quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A volta dos que não foram

O 'Crashgate' de 2008 causou um estrago enorme na credibilidade da Renault e como resultado, a montadora francesa saiu de cena como equipe própria em 2011. Já nessa época, a Red Bull começava sua era de domínio e seus chefes sempre diziam que as vitórias provinham do trabalho da própria Red Bull. E a Renault ficava como coadjuvante de luxo. Bastou uma mudança de regulamento para que a Renault ficasse para trás e a Red Bull achar um único culpado para as suas derrotas: a sua parceira Renault.

Se nos bons tempos os franceses ficaram à sombra, nos maus tempos da Red Bull a Renault se tornou vilã. Lógico que não ia dar certo. A Renault começou a procurar uma nova estratégia, incluindo uma nova saída da F1, mas Carlos Gosh preferiu recomprar sua antiga equipe, até ontem chamada de Lotus, e a Renault estará de volta à F1 como equipe própria em 2016, em anúncio feito hoje.

Será uma longa jornada para os franceses retornarem aos bons tempos de vitórias e títulos, mesmo contando com uma ótima e conhecida estrutura na Inglaterra. O motor Renault é hoje o terceiro melhor da F1 e ainda muito longe de Mercedes e Ferrari. A crise financeira da Lotus fez com que ótimos engenheiros e técnicos saíssem da equipe, enfraquecendo bastante a ótima formação de dez anos atrás, quando foram campeões com Alonso e Briatore. E por último, com toda a negociação arrastada entre Renault e os homens da Lotus ao longo de 2015, Romain Grosjean saiu da equipe e hoje a Lotus conta com o desastrado Pastor Maldonado e o novato sem-sal Jolyon Palmer. 

Levará tempo até a Renault voltar ao topo, mas com dinheiro em caixa, poderá desenvolver seus motores sem atropelos, haverá chances de atrair pilotos e engenheiros de ponta num futuro próximo. Além do que, não terá pentelhos enchendo o saco como Helmut Marko e Christian Horner, com sua estratégia 'Nós ganhamos, eles perdem', que quase deixou a Red Bull a pé para 2016.

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