domingo, 22 de dezembro de 2013

Fechando o ano

Com o anúncio de Esteban Gutierrez pela Sauber, a F1 fechará o ano praticamente sem maiores novidades para esse final de 2013, pois as três vagas restantes serão considerados aspectos financeiros e não técnicos.

Porém, esse é o último post do blog em 2013. Ano inesquecível pelo pior dos motivos (a dolorosa morte do meu pai), mas que também teve coisas muito legais e que mudou profundamente a minha vida.

Que o menino Jesus, cujo nascimento será comemorado nesta quarta-feira, ilumine a todos independente da fé de quem lê esse post e que 2014 venha com bastante paz, prosperidade e saúde a todos! Para mim, a certeza que será bem melhor do que 2013...

Feliz Natal!
Próspero Ano Novo!

sábado, 21 de dezembro de 2013

Destino cruel

Ele fez parte de um trio de pilotos extremamente promissores que surgiu na F3 Alemã no final da década de 80, onde dois deles (Heinz-Harald Frentzen e Michael Schumacher)  conseguiram sucesso na F1, sendo que Schumacher se tornou um dos maiores pilotos da história da F1. Karl Wendlinger também chegou à F1 e no momento em que seu talento desabrochava, o destino foi bastante cruel com austríaco num dos momentos mais tensos da história da F1. Alto, magro e tímido, Karl Wendlinger deixou sua marca como um dos pilotos onde a palavra 'se' cai muito bem sobre o que seria de sua carreira se não fosse o acidente em Monte Carlo. Completando 45 anos, iremos conhecer um pouco mais de sua carreira.

Karl Wendlinder nasceu no dia 20 de dezembro de 1968 na cidade de Kufestein, uma cidade austríaca na histórica região do Tirol. Filho de um piloto de turismo local, o pequeno Karl cresceu em meio às corridas e os carros, já que seu pai preparava seu carro de corrida na garagem de sua casa. Por isso que não foi surpresa que Wendlinger começasse a correr de kart aos 15 anos, conseguindo duas vitórias logo em seu primeiro ano correndo. Em 1984 Karl consegue o título de campeão austríaco de kart júnior e no ano seguinte se gradua nas categorias de kart, onde participa de alguns campeonato internacionais. Após um vice-campeonato austríaco em 1986, Wendlinger sobe para os monopostos com muito sucesso, pois logo em sua estreia, conquista o campeonato austríaco de F-Ford com seis vitórias, além de terminar o mais competitivo certame alemão em sexto. Isso garante a Wendlinger a ascensão para a F3 no ano seguinte, onde não decepciona ao conquistar o certame austríaco. Ainda em 1988 Karl participa do campeonato alemão sem muito sucesso. Na época, o campeonato tedesco só perdia em importância para o certame inglês no automobilismo mundial e por isso Wendlinger fica mais um ano na F3, agora totalmente focado no campeonato alemão. Correndo pela equipe do ex-piloto Helmut Marko, Wendlinger teria uma companhia pesada naquele ano de 1989, onde vários pilotos se destacariam mais tarde no automobilismo mundial, como Tom Kristensen, Michael Bartels, Frank Biela e Michael Krumm.

Porém, os maiores adversários de Wendlinger eram os alemães Heinz-Harald Frentzen e Michael Schumacher, ambos bastante conhecidos do austríaco desde os tempos do kart. Schumacher corria pela equipe campeã e era um dos favoritos, enquanto Frentzen, considerado um piloto extremamente promissor, chegou a trocar o chassi Dallara pelo Reynard durante o ano, mas seus resultados continuava a aparecer. Correndo por fora, mas igualmente tão promissor como os rivais, Wendlinger protagonizou junto com Frentzen e Schumacher um campeonato histórico de F3, onde derrotou os rivais numa dramática corrida final em Hockenheim, onde Wendlinger teve problemas e Frentzen terminou em segundo, apenas a 2s de tomar o título de Karl. Foi uma demonstração tamanha de talento, que a Mercedes contratou os três para o programa de jovens pilotos da empresa, onde eles participariam do Mundial de Marcas, comandados pelo chefe de equipe Peter Sauber, ao lado dos veteranos Mauro Baldi e Jean-Louis Schlesser. Ao lado de Mass, Wendlinger obtém uma vitória em Spa e fica em segundo lugar em Suzuka e Monza. Fiel a Helmut Marko, Karl participa de algumas corridas na F3000 ainda em 1990, mas seu único resultado de relevo é um quinto lugar em Hockenheim, no que seria seus único pontos na categoria naquele ano de estreia. Farejando o grande talento que tinha em mãos e com o projeto de entrar na F1 em andamento, o chefe esportivo da Mercedes Jochen Neerpasch pensa em dar experiência aos seus jovens pilotos na categoria máxima. Primeiro, conseguiu um lugar para Schumacher na Jordan quando Bertrand Gachot é preso. Quando Schumacher se destaca e quase que imediatamente consegue um lugar na Benetton, o que se dizia na época era que Schumacher correria na equipe italiana até 1995 numa espécie de empréstimo, mas o alemão iria para uma equipe Mercedes logo a seguir. Na prática, Schumacher só assumiria um lugar na Mercedes em 2010...

Já Wendlinger teve que esperar um pouco mais. Enquanto fazia corridas pela Mercedes no Mundial de Marcas, Wendlinger participou de oito corridas na F3000 pela equipe de Helmut Marko e consegue um terceiro lugar em Hockenheim, acabando por terminar a temporada em 11º. Sabendo que a equipe Leyton House sofria com problemas financeiros em meados de 1991, Neerpasch praticamente comprou o lugar de Ivan Capelli nas corridas finais daquele ano e Wendlinger pôde fazer sua estreia na F1 no Grande Prêmio do Japão. Largando apenas em 22º, sem muita experiência no carro, Karl se envolve num múltiplo acidente ainda no começo da prova e a corrida seguinte não seria muito mais longa, pois um temporal desabou sobre Adelaide e apenas quatorze voltas foram dadas. Mesmo sabendo que a Leyton House estava deixando a F1 devido a escândalos financeiros do seu dono, a Mercedes resolve manter Wendlinger na agora equipe March, ao lado do fraquíssimo Paul Belmondo, mais conhecido por ser filho do famoso ator francês. Com sérios problemas financeiros, a March não constrói um novo carro para 1992 e a única modificação é o alargamento do cockpit para acomodar o alto Wendlinger dentro do carro. Logo na primeira corrida em Kyalami Karl consegue o melhor grid da March do ano com um sétimo lugar, mas os problemas financeiros da equipe não permitem maiores voos de Wendlinger. A situação da equipe era tão caótica, que durante os treinos para o Grande Prêmio da Espanha, a March não tinha dinheiro para pagar uma multa por ter trocado os pneus de Wendlinger num momento que não era permitido. Em Montreal, conta a lenda que a equipe chegou a colocar anúncios nos jornais locais procurando algum patrocinador. Por ironia do destino, a prova canadense acabou sendo bastante conturbada e Wendlinger acabou marcando seus primeiros pontos com um quarto lugar.

Todos reconheciam o talento de Karl Wendlinger, mas os vários problemas da March não permitiram que sua velocidade fosse mais aparente e para mostrar o quanto podia fazer, seu antigo companheiro de equipe na Mercedes Michael Schumacher fazia uma ótima primeira temporada completa na F1, onde o alemão conseguiu sua primeira vitória e terminou o campeonato em terceiro lugar, à frente de Ayrton Senna. Paralelo a isso, a Mercedes colocava na pista seu primeiro carro de F1 em mais de quarenta anos e Wendlinger, ainda em 1992, foi o piloto responsável dos primeiros testes do novíssimo Sauber. A nova equipe correria ainda sem o nome Mercedes, mas a Sauber fez sua estreia em 1993 com Wendlinger e o finlandês J.J. Lehto. O bom  trabalho da Mercedes é capaz de levar o belo carro negro a brigar pelas posições na zona de pontuação, com Lehto marcando pontos em duas das quatro primeiras provas. As primeiras corridas de Wendlinger na Sauber são marcadas pelo azar, pois normalmente o austríaco largava entre os dez primeiros, mas acabava por sofrer com problemas nas corridas, particularmente com Michael Andretti. Em Mônaco, Wendlinger e Lehto colidem num erro do finlandês e por coincidência, os resultados de Karl melhoram, conseguindo um sexto lugar em Montreal, um ano após seu resultado miraculoso na mesma pista. No Grande Prêmio da Itália, Wendlinger fazia uma disputa encarniçada com (de novo...) Michael Andretti, mas desta vez o americano se comporta melhor e ambos terminam a prova, com Wendlinger completando a prova em quarto lugar, igualando seu melhor resultado na carreira, enquanto que para alívio de Karl, aquele pódio de Andretti marcou sua última corrida na F1...

Para 1994 a Mercedes finalmente entraria como fornecedora oficial da Sauber e Wendlinger teria como companheiro de equipe um velho conhecido seu: Heinz-Harald Frentzen. Desde os testes de pré-temporada o novato alemão mostrava que seria uma das futuras estrelas da F1, mas Wendlinger sempre andaria no mesmo ritmo e quem ganhava com isso era a própria Sauber. No Brasil, Frentzen fica na frente de Karl no grid, mas o austríaco termina a confusa prova em sexto, enquanto Frentzen abandona, mas em Aida, o alemão vira o jogo quando termina em quinto lugar usando seu conhecimento da pista japonesa dos tempos em que Frentzen participou da F3000 Nipônica, enquanto Wendlinger abandona. Em Ímola, novamente Karl Wendlinger consegue um quarto lugar, mas aquele final de semana seria um dos mais trágicos da história da F1 e além da morte de Senna, uma lenda vida da F1, Wendlinger teve que lhe dar com a morte do compatriota e amigo Roland Ratzenberger. Apenas alguns dias depois de velar o amigo, Wendlinger partiu para o principado de Mônaco, pista onde normalmente se dá bem, mas o clima no paddock era terrível e a tensão era tamanha que quase se podia sentir o cheiro de tragédia no ar. No primeiro treino da quinta-feira, Schumacher marcou o melhor tempo, mas no final do treino seu motor Ford estourou dentro do túnel. Então, um grande estrondo foi ouvido na chicane do porto. Karl Wendlinger perdeu o controle do seu Sauber a 270 km/h na freada da chicane e bateu de lado numa proteção de pneus. A pancada foi fortíssima. Quando os médicos da FIA chegaram rapidamente ao local, Karl estava inconsciente e com traumatismo craniano. A F1 entrou em choque. Imediatamente Wendlinger entrou em coma, mas boatos diziam que o austríaco estava morto e isso seria anunciado após a corrida, para não aumentar ainda mais a propaganda negativa da F1 em meio a tantos acidentes graves e duas mortes menos de quinze dias antes.

A verdade é que a carreira de Karl Wendlinger na F1 acabou naquele momento. O austríaco ficou três semanas em coma, mas acabaria se recuperando a ponto de quase participar do Grande Prêmio do Japão, no final de 1994. Falou-se que seu preparo físico ainda não estava ok, mas a verdade era que a velocidade promissora de Karl Wendlinger pareceu ter ficado naquele guard-rail em Mônaco. Os testes de pré-temporada mostraram isso, mas Peter Sauber, em consideração a Wendlinger, o deixou sob contrato para 1995, onde a Sauber ainda teria Frentzen e os novos motores Ford V8, já que a Mercedes tinha assinado um contrato de longa duração com a McLaren. Ao lado de um piloto muito rápido e querendo muito aparecer como era o caso de Frentzen, os resultados ruins de Wendlinger ficaram aparentes demais. Enquanto o alemão conseguia resultados entre os dez primeiros no grid, Wendlinger não conseguia sequer um top-20. Após as quatro primeiras provas do ano, Sauber diminuiu o sofrimento do seu pupilo e o substituiu pelo então campeão da F3000 Jean-Christophe Boullion. O francês, que seria destaque no turismo nos anos seguintes, também não conseguiu acompanhar o ritmo de Frentzen e acabou sacado no final do ano. Em consideração ao esforço de Wendlinger, Sauber o deixou fazer as duas últimas corridas de 1995, mas Karl já não era mais o mesmo e ele abandonou a última corrida por problemas físicos. Foi sua última corrida na F1. Foram 41 Grandes Prêmios e apenas 14 pontos marcados.

Após seus anos na F1, Karl Wendlinger investiu forte nas categorias de turismo e GT. Em 1996 ele conseguiu um segundo lugar nas 24 Horas de Le Mans e em 1997 ele participou do inesquecível Campeonato Italiano de Superturismo com a Audi. Karl participou nos quatro anos seguintes do Mundial de FIA GT pela equipe Oreca Chrysler, onde foi campeão em 1999. Após dois anos no DTM no biênio 2002-03, Wendlinger voltou aos GTs, onde corre até hoje. É difícil especular do que seria a carreira de Karl Wendlinger se não fosse seu sério acidente em Mônaco, mas pela forma como seus dois rivais da F3 alemã se comportaram ao longo de suas carreiras na F1, podia-se esperar vitórias do austríaco e, por que não?, até brigar por eventual título na F1 se ele estivesse no lugar certo ou na hora certa, como aconteceu com Schumacher e não aconteceu com Frentzen, mesmo o alemão também ter sido uma estrela na F1 na virada do século. Porém, Wendlinger não pode reclamar, pois hoje é um sólido piloto de GT e participar ativamente até hoje de campeonatos fortes pelo mundo.

Parabéns!
Karl Wendlinger 

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Figura(2013): Sebastian Vettel

Aparecendo seis vezes nessa parte da coluna ao longo deste ano, Sebastian Vettel é o merecedor componente desta coluna em 2013. Foram recordes batidos a roldão pelo alemão nesta temporada, que já entrou para a história da F1, mesmo tendo gente ainda querendo desmerece-lo por ter o melhor carro da F1. Balela. O carro não anda sozinho e mesmo tendo a genialidade de Adryan Newey a seu favor, foi o enorme talento de Vettel que fez ser possível esse domínio que vimos esse ano. Os números de Vettel chegam a assustar. Com quatro títulos, se igualou a Alain Prost como o terceiro maior campeão da F1 em todos os tempos. Com 39 vitórias, está apenas duas de igualar Ayrton Senna como o terceiro maior da história, o que poderá causar arrepios em muita gente. Com 45 poles, Vettel está destacadamente em terceiro lugar nesse item, enquanto que no quesito melhores voltas, a forma como faz isso assusta pela facilidade e torna as transmissões de rádio entre ele a Red Bull engraçadas, pois o engenheiro se desespera quando Vettel faz isso nas voltas finais. Outro fator que faz os feitos de Vettel ainda mais impressionantes é que ele está correndo junto a uma grande geração de pilotos, simbolizada por Fernando Alonso, que se frustra em ter seu último título há longínquos sete anos, além de Hamilton e Button. Pois Vettel derrotou a todos e em Cingapura, ganhou com uma categoria poucas vezes vistas na história da F1, onde colocar 2s sobre os demais pilotos era algo que Vettel poderia fazer a qualquer momento e quando bem quisesse. Foi um show do alemão! E ele só tem 26 anos...

Figurão(2013): Felipe Massa

Aqui houve um empate entre Felipe Massa e a Mercedes, equipe capaz de três vitórias e resultados medíocres num mesmo ano, mas mas como o time germânico conseguiu o vice-campeonato no Mundial de Construtores, Felipe Massa entrou nessa nada honrosa parte da coluna. Quando Felipe anunciou via redes sociais que estava fora da Ferrari, imediatamente alguns pachecos de plantão trataram de desqualificar Fernando Alonso e a Ferrari, mas se esqueceram de olhar para a performance de Massa não apenas este ano, mas desde 2010. A realidade é que o acidente na Hungria transformou Felipe Massa, antes um piloto guerreiro, num piloto inconstante, capaz de grandes voltas de classificação ou ótimas largadas, mas de perder rendimento numa corrida. Este ano foi comum Massa não repetir o forte ritmo imposto por ele mesmo nas primeiras voltas, mas o primeiro pit-stop o deixar no pelotão intermediário e de lá não mais sair. A comparação com Alonso aumentou essa sensação de que Massa não está mesmo nos seus melhores dias, pois se o brasileiro caía nos domingos, o espanhol crescia assustadoramente. Não foi raro Alonso colocar 20 ou 30s sobre Massa no cair da bandeirada. Mesmo adorado pela cúpula da Ferrari, a realidade foi que Felipe ficou tempo demais na Ferrari e isso acabou por prejudicar a própria equipe, pois os pontos perdidos pelo brasileiro fizeram a Ferrari perder o vice-campeonato para a Mercedes no certame dos Construtores. A saída de Massa da Ferrari para a Williams pode determinar um final de carreira melancólico para o brasileiro.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Mais do que o milhão

Ricardo Maurício tem o estilo de pilotagem muito parecido com o de Jenson Button, onde a inteligência e a regularidade são as principais características. Para quem não lembra, Ricardinho foi piloto da Red Bull nos primórdios do programa de jovens pilotos da marca e pela equipe de Helmut Marko, participou da F3000 ao lado do também brasileiro Enrique Bernoldi. Maurício chegou a testar na F1, mas nunca chegou ao seu sonho e como está se tornando comum, retornou ao Brasil através da Stock Car.

E hoje Maurício entrou para a história do automobilismo brasileiro ao conquistar o bicampeonato da Stock Car numa corrida eletrizante em seu final. Brigando ainda com Thiago Camilo, Daniel Serra e correndo por fora Cacá Bueno, Ricardinho precisava apenas vencer para conquistar seu segundo título, mesmo estando em terceiro lugar no campeonato. Lembrando que a última prova do ano tem a polêmica pontuação dobrada. Assim como ocorre na F1, a Stock sofre com os pneus Pirelli e seu desgaste, causando um prova modorrenta até o quarto final, onde os pilotos apenas esperavam para atacar no final. Nisso, um dos postulantes ao título estava fora quando o acelerador de Daniel Serra travou e ele bateu.

Após os pit-stops (forçados pelo regulamento), Ricardo Zonta liderava à prova, seguido por Allan Khodair, Camilo e Maurício. Pensando apenas no um milhão que a prova em Interlagos daria ao vencedor, os dois primeiros brigavam sem muita responsabilidade, enquanto Camilo e Maurício observavam de perto. Então, o lado passional de Thiago Camilo aflorou e praticamente entregou o título a Ricardo Maurício. Mesmo tendo poucos botões de ultrapassagem, Thiago os utilizou para assumir a liderança da corrida, mas sua jogada mostrou-se precoce e deu tempo para que os líderes se recuperassem. Quando viu o carro amarelo 90 no seu retrovisor, Camilo se desesperou e desandou a cometer erros que o fizeram cair para quinto, posição essa que daria o título para o segundo colocado Maurício. Mesmo fortemente atacado por Cacá Bueno no final, Ricardinho ainda tinha um botão de ultrapassagem para chegar em segundo e faturar seu segundo título, enquanto Ricardo Zonta faturava o milhão.

Foi uma vitória da inteligência contra a força bruta, até mesmo pelo porte físico de ambos os pilotos. A corrida só não deu mais sono no seu início pelo tensão de uma disputa de campeonato, enquanto o diretor de prova estava mais preocupado em mostrar as câmeras on-board e com isso fazia cortes absurdos, estragando quem acompanhava a corrida. Thiago Camilo vai para sua décima temporada na Stock sempre nadando, nadando e morrendo na praia. Cacá Bueno, vindo de um fim de semana complicado, quase se tornou um fator importante na disputa, demonstrando que é, nas própria palavras de Ricardo Maurício após a prova, o melhor piloto da Stock. Porém, o título ficou merecidamente nas mãos de Ricardo Maurício e sua inteligência e regularidade.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Caçador de recordes

Após uma temporada épica em 2012, todos esperavam ver novamente uma luta titânica entre o atual tricampeão Sebastian Vettel e Fernando Alonso, reconhecido por todos como o piloto mais completo da atualidade. Se a Ferrari acertasse na mão, poderíamos ver outra vez esses dois grandes pilotos lutando no mais alto nível pelo título, mas eles teriam a companhia da sempre forte McLaren, agora liderada por Jenson Button, a força de Kimi Raikkonen na sua Lotus, além da incógnita que seria a Mercedes, que teria o sempre enigmático Lewis Hamilton, capaz de ser o Médico e o Monstro num mesmo final de semana onde pode conseguir uma volta incrível na classificação e logo depois abandonar a corrida por múltiplas opções. Claro que havia os coadjuvantes e alguns deles estavam nas equipes principais. Os segundos pilotos de Red Bull e Ferrari (Mark Webber e Felipe Massa), a ascensão de Sérgio Pérez na McLaren, o desenvolvimento de Nico Rosberg, tendo agora como companheiro de equipe um piloto forte como Hamilton, além do sempre perigoso Nico Hulkenberg, agora na Sauber. As expectativas eram ótimas, mas tudo foi por água abaixo por causa de um caçador. De um caçador de recordes implacável, que não diminui seu ritmo mesmo quando submete a todos os seus concorrentes humilhações públicas, como visto em Cingapura. Sebastian Vettel conquistou seu quarto título consecutivo com ares de dinastia tendo como ajuda providencial a gestão eficiente de Christian Horner e a genialidade de Adryan Newey na Red Bull. 

Tudo começou em Melbourne e nada levava a crer o que Vettel e Red Bull fariam durante o ano. O papel principal cabia aos pneus naquele momento. Desde a pré-temporada, os pneus eram os atores principais e a preocupação de uma borracha que se esfarelava com uma facilidade monstra era o grande cerne da questão. Quanto tempo duraria os novos pneus Pirelli? Houve quem dissesse que em apenas seis voltas, os pneus já estava destruídos. Isso em Jerez, um circuito de apenas 4,5 km. As primeiras corridas do ano eram sempre sucedidas por críticas ácidas à Pirelli. Amarrada por uma paranoia entre as próprias equipes, a Pirelli dizia que fez o que lhe pediram e clamava por testes. Conseguiu um com a Mercedes, mas apenas para criar uma das polêmicas do ano, pois o time comandado por Ross Brawn venceu a prova seguinte em Monte Carlo e acabou julgada por ter feito um teste considerado irregular. Quando tudo parecia mais calmo, veio o tragicômico Grande Prêmio da Inglaterra, quando os pneus da Pirelli estouravam sem aviso nenhum, causando um risco pouco vistos na história da F1. Os testes vieram e a Pirelli mudou seus pneus e também o campeonato. A Red Bull era a equipe que mais reclamava dos pneus, pois tentando economizar a borracha da Pirelli, Vettel e Webber andavam bem abaixo do limite do carro. Quando voltou-se aos pneus de 2012, a equipe deslanchou de forma impressionante, mas havia sinais do quão o carro era bom quando Vettel venceu na Malásia e no Bahrein. Em Sepang, por sinal, a Red Bull viveu seu momento mais tenso do ano.

No calor malaio, Webber liderava a prova com Vettel logo atrás. No rádio, veio a ordem 'Multi 21' para os dois pilotos. Ninguém sabia o que era, mas Vettel atacou Webber e o australiano subiu ao pódio com a simpatia de rotweiller após três dias sem comer. Vettel parecia um pouco constrangido e as entrevistas pós-corrida explicaram o que acontecera. O 'Multi 21' significava, piloto número 2 à frente do piloto número 1, ou seja, Webber na frente de Vettel. Até o fim da corrida. Mas Vettel usou seu instinto de caçador e jogou essa ordem de equipe para as cucuias e passou por cima de Webber e da equipe. Criou-se um cima ruim dentro da Red Bull, pois Vettel sabia que não contava mais com Webber como, aliás, nunca contou. Sem mais delongas, Vettel disse que queria mesmo era vencer. E para Webber aquilo foi a gota d'água. Foram anos à sombra de Sebastian e após doze anos na F1, Mark Webber anunciou que 2013 foi seu último ano na F1, indo liderar a Porsche no WEC. Webber esperava que a Red Bull ficasse ao seu lado no episódio 'Multi 21', mas preferiu Vettel, o 'bandido' na história. Com apoio apenas de Horner, seu amigo pessoal, Webber ficou sem clima e se aposentou sem nenhuma vitória em 2013 e a atmosfera da Red Bull era tão tensa, que Mark avisou sua equipe de sua aposentadoria minutos antes de anunciar ao público. E por um SMS.

O vencedor em Melbourne foi Kimi Raikkonen, desta vez sem muitos coices via rádio. Kimi mantinha-se como o piloto forte de sempre ao longo de todo o ano, mas o finlandês cobrava seu preço por isso e assim não admitia os atrasos de salário e bônus que sofria. A Lotus tinha um grande carro, mas seus dirigentes parecem ter dado um passo maior do que a perna e passaram o ano alarmando um novo parceiro salvador vindo das arábias que nunca apareceu de verdade. As negociações com Raikkonen eram tensas, com o finlandês chegando a ameaçar não correr. E Kimi acabou preterindo o bom ambiente que tinha e se mudou para a tensa Ferrari. Agora sem Kimi, sem o dinheiro árabe e sem o apoio da Renault o futuro da Lotus é bastante nebuloso, mas ao menos revelou um Romain Grosjean muito mais maduro, conseguindo quatro pódios em cinco corridas nesse segundo semestre, inclusive um segundo lugar inspirador em Austin, quando a Red Bull era claramente muito mais rápida do que qualquer outra equipe e o francês colocou seu Lotus entre os dois carros azuis e roxos. 

Quando Alonso venceu na China e duas provas depois ganhou em casa, em Barcelona, ficou a sensação de que o espanhol era o favorito de 2013. Sua Ferrari parecia se dar bem com os pneus da Pirelli e novamente Fernando não teria que se preocupar com Massa, segundo piloto claro. Porém, aquele bom momento em Barcelona seria o último de Alonso em 2013. Mesmo antes da mudança de pneus após Silverstone, a Ferrari dava sinais de problemas de desenvolvimento, para profundo desgosto de Alonso que criticou publicamente a Ferrari na Hungria e para piorar, seu empresário foi flagrado conversando com a Red Bull. A resposta da Ferrari e de Luca de Montezemolo foi rápida com a contratação de Kimi Raikkonen em 2014. Agora Alonso não reinará mais sozinho na Ferrari e terá que lhe dar com um piloto de pouco papo e só sucesso (como diria o refrão famoso de uma rádio em Fortaleza), como é Raikkonen. Mesmo ficando com o vice-campeonato e tendo conquistado vários resultados muito além da capacidade do seu carro, Alonso terminou em 2013 mal, pois a perspectiva para 2014 será de briga renhida dentro da equipe e essa será uma das atrações para o próximo ano. A chegada de Raikkonen na Ferrari significou a saída de Felipe Massa após um longo período com os italianos. A forma como se despediu da Ferrari em Interlagos, com todos os integrantes fazendo questão de se despedir de Massa de forma emocionante demonstra claramente o quanto Felipe era querido pela Ferrari, mas foi apenas isso que fez o brasileiro permanecer por tanto tempo na escudeira com resultados tão abaixo do companheiro de equipe. A realidade é que Massa ficou mais tempo do que o necessário na Ferrari, pois ele não conseguiu os resultados esperados para um piloto da Ferrari e isso acabou refletindo com o time italiano perdendo o vice campeonato no Mundial de Construtores. Olhando apenas a frieza dos números, Massa ficou em último entre os pilotos das equipes top. Mesmo superando algumas vezes Alonso nas classificações, a história era completamente diferente nas corridas, com o espanhol superando Massa com 20, 30 segundos de vantagem. Ou mais. O fato é que o Brasil saiu da Ferrari após quinze temporadas conturbadas com manias de perseguições contra os brasileiros, quando o fato foi que Schumacher, em relação a Barrichello e Alonso, com relação a Massa, era bem melhores do que nossos pilotos tupiniquins. Simples assim.

E Massa irá para a Williams, equipe de glórias no passado e decadência no presente. Mesmo quando começou nanica, a Williams não teve um ano tão ruim como em 2013. Se Valtteri Bottas estreou muito bem e chamando atenção com sua velocidade e consistência, Pastor Maldonado continuou errático e, pior, sem a mesma velocidade que o viu ganhar em Barcelona no ano passado. Com o aporte dos seus dólares ditatoriais-bolivarianos, Maldonado se tornou um piloto mimado, onde seus maus resultado é sempre por causa do carro e seus erros são minimizados. Por isso, é incrivelmente injusto vê-lo ir para a Lotus, quarta colocada no Mundial de Construtores, por causa do dinheiro e após Maldonado ficar em último entre os pilotos que marcaram pontos e ser derrotado por um novato. O grande injustiçado foi Nico Hülkenberg, que entra fácil em qualquer lista dos melhores pilotos do ano. O alemão começou mal o ano com a Sauber e sua falta de investimento. Quando os pneus mudaram, a Sauber se acertou e Hulkenberg, mesmo com os salários atrasados, começou a mostrar todo o seu talento, ficando muito próximo do seu primeiro pódio e também da Ferrari, mas acabou preterido por Raikkonen. Sem muitas alternativas com a escolha da Lotus pelo dinheiro de Maldonado, Hulk irá voltar à Force India em 2014. A equipe de Vijay Mallya começou o ano como um dos times que sabia domar bem os problemáticos pneus da Pirelli, com Paul di Resta e Adrian Sutil marcando pontos com alguma frequência. A Force India chegou a ficar em quinto lugar no Mundial de Construtores, mas a mudança dos pneus no meio da temporada foi cruel demais com a equipe hindu e no final Mallya comemorou em ficar ainda em sexto, mas isso significou a saída do seus dois pilotos, com Sutil indo para a Sauber e Di Resta, dono de uma bela namorada, provavelmente voltando ao DTM.

Era esperado que Esteban Gutierrez conseguisse ao menos repetir o bom desempenho de Sérgio Pérez na Sauber, mas o novato mexicano ficou muito aquém do esperado e mesmo com todo o dinheiro mexicano, ele ainda corre risco na F1 em 2014. Porém, até mesmo Pérez se estrepou esse ano. A McLaren terminou muito forte em 2012, mas errou clamorosamente a mão em 2013 e a equipe chefiada por Martin Whitmarsh teve sua pior temporada na F1 em mais de trinta anos, onde não conseguiu nenhum pódio e marcar pontos foi algo a se comemorar, mesmo que esperteza de Button o fizesse marcar resultados surpreendentes, como o quarto lugar em Interlagos. Porém, o maior prejudicado do mau ano da McLaren foi mesmo Pérez, que não soube dosar arrojo e inteligência e acabou demitido no final da temporada, chegando a ficar muito próximo de ficar de fora da F1, mas o dinheiro mexicano garantiu um lugar na Force India. Agora Pérez terá que se reinventar, pois o que se fala que sua demissão da McLaren não foi por falta de velocidade, mas por falta de força mental, algo muito importante na F1 atual. O novo contratado da McLaren é Kevin Magnussen, prodígio das categorias de base e como Lewis Hamilton sete anos atrás, protegido da equipe desde muito jovem. Resta saber se o jovem Magnussen não irá repetir seu pai, um virtuose nas categorias de base, mas um blefe na F1. De comemorar, a McLaren celebrou a volta da Honda em 2015, o que significa o fim de sua parceria com a Mercedes após vinte anos.

O time da estrela de três pontas fez sua melhor temporada como equipe própria e a chegada de Lewis Hamilton foi providencial para isso, mas as duas vitórias de Nico Rosberg deixou Hamilton nervoso e só sua vitória na Hungria acalmou o inglês, mas o que ninguém esperava era que esse triunfo de Lewis seria o último de um piloto que não fosse Vettel em 2013. Piloto talentosíssimo, Hamilton ainda peca pela força mental e seus mimos que tinha na McLaren quando era blindado como o melhor piloto da F1, mesmo que os resultados não mostrasse isso. Nico Rosberg está no time desde 2010, mas sempre é preterido pela Mercedes, como ficou claro na Malásia, quando foi orientado a não passar Hamilton e o inglês ficar no pódio, seu primeiro na Mercedes. Porém, Nico foi bastante irregular, pois se conseguiu uma vitória a mais do que Lewis, acabou quase trinta pontos a menos, chegando muitas vezes a desaparecer durante o campeonato. Fora das pistas, a Mercedes viveu um ano animado, culminando com a saída de Ross Brawn do time. A Mercedes só tem que cuidar para essa politicagem não fazê-la se tornar uma Ferrari... dos piores tempos! A Toro Rosso exerceu muito bem seu papel como filial da Red Bull ao ceder Daniel Ricciardo para a matriz no lugar de Webber. Isso afetou Jean-Eric Vergne e o francês terá que se reerguer logo. Todos esperavam que Antonio Felix da Costa fosse o escolhido para o lugar de Ricciardo, mas surpreendentemente o russo Daniil Kvyat foi o escolhido. Todos acusaram a Red Bull de querer patrocinadores russos, mas quando Kvyat entrou na pista, isso foi desmentido. Dos quatro pilotos que andaram nas equipes nanicas, o melhor com certeza foi Jules Bianchi, que levou a Marussia ao décimo lugar no Mundial de Construtores. Protegido da Ferrari, o francês ficará mais um ano na Marussia.

Se antes Sebastian Vettel batia recordes de precocidade, hoje o alemão conquista recordes por quantidade. Seu tetracampeonato o coloca ao lado de Alain Prost no ranking histórico da F1. Ele tem o melhor carro? Conta-se nos dedos os pilotos que venceram com um carro nitidamente inferior (na minha opinião, Piquet/81 e Schumacher/95) e Vettel deu demonstrações incríveis do seu talento, principalmente em Cingupura, onde sobrepujou todos os seus adversários com uma exibição de tirar o fôlego. O domínio de Vettel já provocou mudanças no regulamento, como a polêmica da pontuação dobrada na última corrida (minha opinião para quem não sabe: não é tão ruim assim, há muitos exageros para quem é contra e só na prática iremos ver quem tem razão). O novo regulamento técnico pode mudar muita coisa em 2014, mas a história diz que as equipes mais estruturadas sempre saem na frente e a Red Bull, tetracampeã do mundo, é a equipe que mais tem chances de continuar armando Sebastian Vettel a continuar caçando recordes para o próximo anos e outros por vir.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Sutileza

Após confirmado para todo mundo que seu lugar na Force India será ocupado por Sérgio Pérez, Adrian Sutil não demorou mais do que 24 horas para informar onde estará em 2014: a Sauber, lugar para onde Pérez era muito especulado e da onde o mexicano se destacou antes de fracassar na McLaren.

Como falei ontem, restam poucas vagas na F1, mas com a ascensão de Sutil na Sauber confirmada, há apenas uma vaga interessante para 2014: a segunda vaga no time suíço no ano que vem. Apostas não faltam e pelo retrospecto recente da Sauber, será uma verdadeira aposta mesmo. Para quem não lembra, esse ano o time comandado por Monisha Kalteborn tinha Nico Hulkenberg como reserva técnica e Esteban Gutierrez como reserva financeira. Sutil deve ser a reserva técnica para o lugar do seu compatriota Nico, enquanto que a segunda vaga deverá ser ocupada por alguém trazendo dinheiro, que pode ser o próprio Gutierrez, o adolescente Sergey Sirotkin, com o dinheiro russo, e até mesmo o brasileiro Felipe Nasr, com dinheiro do Banco do Brasil. Seria interessante se Nasr fosse o escolhido. Galvão cansou de criticar os pilotos-pagantes esse ano, particularmente Pérez, mas e se Nasr entrar na F1 pagando uma fábula por isso? 

Adrian Sutil é um piloto discreto, para não dizer... sutil. O alemão de descendência uruguaia nunca demonstrou estofo para subir para uma equipe grande, da mesma forma que está longe de comprometer. Será a primeira experiência de Sutil longe da Force India e sua antecessora, a Spyker, mas o que Adrian deve ficar de olho é a experiência de Hulkenberg na Sauber esse ano, onde o alemão passou vários meses sem receber salários e sofrendo em um carro sofrível da Sauber no começo do ano...

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Fechando o grid

Quando Sérgio Pérez foi demitido de forma até surpreendente da McLaren, estava claro que o mexicano não ficaria desempregado por muito tempo. Pérez se mostrou rápido na Sauber, mas o interessante de suas credenciais é o enorme aporte financeiro que o mexicano tem por trás. 

Hoje, foi anunciado que Sérgio irá correr em 2014 pela Force India, com Vijay Mallya renovando totalmente seu line-up para o próximo ano, tendo dois pilotos promissores para enfrentar as novas regras a partir da próxima temporada. Porém, se Hulkenberg é praticamente uma realidade, Sérgio Pérez terá que refazer sua carreira após ser dispensado de Ferrari e McLaren em anos consecutivos, mais pela sua displicência do que por falta de velocidade. Se Pérez se tocar e começar a focar em outros aspectos fora das pistas, o mexicano tem tudo para forma junto com Hulk uma interessante dupla na Force India, onde pode sair ganhando muito com isso.

Com Pérez na Force India, restam pouquíssimas vagas para a F1-2014, sendo que apenas a Sauber se mostra com duas vagas interessantes, já que uma vaga na Marussia e outras duas na Caterham, servem apenas para completar o grid.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Novidades

Ontem a FIA lançou um pacote de novidades a serem implantadas a partir de 2014, onde duas chamaram muito a atenção. Primeiro foi a instauração de números fixos para cada piloto, escolhido aleatoriamente de acordo com o gosto de cada um. Ótima ideia! Fora da F1, mais especificamente na Nascar e na MotoGP, pilotos se imortalizaram com seus números, como o #43 de Richard Petty, o #3 de Dale Earnhardt, o #48 de Jimmie Johnson, o #24 de Jeff Gordon e #46 de Valentino Rossi. Uma iniciativa que contraria as regras sem muita flexibilidade da F1 atual, onde certos aspectos até irrita pela frescura excessiva. Será interessante saber a escolha de cada pilotos pelos números que irão utilizar a partir do próximo ano. Vettel será o número 1, mas e Alonso? Massa? Hamilton? Button? Será que Rosberg ficará com o 24? Provavelmente iremos conhecer os números pelos quais esses pilotos andaram em seu tempo no kart.

A outra medida é mais polêmica. Próximo ano a última corrida, em Abu Dhabi, terá pontuação dobrada, quebrando uma longa tradição na F1. Apesar de ser muito ligado a tradições e a história, não acho essa ideia tão ruim assim. Exemplos em outras categorias mostraram que a corrida final tivesse um outro peso com essa pontuação, que a prova se tornou um evento diferente e com mais emoção, pois a chance de termos disputas pelo título, até mesmo múltiplas, aumenta bastante. Como sempre farei um levantamento histórico sobre essa nova regra...

Independentemente da opinião de A, B ou C, algumas vezes a F1 parece parada no tempo e que muitas vezes precisa se reciclar, olhar o que está acontecendo em outras categorias e colher bons resultados para ela, saindo um pouco do pedestal de categoria intocável e que nada de fora presta. Essa ideia de pontuação dobrada na última prova me agrada num primeiro momento, como pode ser bem ruim na prática. A conferir. O que não pode é falta de compreensão e ignorância em ver opiniões diferentes. Posso até ser uma minoria, ou não, em gostar deste novo item do regulamento, mas essa é a minha opinião e respeito os contrários a ela. Intolerância, desrespeito, como vi no Facebook quando dei minha opinião num post de um amigo meu, só servem para os babacas selvagens de Vasco e Atlético-PR. 


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Rainha

Belíssimo vídeo com imagens das últimas temporadas da F1. As vezes fico meio chateado com algumas coisas da F1, mas não consigo viver sem...

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Não foi desta vez

E as peças do complexo quebra-cabeça que foi a dança das cadeiras da F1 em 2014 vão se encaixando aos poucos nesse final de ano. Hoje Nico Hülkenberg foi anunciado pela Force India como seu piloto no próximo ano, com o alemão retornando à equipe onde fez um grande ano em 2012, mas preferiu a Sauber na vã esperança de conseguir dar um upgrade em sua carreira, mas isso acabou não acontecendo.

Apesar de Vijay Mallya ter mencionado um contrato de vários anos, não é segredo que Hulkenberg está louquinho para um lugar numa equipe top e essas equipes só estão esperando o momento certo para contratar o alemão. Nico está com certeza no top-5 dos melhores pilotos de 2013 e só não foi para uma equipe melhor por causa do timing das equipes e por não ter patrocinadores particulares. Por isso, mesmo tendo o talento reconhecido, Hulkenberg ficará mais um ano numa equipe dita média, mas que fez uma boa temporada esse ano, principalmente no primeiro semestre, além da Force India contar com o motor Mercedes em 2014 que, dizem, ser o melhor da configuração 2014 de motores V6 turbo.

Tudo leva a crer que Hulk será um fator em 2014, pois o alemão deverá continuar lutando para se estabelecer como um dos melhores pilotos da F1 e por isso não poupará esforços para levar a Force India para lugares que seus pilotos conseguiram neste ano. E Hulkenberg é melhor do que Adrian Sutil, que pode estar de saída da equipe, e Paul di Resta, à caminho da Indy para substituir seu primo Dario Franchitti na Ganassi. Porém, a ida de Hulkenberg para a Force India não deixa de ser decepcionante para quem quer o vê-lo, como eu, numa equipe de ponta da F1, mas, menos mal, o alemão, tendo apenas o seu talento à sua favor, ficará mais um ano na F1. 

domingo, 1 de dezembro de 2013

Que pena... (II)

Nessa manhã, soube também da morte de Paul Walker, o eterno detetive Brian O'Conner da batida série 'Velozes e Furiosos'. Aparentemente, Walker morreu num Porsche GT em alta velocidade. Condizente para o papel que fazia, mas uma grande lástima um ator como ele perder a vida tão cedo (40 anos). Final de semana muito ruim...

Que pena... (I)

Ainda de cabeça inchada de ontem (estou em abstinência do Facebook inclusive...), soube da morte de Doriano Romboni, durante, ironia, uma corrida em tributo à Marco Simoncelli, morto dois anos atrás. Piloto do Mundial de Motovelocidade, Romboni foi rival de Massimiliano Biaggi durante o reinado do italiano nas 250cc em meados da década de 90, mas que não conseguiu levar bons resultados à MotoGP, onde participou de três temporadas. Dedicou-se depois ao Mundial de Superbike, mas Romboni estava aposentado, contudo, como bom motociclista, não resistia a fazer corridas ocasionais e neste sábado acabou nos deixando aos 44 anos de idade. 

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

De ponta cabeça

Quando um piloto se destaca numa equipe pequena ou média, normalmente ele é contratado por uma equipe maior. Foi isso que eu aprendi ao longo dos anos acompanhando a F1. Mas a F1 está diferente. E para pior...

Nessa tarde a Lotus, quarta colocada no Mundial de Construtores, anunciou Pastor Maldonado como seu segundo piloto para 2013 para o lugar de Kimi Raikkonen. A Lotus pode estar passando dificuldades seríssimas no quesito financeiro, mas vá lá, tem uma estrutura fortíssima que não fazem dez anos conquistou um bicampeonato. Ou seja, é, sim, uma equipe de média para grande. Com Raikkonen saindo de suas estranhas por causa desses mesmos problemas financeiros, a Lotus poderia contratar um Nico Hülkenberg, o piloto mais ascendente dos últimos tempos. Mas, novamente falando, a Lotus está com problemas financeiros. E preferiu Pastor Maldonado.

O venezuelano é rápido e sua vitória incontestável no Grande Prêmio da Espanha do ano passado é a prova disso, mas Maldonado parece ser um piloto mimado. Explico. Apesar de rápido, Maldonado erra demais e nas famosas explicações pós-corrida, Pastor nunca assume as suas cagadas, preferindo se colocar num patamar de que está acima do bem ou mal, pois sempre haverá alguém precisando de seu providencial patrocínio da PDVSA, mais especificamente, da propaganda Chavista, que detesta o capitalismo, mas investe forte no esporte mais... capitalista que existe!

Pastor Maldonado entra na Lotus em seu pior momento, onde foi derrotado por um novato tanto nas classificações como no campeonato pela Williams e saiu criticando a equipe que o acolheu nos últimos três anos. São três anos onde Pastor Maldonado mostrou muita velocidade e pouco juízo, uma equação perigosa na F1, mas seus dólares bolivarianos-ditatoriais se mostram bem mais interessantes para uma equipe boa, do que o talento puro e simples. A F1 está ficando de ponta cabeça. 

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Thank you Dario

Belo vídeo promovido pela Indy em homenagem a Dario Franchitti. Mesmo não sendo uma lenda como o escocês, bem que a F1 poderia ter feito algo para Mark Webber...

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Figura(BRA): McLaren

Contra fatos, não há argumento. A McLaren fez sua pior temporada nos últimos trinta anos em 2013. Foi um ano tão atípico que a McLaren demitiu seu piloto, Sergio Pérez, na véspera da penúltima prova, deixando o mexicano de cabelo em pé, com a possibilidade real de ficar de fora da F1 no próximo ano, com a McLaren tomando uma decisão de time pequeno. Classificar-se ao Q3 para a McLaren foi algo sacrificante o ano inteiro e nas difíceis condições em Interlagos no sábado, não foi diferente, com Button ficando apenas em 15º, com Pérez, que sofreu um acidente no final do Q2, uma posição à frente, mas que não serviria de muita coisa, pois o mexicano perderia cinco posições por trocar o câmbio, o que significaria largar em 19º. As perspectivas não eram nada animadoras, ainda mais com pista seca e a tendência de uma corrida mais convencional, mas os dois pupilos de Martin Whitmarsh fizeram uma prova estupenda e saíram das posições intermediárias de onde largaram para a zona de pontuação. Com as punições (Massa e Hamilton) e abandonos (Grosjean e Bottas), o duo da McLaren foi galgando posições e no final Button terminou a prova em quarto e Pérez em sexto, deixando a matriz Mercedes, com Nico Rosberg, entre eles. Foi um final de ano animador para a McLaren, vide o papelão que o time fez em 2013. Mesmo Button tendo conseguido o melhor resultado do ano para a equipe, 2013 ficará marcado como o primeiro sem vitórias desde 2006 e o primeiro sem pódios desde 1980 (!). Porém, a boa forma mostrada pela McLaren nessa corrida final pode significar o fim da agonia dos carros prateados e uma McLaren forte é excelente para a F1. 

Figurão(BRA): Pastor Maldonado

Quando falamos que há algo de errado na F1, o venezuelano Pastor Maldonado é o maior exemplo disso. Vejamos. Desde sua vitória, com todos os méritos, em Barcelona no ano passado, Pastor errou e muitas vezes usou de arrogância para reclamar das encrencas em que se envolvia. Afinal, pensava Maldonado, ele tinha o dinheiro ditatorial-bolivariano do seu país para lhe bancar em qualquer equipe. Os últimos momentos de Maldonado na Williams foi uma prova clara dessa arrogância do piloto. Depois de ter dito que foi boicotado em Austin pelo próprio time, Maldonado soltou cobras e lagartos nessa última semana da temporada 2013 contra a Williams. Um caso que fatalmente mataria a carreira do venezuelano na F1, mas como a sua mala é grande (e o próprio Pastor o é...), Maldonado está de malas prontas para a Lotus que, bem ou mal, é a quarta melhor equipe de 2013, conquistou uma vitória em 2013 e conseguiu cinco pódios nas últimas sete corridas da temporada. Mas qual a virtude de Pastor? Em Interlagos, Maldonado andou bem abaixo do seu companheiro de equipe, o novato e muito rápido Valtteri Bottas, sendo que o finlandês acabou o campeonato na frente de Pastor. Na corrida, Maldonado não foi muito diferente com outra prova medíocre, onde andou sempre no pelotão intermediário, no final da prova tocou-se com Jean-Eric Vergne que o fez rodar e quase se acidentar com Jenson Button quando retornou à pista, e no final das contas, foi o último colocado dentre as equipes consideradas estabelecidas na F1. Ao invés de Nico Hulkenberg, com certeza entre o top-5 dos pilotos este ano, o desejado cockpit da Lotus irá para o errático Pastor Maldonado, que se antes era rápido e trapalhão, hoje nem rápido ele é. Temos que admitir... há algo de errado com a F1 atual.

domingo, 24 de novembro de 2013

No seco e no molhado

Ontem, quando meteu quase 1s sobre quem quer fosse, Sebastian Vettel mostrou que dominaria no molhado em Interlagos, mas no seco, situação não vista até o momento em São Paulo, haveria dúvidas se o alemão faria no circuito José Carlos Pace o mesmo que fez nas oito etapas anteriores. A largada não foi promissora, mas Vettel precisou de apenas uma volta para estabelecer a verdade na F1 em 2013. Sua nona vitória consecutiva foi bem parecida com outros triunfos de Sebastian na carreira, com uma dominação nas primeiras voltas e administração nas seguintes. E Vettel igualou a Ascari com nova consecutivas, mesmo o italiano ter as 500 Milhas de Indianápolis no calendário oficial da F1 no meio desta série, e o piloto da Red Bull agora está isolado no quesito vitórias consecutivas numa mesma temporada. 

A prova de hoje não foi das mais empolgantes, já que a chuva veio mais fraca do que o esperado e não chegou a mexer de verdade na dinâmica da corrida. Porém, a emoção ficou fora das pistas. Quando Felipe Massa levava sua Ferrari pela última vez para o grid, os mecânicos da Ferrari fizeram uma espécie de corredor para homenagear Massa com aplausos, numa situação nunca vista na história da F1. Felipe está longe de ser o virtuose do mesmo nível de Vettel, Alonso ou Hamilton, mas seu estilo combativo o fez andar no meio dessa galera ao longo de todos esses anos, conquistando também os latinos e passionais italianos da Ferrari, mas seu acidente parece ter tirado isso de Massa. O carinho para com Felipe fez com que a Ferrari o segurasse por tanto tempo mesmo com tantos resultados ruins nos últimos anos. Sua falta de consistência foi demonstrada hoje, quando foi punido por um Drive-Through e a corrida de Massa praticamente acabou ali, pois se pressionava Hamilton firmemente para ser quarto, não repetiu mais seu ritmo anterior e acabou em sétimo. Pouco, para quem queria um pódio e estava fazendo por onde. Seu futuro? A Williams teve sua pior temporada justamente em 2013 e se levantar depois de um baque desse, ainda mais sem dinheiro, será difícil, mas Massa tem duas vantagens para 2014. Primeiro, fazer pior do que 2013, a Williams não fará e por isso haverá, sim, uma evolução no time de Grove. E Massa trabalhará em outra filosofia, onde ele poderá aprender muito e se motivar cada para o resto de sua carreira. Não concordo que o fato de se livrar de Alonso fará de Massa um piloto melhor. A diferença entre Felipe e Fernando é que o espanhol é melhor mesmo.

Já Webber teve sua despedia definitiva com uma corrida parecida com as últimas: na sombra de Vettel. Mas o australiano fez bem mais do que muitos previram quando ele estreou na F1 em 2002. Quando Mark teve como companheiro de equipe Antonio Pizzônia e destruiu o brasileiro na Jaguar, Webber passou a ser persona non grata no Brasil, particularmente pela imprensa brasileira, que via em Pizzônia na grande revelação brasileira na primeira década do século 21. Porém, a carreira de Webber deslanchou quando foi para a Red Bull. Após uma relacionamento conturbado com David Coulthard, mas ainda com vantagem para o australiano, Webber passou a encarar a promessa Sebastian Vettel. E Webber conheceu sua primeira derrota para um companheiro de equipe e com seu humor irascível, também se estranhou com o alemão, queridinho da Red Bull e particularmente de Helmut Marko. Porém, foi na Red Bull que Webber conseguiu suas únicas glórias, com suas nove vitórias, incluindo algumas marcantes, como as duas em Monte Carlo. O fato de ter perdido o título de 2010 praticamente definiu quem é quem na Red Bull nos anos seguintes e aos 37 anos, Webber deixou a F1 com outro segundo lugar e subindo uma posição no Mundial de Pilotos. Ao final da prova, meio que desafiando a FIA, tirou o capacete na volta de desaceleração para sentir na cara a velocidade de um F1 pela primeira e última vez. O detalhe foi que essa atitude foi a terceira na história, não inédita, como falou Galvão. Nas outras, Didier Pironi em Imola/82 e Gerhard Berger em Estoril/89, venceram as respectivas corridas. Webber ficou com uma despedida digna de um piloto que, igual a Massa, não estava no nível das grandes estrelas de sua geração, mas lutou muito para estar entre eles.

E Vettel fez sua prova padrão com uma ultrapassagem na primeira volta sobre Nico Rosberg e a partir de então abrir 1s por volta para quem quer que fosse o segundo colocado. Nem uma atrapalhada da Red Bull em sua segunda parada de box atrapalhou o alemão em sua jornada rumo a nona vitória consecutiva, outro recorde, 13º na temporada, outro recorde igualado e 39º na carreira, o deixando a apenas três de ultrapassar Senna e se tornar o terceiro maior vencedor na história da F1. A cara de Alonso no pódio, mesmo estando ao lado o amigo Webber em sua despedida, mostrou bem os resultado de suas altas expectativas para essa temporada. Sem armas para enfrentar a Red Bull, deve ser frustrante para alguém ambicioso como Alonso lutar, fazer o seu melhor, andar mais do que o carro e ter que se conformar com o terceiro lugar. Mas foi o máximo que o espanhol fez e Fernando fez tão mais do que o seu carro permitia, que ele ainda beliscou um vice-campeonato, algo grandioso para quem tem apenas o terceiro ou quarto melhor carro do pelotão. As Mercedes estavam irreconhecíveis, particularmente Nico Rosberg, que dominou os treinos na sexta, tomou a ponta de Vettel na largada e depois perdeu rendimento de forma absoluta no resto da corrida, caindo para o quinto lugar, ficando entre os dois carros da McLaren. Com Hamilton tendo outra diarreia mental quando jogou seu carro para cima de Bottas e foi punido, quase que a Mercedes perdeu o vice-campeonato no Mundial de Construtores para a Ferrari, o que seria um golpe forte parra uma das equipes que mais investem na F1 atualmente.

Jenson Button conseguiu o melhor resultado da McLaren no ano com um bom quarto lugar, mostrando toda sua elegância ao pilotar, mas o time de Martin Whitmarsh estava tão bem que até mesmo o demissionário Sergio Pérez fez uma boa corrida para terminar em sexto, pressionando o quinto colocado Rosberg. Tomara que seja o ressurgimento da McLaren, pois a tradicional equipe bem, a F1 como todo ganha com mais gente na briga pela vitória. Nico Hulkenberg marcou pontinhos valiosos para a Sauber nesta que deve ser sua última prova pelo time suíço esse ano, mas ao contrário de outras provas, o alemão foi discreto e não esteve envolvido em brigas mais à frente. Também se despedindo da Toro Rosso, Daniel Ricciardo marcou o ponto final para a sua equipe e agora parte para o maior desafio de sua carreira, que é andar ao lado de uma lenda chamado Sebastian Vettel e substituir a altura, ou melhor, seu compatriota Webber na equipe atual tetracampeã do mundo. Será um desafio e tanto, bem mais difícil do que superar Jean-Eric Vergne, claramente desmotivado nas últimas corridas. Outro que pode estar se despedindo da F1 é Paul di Resta, que pode estar se mudando para a Indy em substituição ao seu primo Dario Franchitti. E a F1 está tão de cabeça para baixo, que Pastor Maldonado, num ano completamente errático e sendo o último entre as equipes mais, digamos, antigas, deve assinar com a Lotus, quarta colocada no Mundial de Cosntrutores, mas que fez uma prova medíocre em Interlagos, muito pelo abandono precoce de Grosjean com um motor quebrado, enquanto Kovalainen... mostrou por que passou por McLaren e Renault e ninguém sente sua falta. Entre as nanicas, desta vez a Marussia conseguiu segurar a décima posição dos ataques da Caterham e não terá que pagar para viajar pelo mundo em 2014.

Aos 26 anos, Sebastian Vettel escreveu com sua habilidosas mãos seu nome ainda mais na história. Seus recordes não são mais pela precocidade ao chegar a algum feito, mas agora pelos números absolutos. Seus feitos assustam, pois seu futuro ainda deve ser longo e mesmo tendo ao lado pilotos da estirpe de Alonso, Hamilton e Button, o alemão simplesmente massacra os adversários, ajudado pelo mago das pranchetas Adryan Newey e a administração de Christian Horner. Com o fim da era de pilotos como Webber e Massa, esse na luta direta pela vitória, a F1 está vivenciando agora a Era Vettel.  

sábado, 23 de novembro de 2013

Faça chuva ou faça sol...

Muita gente que torce para uma derrota de Sebastian Vettel se esquece que a primeira vitória do alemão na F1 foi debaixo de um dilúvio em Monza com a modesta equipe Toro Rosso, que não muito tempo antes, fechava o grid de todas as corridas quando ainda se chamava Minardi. Com a previsão de um final de semana bastante chuvoso em São Paulo, muita gente pensou: agora o Vettel perde! Perderam os que torceram contra...

Numa volta excepcional, Vettel ficou com a pole com uma diferença absurda sobre o segundo colocado Nico Rosberg. Isso por que o alemão da Red Bull nem melhorou seu tempo em uma segunda tentativa, pois quando todos os dez pilotos do Q3 completaram sua primeira volta com pneus intermediários, Vettel tinha mais de 1s sobre Alonso, então segundo colocado. Se Vettel dominou no seco, no molhado o domínio de Seb pode até mesmo aumentar, incrementando recordes a sua incrível carreira. Os treinos classificatórios em Interlagos foram tumultuados devido a chuva e o Q3 começou com um considerável atraso devido a forte chuva que castigou a capital paulista durante todo o dia. Porém, se era esperado alguma surpresa, a primeira fila tem Red Bull e Mercedes, as duas únicas equipes a marcarem poles em 2013, com Alonso, novamente fazendo um algo mais, se metendo entre elas em terceiro, seguido por Webber e um decepcionante Hamilton, tomando tempo de Rosberg em todos os treinos.

Grosjean foi o primeiro a colocar pneus intermediários no Q3 e tinha a pinta de ter dado o pulo do gato, mas acabou mesmo em sexto, seguido por Toro Rossos, Hulkenberg e Massa. Fazendo sua última corrida pela Ferrari, era esperado algo mais de Felipe, mas sua pouca intimidade com a pista molhado foi mostrada novamente quando tomou quase 1s de Alonso. Porém, outros pilotos bons de chuva como Button ficaram pelo Q2, enquanto Pérez foi o único a se acidentar no final do Q2, enquanto Kovalainen nem foi ao Q3 e o piloto mais puto do paddock, Davide Valsecchi, deve estar rindo por dentro.

E a previsão é de mais chuva para amanhã. Para deleite para os que esperam uma corrida confusa como a de dez anos atrás, quando um dilúvio transformou a edição de 2003 do GP Brasil como uma das corridas mais doidas da história da F1. O problema é que Vettel parece tão forte na chuva como no seco.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Engarrafamento

Em Macau, a tradicionalíssima pista na antiga colônia portuguesa, além da corrida de F3 que revelou ao mundo grandes vencedores, também há uma tradicional corrida de turismo. Nesse domingo, um grave engavetamento marcou uma das baterias da prova, também etapa do WTCC.

Explosão!

Além do sexto título de Jimmie Johnson, a prova em Homestead foi marcada pelo esquisito incidente com Paul Menard, quando seu pneu, que vinha pegando fogo, explodiu, assustando todo mundo. E foi de assustar mesmo!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Não torcemos juntos

No ano em que esse humilde blog foi ao ar em 2007, o canal Speed entrou na programação da Sky tendo prato principal a Nascar. Já tive relação de amor e ódio com a categoria, mas hoje posso dizer que curto bastante a Stock americana. Minhas tardes de domingo eram na sua maioria preenchidas pela Nascar, mas do ano passado para cá, o canal Speed deu lugar ao Fox Sports (e sua vinheta 'Torcemos Juntos') e ao mesmo tempo em que variou o cardápio, praticamente extirpou a Nascar de sua programação dominical. Ao invés de passar as corridas ao vivo, a Fox preferia passar reprises de jogos que haviam acabado de terminar no canal aberto ou jogos do insosso campeonato argentino. Para quem queria ver a Nascar, teria que esperar dar meia-noite (ou mais...) e assistir provas que duram de três a quatro horas. Para quem trabalha na segunda-feira, era o paraíso...

E o pior foi que a Fox resolveu colocar essa programação justamente no momento decisivo da Nascar, o famigerado Play-Off. Voltando no tempo no quesito Campeonato Brasileiro de futebol, seria o mesmo que um canal passar toda a fase classificatória, mas deixar de transmitir os jogos decisivos de mata-mata. As nove corridas decisivas (a última prova, em Homestead, só passou ao vivo por que, por coincidência, não havia campeonato europeu neste final de semana) da Nascar foram assistidas apenas para quem não tinha nenhum compromisso na segunda pela manhã e não vimos outra demonstração desse gênio chamado Jimmie Johnson. Comparar Johnson a lendas como Loeb, Schumacher e Rossi pode parecer heresia num primeiro momento, mas o dono do carro número 48 venceu seis títulos em doze temporadas completas e já é o sexto maior vencedor da história da Sprint Cup (e outras variáveis de patrocinadores...). Levando-se em conta que a Nascar é uma categoria em que os pilotos chegam a ficar vinte anos ou mais correndo de forma razoável, o futuro de Johnson leva a crer que ele baterá todos os recordes da categoria e já no próximo ano Jimmie poderá se igualar aos setes campeonatos de Richard Petty e Dale Earnhardt, duas das maiores bandeiras da Nascar.

Mesmo com todas conquistas, Jimmie Johnson não tem o carisma de outros pilotos top da Nascar e dentro da categoria pilotos bem piores do que ele, como Dale Jr, tem bem mais popularidade. Se Dale Pai era conhecido como o Intimidador, Johnson usa como principal característica a regularidade e a eficácia, adjetivos não muito admirados pelos fãs da Nascar. Desde a introdução dos Play-Offs em 2004, Johnson passou a dominar a Sprint Cup, com seis títulos e três vices, usando essas características de pilotagem como seu principal aliado, juntamente com a equipe Hendrick, maior campeã da Nascar, além do chefe de mecânicos Chad Knaus.

E a Nascar viu a história passar pelos seus olhos, pelo menos para quem morava nos States ou tinha insônia no Brasil. Adoro futebol, mas o que a Fox Sports fez com a Nascar nos faz pensar em como a cobertura da Globo, mesmo com todos os seus defeitos, é boa com relação a F1. Se um dia a Globo não quiser mais a F1, poderemos ficar reféns a situações como essa, onde não vimos Jimmie Johnson fazer história.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Figura(EUA): Romain Grosjean

Quando retornou à Lotus no ano passado, Grosjean fez uma temporada de extremos, pois do mesmo jeito em que mostrou velocidade, o francês também se envolveu em tantos acidentes, particularmente na primeira volta, que acabou conhecido como o 'Maníaco da primeira volta', além de ter sido o primeiro piloto suspenso na F1 em mais de 18 anos. 2013 seria decisivo para Grosjean. Ou ele aliava a sua velocidade a mais consciência, ou estava fora da Lotus ou até mesmo da F1. Pois Romain entendeu bem isso. Numa temporada de ascensão e de nenhum grande acidente registrado, Grosjean chegou ao ápice em Austin, onde levou seu Lotus a se meter entre os dois poderosos Red Bull. Se não teve chance contra o dominador Sebastian Vettel, Grosjean começou a derrotar Webber na largada apesar de que, largar melhor do que Webber não é uma missão tão impossível assim. Com a segunda posição na mão, Grosjean imprimiu um ritmo sólido e quando foi pressionado por Webber nas voltas finais, o francês resistiu sem grandes sustos e mostrando como hoje encara a pressão, marcou a melhor volta até o momento (sendo superado por Vettel mais tarde, algo até mesmo esperado), chegando a abrir com relação ao australiano da Red Bull. Com o segundo lugar em Austin, Grosjean demonstra que pode liderar a equipe em 2014 com a saída de Raikkonen e que, finalmente, sua velocidade ganhou consistência e juízo! 

Figurão(EUA): Felipe Massa

Quando foi anunciado sua demissão pela Ferrari, muitos comentaristas na TV (Leia-se Globo e SporTV) disseram que a Ferrari estaria cometendo um grande erro em tirar Felipe Massa da equipe. Falaram na experiência, na velocidade e do espírito de equipe do brasileiro. Porém, desses três itens, o do meio não falava totalmente a verdade. Desde a molada em Hungaroring/09, Felipe nunca mais foi o mesmo e negar isso seria tão infundado quanto dizer que a Ferrari errou em demiti-lo. Em Austin, vimos isso elevado às alturas com uma atuação bisonha de Massa. Desde os treinos livres Felipe não conseguiu acertar sua Ferrari, sendo atrapalhado com o péssimo carro atual da equipe italiana, porém, Alonso logo conseguiu um rumo e como fez nos últimos tempos, andou mais do que o carro, largando em sexto e recebendo a bandeirada em quinto. Não apenas mais lento do que Alonso, Massa ficou anos-luz atrás do espanhol, onde tomou mais de 1s na classificação e outros 50s na corrida. Claro que a atuação de Massa não foi o normal dele, mas nos Estados Unidos o brasileiro nunca andou no mesmo ritmo de Alonso e fez uma atuação abaixo da crítica. A pergunta sobre a demissão de Massa não sobre o porquê dele ter saído. Mas como o brasileiro ainda conseguiu passar tanto tempo na Ferrari andando tão mal nos últimos três anos.

domingo, 17 de novembro de 2013

Oitava

O que dá para dizer deste chato Grande Prêmio dos Estados Unidos? Pois Sebastian Vettel não tem do que reclamar. Hoje ele bateu outro recorde, conseguindo oito vitórias consecutivas e se isolando como o piloto que mais venceu consecutivamente na história da F1. Ah, mas Ascari venceu nove consecutivas, já que nas 500 Milhas de Indianápolis, que fazia parte do calendário da F1 nos primórdios da categoria, o italiano não correu e Alberto venceu todas no qual ele fez parte. Bom, se for o caso, Vettel deverá igualar também este 'recorde' no próximo final de semana, pois o piloto da Red Bull está simplesmente imparável neste segundo semestre de 2013.

A corrida em Austin foi a pior do ano, onde quase nada aconteceu. Vettel largou bem e disparou, não se importando com o safety-car logo na primeira volta. O alemão não foi importunado em nenhum momento. Foi outro sunday drive! Mais atrás, Romain Grosjean mostrava ser o grande nome desta parte final do campeonato, afora Vettel. O francês largou bem e deixou Webber para trás. Sem a mínima condição de ameaçar Vettel, Grosjean passou a ser pressionado pelo australiano nas últimas voltas. Vettel mostrava lá na frente a qualidade superior do carro da Red Bull, mas Webber não soube capitalizar isso com uma pilotagem magnífica de Grosjean, que chegou a fazer a volta mais rápida da prova no momento em que era mais pressionado. Com a saída de Raikkonen da Lotus, seja pela operação, seja pelo calote que levou da equipe, Romain Grosjean vem mostrando uma evolução exponencial e mostra a Eric Boullier e os demais chefes da Lotus que tem condições de exercer o papel de líder da equipe para 2014, ano de transição e bem difícil para a Lotus, pois o tal acordo com os árabes não sai, causando indefinição entre os engenheiros, com vários tendo indo embora, e até mesmo quem correrá com Grosjean, pois o errático Maldonado ainda tem a grana da PDVA para acenar a Lotus, mesmo mostrando uma péssima pilotagem pela Williams. Hoje, foi um exemplo cabal!

Enquanto isso, Mark Webber deverá se conformar que somente um problema com Vettel o deixará vencer em sua corrida de despedida, algo que aconteceu dois anos atrás, quando o australiano chegou a Interlagos sem vitórias e Vettel teve um providencial problema de câmbio que permitiu Mark vencer pela primeira em 2011, outro ano em que a Red Bull fez gato e sapato com a concorrência. E o que é mais incrível é que em doze anos na F1, Webber não aprendeu a largar bem... A Mercedes teve outra corrida discreta, onde nem foi a melhor do resto, o objetivo do time hoje em dia. Hamilton largou bem, mas não resistiu a Webber e foi ultrapassado por fora. Com problemas de desgaste nos pneus, o inglês passou a corrida reclamando do carro e tendo que segurar Hulkenberg primeiro e Alonso, no final. Com a corrida comprometida pela má classificação, ao menos Rosberg pontuou para minimizar um final de semana mais ou menos da equipe e ruim para Nico, explicitando mais uma vez sua inconsistência. O destino de Hulkenberg ainda é incerto, mas o alemão merece um lugar numa equipe grande. Nico faz a diferença e seu sexto lugar mostra bem o quão bem o alemão está guiando, dando um calor danado em Alonso nas voltas finais, enquanto Esteban Gutierrez se envolveu num entrevero com Jean-Eric Vergne na última volta que deverá ser fatalmente investigado pelos comissários.

Se Alonso fez a diferença novamente andando mais do que sua péssima Ferrari, Felipe Massa fez uma corrida para esquecer. Se o brasileiro previa uma corrida trágica no sábado, ela se materializou na forma de ter sido um dos poucos pilotos a fazer duas paradas. Os ufanistas de plantão reclamam da demissão de Massa, dizendo que a Ferrari fez besteira em dispensa-lo, quando na verdade, Felipe deveria ter dado Graças a Deus ter ficado tanto tempo na equipe fazendo corridas ridículas, mesmo que a de hoje ter sido bem pior do que as péssimas prestações dadas pelo brasileiro de 2011 para cá. Demitido da McLaren, Sergio Pérez conseguiu um bom sétimo lugar praticamente em casa. Ainda acho o mexicano muito rápido, mas sua imaturidade fora das pistas fez com que fosse dispensado por duas equipes grandes (Ferrari e McLaren) em dois anos. Se Sergio se tocar e fazer uma reciclagem, principalmente na sua abordagem com engenheiros e mecânicos, ele poderá ainda fazer muito barulho na F1, principalmente com o aporte financeiro que tem por trás. Valtteri Bottas marcou seus primeiros pontos na F1 com a Williams e ao lado de Vettel e Grosjean, foi um dos principais nomes deste fim de semana em Austin. O finlandês tem mais pontos do que o experiente Maldonado e vem demonstrando que se Massa não se mexer, poderá ter sua carreira enterrada por Bottas.

Com o futebol da tarde dominando na Globo, a corrida passou pelo SporTV e em vários momentos senti falta dos globais, mas o ufanismo era praticamente igual. Os pontos de Bottas significava, para os comentaristas, que a Williams estava crescendo e melhoraria em 2014. Bom, vide o péssimo desempenho dos meninos de Frank em 2013, isso não seria um feito muito grande em 2014, mas somente o fato de Massa ir para lá fez com que a Williams se tornasse, para as Organizações Globo, a equipe mais promissora da F1 em 2014, inclusive com Pat Symons, um dos que aprontaram o Crashgate em 2008 com Nelsinho Piquet, um engenheiro capaz de levantar equipe. Devagar com o andor. A Williams passa por uma crise técnica-financeira de muitos anos e essa mudança radical poderá significar o aumento desta crise, já que essas mudanças de regulamento beneficiam os times com mais dinheiro, o que não é o caso da Williams. E Massa também está em crise técnica há anos... A Force India protagonizou o único abandono do dia com Adrian Sutil, quando o alemão foi atropelado por Maldonado, em péssima jornada nesse fim de semana, sendo que ele mesmo está se sabotando, não a Williams, como o venezuelano sugeriu. Estava curioso nas imagens pós-corrida se Gutierrez fosse partir para cima de Vergne, mas até o momento isso não aconteceu, mas o francês deverá ser punido, enquanto Davide Valsecchi deve estar rindo a toa com a péssima corrida de Kovalainen, bem longe dos pontos que a Lotus pretendia marcar com um piloto experiente.

E a F1 vai terminando o ano com os pilotos em ritmo de jingle bell. Até mesmo Vettel deverá entrar nessa toada, pois o recorde histórico que ele tinha para bater, ele já o fez. Porém, se vencer em Interlagos, Sebastian chegará a 39 vitórias, encostando em Senna no ranking histórico da F1. Não me surpreenderia se o alemão passasse a ser chamado de Dick Vigarista ou que só está vencendo por não ter concorrência ou até mesmo por seu carro ser bem superior aos demais. Quando Schumacher passava algum número de Senna, a desculpa era essa...