Quem poderia imaginar um pódio com Takuma Sato, Graham Rahal e Justin Wilson no tradicional Grande Prêmio Toyota de Long Beach? Pois foi isso o que aconteceu neste final de tarde no charmoso circuito de rua californiano e quebrou vários tabus de uma vez só. Primeiro, Sato se tornou o primeiro japonês a vencer uma corrida na Indy. Para os mais antigos, a Indy conecta muito os pilotos japoneses a Hiro Matsushita, uma espécie de Satoru Nakajima piorado, e ver Sato vencendo hoje não deixa de ser uma evolução e até mesmo quebra de paradigma. Depois, o próprio Sato venceu pela primeira vez uma corrida desde 2001, quando faturou a F3 Inglesa e adquiriu o passaporte para a F1 no ano seguinte. E finalmente a tradicionalíssima equipe Foyt venceu pela primeira vez desde 2002 e, acho eu, triunfou pela primeira vez num circuito misto. Por isso mesmo, a prova de hoje foi histórica.
Mesmo a corrida de hoje tendo sido muito acidentada, Takuma Sato teve todos os méritos da vitória hoje. Largando em quarto, o japonês se livrou dos vários incidentes da apertada primeira curva e ultrapassou Will Power, Ryan Hunter-Reay e o pole Dario Franchitti para se tornar o piloto mais rápido da pista, não sendo mais ameaçado de conseguir sua primeira vitória, apesar das várias relargadas. Sato começou o ano muito bem na equipe Foyt, antes considerada um dinossauro pelos métodos antiquados de A.J. Foyt, mas que desde a entrada do seu filho Larry no comando da equipe, a Foyt só evoluiu e juntando com a experiência de Sato, além do apoio da Honda, desembocou na grande vitória de hoje. O time não errou e seu piloto também não. Sato é muito conhecido por suas trapalhadas e acidentes bizarros, mas também é muito veloz e demonstrou isso com uma atuação sóbria e sem erros, diferente de suas características. Takuma dominou e mostrou que o mito talvez não seja Kobayashi...
Os outros dois componentes do pódio dependeram de estratégias e oportunidades surgidas durante a corrida para escalar o pelotão, tanto que Wilson largou em 24º para chegar em 3º. E alternativas não faltaram em Long Beach. Por se tratar de um apertado circuito de rua, mas com uma enorme reta dos boxes, não faltaram acidentes na primeira curva, incluindo gente como Jamie Hichcliffe, que após a vitória na primeira etapa não rendeu mais o esperado, Sebastien Bourdais e Tony Kanaan. Franchitti, que conseguiu sua 30º pole em sua 250º corrida na Indy, conseguiu um apagado quarto lugar, sendo o melhor das equipes ditas grandes. O atual campeão Hunter-Reay abandonou pela segunda vez em quatro corridas após bater no muro, Scott Dixon foi abalroado ainda na primeira volta, enquanto Will Power segue em má fase e após um incidente nos boxes, caiu para o pelotão intermediário. Mas o principal indicativo o quão mal está Power foi não ter conseguido ultrapassar Beatriz Figueiredo nas últimas voltas. Não ter ultrapassado o pior piloto do grid mostra que a fase está braba para o australiano!
Mesmo tendo sido vítima de um incidente no começo da prova, quem melhor se aproveitou dos incidentes em Long Beach foi mesmo Helio Castroneves que, com seu décimo lugar, manteve-se na liderança do campeonato. Porém, a corrida de hoje foi a prova de que o equilíbrio segue forte na Indy e zebras aos montes podem passear pela pista.
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