Alçado como primeiro piloto da Mercedes com a saída de Lewis Hamilton em direção à Ferrari, George Russell tinha muito o que provar dentro da equipe, pois de piloto júnior, o inglês se tornou o líder de uma equipe que dominou a F1 por oito anos, mas vem sem clara crise técnica. E até o momento, Russell vem dando conta do recado. Após dois pódios nas duas primeiras corridas, Russell ficou preso atrás de Leclerc em Suzuka, mas no Bahrein foi o piloto mais próximo da dominante McLaren nos treinos e andou a corrida inteira em segundo lugar, tendo que se defender em diferentes momentos de Leclerc e Norris. Para completar, George sofreu com problemas eletrônicos em seu carro nas voltas que dificultaram sua condução, além de não saber ao certo quando poderia usar o DRS. Tudo isso 'calçado' com um pneu macio usado que teria que render por 24 voltas, enquanto seus rivais tinham pneus médios novos. Russell segurou seu compatriota Lando Norris como poucos nas voltas finais e assegurou a segunda posição, seu melhor desempenho em 2025. E como vem andando, Russell pode muito bem conseguir subir uma posição até o final do ano.
segunda-feira, 14 de abril de 2025
Figurão(BAH): Red Bull
A performance mágica de Max Verstappen em Suzuka, num circuito seletivo e feito para pilotos, camuflou o real desempenho da Red Bull em 2025. A realidade foi que Max conseguiu uma volta mágica na classificação num circuito que lhe é favorável e usou as conhecidas dificuldades de ultrapassagem para derrotar de forma surpreendente a McLaren. Num circuito completamente distinto como Sakhir e que oferece ultrapassagens aos montes, nem o virtuosismo de Max Verstappen foi capaz de segurar não apenas a McLaren, como também Mercedes e Ferrari. A Red Bull sofre de uma 'Verstappen-dependência' crônica e no momento em que o neerlandês fica de mãos atadas, a equipe comandada por Christian Horner afunda. No Bahrein Max nada pôde fazer contra as demais equipes grandes e sem ritmo, em nenhum momento Verstappen foi capaz de brigar sequer pelo pódio, só arrancando o sexto lugar da Alpine (!) de Gasly na última volta. Nem os primeiros pontos do segundo carro em 2025 aliviou a situação da Red Bull, que antes era uma referência em pit-stops e errou com seus dois carros, danificando ainda mais a corrida de Verstappen e Tsunoda. Para piorar, o empresário de Verstappen foi visto reclamando em tom de cobrança depois da corrida Helmut Marko, que apenas escutou e adjetivou o final de semana da Red Bull no Bahrein: alarmante.
domingo, 13 de abril de 2025
King of streets
Maior evento da Indy depois das 500 Milhas de Indianápolis, Long Beach festejou sua 50º edição nesse ano, como sempre com arquibancadas lotadas, mas não foi uma prova das mais emocionantes na Califórnia. Num fato bastante raro, completou-se nesse domingo a segunda corrida consecutiva sem bandeiras amarelas e a primeira em Long Beach desde 2017. Com a Firestone tendo projetado um pneu macio que dura muito pouco, as equipes traçaram suas estratégias para se libertar desse composto o mais rapidamente possível. Em St Petersburgo, a estratégia de largar com pneus macios garantiu a vitória de Alex Palou e por isso praticamente o grid inteiro partiu para essa tática, sendo que na Flórida, uma bandeira amarela logo na primeira volta fez com a estratégia dos que largaram com macios funcionasse. Contudo, o pano áureo não deu as caras nesse domingo.
Kirkwood manteve a pole sem maiores arroubos na largada, seguido por Herta e Rosenqvist. Larganda do meio do grid, Newgarden rapidamente procurou os pits para colocar pneus duros, algo que praticamente todo o grid fez. Quem largou com esse composto se deu bem, particularmente Christian Lundgaard, que deu o pulo do gato, juntamente com os menos favorecidos Kyffin Simpson e Sting Ray Robb, que chegou a liderar a corrida durante as paradas. Logo no primeiro stint Palou, que largou mal, subiu para segundo, muito próximo de Kirkwood, já dando a impressão que poderia assumir a ponta a qualquer momento. No entanto, Kirkwood controlou a corrida muito bem, marcando a estratégia da Ganassi nas demais paradas, sempre saindo na frente de Palou, por mais que a última parada fosse bem apertada.
Numa prova sem maiores emoções, Colton Herta perdeu rendimento e esteve longe do pódio, que foi completado por Lundgaard, numa bela ultrapassagem nas voltas finais sobre Rosenqvist. A Penske não foi nada bem num 2025 bem apagado do time do Capitão Roger. McLaughlin e Power foram sexto e sétimo, enquanto Newgarden teve problemas com o cinto de segurança que o fez perder uma volta. Dixon parece sem fôlego para acompanhar seu companheiro de equipe Palou, que mesmo em segundo lugar em Long Beach, se destaca cada vez mais na luta pelo tetracampeonato. Já Kirkwood espera não demorar tanto para vencer e ganhar em outros tipos de pista no calendário da Indy, pois nos circuitos de rua, o americano se mostrou bastante forte.
Script diferente, resultado igual
Domínio animado
sábado, 12 de abril de 2025
Come quieto
Nos treinos livres a McLaren demonstrou um ritmo avassalador frente aos rivais e no TL3 os laranjas chegaram a enfiar quase 1s goela baixo do carro mais próximo. Porém, na classificação, as coisas foram mais próximas, mesmo que em nenhum momento a superioridade da McLaren foi contestada. Depois de um início de temporada encorajador, Lance Stroll voltou a ser facilmente superado por Alonso e ficou no Q1, o mesmo valendo para Lawson, que tomou seis décimos de Hadjar no Q1, mas o neozelandês sofreu com um problema no DRS. No pelotão intermediário, destaque para a Alpine, que até agora não marcou pontos e viu Gasly na segunda fila, enquanto Doohan, que superou o companheiro de equipe no Q1, tomou seis décimos no Q2 e não passou a fase seguinte.
Lando Norris já havia reclamado de um certo desconforto com o carro da McLaren no Bahrein, mas ninguém poderia imaginar uma brochada que o inglês protagonizou no Q3. Piastri dominou a classificação e marcou a pole, tendo a incômoda presença da Mercedes de Russell bem próximo. Leclerc levou a Ferrari ao top3, superando por muito um decepcionante Lewis Hamilton. Posteriormente a dupla da Mercedes perderia uma posição por terem ido para o final do pit-lane antes da hora, após o forte acidente de Ocon no Q2. E Norris? O inglês ficou atrás de Piastri e até mesmo de Russell na primeira tentativa do Q3 e na última cometeu, um ligeiro erro na primeira curva, que fez Lando ficar apenas em sexto. Para seu consolo, Verstappen teve uma classificação bem ruim e largará uma posição depois. No entanto, Lando Norris vê Oscar Piastri ficar cada vez maior, bem ao seu estilo. Quietamente.
terça-feira, 8 de abril de 2025
Figura(JAP): Max Verstappen
Não poderia ser outro! O que Max Verstappen fez no final de semana japonês foi daquelas atuações que poucas vezes vimos e somente pilotos geracionais são capazes de fazer. Não é segredo que a Red Bull tem hoje um carro nitidamente inferior ao da McLaren, vindo de 100% de invencibilidade em 2025 na F1. Suzuka é um circuito 'old school' e onde o piloto ainda faz muita diferença. Max Verstappen usou esses requisitos para conseguir uma pole assombrosa no sábado, derrotando por muito pouco a dupla da McLaren e conquistando uma vantagem importante num circuito de dificílimas ultrapassagens como é Suzuka. Com pequenas vitórias no domingo, com a largada sem erros e abrir rapidamente 1s, não possibilitando o uso do DRS por Norris, fez com que Verstappen controlasse a corrida, mesmo que com muita dificuldade. Max não teve o direito de errar e nas 53 voltas do Grande Prêmio do Japão, o neerlandês da Red Bull não colocou o pneu no lugar errado, numa pilotagem de altíssimo nível que garantiu a primeira vitória de Verstappen em 2025 e mostrando à McLaren que qualquer vacilo, será capitalizado por Max Verstappen.
Figurão(JAP): Jack Doohan
O filho do lendário Mick Doohan não teve a estreia na F1 mais tranquila da história, muito pelas pressões externas que o jovem Jack Doohan vem sofrendo, particularmente de Flavio Briatore, encantado com Franco Colapinto e trazendo o argentino como piloto reserva da Alpine. Esse tipo de pressão pode estar afetando Jack Doohan de tal forma que o australiano comete erros tão básicos que sua causa vai ficando cada vez mais irremediável. Sacado do primeiro treino livre de Suzuka, Doohan bateu muito forte no TL2 na curva um, assustando a todos, mas felizmente o piloto da Alpine nada sofreu. O motivo da batida aparentemente era o DRS aberto, no que poderia ser uma falha do seu carro. Porém, ao anunciar que seu piloto estava bem, Oliver Oakes, rei da Inglaterra da Alpine, anunciou que na verdade Doohan não desativou o DRS para o aproche da rápida primeira curva, fazendo com que a traseira da Alpine de Jack estivesse 'solta' e causando o acidente. Os bastidores não melhoraram muito a situação de Jack Doohan. Treinando no simulador, o australiano conseguia fazer a primeira curva de Suzuka com o DRS aberto, ou seja, para Doohan não precisava desativar o DRS na rápida curva um. Porém, na vida real a situação foi bem diferente e a situação de Doohan dentro da Alpine só piora.
domingo, 6 de abril de 2025
Max gigantesco
O aniversariante Piastri via tudo isso placidamente, mas no segundo stint parecia ser o mais rápido dos três, chegando a esboçar ataques em cima do seu companheiro de equipe. O australiano chegou a vocalizar isso via rádio, esperando um presente de aniversário da equipe com uma troca de posições, mas as contas da McLaren eram simples. Com Norris em segundo, ele mantinha a liderança do campeonato por apenas um ponto à frente de Verstappen. Como não havia garantias de uma ultrapassagem de Piastri sobre um inspirado Verstappen, Andrea Stella e seus papaias caps preferiram manter a coisa como estava até a bandeirada. Mesmo que na última volta Lando quase entregava o presente a Oscar ao sair da pista na chicane. Vitória categórica de Max Verstappen, daquelas conquistadas no braço numa pista que nitidamente evidencia quem pode fazer a diferença. Como falou Alonso após a volta da pole de Max, somente o neerlandês parece ser capaz de fazer voltas como a de sábado hoje em dia. Tsunoda teve uma estreia discreta na Red Bull, limitado pela má volta no Q2 e ficando de fora dos pontos, mas a torcida japonesa não quis nem saber e votou Yuki como o piloto do dia. Essa votação está mais avacalhada que algumas eleições por aí.
sábado, 5 de abril de 2025
Volta gigante
A Classificação em Suzuka foi no seco e com os pilotos sofrendo com o vento e com a grama. Não que os pilotos estavam saindo da pista, mas que em várias ocasiões durante o final de semana a grama pegou fogo, por causa das faíscas do fundo dos carros. Uma cena nada usual. Jack Doohan bateu forte no TL2 e a Alpine não teve pudor em apontar o dedo para o australiano, num erro banal de não desativar o DRS na rápida curva um. Bastante pressionado, isso foi mais um golpe na confiança de Doohan, que fez uma classificação claramente ultra-conservadora e ficou na última fila, ao lado do errático Lance Stroll, esse mantendo sua escrita. Numa pista onde o piloto aparece, vemos o que Stroll (não) pode fazer. Bortoleto esteve na briga para passar ao Q2, mas acabou superado por muito pouco por Hadjar e ainda ficou atrás de Hulkenberg.
Falando em Hadjar e seus problemas no cinto de segurança, Lawson re-estreou de forma bem chinfrim na Racing Bulls, sempre atrás do novato, mas com um sorriso no rosto, o neozelandês largará na frente de Tsunoda, que o substituiu na Red Bull. Contudo, Yuki fez um trabalho melhor do que Lawson durante o final de semana. Correndo em casa e exibindo muita autoconfiança, Tsunoda andou sempre próximo de Verstappen nos treinos livres e até mesmo no Q1, mas ainda se acostumando com o novo carro, Tsunoda errou no aquecimento dos pneus no Q2 e ficou apenas na P15. Na Williams, novamente Albon colocou Sainz no bolso, que ainda foi punido, perdendo três posições no grid.
Tudo levava a crer numa pole da McLaren. Piastri e Norris dominaram os treinos livres e as duas primeiras partes da classificação, mas ninguém contava com um inspirado Max Verstappen. Vindo de três poles consecutivas em Suzuka, Max conseguiu uma volta no Q3 simplesmente antológica, derrotando a lógica e ficando com uma pole assombrosa. Norris e Piastri ficaram logo atrás, muito próximos, mas com cara de derrotados. Russell andou forte em todos os treinos livres, dando a impressão que seria o grande rival da dupla da McLaren, mas na hora que mais importava, ficou bem atrás, largando em quinto, ao lado do companheiro de equipe Antonelli, em sua melhor classificação até agora. Leclerc fez o papel que lhe cabia na Ferrari e se meteu entre McLarens e Mercedes, enquanto Hamilton novamente decepcionou, tomando bastante tempo do companheiro de equipe.
Essa pole conquistada por Max Verstappen é daquelas de dar um gás na confiança de qualquer piloto e a previsão é de chuva no domingo, podendo ser mais um fator de motivação para o neerlandês.
domingo, 30 de março de 2025
Lá se foi o 100%
A chuva veio ainda na Moto2 e na categoria menor já havia tido problemas nas escolhas de pneus, com poucos pilotos optando pelos pneus slicks, já que a chuva não fora tão forte assim. Pelo menos na Moto2, quem arriscou slicks acabou perdendo a aposta, tomando até mesmo volta do vencedor Jake Dixon. A pista ainda estava escorregadia para a largada da MotoGP, mas o asfalto secava a olhos vistos. A situação ficou ainda mais confusa quando Quartararo caiu na volta de alinhamento, deixando os pilotos ainda mais receosos em escolher os slicks. Quando faltavam segundos para a volta de apresentação, Marc Márquez pulou de sua moto e correu para os pits para pegar uma moto acertada para piso seco. Mas o espanhol não foi o único e o caos se estabeleceu, acabando por trazer uma bandeira vermelha e uma situação embaraçosa para a MotoGP, pois a sensação que se passou é que ali mais parecia uma corrida amadora e não uma prova de elite.
Com tudo isso, na segunda largada todos optaram pelos pneus slicks e a corrida parecia nas mãos de Marc Márquez. Com uma largada segura, o espanhol da Ducati rapidamente se estabeleceu na ponta. Saindo apenas da sexta posição do grid, Bagnaia já tinha mostrado na Sprint que poderia aprontar na largada e se não assumiu a liderança, pelo menos estava em terceiro, atrás de Alex Márquez, que se esforçou ao máximo para manter o segundo lugar, indicando claramente que Alex tem uma missão em 2025: proteger seu irmão Marc. Contudo, não demorou para Bagnaia reagrupar forças e pela primeira vez no ano ultrapassar definitivamente Alex Márquez, ficando em segundo, mas Pecco não parecia ter forçar para atacar o líder Marc Márquez. No entanto, meio que um castigo por ter começado toda a confusão antes da largada, Marc passou por uma zebra molhada ainda no primeiro terço de corrida e caiu. O espanhol ainda tentou voltar, mas com várias avarias em sua Ducati, Marc abandonou.
Bagnaia partiu impávido rumo à bandeirada, vencendo pela primeira vez no ano, sem mais ser ameaçado por Alex Márquez, que pela terceira vez consecutiva chegou em segundo e incrivelmente lidera o campeonato. Mesmo ainda estando abaixo de Marc Márquez, essa vitória pode dar um pouco mais de confiança para Bagnaia enfrentar seu companheiro de equipe, que parecia imbatível nesse início de campeonato, mas acabou cometendo um erro que o deixou zerado em Austin. A Ducati ainda tem a melhor moto disparada e se não fossem as quedas de Márquez e Fermin Aldeguer, este já no final da prova, as seis motos Ducati ficariam com as seis primeiras posições, com Di Giannantonio e Morbidelli completando o quarteto da Ducati. Jack Miller conseguiu a façanha de ser a melhor não-Ducati do dia, segurando vários ataques e levando a sua Yamaha ao quinto lugar. Tendo derrotado a Ducati ano passado em Austin, a Aprilia decepcionou, enquanto a KTM viu seus principais pilotos ficarem pelo caminho.
O campeonato ficou bem interessante, mesmo que a liderança de Alex Márquez seja bastante circunstancial, o espanhol vem fazendo um certame bem sólido, mas abaixo da dupla da Ducati oficial. Bagnaia venceu, mas ainda não derrotou Marc Márquez, que irá mordido para a próxima etapa no Catar. Um circuito no qual Marc não gosta.
terça-feira, 25 de março de 2025
Figura(CHN): Oscar Piastri
Uma semana depois do mal resultado na corrida de estreia da temporada 2025, em sua casa, Oscar Piastri deu uma bela resposta ao dominar o final de semana chinês, conseguindo a pole e liderando a corrida praticamente de ponta a ponta. Piastri viu seu companheiro de equipe Norris vencer em Melbourne, enquanto ele conseguira apenas um nono lugar, após errar quando a chuva voltou a aparecer na prova australiana. Mordido, Piastri não esmoreceu e menos de uma semana depois respondeu à Norris com a primeira pole da carreira e uma corrida dominadora, não dando qualquer chance à Lando Norris, mesmo com os problemas que o inglês teve nos freios nas últimas voltas. Uma boa volta por cima de Piastri, que parece ter começado o campeonato 2025 agora. E da melhor forma possível!
Figurão(CHN): Liam Lawson
Estar no segundo carro da Red Bull sempre foi uma missão difícil, tendo passado por ali vários pilotos com diferentes experiências. Contudo, ninguém poderia imaginar que Liam Lawson, jovem neozelandês que fez boas corridas na Racing Bulls, fosse performar tão mal como ele vem fazendo. Em sua segunda corrida pela Red Bull, Lawson teve sérios problemas em conduzir o Red Bull RB21. Fazer qualquer tipo de comparação com Max Verstappen chegaria a ser covardia, mas alguns fatos mostram o péssimo trabalho de Lawson na China. Na classificação da Sprint, Liam ficou ainda no SQ1. Se já fosse ruim o suficiente, Lawson foi último (!) colocado na classificação da corrida principal. Não houve problemas com o carro ou algum piloto tendo bloqueado o piloto da Red Bull. No rendimento puro e simples, Lawson foi vigésimo colocado no grid para a corrida chinesa, que mostrou tão ruim quanto, com Liam muito longe de escalar o pelotão e ficando léguas de distância para marcar um mísero ponto qualquer. Um desempenho lastimável e no final do dia, já se fala que Liam Lawson poderia ser sacado após apenas duas corridas, com o neozelandês entrando para a lista nada digna de mais um moído pelo programa de jovens pilotos da Red Bull, liderado por Helmut Marko. Porém, Lawson vem fazendo até aqui o pior trabalho já visto no segundo carro da Red Bull.
domingo, 23 de março de 2025
O Max da Indy
Antes de tudo, apesar do circuito ser bem seletivo, correr em Thermal Club é um exemplo claro de como a Indy cuida mal de si. O autódromo localizado na California na verdade é um circuito particular dentro de um clube para milionários, que dão voltas pela pista com seus supercarros quando tem vontade. Um clube exclusivo, com casas espetaculares, mas basicamente sem fãs. Apenas um pequena arquibancada de cinco mil expectadores com ingressos vendidos a preços absurdos transformaram o ambiente na corrida ainda mais desértico, com pouca ou quase nenhuma pessoa realmente apaixonada por automobilismo estivesse vendo a corrida in loco. Para a TV, a sensação que passou é que não havia ninguém na pista, apenas alguns parcos convidados, além dos moradores milionários. Uma bola fora da Indy.
A corrida transcorreu sem bandeiras amarelas e havia a preocupação com o desgaste de pneus, mas os pneus macios se comportaram muito bem e foram bem decisivos para a vitória de Palou. Os primeiros dois terços de prova foram dominados pela dupla da McLaren, tendo O'Ward na ponta. Antes da segunda e última parada, Palou diminuiu a diferença para Lundgaard, que economizava combustível após uma parada mais cedo. O espanhol atacou muito, mas o dinamarquês segurou Palou. Então o piloto da Ganassi colocou pneus macios para o último stint, enquanto a dupla da McLaren foi para as últimas voltas com os duros. Foi o pulo do gato. Voltando à pista logo atrás de Lundgaard, Palou rapidamente ultrapassou o danês da McLaren e estava 10s atrás de Pato. O mexicano foi atrapalhado por alguns retardatários, ajudando Palou a desintegrar a desvantagem e numa manobra certeira, ultrapassar o piloto da McLaren.
A esperança de Pato era que os pneus macios Palou se acabassem nas voltas finais, mas além disso não acontecer, o ritmo de Pato foi bem abaixo, causando até desconfianças de um problema de consumo de combustível. Mesmo gripado, Palou recebeu a bandeirada com tranquilidade e venceu pela segunda vez consecutiva, algo que não acontecia na Indy fazia bastante tempo e o espanhol da Ganassi já parte para um incrível tetracampeonato, igualando à Max Verstappen, que assim como Palou, faz toda a diferença em sua categoria.
Dias de glória
sábado, 22 de março de 2025
Dias de luta
Havia certa expectativa para a largada da Sprint Race por termos na primeira fila os rivais Hamilton e Verstappen. O inglês deu uma verdadeira aula de como se portar frente a um piloto confiante e agressivo como Max, convergindo completamente sua Ferrari para cima de Verstappen, deixando o piloto da Red Bull sem muitas opções a não ser ficar com a segunda posição. Muito criticado por um final de semana decepcionante de estreia pela Ferrari, Hamilton deu uma bela resposta na Sprint Race, controlando o acentuado desgaste de pneus e não cedendo quando Verstappen esboçou um ataque. Foi uma vitória de almanaque e mesmo que os triunfos na Sprint não contem nas estatísticas, essa primeira vitória de Hamilton pela Ferrari pode lhe dar muita confiança para o restante da temporada.
A classificação mais tarde viu que muitos pilotos mal começaram a temporada e já se veem em dias de luta. Jack Doohan cometeu um erro crasso na Sprint Race, batendo em Bortoleto e sendo punido por isso. Ainda no Q1 o jovem australiano rodou e ficou pelo caminho, mas se serve de consolo, Gasly também ficou no Q1, porém, isso não pode ser o suficiente para Flavio Briatore. Colapinto agradece. Pior situação vive Liam Lawson. Após vencer Tsunoda para ficar com a vaga na Red Bull nesse ano, o neozelandês sofre com o mesmo problema dos demais companheiros de equipe de Verstappen, com um carro dificílimo de pilotar e uma janela de funcionamento minúscula, onde apenas Max parece ser capaz de administrar. O resultado disso tudo é Liam ficar com a última posição do grid e a pressão já começar a aumentar pelos lados da Red Bull. Afinal, acertarão algum segundo piloto ao lado de Max?
A McLaren tomou conta da classificação, principalmente com Norris, mas o inglês errou justamente quando não podia: a última volta do Q3. Superado por Piastri na primeira volta do Q3, Lando viu não apenas seu companheiro de equipe melhorar seu tempo, como ainda foi superado pelo conterrâneo George Russell, numa volta sobrenatural do piloto da Mercedes que o colocou em segundo. A dupla da Ferrari ficou com a terceira fila, longe de brigar pela pole, mas novamente com Lewis à frente de Leclerc, enquanto Verstappen ficou em quarto, mas se queixando de um ritmo de corrida inferior, algo que foi visto na Sprint, quando foi ultrapassado por Piastri e viu a aproximação de Russell e Leclerc nas voltas finais. A corrida tenderá a ser bem tática, com as equipes se preocupando bastante com o desgaste de pneus e isso poderá ajudar a McLaren, notadamente quem melhor cuida da borracha da Pirelli.
quinta-feira, 20 de março de 2025
Que pena...
segunda-feira, 17 de março de 2025
Figura(AUS): Max Verstappen
Os títulos de 2022 e 2023 de Max Verstappen foram caracterizados por um massacre do neerlandês da Red Bull, principalmente no último ano, quando Max bateu recordes de vitórias numa mesma temporada. No entanto, a turbulência dos bastidores da Red Bull afetaram o ano da equipe e mesmo com o título em 2024, tudo indicava para um 2025 duro para a equipe e Max Verstappen. A pré-temporada indicava uma McLaren muito forte e o primeiro final de semana confirmou essa expectativa. Max teve que voltar à 2020, quando via uma Mercedes forte demais, mas sempre pronto capitalizar qualquer vacilo, lembrando o que Michael Schumacher fez nos seus primeiros anos de Ferrari contra a potência de McLaren e Williams, carros construídos por Adrian Newey, projetista dos carros que deram os quatro títulos de Max. Em Melbourne, Verstappen experimentou aquela sensação e claramente andou muito mais do que o carro, andando próximo dos carros da McLaren durante a corrida e até mesmo ameaçando a vitória de Lando Norris nas duas últimas voltas. Max deu o recado: a McLaren pode ter o melhor carro, mas qualquer vacilo, por menor que seja, Verstappen estará pronto para derrotar os pilotos papaias.
Figurão(AUS): Ferrari
Se havia unanimidade que a McLaren tinha o conjunto mais forte nesse início de ano na F1, muitos apontavam que a Ferrari era a segunda força. E os primeiros treinos livres confirmaram essa expectativa, com Leclerc principalmente andando bastante próximos dos pilotos da McLaren. Bastou que começasse a parte decisiva do final de semana para o ritmo da Ferrari ir por água abaixo. No Q3, os carros vermelhos estiveram bastante longe da luta pela pole. Na verdade, Leclerc e Hamilton fora até mesmo do top5, conseguindo o sétimo e o oitavo tempos respectivamente. O domingo chuvoso seria um desafio, principalmente para Hamilton, que estreava na Ferrari cheio de expectativas e o inglês admitia que estava com receio de apertar os botões errados no volante nas prováveis mudanças de funções enquanto a pista mudava. A realidade foi uma prova difícil para a turma de Maranello, mesmo com a ótima largada de Leclerc, pulando para quinto, mas Hamilton passou a maior parte do tempo empacado atrás de Alex Albon. Quando a chuva voltou na parte final da corrida, outro pesadelo retornou para os ferraristas: os erros estratégicos. Enquanto boa parte dos pilotos ainda na pista procuraram os pits quando perceberam que a pancada de chuva era muito forte, a Ferrari resolveu ficar na pista, jogando Leclerc e Hamilton ainda mais para trás, com ambos terminando em oitavo e décimo, com Lewis tomando uma ultrapassagem por fora na última volta de Piastri. Não era a estreia esperada para a Ferrari, mas se serve de consolo, Hamilton pôde liderar sua primeira volta com a Ferrari. Muito, muito pouco para tanta expectativa.
domingo, 16 de março de 2025
Prenúncio de massacre
Muitos fãs da MotoGP gostam de criticar a F1 dizendo que a categoria de quatro rodas está muito previsível, onde o vencedor é conhecido antes mesma da largada. Contudo, em 2025 as coisas podem estar se invertendo um pouco. Por mais que a McLaren esteja um degrau acima das demais, ainda podemos ver um Max Verstappen fustigando os pilotos papaias. Já na MotoGP, nada e nem ninguém parece capaz de parar Marc Márquez. De aposta arriscada e até mesmo criticada feita pela equipe oficial Ducati, que viu o campeão Jorge Martin levar o número um para a Aprilia, Marc Márquez vem se tornando um palpite certeiro feito por Tardozzi, Dall'Igna e seus red caps.
A corrida em Termas de Rio Hondo parecia definida pela pole estrondosa de Marc Márquez, repetindo o roteiro visto em Chang, duas semanas atrás. Depois de vencer na Sprint, Marc se manteve na ponta na largada, onde mais uma vez teve seu irmão Alex em segundo e na Argentina o irmão caçula respeitou bastante o mais velho na primeira curva. Saindo de quarto, Pecco Bagnaia logo assumiu o terceiro lugar, tentou ataques em cima de Alex, mas não demorou muito para ser ultrapassado pela Ducati 2024 de Franco Morbidelli. Mais na frente, Alex capitalizou um ligeiro erro de Marc e assim como ocorreu em terras tailandesas, ficou na ponta boa parte da corrida. Porém, até os mosquitos que sujaram as bolhas e macacões sabiam que a corrida estava no controle de Marc, que mesmo com um errinho aqui e ali, atacou seu irmão na hora certa para efetuar a ultrapassagem decisiva e vencer pela segunda vez em 2025, imprimindo um domínio impressionante, onde Marc mantém 100% nas poles, Sprint e corridas no domingo.
Alex Marquez vem fazendo um bom papel de escudeiro, sendo que dessa vez nem precisou de tanto trabalho. Totalmente sem confiança, como mostrado em seu linguagem corporal antes da corrida, Pecco Bagnaia sequer foi ao pódio, derrotado por Morbidelli, que retornou ao pódios depois de vários meses e direito um 'Vai Porra!' ao vivo. Bagnaia parece impotente frente à força de Márquez e dentro da equipe Ducati, que nesse domingo dominou as cinco primeiras posições, fica a sensação de que a equipe já se enamorou por Márquez e todo o seu talento, deixando Pecco e sua apatia num passado de conquistas, mas que vem sendo superado de forma sistemática pelo espanhol. Destaque positivo pelo desempenho da Honda, com Zarco largando na primeira fila e só perdendo o quinto lugar na última volta, ficando bem à frente das KTM's e da Aprilia de Ogura, novamente a melhor Aprilia, já que Oliveira e Savadori nem largaram e Bezzecchi caiu na primeira volta.
Para quem curte as Bets, uma aposta certeira é votar em Marc Márquez, no que pode ser o prenúncio de mais um massacre do espanhol.
Caos na confirmação da expectativa