O que mais se viu nesses últimos meses no que diz respeito à F1 é que a categoria está acabando, não tem mais interesse e que o bom era no passado. Realmente a temporada 2015 não será lembrada como a melhor dos últimos tempos, principalmente se formos comparar com o recente campeonato de 2012, que teve vários pilotos diferentes vencendo e uma corrida histórica em Interlagos que deu o título à Sebastian Vettel. Assim como no ano passado, a Mercedes dominou como quis, mas o diferencial foi a falta de brilho de Nico Rosberg nos primeiros dois terços iniciais do campeonato, abrindo alas para Lewis Hamilton conquistar o seu terceiro título e se igualar à Ayrton Senna, verdadeiro guru para o inglês. Foram dez vitórias para Hamilton, com Nico Rosberg vencendo outras seis provas, sendo três de forma consecutiva nas três corridas finais, quando Hamilton estava mais animado com as festas do que com as corridas que faltavam. Sebastian Vettel, afinadíssimo na Ferrari, conquistou as outras três vitórias de 2015, repetindo o que aconteceu em 2014, quando apenas três pilotos, não por coincidência os três primeiros do campeonato, venceram corridas na temporada. Como todos os anos, houvem corridas boas e ruins, porém a maioria foi bem ruim, como as duas corridas latino americanas no México e no Brasil.
A temporada começou em Melbourne mostrando o que seria o tom de 2015. Polêmicas fora da pista e pouca ação dentro dela. Num acidente estranho e nunca explicado totalmente, Fernando Alonso adiou sua reestreia na McLaren, dando lugar ao antigo titular Kevin Magnussen. Numa confusão absurda por falta de dinheiro, a Sauber assinou com mais pilotos do que seus dois cockpits e Giedo van der Garde chegou em Melbourne para correr, causando um rebuliço jurídico que quase tirou a equipe suíça da corrida de abertura da temporada. No fim, o holandês, queimado na F1, não correu, mas uma série de problemas e incidentes (Bottas se machucou durante a classificação), fez com que apenas quinze carros largassem e somente onze terminaram uma corrida chata, onde a Mercedes conquistou sua primeira dobradinha com sobras sobre os demais. Num entrevista que dei a um jornal local, disse que a disputa entre Hamilton e Rosberg poderia ser histórica, lembrando até outras rivalidades históricas dentro de uma mesma equipe, como Senna/Prost e Piquet/Mansell. Errei redondamente. Nico Rosberg é claramente menos talentoso do que Hamilton, mas como conhece o inglês desde a tenra idade, Nico sempre maximizou os seus pontos fortes e atacou os pontos fracos de Hamilton. Foi assim que Rosberg quase foi campeão em 2014. No fundo, o alemão sabia que ano passado tinha sido sua grande chance, mas parece que a perda do título em 2014 afetou Rosberg a ponto do alemão ter feito algumas corridas irreconhecíveis no começo desse ano, perdendo a sua vantagem na classificação para o seu companheiro de equipe e estendendo o tapete para Hamilton vencer corrida em cima de corrida, ganhando espaço entre os grandes da história da F1. Lewis Hamilton começou a na F1 como um prodígio com potencial de grande campeão, mas a cabeça frágil do inglês fez com que Lewis vacilasse em vários momentos, principalmente após o seu primeiro título, em 2008. Com o espírito mais leve e com menos pressão, Hamilton correu mais solto em 2015 e ainda aproveitou para curtir a vida adoidado, lembrando vagamento James Hunt. O título de Hamilton foi incontestável e foi conquistado com três provas de antecedência, com uma vitória em Austin, na melhor corrida do ano, por causa da chuva que afetou todo o final de semana texano. Com as várias vitórias de 2015, Hamilton já é o terceiro do ranking histórico nesse item da F1, ultrapassando Senna e deixando Vettel para trás por apenas uma vitória. Hamilton já é um dos grandes da história? Na minha opinião, sim. Ainda falta uma luta mais direta com outro campeão mundial ou um piloto tão histórico quanto ele, como Vettel? Sim. Hamilton já teve uma luta muito forte com Alonso e o venceu logo em sua primeira temporada na F1 e ao longo dos anos Lewis se mostrou um piloto talentoso. Mesmo Rosberg conseguindo o vice-campeonato com um ótimo final de ano, com direito a três vitórias seguidas e seis poles consecutivas, todos querem ver uma disputa entre Hamilton e Vettel, os maiores pilotos dessa geração.
Para conseguir isso, Vettel espera que a Ferrari mantenha sua curva ascendente. Após um ano ruim em 2014, a Ferrari mudou muita coisa. Como se diz no futebol, do goleiro ao ponta esquerda. Um desmotivado Alonso deu lugar a Vettel, que sempre sonhou em substituir Schumacher no coração dos tifosi e numa temporada de redenção, o alemão conseguiu isso um pouco. Após uma temporada pouco inspirada na Red Bull, onde foi superado por Daniel Ricciardo, Vettel chegou à Ferrari com um pouco de desconfiança, mas já sendo a ponta da espada da recuperação ferrarista, tendo como artífice o novo chefe, Maurizio Arrivabene. Logo na segunda corrida do ano a Ferrari chocou o mundo da F1 com Vettel conquistando uma vitória na Malásia, derrotando os dois carros da Mercedes na pista. Porém, o alemão aproveitou uma estratégia diferente, a pista sempre escaldante da Malásia e o pouco apetite da Ferrari por pneus. Foi uma situação bem atípica, mas Vettel dava início a uma temporada que provou todo o seu talento, mesmo não tendo o melhor carro da F1. Muitos diminuem os feitos de Vettel por ter conquistado seus quatro títulos com um carro superior aos demais. Um exemplo aqui no Brasil é o corneteiro Eduardo 'Anta' de Mello, no Bandsports. Porém, Vettel fez uma temporada extremamente forte e consistente, chegando a tirar o segundo lugar de Rosberg no meio do campeonato e vide a diferença entre os carros da Mercedes e da Ferrari, era um feito e tanto. Nico se recuperou no fim, mas Vettel ficou em terceiro lugar com uma pilotagem segura e mais duas vitórias em 2015, incluindo o incontestável triunfo em Cingapura. Em outra corrida específica, a Mercedes não conseguiu um bom acerto e ficou longe da luta pela vitória. Quem se aproveitou disso? Vettel, numa vitória de ponta a ponta, como nos bons tempos da Red Bull. Um dos poucos sobreviventes da barca ferrarista no final de 2014, Raikkonen quase saiu no final desse ano. Se levou uma sova de Alonso no ano passado, nesse ano Kimi não conseguiu acompanhar o ritmo de Vettel e ficou sempre devendo frente ao companheiro de equipe. Raikkonen ainda teve alguns brilharecos, como o segundo lugar no Bahrein, mas muito pouco para um campeão mundial. Apesar de ter sido muito criticado e seu lugar na Ferrari ter sido muito especulado (falava-se muito em Bottas e Ricciardo), Raikkonen ficará outro ano na Ferrari, muito pela amizade com Vettel e pelo anti-marketing dele. Leve como um elefante numa loja de cristais, Raikkonen vem se notabilizando pelas frases nada sutis com seus engenheiros durante as corridas, fazendo-o um dos pilotos mais populares da F1, mesmo não sendo nada simpático.
A Williams acabou 2014 falando em vitórias em 2015. Quiçá, um título num futuro à médio prazo. O que a Williams tem que entender é que, sendo uma equipe cliente, ela nunca será uma equipe campeã. E com os erros operacionais que comete, dificilmente a Williams voltará a conseguir vitórias. A Williams usou muito bem o motor Mercedes, o melhor da F1 atualmente, mas com o crescimento da Ferrari, Bottas e Massa não puderam fazer mais do que repetir o terceiro lugar no Mundial de Construtores, com apenas quatro pódios, com dois para cada piloto. Tido e visto como futuro campeão mundial, Bottas esteve especulado na Ferrari para substituir o seu desafeto Raikkonen, com quem teve alguns toques ao longo do ano, mas tendo Toto Wolff como empresário, o finlandês espera a sua vez na Mercedes, enquanto Massa foi menos irregular do que no ano passado, marcando pontos de forma mais distribuída durante a temporada, porém, o brasileiro se mostrou mais voraz com os pneus do que Bottas e novamente foi superado pelo companheiro de equipe. Algo comum nos últimos anos, mesmo que o lugar de Felipe na Williams nunca tenha sido colocado em questão e o brasileiro gozar de um bom ambiente na equipe. O que mais chamou a atenção da Williams foi novamente os erros estratégicos e os pit-stops erráticos. Parecia que a Williams sempre trazia seus pilotos na hora errada e quando o carro parava para trocar os pneus, a equipe era sempre uma das mais lentas, tornando notória a perda de posições de Bottas e Massa devido à essas trapalhadas. Em Silverstone, quando Massa e Bottas largaram muito bem e pontearam a corrida por várias voltas, erros estratégicos estragaram a corrida da Williams, que nem pro pódio foi por causa de outro problema crônico que a equipe traz desde 2014: a falta de ritmo na chuva. Além dos problemas em pistas travadas, como o fiasco da Williams em Mônaco.
Continuando sua fase descendente desde a adoção dos motores V6 turbo, a Red Bull caiu de segundo para quarto no Mundial de Construtores, sem nenhuma vitória e três pódios. Após vencer três vezes ano passado, Ricciardo ficou pelo caminho da mediocridade da cúpula da Red Bull e foi superado pelo o seu companheiro de equipe, o bom russo Daniil Kvyat. A Red Bull vive o caso da empresa mal gerida que coloca a culpa nos outros para explicar seu fracasso. Quando foi tetracampeã, a Red Bull sempre negou algum domínio na F1 e exaltou o seu trabalho forte. Quando começou a perder, Helmut Marko e Christian Horner acharam vários culpados pela saída da Red Bull do rol das favoritas. Primeiro, culpou o domínio da Mercedes, dizendo que nunca tinha acontecido em sua época. Quando os números mostram o contrário... Depois começou a atacar os novos motores V6 turbo e por fim, a antiga parceira Renault. Na sombra da Red Bull nos momentos de glória, a Renault entrou no olho do furacão nos momentos ruins e passou a ser a culpada pelo fracasso da Red Bull. E os resultados não negavam. Quando a pista era travada, como Hungaroring ou Cingapura, os carros da Red Bull chegaram ao pódio, no caso da Hungria, com seus dois pilotos. Em Monza, os carros com motores Renault ficaram nas duas últimas filas. Não restou outra alternativa para a Red Bull de procurar outro motor, mesmo tendo contrato com a Renault até o final de 2016. Mas quem, em sã consciência, cederia seus motores a uma equipe que, vencendo, o chassi que é o bom, e perdendo, a culpa é do motor? Mercedes, Ferrari e Honda não toparam. Também por medo de serem derrotadas pelo próprio motor. A Red Bull entrou num buraco em que quase a deixou de fora da F1, mas eis que se acertou com a... Renault! Porém, com o apoio da TAG Heuer, a Red Bull irá desenvolver o motor de forma independente, enquanto continua na expectativa de conseguir um outro motor ou até mesmo vender a equipe para a VW. Porém, a Red Bull sai de 2015 com a pecha de má perdedora...
Sérgio Pérez já foi uma sensação no começo dessa década, fracassou na McLaren, mas somente em 2015 conseguiu o que ele próprio define como sua melhor temporada, incluindo um pódio em Sochi e uma corrida redentora na sua casa, onde mais de 100 mil mexicanos vibraram em todas as voltas com o seu compatriota, mesmo Pérez ter terminado a corrida apenas em oitavo. Foi uma temporada incrível para Sérgio Pérez, que derrotou um piloto fortíssimo como Nico Hulkenberg. O alemão conseguiu mais destaque pelo o que fez fora da F1, quando venceu as 24 Horas de Le Mans com a Porsche numa bela exibição. Porém, a derrota para Pérez coloca uma interrogação nessa conquista. Mesmo sendo uma das poucas categorias do mundo que estão no seu auge, será mesmo a WEC no nível da F1? Pois um piloto do meio do pelotão da F1 foi a principal prova do WEC e venceu a corrida tendo feito apenas duas corridas no carro da Porsche... A Force India usou muito bem a força do motor Mercedes, que escondeu um pouco as dificuldades financeiras da equipe. O time hindu começou 2015 com uma versão pouco testada do seu carro e só ganhou um update no meio da temporada, dando a Pérez e Hulkenberg condições de brigar constantemente pelos pontos, culminando com o pódio de Pérez na Rússia. Mesmo tendo conquistado o quinto lugar no Mundial de Construtores, a Force India pode ser vendida para Aston Martin ainda nesse ano. Outra equipe que sofreu com a crise financeira em 2015 foi a Lotus. Vivendo a expectativa de ser vendida para a Renault, a Lotus viveu um verdadeiro calvário, onde não desenvolveu o seu carro e muitas vezes não pagou taxas para o autódromos, ficando quase fora das corridas e vendo seus funcionários, inclusive os pilotos, ficando ao léu. Porém, Romain Grosjean deu a volta por cima e conseguiu uma ótima temporada, incluindo um miraculoso pódio em Spa, lugar onde a Lotus teve seus equipamentos apreendidos devido a uma decisão judicial. Grosjean ainda sofre preconceito devido aos seus primeiros desastrosos anos na F1, mas o francês claramente evoluiu e facilmente é um dos melhores pilotos da F1, mas o francês não esperou muito pelo desfecho da compra da Renault e se mandou para o novo projeto da Hass. Um golpe para a Renault, que finalmente comprou a Lotus no começo dessa semana e terá um Pastor Maldonado na mão. Ao contrário de Romain Grosjean, a sensação que fica é que Maldonado involuiu, perdendo a sua velocidade e se metendo ainda em acidentes bestas. Dono de um patrocinador forte, Maldonado ficou com a Renault para 2016, mas já com mais de 30 anos, pouco se espera do venezuelano, que terá ao seu lado o jovem Jolyon Palmer, campeão da GP2 em 2014. Ou não. A Renault não irá entrar na F1 para apenas participar e ter Maldonado como líder da equipe não é nada promissor. Não seria surpresa ver Maldonado, com seus milhões de dólares bolivarianos, indo para o olho da rua no ano que vem.
A F1 começou 2015 de olho na dupla da Toro Rosso. Se Carlos Sainz fez toda a trajetória das categorias de base com sucesso e mesmo contando com apenas 20 anos já poderia ser considerado um piloto experiente, o que poderia se achar de Max Verstappen e seus 17 anos? O holandês sempre foi considerado um fenômeno desde o kart e fez uma estreia assombrosa na F3 Europeia, mesmo não ficando com o título. Não tendo nem carteira de motorista, muitos ficaram assustados com a pouca experiência de Max, ainda mais se lembrando de como seu pai Jos se queimou na F1 justamente por ter entrado na categoria cedo demais. O acidente com Grosjean em Mônaco reforçou a sensação de que Max entrou cedo demais na F1, mas enquanto a temporada se desenrolava, Verstappen mostrava não apenas uma maturidade impressionante, como também ser um excepcional talento. E os resultados não demoraram a vir, com dois quarto lugares em duas corridas difíceis (Hungria e EUA), sem contar as belas ultrapassagens efetuadas pelo holandês. Da desconfiança, surgiu o fascínio para com Max Verstappen, que se tornou uma das sensações da F1, com direito a um futuro belo patrocinado pela Red Bull. Carlos Sainz, filho da lenda espanhola do rally do mesmo nome, não teve uma temporada tão brilhante, mesmo que Sainz normalmente andasse no mesmo ritmo de Verstappen. Porém, o espanhol errou bastante, sofreu um seríssimo acidente em Sochi, que quase o tirou da corrida, e padeceu de vários problemas em seu carro. Foi um começo difícil para Sainz, mas seu companheiro de equipe mais novo, Verstappen, se destacou bem mais do que ele. Outro novato em 2015 foi Felipe Nasr, na cambaleante Sauber. E parecia que o brasileiro poderia se destacar. Logo em sua estreia na F1, num final de semana complicado pelos problemas extra-pista da Sauber, Nasr conseguiu um ótimo quinto lugar, segurando nas voltas finais Ricciardo. Foi uma estreia de sonho, mas a realidade bateu na porta nas provas seguintes. Sofrendo com problemas financeiros graves, a Sauber praticamente não desenvolveu o seu carro e o quinto lugar na Austrália foi ficando distante, com Nasr passando vários meses sem pontuar e até mesmo sendo superado pelo o seu companheiro de equipe Marcus Ericsson. Nasr brigou com seu engenheiro e o trocou, numa situação sempre chata na equipe e que pode refletir no relacionamento do brasileiro com os demais membros da equipe. Não se pode dizer que Nasr fez uma má temporada de estreia. Felipe superou seu experiente companheiro de equipe nos pontos, além de ter ficado na frente de Maldonado, que tinha um carro bem melhor do que o dele. Porém, a falta de desenvolvimento da Sauber fez com que Nasr aparecesse bem apenas na primeira corrida e como única esperança brasileira no futuro a curto prazo da F1, Nasr precisa de um pouco mais para se estabelecer na F1 por causa unicamente do seu talento, não como um pay-driver, algo que deixa Nasr irritado, mas os 30 milhões de dólares do Banco do Brasil não nega.
A parceira McLaren-Honda tinha sido de muito sucesso no final dos anos 80 e começo dos 90, mas com um motor tão complicado e numa equipe já longe dos seus melhores momentos, o que se viu foi uma temporada vergonhosa tanto para McLaren, como para a Honda e seus dois pilotos campeões do mundo. Ainda na pré-temporada se previa uma temporada sombria para a nova parceria, pois nem Button, nem Alonso, que sofreu um estranho acidente, fizeram uma quilometragem decente no inverno. As coisas não melhoraram no decorrer da temporada, com um motor extramente fraco e frágil. Era comum os carros negros da McLaren sendo ultrapassados na reta por qualquer carro, enquanto a Honda trocava de motor muito mais do que a média das outras montadoras, cultivando punições exóticas para Button e Alonso, como as 105 posições acumuladas na Hungria. 'Motor de GP2', bradou Alonso em Suzuka, casa da Honda. Semanas depois, o espanhol tomava sol em São Paulo após outro motor quebrado. Momentos depois, num momento zoeira total, Alonso e Button subiram ao pódio de Interlagos, para deleite de todos. Era uma forma de brincar com a terrível temporada da McLaren, que desde 2012 corre sem patrocinador principal e vai perdendo os apoiadores secundários, enquanto Ron Dennis arrota arrogância por aí. A dupla Button e Alonso permanece mais um ano, enquanto o terceiro piloto Magnussen foi demitido via e-mail na véspera do seu aniversário, dando lugar ao campeão da GP2 Stoffel Vandoorne, talvez a única boa notícia da McLaren em 2015. O fato da Manor ter participado dessa temporada já foi um trabalho hercúleo de uma equipe que praticamente tinha acabado no final de 2014, mas lembraremos da Manor nesse ano, quando seu melhor piloto, Jules Bianchi, foi anunciado morto após nove meses de coma. Foi o segundo piloto da Manor a falecer, após a morte de Maria de Villota em 2012. Um histórico sombrio para uma equipe nova e sem recursos, que sempre andou nas últimas posições na F1, mas com um sopro de esperança com o acordo com a Mercedes para 2016, que deverá impor o seu jovem piloto Pascal Werhleim.
Fora das pistas, a F1 teve mais um ano em que seus dirigente não se entenderam. Num erro estratégico monumental, por muito pouco a Red Bull quase abortou toda a sua operação na F1 por falta de motor. A Manor não largou em Melbourne por falta de conhecimento de um software do novo motor Ferrari. A Sauber passou por um papel ridículo na Austrália, por causa da incompetência de sua cúpula, que contratou mais pilotos do que tinha de cockpits. A Lotus passou perrengues de equipe amadora de F-Ford por falta de pagamentos na maior parte da segunda metade do ano. As corridas não ajudaram, fazendo com que muita gente mais lamentasse do que exaltasse a F1. A Globo deixou de passar os treinos classificatórios. Sites especializados, destaco aqui o Grande Prêmio, passou o ano falando mal da F1, caçando cliques, afinal, ninguém liga para F-E ou Stock Car. Falar mal da F1 dá Ibope!
Nessa semana, Bernie Ecclestone e Jean Todt deram um 'golpe' nas montadoras e voltaram a tomar as rédeas da F1, dinamitando o 'Grupo Estratégico', que mais atrapalhou do que ajudou realmente a F1. Porém, Mercedes, Ferrari, Renault e Honda não ficarão caladinhas por muito tempo e muita água poderá rolar fora das pistas.
Já houve anos muito ruins na história da F1. Destaco 1982, 1994, 2002, 2004 e 2011. E sempre houve uma temporada seguinte, ansiada por todos os fãs da categoria. Há esperança de que haja uma briga mais forte dentro da Mercedes, com seus pilotos se estranhando mais e dando declarações polêmicas. Esperança de que a Ferrari continue evoluindo e que Vettel possa conquistar mais do que três vitórias esse ano. Esperança de que, praticamente com um motor próprio, a Red Bull volte a brigar pelas vitórias. Esperança que, com uma equipe própria, a Renault possa trabalhar em paz e desenvolver uma boa combinação carro-motor. Esperança de que a Honda faça um grande motor e dê condições para McLaren, Alonso e Button voltarem a brigar lá na frente. Esperança de que Hamilton continue esse piloto genial de 2015 e que Rosberg continue o embalo das últimas corridas. Que Vettel se meta na briga das Mercedes, trazendo consigo Raikkonen. Que Bottas e Massa continuem sendo o melhor das equipes independentes, numa briga com a Force India (ou será Aston Martin?) pelo melhor das equipes clientes. Que a Red Bull e seus ótimos pilotos continuem dando o que falar. Enfim, que haja esperança de que falemos bem da F1 em 2016.
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