Quando a Mercedes formou sua própria equipe em 2010, a McLaren percebeu a enrascada que estava. Na F1 atual, uma equipe estar associada à uma montadora é questão de sobrevivência, se o time em questão quiser brigar por vitórias e títulos. E brigar por vitórias e títulos sempre foi a marca da McLaren. Com os novos motores híbridos, a Honda novamente se interessou na F1 e um casamento com a McLaren relembraria momentos gloriosos dessas duas marcas míticas da F1. Foi um ano inteiro de preparação até a estreia na pré-temporada, ainda no final de 2014 em Abu Dhabi. E os sinais já não eram bons naqueles dias, quando o carro mal saiu dos luxuosos boxes do Oriente Médio. Ainda há tempo, pensaram muitos. Veio a pré-temporada e nada do motor Honda funcionar. A McLaren construiu um carro com traseira compacta e tinha nos seus cockpits dois campeões do mundo, com Ron Dennis tendo que engolir à seco Fernando Alonso, que saiu atirando para todo lado no final de 2007. E Alonso foi protagonista do momento mais esquisito da pré-temporada quando sofreu um acidente que ninguém nunca viu em Barcelona, mas que deixou o espanhol de molho por uma corrida. Porém, a falta de informações por parte da McLaren levantou vários boatos, incluindo de que Alonso pensou estar em 1995. Veio a primeira corrida na Austrália, sem Alonso, e logo se percebeu que o buraco seria muito, mas muito embaixo mesmo. O motor Honda, particularmente os motores de recuperação de energia, não funcionavam, sem contar a baixíssima confiabilidade, que fez Kevin Magnussen estourar o seu motor quando o danês ia para o grid. Numa corrida cheia de abandonos, Button quase pontua, mas o 11º lugar do inglês significou a última posição, duas voltas atrás dos antigos parceiros da Mercedes. Essa foi a primeira corrida, mas resume toda a temporada da McLaren em 2015, cheia de frustrações, quebras e algumas polêmicas. Quando a cota de motores por temporada acabou ainda antes da metade da temporada, começaram o pesadelo das punições à Button e Alonso. Parecia que os dois campeões mundiais, onde ninguém poderia colocar um porém em suas carreiras, iriam largar junto com a GP2, tamanha a quantidade de punições de posições de grid que recebiam por troca de motor. No total, foram mais de 230 posições 'perdidas'. E falando em GP2, em pleno quintal da Honda, Alonso falou que estava com um motor de GP2, tamanha era a frustração do espanhol. Contra todos os prognósticos, a McLaren ainda conseguiu pontuar com seus dois pilotos em algumas provas, com Button à frente de Alonso no campeonato, algo inédito na carreira do espanhol. Lá na frente, a McLaren-Honda pode olhar para 2015 como um ano duro e de muito aprendizado, mas o que vimos nessa temporada é muito pouco para uma equipe acostumada a vitórias e títulos.
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