2) Hill
3) Amon
4) McLaren
5) Rodríguez
6) Spencer
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