Neste final de semana terá início a 65º temporada da história do Mundial de Motovelocidade, com quatro pilotos comandando a categoria principal, a MotoGP. Se isso não parece incomum nos últimos anos, houve, sim, uma mudança. Sai o irascível Casey Stoner, entrando em seu lugar o jovem e promissor Marc Márquez. Se antes havia o fator Ducati, com a queda de desempenho da marca italiana, apenas Honda e Yamaha com suas respectivas equipes de fábrica equipando Daniel Pedrosa, Jorge Lorenzo e Valentino Rossi brigarão esse ano pelo título.
Lorenzo e Pedrosa já foram inimigos declarados e fidagais, mas o tempo fez com que a esperada maturidade chegasse e os dois espanhóis até flerta uma amizade entre eles, porém, eles são os maiores favoritos para 2013, continuando a emocionante rivalidade do ano passado. Lorenzo, bicampeão, já é um piloto completo e confiável, dele podendo esperar o melhor de si e do equipamento. O mesmo não se via em Dani Pedrosa e suas constantes lesões que sempre o deixava de fora de treinos e corridas. O espanhol, toda vida apoiado pela Honda, chegou a ser superior a Lorenzo nas categorias de base, mas Pedrosa foi amplamente superado pela auto-confiança de Lorenzo na categoria principal. Porém, no ano passado, Pedrosa fez um segundo semestre estupendo, chegando a assustar Lorenzo na reta final do campeonato, quando a Yamaha não parecia fazer frente a Honda, enquanto Pedrosa parecia evoluir em meses o que não havia evoluído em anos!
O campeonato foi bipolarizado por Lorenzo e Pedrosa, com o piloto da Yamaha levando vantagem pelo campeonato mais linear do que o de Pedrosa, que viveu à sombra de Stoner no início do ano, mas quando o australiano se acidentou e decidiu-se aposentar, o espanhol correu como nunca na vida. Agora Pedrosa poderá iniciar 2013 com a mesma fase do final de 2012 e o resultados nos testes de pré-temporada mostraram isso nitidamente. Lorenzo se mostrou um piloto extremamente cerebral em 2012 e não tentou um algo mais que poderia ser arriscado quando era nítido a vantagem técnica da Honda frente sua Yamaha. Lorenzo é mais completo e tem muita garra e coração, enquanto Pedrosa ainda tem que se provar para garantir seu primeiro título (quarto, se contar as categorias menores) da MotoGP.
Os outros dois integrantes das equipes oficiais de Honda e Yamaha são duas incógnitas por motivos bem extremos. Todos conhecem o talento e a velocidade de Valentino Rossi e Marc Márquez, mas um tem anos demais e outro, de menos. Os dois anos ruins de Rossi na Ducati não diminuiu sua velocidade, como mostrado nos testes, mas o nível de Pedrosa e Lorenzo parece mais alto do que o mítico italiano neste momento. Será difícil Rossi lidar com os espanhóis e mesmo com o ambiente dentro da Yamaha, totalmente voltado para Lorenzo, exatamente o contrário de quando Rossi e Lorenzo dividiram pela primeira vez a Yamaha. Márquez é um dos pilotos mais promissores que já apareceram nos últimos anos. Se os números de Rossi quando chegou a então 500cc eram assombrosos, os de Márquez são ainda melhores. O espanhol sempre teve apoio maciço de seu país e já chegou na MotoGP por uma Repsol Honda, equipe oficial, tendo a Dorna tendo mudado seu estatuto para isso. Tudo para ver Márquez numa moto competitiva logo de cara, que ele mostrasse seu talento e incomodasse as estrelas da MotoGP. Se Rossi ou Márquez vencerem este campeonato, com certeza será uma grande história em 2013!
Os demais pilotos serão meros coadjuvantes, esperando um pódio ocasional em caso de problemas com os pilotos de fábrica de Honda ou Yamaha. A Ducati continua com uma moto indirigível, mesmo com o talento de Andrea Doviziozo. A Monster Yamaha mantém Carl Cruthlow como um piloto capaz de andar entre os grandes quando possível, mesmo que de forma não muito usual. As CRTs permanecerão se arrastando no fim do pelotão, levando volta dos quatro grandes pilotos que deverão dominar a MotoGP em 2013.
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