Para 2024 a Indy terá como novidade os novos motores híbridos, desenvolvidos por GM e Honda nos últimos meses, mas que só aparecerá após as 500 Milhas de Indianápolis. Pelo feeling dos pilotos, o novo motor se mostrou bem diferente do anterior e que poderá mudar a forma de administrar a corrida, lembrando que as táticas fazem bastante diferença nas provas da Indy. Falando em motor, a Honda deu uma declaração preocupante quando falou que pode abandonar o projeto da Indy após trinta anos na categoria. Por incrível que pareça, o fato de ter muitos carros e até mesmo mais interessados a entrar na Indy fez com que o projeto de motorização da Honda muito caro, pois são equipes demais a suprir. A falta de uma terceira montadora faz falta não apenas à Honda, mas aos fãs e a Indy precisa se mexer para se tornar interessante para outras montadoras. Isso sem contar que tem basicamente o mesmo carro da Dallara desde 2012.
A Chip Ganassi dominou a Indy ano passado com Palou vencendo cinco vezes e o inevitável Scott Dixon conquistando o vice com três vitórias nas últimas quatro provas da temporada passada. Antes sempre carregada pelo brilhante Dixon, a Ganassi vê em Palou uma chance de se manter fortíssima no futuro, lembrando que Dixon completará 44 anos nesse ano e não precisa ser um matemático para perceber que o neozelandês não durará muitos mais anos na Indy. O time viu a partida do regular Marcus Ericsson e para o seu lugar promoveu Marcus Ericsson como piloto em toda a temporada, além da ascensão dos jovens Kyffin Simpson e Linus Lundqvist, totalizando cinco carros da Ganassi. Para enfrentar todo essa poderio, a Penske manteve seu trio do ano passado, com o atual campeão da Indy500 Josef Newgarden tentando ser mais regular em circuitos mistos, Will Power esperando voltar aos bons tempos que lhe garantiram o título em 2022, além de Scott McLaughlin comprovar toda a sua evolução desde que saiu do turismo australiano.
Vendo sua entrada à F1 recusada, talvez a Andretti foque um pouco mais na Indy, após um ano abaixo do esperado em 2023. Colton Herta segue considerado um piloto super talentoso, mas a verdade é que o jovem americano ainda não explodiu. O jovem Kyle Kirkwood conseguiu as únicas vitórias da Andretti em 2023, mas o americano não mostrou a consistência necessária para se manter na ponta em toda a temporada, enquanto Ericsson chegou para substituir Grosjean, após uma passagem acidentada (literalmente) na Andretti. A McLaren tenta evoluir e transformar o trio de ferro da Indy numa quarteto. Pato O'Ward vive um drama parecido com Herta, onde é claro que o mexicano tem muito talento, mas Pato ainda não deslanchou. O time terá o experiente Alexander Rossi tentando voltar aos tempos em que brigava com Newgarden como o melhor americano da Indy, enquanto David Malukas tentará superar uma queda de bicicleta e só estreará mais tarde, sendo substituído por Calum Illot. A McLaren promoverá Kyle Larson na Indy500, onde o americano fará o famoso 'Double Duty'.
As demais equipes tentarão se meter entre as grandes para brigar por vitórias, algo possível na Indy. A Rahal manteve o ótimo Christian Lundgaard na equipe, mesmo o dinamarquês tendo vencido uma corrida ano passado e ter feito um ótimo trabalho, chamando atenção das grandes. Graham continuará na equipe do pai, que promoverá Pietro Fittipaldi na equipe Rahal, se tornando o único brasileiro full-time na Indy, após vários anos testando na Haas (algo que continuará fazendo) e participando de corridas eventuais em outras categorias. Uma boa chance para Pietro, que já correu na Indy e estará numa equipe estruturada. A Carpenter focará em Rinus Veekay, enquanto o dono da equipe Ed Carpenter correrá apenas em ovais, a Juncos recebeu Grosjean, que substituirá Illot, que surpreendentemente saiu da equipe, enquanto a Dale Coyne só anunciou seus pilotos na semana da estreia da Indy. A Meyer Shank mudou seus dois veteranos pilotos, com Pagenaud ainda se recuperando de sua espetacular capotagem em Mid-Ohio e Helio Castroneves pavimentando sua aposentadoria ao comprar parte da equipe e correr apenas em Indianápolis, lugar onde sempre andou bem.
A Indy iniciará mais temporada com algumas novidades, mas talvez não o suficiente para dar um salto que a categoria merece. Há um certo marasmo na Indy, mas isso não significa corridas chatas ou falta de disputa. Muito pelo contrário! Com uma categoria de alto nível e praticamente monomarca (só se muda os motores e temos só dois), especular um favorito ao campeonato da Indy chega a ser arriscado, mas pelo o que mostrou no ano passado e nos testes, é praticamente impossível não apontar para Palou. Mesmo que meio destrambelhado fora das pistas, Alex Palou faz muita diferença dentro delas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário