sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Viva Checo

 


O grande suspense desse final de ano acabou-se na F1. Sergio Pérez foi o escolhido pela Red Bull para ser companheiro de equipe de Max Verstappen, substituindo Alexander Albon a partir de 2021. 

Checo vinha se destacando dentro do pelotão intermediário desde que lá voltou em 2014, após uma passagem apagada pela McLaren. Conseguindo pódios ocasionais com a Force India, Pérez parecia mais maduro do que o piloto que chegou à equipe de Woking após se destacar na Sauber, mas naufragar num ano que marcou o início do declínio da McLaren. Porém, parecia que as chances de Pérez eram cada vez menores de estar numa equipe de ponta, ainda mais quando foi traído pela própria equipe.

Quando ainda se chamava Force India, a equipe de Pérez estava para fechar as portas e com seu chefe Vijay Mallya a ponto de ser preso, mas o mexicano arregaçou as mangas e conseguiu um negócio para salvar seu emprego e de várias pessoas na equipe. Porém o novo dono, Lawrence Stroll, tem como um dos objetivos na F1 provar que seu filho Lance é um futuro piloto de ponta, algo que vem se provando um tiro n'água. Se transformando em Aston Martin em 2021, Stroll contratou Sebastian Vettel e alguém teria que sobrar. Mesmo claramente mais piloto do que Lance Stroll, Sergio Pérez foi dispensado da equipe que ajudou salvar. No entanto, o mercado de piloto nesses últimos anos fora bem estranho para os lados da Red Bull.

Confiando no programa de jovens pilotos, comandado por Helmut Marko, a Red Bull se confiava que o velho consultor poderia revelar um novo Vettel, Ricciardo ou Verstappen. Com métodos rudes, Marko ia dispensando seus potenciais bons pilotos sem maior cerimônia, deixando o antes fértil programa de jovens pilotos sem praticamente ninguém, a ponto de ter que recontratar Daniil Kvyat, após este ter sido demitido por Marko. Albon surgiu em meio à seca de talentos do programa comandado por Marko e rapidamente ascendeu à Red Bull. Talvez cedo demais. Após um início promissor, Albon foi destruído em 2020 por Verstappen, muitas vezes o tailandês nem fazendo seu papel de segundo piloto na equipe. Além de não marcar pontos importantes para o Mundial de Construtores, Albon sempre deixava Max sozinho contra a Mercedes, dando aos alemães mais opções táticas para derrotar um quase indefeso Verstappen.

Mesmo sabendo que não tinha rumo certo para 2021, Pérez fazia uma ótima temporada em 2020, com direito a uma vitória antológica em Sakhir. O quarto lugar que Pérez conquistou no Mundial de Pilotos seria teoricamente de Albon, que amargou apenas um sétimo lugar. Era nítido que o lugar de segundo piloto da Red Bull era de Pérez, porém, os muito investidores tailandeses cobravam por Albon. No fim, a parte esportiva prevaleceu e Sergio Pérez terá uma segunda chance numa equipe grande. Aos 30 anos e no ápice da carreira, Pérez terá apenas um ano para convencer à Red Bull que poderá ajudar Verstappen em situações de corridas, além de elevar o nível do neerlandês. Uma mistura nova e picante dentro da Red Bull, onde muitos estarão vendo com muito interesse.

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