Vendo como as montadoras japonesas estão para trás, a Dorna (que estaria prestes a ser comprada pela Liberty Media) modificou suas regras de concessões numa tentativa de resgatar Honda e Yamaha, mas até o momento isso ainda não aconteceu. Grande prejudicada por essas concessões, ficando bem limitada no desenvolvimento ao longo do ano, a Ducati pareceu ter construído uma moto ainda melhor para 2024 e dominou a pré-temporada. O atual bicampeão e de contrato renovado Pecco Bagnaia foi o mais rápido e viu seu companheiro de equipe Bastianini andar tão forte quanto, na tentativa do italiano apagar a péssima temporada que fez como piloto oficial de fábrica ano passado. Bagnaia e Bastianini adoraram a nova moto, que parece ser bem superior a de 2023, que se ajustou muito bem à Jorge Martin, mas o espanhol já reclama da moto 2024. A Pramac venceu o título de equipes, mas perdeu Zarco e trouxe para o seu lugar Franco Morbidelli, que desde o vice-campeonato de 2020 perdeu o encanto e ainda sofreu um forte acidente num teste particular e testou muito pouco com a moto nova.
A equipe de Rossi manteve Marco Bezzecchi, que foi terceiro colocado, mas que tem o mesmo feeling de Martin quanto a nova moto, e trouxe Fabio di Giannantonio, que fez um final de temporada muito bom para se manter na MotoGP em 2024. Porém, a equipe satélite mais visada da Ducati será a Gresini, que terá os irmãos Márquez, mas todos os olhos estarão em Marc, que desistiu da Honda em busca de competitividade com a Ducati. Uma das principais atrações da pré-temporada, Marc mostrou velocidade em alguns momentos, mas a realidade é que o espanhol ainda se adapta à nova moto, depois de onze anos de Honda, contudo, Marc Márquez será uma atração e tanto para 2024.
KTM e Aprilia surgem como grandes rivais para a o esquadrão da Ducati. A equipe oficial austríaca manteve seus pilotos, mesmo com Jack Miller tendo feito uma temporada miserável. Pedro Acosta será o único estreante do ano, mas um dos mais esperados dos últimos tempos. Dito e havido como um talento do nível de Márquez, Acosta venceu dois títulos em três anos no Mundial e chega à MotoGP com status de 'novo gênio', mostrando bastante velocidade na pré-temporada, ainda que pouca consistência. A Aprilia construiu uma nova moto bem aerodinâmica, mas a impressão que fica que falta piloto, na insistência na insossa dupla Aleix Espargaró e Maverick Viñales. A RNF faliu no final do ano passado e no seu lugar entrou a Trackhouse, equipe da Nascar e que comprou todo o espólio da RNF, incluindo mecânicos, engenheiros e os dois pilotos.
E as japonesas? Fabio Quartararo parece a ponto de perder a paciência com a falta de desempenho da Yamaha. Mesmo o time comandado por Lin Jarvis tendo contratado vários engenheiros da Ducati, os resultados poderão demorar a vir e Quartararo poderá se espelhar na ideia de Márquez. Rins será o novo companheiro de equipe de Fabio e tentará ficar longe dos contusões. Por ironia do destino, a Honda trouxe para o lugar de Márquez o irmão do inimigo do espanhol (Valentino Rossi), Luca Marini. O italiano foi sólido na equipe do irmão, mas a impressão que passa é que Marini foi escolhido mais por falta de opção no mercado do que outra coisa, mas Luca liderará a equipe, pois o campeão de 2020 Joan Mir parece não ter mais a confiança da cúpula da Honda. Talvez nem dele mesmo. A Honda terá a experiência de Zarco na LCR para desenvolver a moto.
A MotoGP começa nesse final de semana esperando que todo o domínio da Ducati seja aliviado pelas concessões dadas às demais montadoras, porém a montadora italiana ainda parece ser a mais forte no momento.
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