Marc Márquez e Valentino Rossi. Cada um tinha sua dificuldade hoje, mas deram um show na primeira corrida da MotoGP em 2014. Segundo o próprio Márquez, uma semana atrás ele ainda nem conseguia andar por causa de uma perna quebrada. A Yamaha de Rossi teve problemas com os novos pneus para essa temporada e com o novo tanque de combustível reduzido. Usando seu talento impressionante, Márquez ainda conseguiu a pole, enquanto todos cravaram que Rossi está mesmo cada vez mais longe dos líderes, ao ficar em décimo no grid.
A MotoGP/2014 e seus três regulamentos num campeonato só mostrou-se bastante equilibrada e com vários pilotos que até o ano passado eram bastante coadjuvantes querendo ser protagonistas. Porém, na largada um dos protagonistas entrou em cena para um show rápido. Jorge Lorenzo, piloto que mais reclamou dos novos pneus da Bridgestone, fez uma largada relâmpago e pulou de quinto para primeiro ainda na primeira curva... para cair algumas curvas depois, chegando a machucar o seu cotovelo esquerdo, além de destruir sua Yamaha de fábrica. Teoricamente isso abria o caminho para Márquez, mesmo o espanhol tendo largando mal, mas quem liderava era Stefan Bradl, na Honda satélite, enquanto Marc sofria com as dores em sua perna fraturada e errava mais do que o normal. Enquanto isso acontecia, Rossi devolvia os sorrisos para a Yamaha oficial numa emocionante corrida de recuperação que o colocou na rabeta de Bradley Smith, numa Yamaha satélite, em terceiro. Ao deixar o inglês para trás e ver Bradl cair, Rossi se viu numa briga emocionante com Márquez pela primeira posição.
Mesmo com Pedrosa e Bautista por perto, as atenções ficaram todas na briga entre o velho e o novo. Rossi x Márquez. Dois extraterrenos brigando pela ponta da corrida e do campeonato. Duas gerações distintas disputando as mesmas curvas. O espanhol da Honda não tinha a confiança necessária e estava sem ritmo de corrida, mas sua moto era claramente melhor do que a Yamaha de Rossi, que cobria a desvantagem com raça e uma pilotagem usando só coração, mas também preocupado com o consumo de combustível de sua Yamaha. Como nos velhos e áureos tempos, Rossi tentou a ultrapassagem definitiva nas voltas derradeiras, mas Márquez imediatamente respondia e levou a bandeirada em primeiro, algo que o próprio piloto da Honda duvidava. Rossi foi um feliz segundo, enquanto Pedrosa só foi terceiro pela queda na penúltima volta de Bautista, que vinha fazendo uma ótima prova. Já começo a considerar Pedrosa o Felipe Massa da Repsol Honda, pois mesmo com seguidos fracassos, a montadora nipônica continua cedendo sua cobiçada vaga para Pedrosa.
Com muitas quedas, pilotos como Aleix Espargaró e sua Yamaha da categoria Open ficou em quarto, mas pelo o que vinha andando, até que o resultado do espanhol não surpreende. Correndo numa categoria híbrida, a Ducati colocou seus dois pilotos nas posições à seguir, apesar de que Cal Cruthlow aparentemente ficou sem gasolina na reta final, mesmo com o péssimo narrador do SporTV ter derrubado o inglês ainda na primeira volta.
Mesmo com todos os seus problemas, Márquez lidera o campeonato seguido por Rossi, enquanto Lorenzo terá que remar para conseguir se igualar ao seu compatriota na luta pelo título. Pedrosa, cada vez mais introspectivo e até mesmo conformado, terá sorte se permanecer na Honda oficial depois de mais uma temporada obscurecido, mesmo que lutar com um piloto como Marc Márquez seja uma tarefa enorme para qualquer um.
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