Mais do que a vitória no domingo, o que largando na pole e tendo o melhor carro do grid é uma mera formalidade em Mônaco, Max Verstappen entra nessa parte da coluna pela volta assombrosa conseguida no sábado, que lhe garantiu a vantagem de não ter ninguém à sua frente na largada. Isso mostra que, mesmo tendo o grande carro de 2023 nas mãos, Verstappen tem a reserva técnica para superar seus adversários se sofrer algum tipo de ameaça.
segunda-feira, 29 de maio de 2023
Figurão(MON): Sérgio Pérez
O que passa Checo? Mesmo em sua especialidade, os circuitos de rua, e vindo de uma vitória nas ruelas de Monte Carlo no ano passado, Sérgio Pérez teve um final de semana capaz de envergonhar Gregor Foitek de tão desastrado quanto foi. E o suíço ainda pode argumentar que nunca teve em suas mãos o melhor carro do pelotão, como é o caso de Pérez. O mexicano viu seu final de semana desmoronar com um erro ainda no Q1, quando bateu na St Devote e com isso, Pérez largou em último. E largar em último em Mônaco já complica todo o meio campo para a corrida, mesmo a Red Bull tendo uma vantagem tão grande frente à oposição. Porém, Pérez não ajudou em nada os táticos da equipe austríaca, se metendo em várias confusões, batendo no também nada inspirado Stroll, saindo da pista e visitando os pits nada mais, nada menos, do que cinco vezes. Pérez usou os três tipos de pneus (Slicks, Intermediários e de chuva forte) e nem assim esteve perto, sequer, da zona de pontuação. Ter tomado uma volta na pista de Max é um indicador do tamanho da diferença entre Verstappen e Pérez no momento. Para complicar, Checo já enxerga Alonso de perto no retrovisor no Mundial de Pilotos. Tendo o melhor carro disparado da competição, pegaria muito mal para Pérez não garantir, no mínimo, o vice-campeonato. Ricciardo sorri no lado de fora.
domingo, 28 de maio de 2023
A vez de Josef
Desde o aumento da pressão aerodinâmica nos carros em Indianápolis, não existe mais aquela corrida espaçada entre os carros, mas uma rabo de pipa com praticamente todo o pelotão, numa fila indiana (sem trocadilhos) a maior parte da corrida, ainda mais nas primeiras cento e cinquenta voltas, onde os pilotos não querem abrir caminho no vento, liderando o pelotão. Foi nítido o quanto os pilotos tiravam o pé até mesmo antes da metade da reta dos boxes para não ultrapassar o piloto da frente e liderar o pelotão. Por longas voltas, a corrida se manteve num rali de regularidade, liderados ora por Alex Palou, Felix Rosenqvist e Pato O'Ward. Até a primeira bandeira amarela, nada demais aconteceu, mas bastou vir a primeira... O pole Palou saía dos boxes, quando foi atingido em cheio por Rinus Veekay, jogando o espanhol para o fundo do pelotão, além de ter rendido uma punição ao neerlandês. Na medida em que a corrida foi chegando às famosas 'cinquenta voltas finais', os pilotos que lutariam pelo título da edição de número 107 da Indy 500 foram ficando claros. Com Palou ainda se recuperando, Rosenqvist, O'Ward, Alexander Rossi, Santino Ferrucci, a grata surpresa com a equipe Foyt, e Josef Newgarden foram se garantindo como os pilotos que brigariam pela vitória ao final das duzentas voltas.
Uma bandeira amarela dividiu a estratégia dos pilotos no final da prova, quando houve o grande susto do domingo. Rosenqvist brigava com seu compatriota Ericsson e perdeu o rumo na curva um, batendo no muro. O carro da McLaren se arrastou pela curva 2 foi colhido por Kyle Kirkwood, que capotou seu carro da Andretti, mas estava tudo bem, apesar de pirotecnia. O problema foi um pneu que saiu voando e quase atingiu as arquibancadas. Felizmente, apenas um motorista terá que pagar um prejuízo ao ver seu carro atingido pela roda voadora, mas o incidente teve um grande risco. A primeira bandeira vermelha apareceu, mas infelizmente não seria a primeira.
Para quem está lendo essa resenha, esteja muito à vontade de discordar do meu ponto, mas se você reclama da artificialidade do DRS na F1, por exemplo, também não gostou do que ocorreu nas últimas voltas das 500 Milhas, pois foi tão artificial quanto. Assim como houve em Melbourne na F1, trazer a bandeira vermelha de forma artificial apenas para ter um final em bandeira verde é um passo além da linha entre esporte e entretenimento. Pato partiu para cima de Ericsson e acabou tendo um acesso de açodamento, batendo no muro e destruindo sua prova. Para completar, ainda foi atingido de forma bisonha por Agustin Canapino, que tinha batido ainda no rescaldo do acidente. Tudo muito simples de resolver, mas a bandeira vermelha apareceu. Relargada, todo mundo nervoso e no final do pelotão, um pequeno Big One faz com que a Indy tornasse o final das 500 Milhas um evento ao mesmo tempo emocionante, quanto circense. A última relargada aconteceu faltando duas voltas e estava claro que quem estivesse em segundo, teria uma enorme vantagem. Por um momento o felizardo foi Ferrucci, mas no 'photochart', Newgarden assumiu a posição vantajosa, onde iria atacar o líder Marcus Ericsson.
No ano passado, Ericsson usou manobras defensivas super-agressivas para se manter na frente de O'Ward, fazendo um perigoso zigue-zague na frente do mexicano. Na relargada, o sueco da Ganassi, que poderia se tornar bicampeão, usou a mesma tática na reta dos boxes, mas Newgarden não tem a inexperiência de O'Ward. O americano da Penske esperou a reta oposta. Ericsson tentou ziguezaguear, mas Newgarden foi por fora e na força do vácuo tomou a ponta e quando chegou na reta final, foi Josef que passou a ziguezaguear na frente de Ericsson para garantir seu primeiro anel das 500 Milhas.
Após a corrida Newgarden parou seu carro em frente a arquibancada e numa cena insólita, invadiu as arquibancadas e vibrou como nunca com a torcida. Conhecido pelo carisma e por ter sido modelo nas horas vagas, havia uma torcida da Indy para que Newgarden obtivesse sucesso e aumentasse ainda mais a popularidade da categoria. Com pilotos americanos tão carismáticos como uma porta, como o último ianque a vencer as 500 Milhas sete anos atrás (Rossi), a Indy via em Newgarden um rosto capaz de alavancar ainda mais a categoria, que está em crescimento. Para completar, Josef faz parte da Penske, a principal equipe do automobilismo americano, cujo dono Roger Penske comprou a Indy e aos 86 anos de idade, vibrou como nunca com a vitória de Newgarden.
Ericsson ficou incomodado com a última bandeira vermelha, que tirou uma vitória que parecia certa para ser do sueco. Tentando uma renovação de contrato mais vantajosa com a Ganassi, Ericsson sofreu um belo golpe com a derrota desse domingo. Ferrucci conseguiu um ótimo terceiro lugar, para alegria do velho AJ Foyt. Após ser atingido nos pits por Veekay, Alex Palou mostrou a força da Ganassi ao escalar o pelotão, num ano em que não era fácil ultrapassar em Indianápolis, e terminou em quarto, enquanto Dixon foi sexto, após o neozelandês também ter feito uma corrida de recuperação, após ter problemas de pneus ainda no início, um desafio para os pilotos. Uma das favoritas nesse domingo, a McLaren decepcionou com dois pilotos no muro e Rossi salvando um pouco a lavoura, terminando em quinto. Em sua última corrida na Indy, Tony Kanaan infelizmente ficou com o pior carro da McLaren e em nenhum momento esteve perto de brigar pela vitória ou até mesmo andar no mesmo ritmo dos seus companheiros de equipe. Isso não importa, pois Kanaan saiu da Indy pela porta da frente, após uma carreira gloriosa. Hélio Castroneves sempre é um piloto a ser observado em Indianápolis, ainda mais que após a segunda rodada de paradas ele pulou, do nada, de 19º para 12º. Porém o brasileiro teve que fazer uma parada não-programada e chegou a transitar na 30º posição. Com um péssimo carro em todo o mês de maio, Hélio só garantiu a 15º posição mais pelos abandonos alheios do que pela velocidade do seu carro. Cada vez mais um 'ex-piloto em atividade', Hélio não ficará na decadente Meyer Shank full time em 2024, mas muito provavelmente retornará à Indianápolis. Provavelmente para se despedir, como aconteceu com seu contemporâneo Kanaan, mesmo que Tony parece ter desfrutado melhor o que conquistou do que Hélio.
Foi uma edição de 500 Milhas bem usual, com uma primeira parte onde quase nada acontece, mesmo com praticamente todo os pilotos andando numa fila única, para tudo se decidir nas voltas finais. Pelo menos a mim, incomodou a quantidade de bandeiras vermelhas artificiais, mas Josef Newgarden não tem do que reclamar e o americano finalmente coloca seu nome entre os imortais da Indy.
Só a chuva salva
sábado, 27 de maio de 2023
Para emoldurar num quadro
Muito se falou que o clima em Monte Carlo não estaria bom, mas até o momento o sol se fez presente em todos os dias no principado. Correr em Mônaco nunca foi algo trivial, ainda mais com os carros atuais, tão longos quanto um Landau 1973. E é justamente nessas horas em que a magia do principado regido pela família Grimaldi aparece, mesmo que o beneficiário tenha sido praticamente o mesmo o ano inteiro. Max Verstappen chegou a figurar numa sexta posição durante o Q3 e Alonso tinha acabado de marcar um tempo próximo do imbatível. O próprio espanhol tinha declarado ter forçado como um animal para ficar com a pole, já que Fernando sabe que Mônaco é um das poucas chances que tem para vencer em 2023 e a pole é fundamental em Monte Carlo. O que Alonso não contava era com a magia de Verstappen, que tirou da cartola uma volta excepcional, principalmente no terceiro setor, já que Max não tinha feito o melhor tempo em nenhum dos dois primeiros setores.
Isso apenas prova que por mais que tenha a vantagem de ter o melhor carro do grid, o piloto ainda faz muita diferença, ainda mais com Sérgio Pérez tendo que largar em último após dar uma senhora pancada na St Devote. O mexicano, expert em circuitos de rua, não foi o único a decepcionar nesse sábado. Enquanto Alonso brilhava e quase conseguia uma pole incrível, Lance Stroll amargava uma 14º posição. Será difícil a Honda engolir o canadense. A Mercedes finalmente se livrou do 'zeropod', mas o ganho foi mínimo, com Hamilton quase ficando pelo Q2, mas o inglês ainda foi capaz de conseguir o sexto tempo. Leclerc estava com a faca nos dentes em casa e arrancou um terceiro lugar levando sua Ferrari sempre no limite extremo. Após algumas semanas de broncas públicas, a Alpine deu um sinal de vida e Ocon garantiu um ótimo quarto lugar, com o francês chegando a figurar na primeira posição por um longo momento no Q3.
Verstappen foi brilhante em sua volta final, apenas provando que seu tricampeonato reflete muito bem o tamanho do talento do neerlandês. Amanhã a previsão novamente é de chuva, dessa vez chegando aos 80%. Se ela virá, como muitos torcem para dar uma virada no campeonato e nas corridas, não se duvida nada que Max Verstappen dará um jeito e contornará mais esse problema com a maestria demonstrada hoje.
quarta-feira, 24 de maio de 2023
Que pena...
Mandando recado
Pois Lawrence Stroll fez tudo isso para ver Lance na F1. Até as zebras dos circuitos da F1 sabem que o canadense, no melhor das hipóteses, é um piloto mediano e que só está na categoria por um único motivo: o bolso fundo do papai bilionário. No entanto, Lawrence é daqueles que pensa alto. Após comprar a Aston Martin e os restos da Force India (dispensando a Williams, que fora a porta de entrada na F1), Stroll pai olha o futuro da sua equipe imaginando ser campeão. Uma equipe cliente dificilmente vence um campeonato na F1. Talvez o único caso seja mesmo a Brawn, que corria com motores Mercedes, sendo que a montadora alemã tinha como grande parceira a McLaren. No ano seguinte a Brawn foi absorvida... pela Mercedes, tornando-se uma equipe de fábrica. Com a Mercedes a quase trinta anos na F1 e com sua equipe consolidada, é claro que os melhores equipamentos ficam para o time de Toto Wolff, mesmo com várias clientes no grid. Lawrence é conhecido no mundo da moda por comprar marcas com problemas para transforma-las em artigos de luxo. Além de ter a satisfação de ter o filhão correndo, Lawrence Stroll enxerga a F1 como um negócio e como acontece no mundo fashion, Stroll não quer ser apenas um coadjuvante. Ele quer vencer. Tendo a Mercedes como parceira, inclusive com ações vendidas à Toto Wolff, Stroll sabia desde então que se quiser ser campeão um dia, ele precisava de uma montadora e transformar a Aston Martin uma equipe de fábrica, mesmo a montadora verde ser uma marca importante na Inglaterra.
Com a Honda procurando um parceiro para mais uma volta em 2026, a Aston Martin se tornou um alvo interessante aos japoneses, ainda mais com competitividade mostrada pela equipe em 2023, onde vários engenheiros de equipes de ponta foram contratados, além de Fernando Alonso. As notícias de que um acordo era iminente surgiram nessa semana e na quarta, foi anunciado o acordo entre Aston Martin e Honda, surgindo um nome tão esquisito quanto a Sauber BMW-Ferrari, de 2010.
Mesmo com dificuldades em seu início com os motores híbridos, a Honda se consolidou como um dos melhores motores da F1, estando prestes a conquistar seu terceiro título consecutivo, mesmo não apoiando de forma oficial a Red Bull desde o final de 2021. Com todo seu know-how, a Honda voltará como uma força a ser observada a partir de 2026, enquanto Stroll verá sua equipe, sua marca, se tornar uma equipe oficial de fábrica. Porém, existe algumas perguntas a serem respondidas. A equipe Aston Martin ainda é vista como um projeto pessoal de Lawrence para o seu filho estar na F1, porém, a chegada da Honda poderá elevar ainda mais o patamar da equipe Aston Martin, deixando o limitado Lance Stroll no meio do caminho. Lawrence saberá observar a hora de dispensar o próprio filho? Logo no primeiro dia a Honda já mostrou-se interessada nos pilotos, praticamente indicando Yuki Tsunoda para a equipe. Não demorará para a Honda perceber que Lance Stroll não é um piloto de ponta.
Até lá, muito provavelmente Fernando Alonso já terá saído da equipe, evitando o constrangimento da Honda ter novamente o espanhol como piloto, ainda lembrando da turbulenta parceria na McLaren entre 2015 e 2018 e o épico 'GP2 Engine' bradado por Alonso em Suzuka, pista da Honda. A F1 vai atraindo mais e mais montadoras. A chegada da Honda na Aston Martin é um belo recado dado por Stroll sobre o futuro de sua equipe, mas será que Lance estará nela?
sexta-feira, 19 de maio de 2023
O Escocês voador da Indy
Em meados da década de 1990, o DTM tinha um campeonato espetacular, com os carro tendo uma tecnologia muitas vezes superior à F1. Suspensão ativa, freios ABS, câmbio automático, motores turbo... todos esses aparatos proibidos na F1 eram presentes no DTM. A Mercedes tinha criado um programa para jovens pilotos, mas ainda bem focado no campeonato alemão de turismo. Pretendendo se tornar um piloto profissional, Franchitti aceitou a proposta da Mercedes e ao invés de ir para um segundo ano na F3 Inglesa ou graduar-se para a F3000, o escocês partiu para as disputadas corridas de turismo. E Dario não comprometeu. Já tendo alguma experiência em corridas de turismo, Franchitti rapidamente se tornou um dos principais pilotos do campeonato, vencendo uma corrida em Mugello e terminando o campeonato em quinto. Para 1996 o campeonato muda de nome e se torna o ITC, com chancela da FIA. Não é exagero dizer que o ITC era um dos melhores campeonatos da época, com corridas em todo o mundo, inclusive uma rodada dupla inesquecível em Interlagos, causando admiração até hoje para quem acompanhou aquelas corridas. Correndo ao lado do então campeão Bernd Schneider, Franchitti evoluiu ainda mais em seu segundo ano no campeonato, vencendo uma corrida em Suzuka. Contudo, o alto custo de um campeonato tão tecnológico acabou custando, literalmente, caro. Alfa Romeo e Opel desistiram do campeonato no final de 1996 e com somente a Mercedes se mostrando interessada, o ITC/DTM foi encerrado, terminando um dos certames mais charmosos e com carros mais bonitos de todos os tempos.
Isso foi um golpe e tanto para Franchitti, que fora quarto no campeonato e seu nome chegara a ser ligado a F1 novamente. Ron Dennis chegou a oferecer um longo contrato à Franchitti como piloto de testes, mas sem nenhuma garantia que Dario se tornasse piloto titular, ainda mais com seu compatriota e antigo rival no kart, David Coulthard, tendo acabado de chegar à equipe. No entanto, a Mercedes ainda tinha laços com Franchitti e Paul Morgan, sócio da Ilmor, indicou o escocês à Carl Hogan, que usava motores Mercedes na Indy. Hogan recebeu uma recomendação de Stewart e deu um teste para Franchitti no começo de 1997, o contratando logo em seguida. Rapidamente Franchitti se readaptou aos monopostos e todos na Indy perceberam que o escocês era uma joia a ser lapidada. Mesmo perdendo o título de novato do ano para Patrick Carpentier, Franchitti chamou a atenção das equipes grandes e ainda no meio de 1997 ele foi contratado pela equipe Green. Hogan ficou uma fera com a negociação debaixo do seu nariz e demitiu Dario antes do fim da temporada, mas Franchitti nem ligou muito. Ele iria para uma equipe mais estruturada em 1998, que usava o pacote vencedor Reynard/Honda/Firestone, que dera os últimos dois títulos para a equipe Ganassi. Franchitti teria ao seu lado o explosivo Paul Tracy e os bons resultados não demoraram a aparecer, subindo ao pódio em Long Beach e conquistando a primeira pole na Indy, na corrida Rio400. As primeiras vitórias só viriam no final do campeonato: Laguna Seca, Vancouver e Houston. Nessa última, Franchitti e Tracy brigavam pela vitória debaixo de muita chuva e o canadense acabou no muro. Ao chegar nos pits, Tracy e Barry Green quase saíram no tapa. Terminando em terceiro no campeonato, Franchitti foi ainda mais confiante para a sua segunda temporada na Green, mas ele não sabia que uma ameaça vinha do seu continente natal. Juan Pablo Montoya tinha sido campeão da F3000 e iria para a Indy como contrapeso da negociação que levou o bicampeão Alex Zanardi de volta para a F1. O fogoso colombiano não demorou a mostrar serviço, com seu estilo agressivo de pilotar, empilhando vitórias e... abandonos. Já Franchitti tinha uma pilotagem mais sóbria, mas bem mais eficiente. Quando venceu em Toronto e Detroit, Dario se tornou o maior adversário de Montoya, que impressionava a todos, mas quando Franchitti venceu pela terceira vez na temporada 1999, em Surfer's Paradise, era o escocês quem liderava o campeonato com nove pontos de vantagem em cima de Montoya, que tinha vencido incríveis sete vezes, quando a Indy foi para a sua corrida derradeira, em Fontana.
Parabéns!
Dario Franchitti
quarta-feira, 17 de maio de 2023
Molhou
No entanto a F1 não pode ultrapassar todos os obstáculos, ainda mais naturais. Uma semana antes do Grande Prêmio da Emilia-Romagna, a região vivia um drama com tempestades e nesta terça-feira, com as equipes já se instalando na pista de Ímola, uma chuva torrencial alagou parte do paddock, mas o pior estava ao redor. As chuvas acumuladas transbordaram dezenas de rios, causando vários transtornos para os moradores da região, além de cinco mortes confirmadas. E a previsão era de mais chuva ao longo da semana e o bom senso foi mais forte do que o dinheiro dessa vez e a corrida em Ímola nesse final de semana foi cancelada.
Para quem é fã de F1, pode ser uma pena, porém, não há nenhum clima para se realizar um grande evento em Ímola, onde centenas de autoridades estão ajudando os desabrigados e não teriam como promover uma corrida de F1. No fim, a vida é mais importante e é esperado que o cotidiano ao redor de Ímola melhore com o fim das tempestades que destruíram toda a região. Que a F1 volte no futuro à Ímola, num ambiente mais ameno.
domingo, 14 de maio de 2023
Uma festa milionésima
A corrida em Le Mans foi bastante bagunçada e apenas treze pilotos receberam a bandeirada. Foram várias quedas, punições e até mesmo uma quase troca de sopapos na caixa de brita. Jorge Martin havia vencido a Sprint nesse sábado se aproveitando de uma ótima largada, mas no domingo os adversários estavam espertos e não deixou que o espanhol repetisse a manobra. Bagnaia largou com extrema cautela e não manteve a ponta, enquanto Márquez começava seu show ao ficar na ponta, segurando um pelotão de motos europeias muito mais equilibradas do que a sua. Claro que havia um entusiasmo maior dos pilotos em colocar seus nomes como o vencedor da corrida mil da Moto GP (claro, juntando às 500cc, pré-2002) e talvez por isso houve uma maior agressividade. Maverick Viñales vinha crescendo na corrida e já se aproximava de Bagnaia na luta pelo pódio. O espanhol da Aprilia completou a ultrapassagem de forma limpa na entrada de um Esse, mas quando Bagnaia tentou dar a volta, simplesmente ignorou a presença de Viñales e ambos foram ao chão. Nervosos, ambos quase foram às vias de fato, mas depois foram vistos fazendo as pazes.
Porém, Márquez foi traído por sua péssima moto. Em mais uma tentativa de recuperar a posição de Martin, já na penúltima volta, Marc caiu e viu o pódio ir embora, numa tremenda injustiça. Para a torcida francesa, pelo menos Zarco fez as vezes de bom anfitrião e subiu ao pódio, encostrando em Martin por causa da disputa com Márquez, mas Johan preferiu manter o pódio. Quartararo fez uma corrida anônima, com a Yamaha disputando com a Honda pelo posto de pior moto da categoria rainha. Bezzecchi simplesmente desapareceu com a defesa de Márquez e venceu com quase 5s de frente para Jorge Martin, com Zarco completando um pódio inteiramente dominado por equipes satélites. Com o infortúnio de Bagnaia, não apenas Bezzecchi encostou, mas como também trouxe Martin e Binder para a briga do campeonato. Na corrida mil da MotoGP, tivemos uma corrida cheia de alternativas e que deixou o campeonato ainda mais aberto.
sábado, 13 de maio de 2023
Bom ensaio
O início da prova em Indianápolis teve o novo pole da Indy, Christian Lundgaard, se mantendo na ponta, segurando bem o rojão de ter largado pela primeira vez na sua ainda curta carreira na Indy na frente do pelotão feroz da Indy. O dinamarquês da equipe Rahal já começa a chamar a atenção de equipes maiores e a exibição dele em Indianápolis só reforça que Lundgaard brevemente estará numa das equipes do trio de ferro. Palou largou em terceiro e saindo com os pneus macios, o espanhol rapidamente partiu para cima de Rosenqvist e Lundgaard, assumindo a ponta no começo da prova, após a única bandeira amarela do dia, num acidente tosco provocado por David Malukas. Os pneus macios tinham um desempenho muito superior no começo dos stints, mas perdia rendimento com o andar da corrida e Palou não durou muito na ponta, mas quando começaram as paradas, Alex tratou de ter o maior tempo possível os pneus duros, que resistiam muito bem na média geral. Palou se garantiu à frente de Lundgaard, mas a disputa pela ponta não havia terminado.
Se na F1 a McLaren sofre, na Indy a equipe vai muito bem, obrigado. Os três pilotos do time liderado por Zak Brown largaram entre os cinco primeiros e se manteve no pelotão dianteiro o tempo todo, alternando seus pilotos de acordo com os pneus que usavam. Com pneus macios, disparavam por um tempo, mas logo era ultrapassado pelo companheiro de equipe, mesmo que algumas vezes essa equação quase dava problema, como quando Rossi quase bateu em Rosenqvist numa tentativa de ultrapassagem. O'Ward logo se colocou como piloto principal e dos quatro stints da corrida, três usou a borracha dura e na saída da segunda parada, quase se colocou na frente de Palou, o que poderia atrapalhar o espanhol da Ganassi, mas o ritmo de Palou era simplesmente muito superior. No último stint, mesmo com pneus macios novos, O'Ward simplesmente não conseguiu se aproximar de Palou em nenhum momento. Quando os pneus macios de Pato começaram a decair, Palou impôs ótimos 15s sobre o piloto da McLaren, uma cena rara na Indy, mesmo numa corrida praticamente sem bandeiras amarelas. Lundgaard preferia os pneus macios e com eles o danês perdeu muito rendimento no quarto final da corrida, ultrapassado pelas duas McLarens de Rossi e Rosenqvist, completando um 2-3-4 para a McLaren.
Colton Herta, cada vez mais pressionado para conseguir novamente uma vitória na Indy, arriscou com pneus macios no fim, mas quando o desgaste chegou, o americano da Andretti caiu de quinto para nono, ultrapassado por Dixon e Newgarden. A equipe Penske mal apareceu na pista do patrão. Will Power foi tocado por Kirkwood no início, caiu para as últimas posições e ainda salvou posições no meio do pelotão, enquanto Newgarden foi o melhor colocado do time do Capitão, mas bem longe da batalha pela vitória. McLaughlin teve problemas no fim e caiu para as últimas posições, chegando próximo de Helio Castroneves. O implacável tempo chega para todos, até mesmo para pilotos que tiveram seus dias de glória, mas aos 48 anos recém-completados, Helio está cada vez mais assentado na categoria 'ex-piloto em atividade'. Além de exibições ruins, Castroneves está sendo bastante atrapalhado pela péssima fase de sua equipe, que chegou a liberar Pagenaud com uma porca frouxa de um pit-stop. Nem os ares de Indianápolis, que tão bem faz à Hélio, fez a diferença nesse ensaio para o que realmente importa.
Mesmo sendo num circuito misto, a corrida desse sábado é uma espécie de início dos trabalhos para o circo da Indy para a grande corrida do ano: as 500 Milhas de Indianápolis. Os testes já começam nessa terça-feira, com as classificações ocorrendo no próximo final de semana. Dependendo do que foi visto nesse sábado, a Ganassi vem muito forte, enquanto a Penske ainda titubeia e a Andretti precisa decidir focar na Indy ou em sua aventura na F1, que nem começou, mas já toma bastante tempo de Michael. Enquanto Penske e Andretti patinam, a McLaren vai forte com seus três pilotos. Alex Palou iniciou o programa de Indianápolis da melhor forma possível. Em 2021, Palou pecou pela pouca experiência na luta com Helio Castroneves pela vitória na Indy500, mas com mais cancha, Palou mostrou hoje que entrará nesse mês de maio ainda mais forte.
quarta-feira, 10 de maio de 2023
A Nascar nunca decepciona...
Na última etapa no Kansas, Noah Gragson e Ross Chastain quase se tocaram numa típica disputa da Nascar, mas Gragson não gostou muito e foi tomar satisfação com Chastain. Ele deve ter se arrependido...
segunda-feira, 8 de maio de 2023
Figura(MIA): Max Verstappen
Max Verstappen chegou à Miami farejando sangue. Para um animal competitivo como o neerlandês, perder duas vezes num mesmo final de semana para o seu companheiro de equipe, como aconteceu em Baku, deve ser uma dor lacerante para Verstappen, ainda mais com Sérgio Pérez se engraçando no campeonato. Verstappen já estava na F1 e pilotando nas primeiras posições em 2016 quando Nico Rosberg conseguiu tirar um título que estava endereçado à Lewis Hamilton, quando a Mercedes nadava de braçada, assim como ocorre com a Red Bull em 2023. Verstappen já tem a mentalidade mais sólida do que Hamilton em sua décima temporada de F1, na ocasião da derrota para Nico. Max não precisava apenas da vitória. Max precisava de uma consagração nesse final de semana. E Verstappen o fez na sem graça pista de Miami. Desde os primeiros treinos livres o piloto da Red Bull esteve em outro nível, inclusive em comparação à Sérgio Pérez, recém-empossado Rei das Ruas. Pois num circuito rua Verstappen vinha superando Checo de forma inapelável, mas tendo que largar em nono fruto do destino (e de mais uma presepada de Leclerc no sábado), Verstappen escalou o pelotão usando apenas a força do seu Red Bull RB19 nas primeiras voltas. Ao natural. Quando só teve Pérez à sua frente, Max soube administrar seus pneus duros por mais de quarenta voltas com um ritmo competitivo antes de dar um xeque-mate em Checo Pérez e vencer uma corrida que mostra de forma cristalina um recado de Verstappen ao mexicano: nem venha, Checo, o título de 2023 é meu!
Figurão(MIA): Charles Leclerc
Sabemos que a Ferrari está fazendo uma temporada 2023 decepcionante, com resultados bem abaixo do que era visto ano passado, quando os italianos chegaram a dar a impressão que brigariam com a Red Bull pelo título, tendo Leclerc como ponta de espada contra seu antigo rival no kart, Max Verstappen. Também sabemos que o carro italiano desse ano está longe de ser equilibrado e que para se conseguir tirar tempo dele, o piloto tem que andar no limite. É de conhecimento geral que a Ferrari tem sérios problemas com o ritmo de corrida, caindo muito de desempenho, muito pelo alto desgaste de pneus. Porém, nada disso alivia o final de semana medíocre de Charles Leclerc em Miami. Vindo de uma surpreendente pole em Baku, Leclerc sabia que para repetir o feito em Miami, igualmente um circuito de rua, o monegasco precisava levar a Ferrari SF-23 ao limite. Porém, antes Charles precisava levar o carro inteiro até o final e Leclerc conseguiu a proeza de errar duas vezes na mesma curva nos treinos, batendo sua Ferrari em ambas ocasiões, inclusive decidindo a classificação, atrapalhando a volta do favoritíssimo Verstappen. Se na classificação a coisa já tinha sido complicada, a situação na corrida tendia a ser bem pior. E foi. Leclerc fez o que dele se esperava ao ultrapassar a Haas de Kevin Magnussen ainda nas primeiras voltas, mas quando todos pensavam que Charles ia... ele levou o troco do dinamarquês. Para piorar, Leclerc passou dois terços sem conseguiu ultrapassar K-Mag, condenando sua corrida ao ostracismo. O sétimo lugar de Leclerc, após ultrapassar a muito custo Magnussen, pode ser considerado um lucro para o piloto da Ferrari, mas mesmo com tantas dificuldades vindos de sua equipe, Leclerc precisa performar melhor e liderar seu time rumo a um reviravolta.
domingo, 7 de maio de 2023
Resposta