terça-feira, 31 de julho de 2007

História: 30 anos do Grande Prêmio da Alemanha de 1977


O acidente de Niki Lauda em Nürburgring foi a gota d'água para o velho circuito alemão. Mesmo com todas as reformas durante os anos 70, o autódromo já estava obsoleto demais para o circo da F1 e com a gradual entrada da TV, a transmissão do Grande Prêmio da Alemanha era uma constante dor de cabeça para os produtores. Já estava decidido que o

XXXIX Grosser Preis von Deutschland seria realizado mesmo em Hockenheim, mas o velocíssimo circuito que cruza a Floresta Negra também não tinha boas lembranças. Dois anos antes de estrear na F1 em 1970, Hockenheim foi o palco da morte de Jim Clark numa corrida de F2.


As duas grandes estréias da etapa anterior, na Inglaterra, não estariam presentes em Hockenheim. Mesmo com uma estréia marcante Gilles Villeneuve não se acertou com a McLaren e a equipe voltou a ter dois carros para James Hunt e Jochen Mass. A Renault resolveu aprimorar mais o seu novíssimo carro e acabou deixando de lado a etapa alemã para se concentrar nos testes com Jean Pierre Jabouille. Com o segundo lugar de Lauda em Silverstone, o austríaco estava de volta a liderança na sua volta ao Grande Prêmio da Alemanha um ano depois do acidente que quase tirou sua vida. Porém, um dos 
seus principais rivais na temporada, Jody Scheckter conseguiu sua primeira pole na temporada e deu a sua equipe Wolf a primeira pole da pequena história da equipe canadense. Comprovando a boa fase da Brabham, John Watson colocou a equipe de Bernie Ecclestone ao lado de Scheckter na primeira fila, por sinal, pela terceira vez consecutiva Watson largaria da segunda posição. Lauda ficou em terceiro e teria ao seu lado o motivado James Hunt, animado com sua vitória em casa quinze dias antes e com a evolução do novo McLaren M26. Hans-Joachim Stuck ratifica a boa forma da Brabham ao ficar em quinto dentro de casa. Depois de um bom começo de temporada, Emerson Fittipaldi não conseguiu classificar seu Copersucar e não largaria no domingo.

Grid:
1) Scheckter(Wolf) - 1:53.07
2) Watson(Brabham) - 1:53.34
3) Lauda(Ferrari) - 1:53.53
4) Hunt(McLaren) - 1:53.68
5) Stuck(Brabham) - 1:53.91
6) Laffite(Ligier) - 1:53.97
7) Andretti(Lotus) - 1:53.99
8) Reutemann(Ferrari) - 1:54.27
9) Nilsson(Lotus) - 1:54.44
10) Brambilla(Surtees) - 1:54.53

O dia amanheceu com sol e uma temperatura amena e isso ajudaria os carros, pois as longas retas de Hockenheim não estavam muito amigáveis com os frágeis motores do final dos anos 70. Scheckter larga muito bem e despacha Watson com facilidade ainda antes da primeira curva. No final do grid um acidente envolveu Clay Regazzoni e Alan Jones e os dois ficaram pelo caminho. Os cinco primeiros mantiveram suas posições com Scheckter à frente de Watson, Lauda, Hunt e Stuck. Não demorou muito para esses cinco pilotos se desgrudarem do resto dos carros, que eram liderados por Laffite. Ainda na segunda volta Reutemann e Andretti ultrapassam o francês e o argentino já estava num distante sexto lugar. Atrás de Laffite, andando num surpreendente nono lugar estava Patrick Tambay, que fazia suas primeiras corrida num Ensign.

Scheckter passou a liderar um trenzinho com os cinco primeiros andando colados. A primeira baixa entre os ponteiros foi Watson, que se dirigiu aos boxes lentamente no final da oitava volta e abandonou ali mesmo. Motivo? Motor
quebrado. Os quatro primeiros continuaram a sua briga particular e na volta 13 Lauda partiu para cima de Scheckter na parte da floresta e ultrapassou o sul-africano. Lauda ultrapassou, mas não disparou, enquanto Scheckter era pressionado fortemente por Hunt, acompanhado de perto por Stuck. A natureza destruidora de Hockenheim começou a fazer efeito no pelotão intermediário e Laffite teve o seu motor quebrado na volta 21. A próxima vítima seria o sétimo colocado Jochen Mass, que encostou sua McLaren com o câmbio quebrado e na volta 31 Gunnar Nilsson teve o motor quebrado.

A próxima vítima entre os líderes foi Hunt. Mesmo andando próximo a Scheckter, o motor Cosworth da McLaren do inglês não estava muito bem e na volta 33 ele abandonou a corrida, deixando Scheckter mais sossegado. Por enquanto. Usando o conhecimento local, Stuck encosta em Scheckter e sem muita alternativa se aproxima de Lauda. Os três andam próximos, mas não há muitas ameaças de parte a parte. Mais atrás Reutemann fazia uma corrida solitária e com a quebra de Hunt assumia a quarta posição e Andretti a quinta, mas o americano só ficaria duas voltas nessa posição quando seu motor quebra. Vittorio Brambilla vinha fazendo uma corrida bem consistente no seu fraco Surtees e já aparecia em quinto, mas Ronnie Peterson vinha fazendo uma prova de recuperação depois de largar em décimo quarto e ultrapassou Brambilla na volta 36. Porém Brambilla não se rende e dá o troco duas voltas depois a briga entre esses pilotos agressivos eram empolgante, mas não duraria muito. O motor da Tyrrel de Peterson também já estava nas últimas e faltando cinco voltas o sueco teve que abandonar deixando a última pontuação pontuável para o novato Patrick Tambay.

Mesmo com Sckeckter e Stuck por perto na maior parte da corrida, Lauda não teve muito trabalho em cruzar a linha de chegada com 14s de vantagem para o sul-africano, que por sua vez tinha apenas 6s de vantagem em cima de Stuck, que comemorou muito seu terceiro lugar e sua primeira visita ao pódio. A vitória de Lauda foi não apenas muito importante na sua briga pelo campeonato como também foi histórica. Aquela foi a centésima vitória da Goodyear na F1. A companhia de Akron tinha conseguido sua primeira vitória no Grande Prêmio do México de 1965 com Richie Ginther à bordo de um Honda. Foi a primeira vitória da marca japonesa e a última da era dos motores 1.5l.

Chegada
1) Lauda
2) Scheckter
3) Stuck
4) Reutemann
5) Brambilla
6) Tambay

domingo, 29 de julho de 2007

Dia de sorte da Stock

Me lembro que as piores corridas da F1 no ano passado foi justamente no período da Copa do Mundo e por isso não teve muito divulgação na mídia das péssimas corridas nas Américas e na Inglaterra. Hoje, a Stock teve a mesma sorte. Na pior corrida dos últimos tempos (não apenas falando em Stock, mas no geral!), todo o Brasil estava ligado na final do Basquete Masculino e muito gente teve a felicidade de não acompanhar uma corrida que deveria ser apagada da história da Stock.

Quem não teve nada com isso foi Thiago Camilo, que largou na pole e venceu de ponta a ponta, sem ser ameaçado pelo segundo colocado Valdeno Brito, que ganhou a posição na largada e por lá ficou a corrida toda, se aproximando de Camilo no final, mas sem ameaçar. Por sinal, a corrida de todo mundo em Londrina foi assim: largou, se manteve e chegou... Apenas Rubens Fontes errou quando vinha em terceiro e caiu para oitavo. De resto, Ricardo Maurício, Cacá Bueno, Ingo Hoffmann.. todos mantiveram suas posições na largada. Uma chatice sem tamanho!

Essa primeira vitória de Thiago Camilo nesta temporada consolida sua boa fase e o coloca numa posição privilegiada no campeonato. Pena que a porcaria dos play-offs podem colocar tudo a perder e Thiago pode perder um campeonato que já merece ser seu.

sábado, 28 de julho de 2007

História: 10 anos da última vitória de Gerhard Berger


O verão de 1997 foi muito complicado para Gerhard Berger. Além de sofrer com a inconstância do seu Benetton-Renault, o austríaco teve sérios problemas extra-pista. Primeiro foi uma operação mau-sucedida de sinusite que o fez pegar uma infecção hospitalar e ficar internado muito mais tempo do que o esperado. Quando Berger se preparava para voltar ao seu cockpit, uma notícia trágica abala o piloto da Benetton: seu pai havia sofrido um acidente de avião e estava morto. O pai de Berger o apoiou no começo da carreira e Gerhard estava claramente consternado e como Wurz tinha substituído muito bem o compatriota, muitos duvidaram que Berger pudesse voltar à F1. Para surpresa de todos, Berger fez um bom teste em Monza e estaria presente no Grande Prêmio da Alemanha.


O velho circuito de Hockenheim era o preferido de Berger e o austríaco perdeu a corrida do ano anterior faltando duas voltas, quando seu motor explodiu. O fim de semana alemão começou com o anúncio de Berger que não estaria na Benetton em 1998 e para o seu lugar foi contratado Fisichella. Mesmo com o anúncio, Berger negou a sua aposentadoria. "Eu só penso nisso, eu amo correr," explicou Berger. Durante os treinos livres Berger surpreendeu a todos na F1 ao ser o mais rápido, à frente do seu substituto dentro da Benetton, Fisichella com seu Jordan-Peugeot. Era a primeira vez em muito tempo que Berger se destacava em um Grande Prêmio, mas ele ainda não estava satisfeito e ficou com a pole! Fisichella ficou míseros 0.023s atrás do austríaco. Os pilotos que brigavam pelo campeonato não estavam nada bem com Michael Schumacher em quarto e Villeneuve em nono.

Grid:
1) Berger(Benetton) - 1:41.873
2) Fisichella(Jordan) - 1:41.896
3) Hakkinen(McLaren) - 1:42.034
4) M.Schumacher(Ferrari) - 1:42.181
5) Frentzen(Williams) - 1:42.421
6) Alesi(Benetton) - 1:42.493
7) R.Schumacher(Jordan) - 1:42.498
8) Coulthard(McLaren) - 1:42.687
9) Villeneuve(Williams) - 1:42.967
10) Irvine(Ferrari) - 1:43.209

O domingo em Heidelberg começou com sol, mas as nuvens trouxeram uma pequena chuva faltando 40 minutos para a lar
gada. Contudo, para alívio dos pilotos a chuva foi passageira e a largada seria com pista seca. Berger estava totalmente comprometido em vencer a corrida na Alemanha e disparou na largada, deixando seus adversários para trás. Fisichella conseguiu se manter na segunda posição, sendo seguido por M.Schumacher e e Hakkinen. Mais atrás Irvine fez uma bela largada, mas acabou atingindo a Williams de Frentzen na primeira curva e os dois abandonaram no final da primeira volta. Juntamente com Tarso Marques (que deixou sua Minardi parada no grid) e David Coulthard (rodou na entrada do Estádio).



O ritmo de Berger no início da corrida era alucinante e em seis voltas tinha 5s de vantagem em cima de Fisichella, que tinha seus espelhos pintados de vermelho-Ferrari de Schumacher. Fisichella fazia sua melhor corrida na F1 até então e estava segurando M.Schumacher com maestria, enquanto Berger abria cada vez mais. Estava claro que o austríaco estava mais leve e pararia duas vezes e na volta 17 ele fez seu primeiro reabastecimento, voltando à pista em quarto lugar, logo atrás de Hakkinen. Numa condição normal, Berger teria sua estratégia atrapalhada pelo carro mais lento de Hakkinen, mas o austríaco estava totalmente fora do normal e ultrapassou o finlandês depois de apenas uma volta!


Berger continuou a forçar na tentativa de descontar o tempo desperdiçado por sua parada a mais do que seus rivais direto pela vitória. Fisichella não apenas estava na liderança, como também estava se distanciando de Schumacher! O que terá acontecico com Fisico ao longo desses anos? Fisichella e Schumacher fizeram suas paradas na volta 23, exatamente na metade da prova, e Berger estava novamente na liderança. Na volta 28, Berger levou uma baita susto quando o motor Ford de Jan Magnussen quebrou bem à sua frente. "Perdi uns 4 ou 5s. Pensei que tinha perdido a corrida," falou Berger depois da corrida.

E a preocupação era verdadeira. Sua segunda parada estava se aproximando e os 19s que tinha sobre Fisichella não eram suficientes. Gerhard precisava de 22s para completar sua parada e voltar na liderança. Na volta 34 a Benetton saiu da garagem para o segundo reabastecimento de Berger. Ele tinha pouco mais de 20s de vantagem em cima de Fisichella. Seria apertado! E realmente foi!

Berger voltou 1s atrás de Fisichella e apenas 5s à frente de Schumacher. As últimas dez voltas seriam eletrizantes, mas... Mesmo com pneus mais frios, Berger partiu para cima de Fisichella e ultrapassou o italiano quando Fisico cometeu um erro na primeira chicane e ainda antes da segunda chicane já estava em primeiro! Berger imediatamente aumentou a vantagem para Fisichella, que se distanciava de Schumacher e a corrida parecia que transcorreria com tranqüilidade, mas o detino às vezes é muito cruel...

O pneu traseiro esquerdo da Jordan de Fisichella explodiu faltando menos de seis voltas para o fim e mesmo se arrastando para os boxes - ele
chegou a rodar na sessão do estádio - , estava claro que a corrida de Fisichella estava terminada. O italiano ainda voltou à pista, mas abandonou na volta seguinte na corrida mais competitiva de Giancarlo na F1 até então. Isso ajudou Schumacher, que garantia o segundo lugar em casa, apesar de ter que fazer um splash-and-go no finalzinho da corrida. Depois da corrida ele deu uma perigosa carona à Fisichella. Após três anos sem nenhuma vitória, Berger cruzou a linha de chegada com 17s de vantagem para Schumacher e todos no autódromo estavam emocionados com a volta de um piloto que era considerado acabado e de repente estava no alto do pódio.


Berger acabaria se aposentando no final daquele ano e assumiria o cargo de diretor-esportivo da BMW. Após alguns anos dentro da montadora alemã, Berger abandonou seu posto em 2003 e hoje é sócio da Toro Rosso. Porém, sua atuação no Grande Prêmio da Alemanha de 1997 entrou para a história como um exemplo de superação
de um piloto que passava por grandes dificuldades na carreira e as superou com grande profissionalismo e talento. "Parece que tive poderes especiais hoje, mas eu acho que eu sei de onde isso veio e estou muito contente por isto. Foi um final de semana especial. Muito especial. Foi minha melhor vitória." Essas palavras de Berger depois da corrida sintetizam o que foi que aconteceu naquela tarde de domingo na Alemanha.


Chegada:
1) Berger
2) M.Schumacher
3) Hakkinen
4) Trulli
5) R.Schumacher
6) Alesi

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Dessa pizza eu não gosto

Para quem me conhece, sabe que sou um comedor inveterado de pizza. Adoro calabresa e mista, mas certas pizzas não me agradam muito, principalmente as que eu chamo pizzas exóticas. Nesta quinta-feira, a FIA inventou um novo tipo de pizza exótica que não engulo de jeito nenhum. Como pode uma pessoa jurídica ser julgada, posteriormente culpada e não ser condenada? Não sei e não gosto de direito, mas acho que quando uma pessoa é considerada culpada durante um julgamento, ela é condenada a tantos anos de prisão, ou multa, ou seja lá o que for.

Essa história da McLaren não ter sofrido as conseqüências pela sua condenação é de enrubecer os piores políticos brasileiros e colocará uma mancha neste sensacional campeonato. Logicamente a McLaren ficou "contente" com o resultado da reunião de ontem e a Ferrari está classificando a decisão da FIA de "incompreensível". Porém, mais este desmando da FIA entrará para os anais das grandes incoerências da história do esporte mundial. Injustiça? Ainda não dá para saber, ainda passará muita água por debaixo da ponte deste encandâlo.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

História: 25 anos do Grande Prêmio da França de 1982

Muita gente pensa que as famosas ordens de equipe foram iventadas na Era Schumacher para prejudicar Rubens "apenas um brasileirinho contra esse mundo todo" Barrichello na Ferrari. Porém, a inversão de posição entre companheiros de equipe é tão antigo quanto a própria F1. Existem vários casos clássicos em que ordens de equipe são postas em prática ao longo dos anos, com variados graus de sucesso. Um caso aconteceu há exatos 25 anos durante o Grande Prêmio da França. E não teve muito sucesso... Desde que estreou os motores turbo em 1977, a Renault sempre produziu carros muito velozes, mas com uma confiabilidade para lá de duvidosa. Mesmo cinco anos após a introdução do turbo e com algumas equipe já utilizando essa tecnologia, a Renault ainda não dominava amplamente os motores turbocompressores e isso atrapalhou bastante os planos da equipe francesa para 1982. A dupla René Arnoux e Alain Prost normalmente dominavam a primeira fila das corridas, mas dificilmente as completava.

Quando a Renault chegou para o seu Grande Prêmio caseiro em Paul Ricard, Alain Prost estava na frente de René Arnoux no campeonato com dezoito pontos e duas vitórias antes os quatro pontos de Arnoux. O detalhes é que os pontos de Prost foram conquistados em duas vitórias no começo do ano e Arnoux teve que se contentar com um pódio na primeira etapa. Eles abandonaram todas as outras etapas! A corrida em solo francês era crucial para a Renault e para seus pilotos na briga pelo campeonato. Com os 18 pontos que tinha, Prost ainda sonhava com título, assim a Renault decidiu que quando houvesse uma ocasião, ordens de equipe seriam postas em prática para favorecer Prost. Arnoux concordou.

A corrida na França foi realizada menos de uma semana após o Grande Prêmio da Inglaterra e os mecânicos tiveram que desdobrar para empacotar todo o equipamentos e voar 1.600 km em direção a costa sul francesa. Ainda bem que naquela época não existia apagão áereo... A única mudança em relação à corrida em Brands Hatch era que Mansell seria substituído por Geoff Less, campeão europeu de F2, na Lotus, pois Mansell ainda não tinha se recuperado uma lesão no pulso sofrida no Grande Prêmio do Canadá. Se aproveitando do conhecimento da pista de Paul Ricard e da reta Mistral, a Renault colocou Arnoux e Prost na primeira fila, apesar das ameaças de Pironi e Patrese durante a Classificação. Tambay e Piquet completaram os seis primeiros, todos eles com motores turbo. Novamente era Renault em primeiro e segundo!

Grid:

1) Arnoux(Renault) - 1:34.406
2) Prost(Renault) - 1:34.688
3) Pironi(Ferrari) - 1:35.790
4) Patrese(Brabham) - 1:35.811
5) Tambay(Ferrari) - 1:35.905
6) Piquet(Brabham) - 1:36.359
7) De Cesaris(Alfa Romeo) - 1:37.573
8) Giacomelli(Alfa Romeo) - 1:37.705
9) Lauda(McLaren) - 1:37.778
10) Rosberg(Williams) - 1:37.780

Como resultado dos vários acidentes na largada - inclusive com a morte de Paletti no Canadá - um procedimento revisado de largada foi usado. A diferença básica era que no caso de qualquer problema com um carro, luzes amarelas seriam mostradas. Em Paul Ricard isso não foi preciso e todos os 26 carros deixaram o grid em ordem com Arnoux à frente de Prost e Pironi na primeira curva. Durante a primeira volta Patrese ultrapassou Pironi para ficar em terceiro, com Piquet logo atrás. Na segunda volta a dupla da Brabham ultrapassou Prost e na quarta volta estavam liderando o Grande Prêmio!

As intenções da Brabham eram claras: repetir a tática usada em Brands Hatch. Na Inglaterra, Piquet saiu com seu carro muito leve para uma parada programada nos pits. O que hoje é rotineiro, há 25 anos atrás era loucura. Patrese e Piquet tinham que abrir a maior diferença possível para descontar o tempo perdido nos boxes. Atrás das Brabham vinham as Renaults e as Ferraris num inédito quarteto francês liderado por Arnoux. Na sétima volta o plano da Brabham começou a dar errado quando o motor BMW de Patrese começou a soltar fumaça e quando o italiano parou, a Brabham anunciou que um pistão tinha perfurado o motor. Isto colocou Piquet na liderança com 7s de vantagem em cima de Arnoux.

Na volta 11 um enorme acidente por pouco não aumenta o número de vítimas da temporada 1982. Mauro Baldi e Jochen Mass vinham brigando pela décima oitava posição quando os dois se enroscaram no final da reta Mistral a mais de 300 km/h. O March de Mass alçou vôo e atingiu a grade de proteção de cabeça para baixo, trazendo consigo a Arrows de Baldi. Os carros foram em direção ao público que assistia a corrida e pegaram fogo. Milagrosamente tanto Mass como Baldi estavam ilesos, enquanto alguns expectadores estavam levemente machucados. Após ter sido envolvido decisivamente no acidente que matou Villeneuve três meses antes, Mass ficou muito assustado com mais esse acidente e decidiu abandonar a F1 e se dedicar ao Mundial de Esporte-protótipo.

À medida que a metade da corrida se aproximava, uma movimentação incomum no box da Brabham chamava a atenção de todos. Os mecânicos estavam se preparando para fazer a primeira parada programada de box moderna, mas assim como Patrese, o motor de Piquet quebrou na volta 23 e mais uma vez o plano da Brabham ficou para uma oportunidade seguinte. Com a quebra de Piquet, um fato incomum levou a torcida francesa a loucura. Arnoux assumiu a liderança à frente de Prost, Pironi e Tambay. Era uma quadra francesa nas quatro primeiras posições. E em casa! Atrás da esquadra francesa com motores turbo, vinha a esquadra do motor Cosworth, liderada por Rosberg em sua Williams e Alboreto em sua Tyrrell. Os dois brigaram na maior parte da corrida pelo quinto posto, mas Rosberg acabaria levando vantagem.

Estava tudo muito bom, mas nem tudo eram flores da equipe Renault. Com a corrida sobre controle e a Ferrari de Pironi cada vez mais longe, a Renault resolveu colocar em prática seu plano de antes da corrida. O líder Arnoux foi avisado para aliviar o ritmo para que o segundo colocado Prost assumisse a liderança da corrida e se aproximasse de Pironi no campeonato. Mas de forma surpreendente, Arnoux aumentava o ritmo...

Toda volta a Renault mostrava placas para Arnoux deixar Prost passar, mas Arnoux simplesmente ignorava as ordens de equipe e abria de Prost. Arnoux recebeu a bandeirada com mais 17s de vantagem em cima de Prost para alegria da torcida francesa (que gostava mais de Arnoux) e desespero da Renault. Como Arnoux e Prost nunca se deram muito bem, eles passaram a se odiar, pois as chances de Prost ficaram bastante diminuídas com a desobediância de Arnoux, pois o líder do campeonato Pironi chegou logo atrás de Prost e a diferença entre eles caiu apenas de 19 para 16 pontos. No final das contas, foi a confiabilidade dos carros que tirou o título da Renault no final do ano, mas Arnoux ficou sem clima dentro da equipe e em 1983 se transferiu para a Ferrari ao lado de Tambay.

Chegada:

1) Arnoux
2) Prost
3) Pironi
4) Tambay
5) Rosberg
6) Alboreto

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Figura(Eur): A(s) chuva(s)

O campeonato desse ano pode estar espetacular, mas as corridas vinham deixando um pouco a desejar - apesar da melhora na qualidade das últimas provas. Sempre que um final de semana de Grande Prêmio se aproximava a metereologia anunciava que existia tantos por cento que chovesse em algum momento do final de semana. Como as corridas estavam ruins, a esperança estava na chuva. Nesse domingo, vimos porque a chuva era tão esperada! A corrida em Nürburgring são daquelas inesquecíveis que só mesmo a chuva para embaralhar todas o status quo da F1 atual. Afinal, se ver uma Spyker liderar a primeira volta já era uma surpresa imperial, o detalhe fica que esta volta na liderança foi feita por um estreante cujo pai foi uma das estrelar alemãs dos anos 80. Ver uma curva destruir o final de semana de seis pilotos numa volta só por causa da chuva não se vê todo dia, assim como a bandeira vermelha aparecer depois de quatro anos após o não menos caótico Grande Prêmio do Brasil em 2003. Quando a pista secou, a corrida ficou um pouco parada e então São Pedro resolveu dar uma mão e jogou um pouco mais de chuva no finalzinho da corrida proporcionando um dos finais de corrida mais emocionantes (e polêmicas) dos últimos tempos. Com essa corridaça de domingo, fica a certeza: que chova todo fim de semana!

Figurão(Eur): Nick Heidfeld

O papai Nick Heidfeld talvez tenha ficado tão emocionado com o nascimento do seu segundo filho no sábado pela manhã, que deixou sua cabeça lá na Suíça, onde o pequeno Joda nasceu, e se esqueceu que tinha uma corrida no domingo. Ao contrário de suas características, Heidfeld foi um total desastrado no domingo e suas principais vítimas foram pilotos muito próximo a ele. Como dizem que um piloto perde 1s quando tem um filho, Heidfeld perdeu boa parte desse tempo na largada quando foi ultrapassado pelo seu companheiro de equipe Robert Kubica, mas na primeira curva bateu no seu jovem vizinho de box e não satisfeito acertou o polonês na segunda curva, fazendo Kubica rodar e prejudicando sua própria corrida atuando em casa. Relegado ao final do pelotão, Heidfeld tentou subir de posição de todas as formas e no final da corrida completou nada menos do que seis paradas de boxes! Quando Heidfeld vinha fazendo uma bela prova de recuperação, Nick colocou a Toyota de Ralf Schumacher para fora da pista de forma animalesca causando o abandono do compatriota no mesmo local. Mesmo inocentado pela barbeiragem, Ralf ficou fulo da vida com Heidfeld quando deixou o carro. Mesmo tendo ultrapassado Kubica na última volta e ter marcado alguns pontos, a BMW queria muito mais correndo em casa numa corrida em que aconteceu de tudo, uma vitória da marca bávara não seria surpresa, mas as presepadas de Heidfeld na largada botaram tudo a perder. Será que após chamar seu filho de Joda, Heidfeld pensou que era um cavalheiro jedi?

domingo, 22 de julho de 2007

Olhem como foi a briga de Massa e Alonso

No excelente blog do Capelli ( http://blogdocapelli.blogspot.com/ ) , o não menos excelente Ivan Capelli fez a discrição da briga entre Massa e Alonso. Olha o que o Capelli descobriu:

"Massa entra no recinto e Alonso está se arrumando. Os dois se aproximam, fazem alguns cumprimentos e o espanhol diz algo em volume baixo, de costas para a câmera. Faz gestos sobre os toques entre os dois e Felipe começa a falar mais alto: "Na briga pela posição?", e o espanhol responde: "Eu mostrei a todos os espectadores. Assista".O brasileiro fica revoltado: "Vai à merda! Você vence e faz uma coisa dessas? Você vence e diz uma coisa dessas?". Alonso responde de forma mais dura: "Você bate em mim, você bate em todo mundo! Isso não se faz". A réplica de Felipe: "Vê se aprende!! Vê se aprende!", e sai do quadro da câmera. O bicampeão do mundo continua falando com ele: "Vê se aprende você! Bate com todo mundo, faltavam três voltas...", enquanto o piloto da Ferrari volta e senta-se em uma cadeira próxima.Depois de alguns segundos de silêncio, fazendo gestos irônicos de concordância, Massa levanta novamente, bate nas costas de Alonso e fala algo que não pôde ser totalmente entendido, mas pareceu ser: "Como você fez na primeira corrida, na largada! Aprende, aprende!". Possivelmente, o brasileiro estava se referindo ao toque entre ambos na largada do GP da Espanha deste ano. Neste momento, Herbie Blash, delegado da FIA, se aproxima e pede calma aos dois. Alonso começa a vibrar para a câmera e a discussão se encerra.

Valeu Capelli!

E o pau quebrou!

Se tudo terminasse de forma normal, todos os amantes de corrida falariam dessa que foi mais das ótimas corridas que o Nürburgring proporciona quando o clima inconstante dá as caras. Porém, o que todos irão falar daqui para frente será o que aconteceu fora das pistas. E não foi o caso de espionagem! Faltando cinco voltas Massa levou um passadão de Alonso e os dois acabaram se tocaram no processo. Quando Alonso desceu do carro, ficou mostrando a local do toque para a câmera e ficou dizendo com as mãos "Foi ele que me bateu." E ele está certo, pois Felipe fez de tudo para se defender e o toque foi inevitável nas condições mais do que escorregadias de hoje. Porém, nada a ver o piti que Massa deu aos olhos de milhões de telespectadores numa discurssão em bom italiano com Alonso. Totalmente desnecessário, afinal, quem deveria estar reclamando ali era Alonso, e não Massa. Por causa disso, amanhã só irão falar sobre a briga e a futura rivalidade entre Massa e Alonso e se falará muito pouco da corridaça desse domingo.

Quando liguei a TV para assistir a corrida, foi no exato momento em que as nuvens escuras eram focalizadas e apareceu a previsão: 12 minutos para começar a chuva. Pensei: hoje promete! Mas foi bem mais do que eu esperava! Massa fez uma excelente largada e quase passou Raikkonen no complexo de curvas após a primeira curva. Enquanto isso, as duas BMWs se batiam com um animado Heidfeld colando Kubica e a si próprio para fora. Hamilton se aproveitou da confusão e já apararecia em quarto... quando furou um pneu. O bolo de carros chegou no hairpin já chovendo. Foi o caos. Era Coulthard saindo da pista, Rosberg batendo em Barrichello e depois levando de alguém...

Os pilotos nem esperaram o término da primeira volta para ir aos boxes quando Raikkonen cometeu a barbeiragem da corrida ao escorregar na entrada dos boxes e ter que dar mais uma volta com pneus de seco numa chuva que só aumentava. E a chuva aumentou de tal forma que a curva 1 de Nürburgring lembrou muito a curva do Sol em Interlagos em 2003. Button, Hamilton, Sutil, Speed, Rosberg e Liuzzi rodaram. O interessante das rodadas foi que Sutil ainda tocou no carro de Raikkonen quando o finlandês saía dos boxes antes de rodar, Massa segurou não se sabe o quanto para não rodar e o piloto do safety-car estava esperto, pois saiu da frente no exato momento em que o carro de Liuzzi saiu descontrolado em sua direção. E o italiano ainda bateu de leve num trator. Lembram de Schumacher e o trator na curva do Sol há quatro anos atrás? Do rolo que deu? Hamilton teve sorte e ainda voltou à pista graças ao trator-amigo.

Com tudo isso, o primeiro colocado era... Markus Winkelhock. O alemão largava em última e como não tinha nada a perder mesmo, resolveu colocar os pneus intermediários e enquanto todos estavam nos boxes trocando seus pneus, o estreante alemão estava na liderança em sua estréia! De forma sensata, a corrida foi parada. Se não me engano, a última vez que uma bandeira vermelha parou uma corrida para uma nova largada foi no Grande Prêmio do Brasil de 1997 quando Barrichello ficou parado no grid e os comissários não conseguiram retirar a Stewart do brasileiro. Quando tudo estava pronto para a nova largada, eis que aparece o sol.

A pista secou rapidamente e Winkelhock acabou ajudando Massa, pois Alonso estava pronto para ultrapassar o brasileiro na relargada quando deu de cara com a Spyker do alemão. Hamilton aproveitou o tempo em que o safety-car ficou na pista para colocar pneus de pista seca e isso foi o segundo erro do inglês, pois ele saiu da pista e acabou levando uma volta. Foi praticamente o fim da corrida dele. Quando os pilotos trocaram para pneus de tempo seco, Raikkonen já aparecia em terceiro e se aproximando de Alonso quando a sua "sorte" apareceu novamente. Após ter tido (vejam só?) sorte no incidente com Sutil, algum problema o tirou da corrida de hoje. A corrida seria decidida mesmo entre Alonso e Massa.

Após a segunda parada, Massa vinha controlando a diferença para Alonso que se aproximava aos poucos. Enquanto a Globo mostrava as conquistas do Pan (ficava torcendo contra os brasileiros só para fazer o mal!), os céus em cima de Nürburgring se fechavam cada vez mais e mais... Quando sugiu uma previsão de chuva para os próximos onze minutos. E ela apareceu antes. Faltando sete voltas a chuva caiu com força novamente (não tanto como na primeira parte da corrida) e Alonso encostou de vez em Massa. Foi uma disputa sensacional, mas Alonso estava claramente mais rápido e venceu de forma explêndida. Uma corrida inesquecível!

Mesmo com o acidente de ontem e as presepadas de hoje, Hamilton fez uma bela corrida de recuperação e por muito pouco não conseguiu beslicar um ponto, mas agora vê Alonso apenas dois pontos atrás dele. Alonso sairá muito fortalecido com essa corrida que ele fez hoje e agora tem uma vitória a mais que Hamilton e as próximas corridas serão decisivas para a briga pelo campeonato, mas psicologicamente Alonso é o favorito.

Mesmo com a derrota no finalzinho, Massa saiu favorecido com a corrida de hoje, pois livrou sete pontos em cima de Raikkonen e também encostou mais em Hamilton. Nas voltas finais, mostrou garra e determinação na tentativa de segurar Alonso, mas o espanhol mostrou que tinha mesmo o melhor carro e a diferença no final da corrida mostrou que Massa não podia fazer muita coisa. Raikkonen dá mostras que realmente tem uma nuvem enorme em cima da cabeça dele, pois quando o campeonato estava melhorando para ele, eis que o uma quebra bota tudo a perder. Menos mal foi que Hamilton não marcou pontos e a diferença para a liderança não subiu, mas o problema foi que a diferença para o Felipe subiu. E a famosa determinação da Ferrari de quem será o primeiro piloto está chegando...

Mark Webber chegou ao pódio pela segunda vez na carreira e a Red Bull fez seu melhor resultado na sua curta história na F1. Webber se aproveitou bem da largada, dos toques e da chuva e na relargada já estava em terceiro. No final, teve que agüentar a pressão de Wurz e por pouco não entrega a rapadura pro austríaco na última curva. Saindo da vigésima posição, Coulthard fez uma corridaça e chegou a liderar a corrida! A briga dentro da Red Bull é tão acirrada que Coulthard não fez nenhuma cerimônia em fechar o Webber no comecinho da corrida, mas mesmo na chuva a Red Bull mostrou uma evolução. Mas não dá para não comentar a cara do Christian Horner, chefe da equipe, quando começou a chover no final. Ele tava desesperado!

Alex Wurz vem sendo até agora o piloto sobrevivente da F1. Quando todos dizem que a próxima corrida será a última, eis que acontece alguma coisa e o austríaco se sobressai, faz uma bela corrida e salva seu emprego por mais alguns GPs. Porém, Wurz andou bem a corrida toda e no final quase ultrapassava Webber. O que se viu de Rosberg hoje foi o toque em Barrichello e duas rodadas em apenas três voltas...

Uma hora dessa Mario Theissen deve estar vociferando no ouvido de Nick Heidfeld, pois o alemão parecia animado demais com o fato de ter se tornado pai novamente. Na primeira curva, ele tocou em Kubica e não satisfeito, colocou o polonês para fora na segunda curva, estragando a própria corrida. Para completar, jogou o coitado da Ralf Schumacher para fora da pista algum tempo depois. Calma, Heidfeld, você não é nenhum Jedi apesar do nome do filho...

A Renault completou um péssimo final de semana ao tirar um bom quinto lugar de Kovalainen, um dos destaques da corrida de hoje. O finlandês vem surpreendendo cada vez mais e na corrida de hoje mostrou o porquê de Briatore apostar tanto nele. Fisichella fez uma corrida apagada e ainda foi ultrapassado por Hamilton na última volta. Será este o último ano de Fisichella? A Toyota vinha até bem com Ralf, até ele ser jogado para fora da pista por Heidfeld. Diga-se de passagem, Ralf ficou tão irritado que sobrou para o pobre do fiscal que só queria ajudar. Trulli fez uma péssima corrida e foi o último dos que terminaram. Jenson Button surpreendeu ao aparecer em terceiro antes da corrida ser paralizada, mas foi a primeira vítima da encharcada curva 1. Button deu provas hoje de que é um excelente piloto na chuva, característica que Barrichello tinha até bem pouco tempo atrás, mas que hoje não vimos.

A Toro Rosso fez suas malas ainda na terceira volta, mas Liuzzi correu sérios riscos ao quase bater no safety-car e depois encostar num trator. A Super Aguri foi discretíssima e a única vez que vi um dos seus carros foi quando o Sato abandonou. A Spyker teve sorte na troca de Albers por Winkelhock, pois o alemão liderou logo na sua primeira corrida. Seus olhos quando a corrida foi interrompida mostrava toda a apreensão e supresa pelo feito, mas foi uma pena ele ter abandonado.

Depois de tudo isso, com certeza a rivalidade entre Alonso e Massa aflorecerar muito mais, contudo Alonso ainda está muito na frente do brasileiro para uma briga mais direta pelo campeonato, mas será muito interessante se ambos largarem na primeira fila nas próximas etapas. O campeonato segue aberto, mas a Ferrari precisa logo dar a volta por cima no campeonato, enquanto Hamilton precisa abrir o olho, pois Alonso só precisa de uma vitória para assumir a liderança do campeonato. E sabemos muito bem o que acontece quando o espanhol assume a liderança no final do campeonato.

sábado, 21 de julho de 2007

Pan faz bem ao esporte?

Se o pan faz bem àlguem, esse são os políticos e empreiteiros. Os iludidos que pensam que o pan faz bem ao esporte está tão alienado que não saí da frente da TV, assistindo aos esportistas tupiniquins vencerem e perderem todos os dias. Porém, se teve um esporte que perdeu, e muito, foi o esporte a motor. Nem precisa falar o que aconteceu ao autódromo de Jacarepaguá. Como amante do automobilismo me senti totalmente ofendido hoje de manhã. Durante os treinos livres da F1 de ontem (não sei com que milagre passou) a SporTV anunciou a todo momento que passaria a corrida da GP2 AO VIVO às 11h de hoje. Assisti aos treinos da F1 e mudei para a SporTV para assistir à corrida. Fiquei vendo judô, natação, handebol... e nada de começar a corrida. Deu onze horas e nada... O detalhe é que a SporTV está com três canais transmitindo esse tal de pan e às vezes os três canais passavam a mesma coisa! E nada de corrida! Lá pelas 12:30 a corrida passou com mais de 1h de atraso e se eu quisesse, poderia ter ido na internet e ter visto o resultado da corrida, mas nós, amantes do automobilismo, preferimos ver a corrida. Muito mais do que ver macho agarrando macho. Desculpa a forma de falar (fiquei assistindo e torci praquele brasileiro que quebrou o cotovelo), mas prefiro muito mais ver uma corridinha. Tudo bem, tem gente que prefere judô, handebol, tiro ou bingo, mas seu fosse para passar a corrida atrasado, custava nada avisar. Será que tínhamos mesmo que ficar esperando tanto tempo para ver a GP2? Amanhã será dia de MotoGP. Será que sofreremos de novo? Assim como sofremos com a mutilação de Jacarepaguá? Chega de desrespeito!

Hoje foi a vez de Hamilton

As duas rodadas sofridas por Lewis Hamilton ontem foram um aviso. Após ver Massa, Raikkonen e Alonso (nessa ordem) sofrerem algum tipo de problema durante um final de semana de Grande Prêmio, hoje Hamilton experimentou o sabor de chegar ao hotel onde está instalado e pensar: hoje deu errado. Enquanto a maioria esperava por um erro do novato, o que aconteceu foi uma quebra mecânica e um forte acidente que assustou a todos que assistiam à Classificação de hoje. Uma falha mecânica na roda dianteira direita fez com que Hamilton fosse jogado de frente contra as barreiras de pneus à alta velocidade. Na hora me lembrei do acidente de Schumacher no GP da Inglaterra de 1999 e a forma como Hamilton mexia freneticamente as pernas dentro do cockpit reforçou essa impressão, porém oito anos foram mais que suficientes em transformar um acidente que antes quebrava a perna de um campeão em apenas um susto. O mesmo tchauzinho dado por Hamilton antes de entrar na ambulância me fez lembrar Schumacher naquele dia em Silverstone, mas desta vez o piloto da McLaren ficou no máximo zonzo com a pancada. No entanto, teremos que ver em quais condições Hamilton irá largar amanhã. Isso se largar!

Com mais esse grave acidente, ninguém se lembrou muito da pole de Raikkonen. O finlandês reforçou a sua boa fase com mais uma pole, mas não seria surpresa em ver Kimi entrando na frente de Alonso e Massa, respectivamente segundo e terceiro no grid. Massa foi mais rápido que Raikkonen na segunda parte da Classificação e mostrou muita velocidade, mas é imperativo que o brasileiro breque essa excelente fase de Raikkonen. A intromissão de Alonso entre as duas Ferraris é a mostra de que a McLaren evoluiu das duas pancadas seguidas sofridas pela Ferrari e se não fosse o acidente, Hamilton estaria nas duas primeiras filas.

Na briga do resto, a BMW colocou seus dois pilotos atrás das equipes grandes e feliz com o nascimento do seu segundo filho, Heidfeld superou Kubica em casa e irá largar em quarto amanhã. Heidfeld também prcisava brecar a subida do feioso polonês e conseguiu. Só não entendi daonde Heidfeld tirou a idéia de colocar o nome do seu de Yoda. Ele pensa que é um jedi? Mark Webber se recuperou de uma péssima sexta-feira e colocou a Red Bull na sexta posição, voltando a mostrar sua grande velocidade nas Classificações, porém Coulthard decepcionou e irá largar amanhã na antepenúltima posição, só à frente dos dois carros da Spyker.

Kovalainen salvou, mesmo que por enquanto, o final de semana da Renault e se qualificou em sétimo, bem à frente de Fisichella que desta vez ficou na segunda parte da Classificação. Após um começo de ano turbulento, o jovem finlandês vem evoluindo e já supera Fisichella com alguma freqüência, enquanto o italiano vem sofrendo com seu estigma de se abater quando é superado por seu companheiro de equipe. Só resta saber até quando Briatore irá agüentar as depressões de Fisico. A Toyota não repetiu o bom desempenho de ontem, mas colocou seus dois carros na Super pole demonstrando uma evolução, porém a confiabilidade do carro vem deixando a desejar nos últimos tempos e num momento em que o carro vem andando bem, chegar ao final das corridas é muito importante.

O declínio da Williams é cada vez mais visível e Rosberg não conseguiu entrar na Super pole mais uma vez, ficando em décimo primeiro, mas se serve de consolo, ao menos Wurz está andando mais próximo do companheiro de equipe. Barrichello voltou a rotina e superou com bastante folga Jenson Button, mas esse foi a única coisa boa a dizer da Classificação, pois a décima quarta posição não dá para comemorar nada. A Super Aguri deu uma melhorada das últimas corridas e colocou seus dois carros na segunda parte da Classificação, apesar de ficar com as duas últimas posições do Q2, com Davidson à frente de Sato. Mesmo com peças novas, a Toro Rosso não conseguiu sair da primeira parte da Classificação, mas o que chamou a atenção foi mais uma vez Speed superar Liuzzi. Isso já está ficando normal. A Spyker foi, de longe, a mais lenta com Winkelhock substituindo Albers à altura: ficou 1s4 atrás de Sutil.

Amnhã iremos conhecer mais uma faceta de Hamilton. Se ele largar, ele irá sair dos boxes, pois seu carro estava destruído demais para ser recuperado para amanhã. Quando ele apareceu na GP2, Hamilton era conhecido por suas belas ultrapassagens e amanhã ele terá a chance de mostrá-las para o público da F1, mas não devemos nos esquecer que irá largar (mais uma vez, se largar...) menos de 24 horas depois de sofrer um sério acidente e isso mexe, de uma forma ou de outra com um piloto, mas Raikkonen, Alonso e Massa não estão nem aí para isso e vêem na porrada que Hamilton deu hoje uma oportunidade única de encostarem no inglês na briga pelo campeonato. Só resta saber o quanto o vencedor (dificilmente não será um dos três) irá tirar de Hamiltom, pois se o inglês vencer amanhã, já dá para começar a dizer: esse é gênio!

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Agora, a briga fica na pista

Após duas semanas tensas pelo escândalo de espionagem protegonizados pelas equipes de ponta da F1, finalmente chega a hora da briga Ferrari vs. McLaren ir para o local que interessa: as pistas. Nos treinos livres de hoje em Nürburgring os quatro pilotos que dominam a temporada voltaram a dar as cartas e com o seu melhor tempo da primeira sessão Hamilton ficou com o melhor tempo no agregado dos treinos, mas a briga entre os protagonistas da temporada foi acirrada e próxima.

A McLaren não se abateu com as suas recentes derrotas para a Ferrari e correndo praticamente em casa (graças a Mercedes) deu um grande carro para seus pilotos e desta vez foi Hamilton a se aproveitar melhor do MP4/22. Alonso foi discreto na maior parte dos ensaios, mas será que Hamilton copiou os acertos do espanhol como o inglês fazia antes do GP da Inglaterra? Por sinal, Hamilton rodou duas vezes durante a segunda sessão e como a sessão da tarde começou com pista úmida, Hamilton foi um dos únicos a não esperar a pista secar e saiu dos boxes assim mesmo, justamente por não ter nenhuma experiência com piso molhado. Ele ainda está aprendendo...

Pelos lados da Ferrari, as duas vitórias de Raikkonen reacendeu a rivalidade dentro da equipe italiana e o finlandês vem levando vantagem sobre Massa desde então. Hoje Massa não foi nada bem, chegando a ficar em sexto na primeira sessão, mas se recuperando na sessão verpertina ficando, inclusive, próximo ao finlandês. Contudo, o problema é que Massa continuou atrás de Raikkonen...

A BMW mostrou um bom potencial na primeira sessão e chegou a brigar pela ponta, mas a chuva que caiu entre as duas sessões parece ter dado um curto-circuito na cabeça de algumas pessoas da equipe bávara e tanto Heidfeld quanto Kubica estiveram navegando pelas posições intermediárias, mas o tempo conseguido por ambos na primeira sessão foi tão bom que Heidfeld ficou em quarto e Kubica em quinto, à frente de Massa nos tempos combinados.

Já na segunda sessão a Toyota ocupou o lugar da BMW como a melhor do resto e ficou logo atrás das duas equipes de ponta, com um ressurgido Ralf Schumacher em quinto à frente de Trulli. Parece que a presença de Michael fez bem à Ralf, mas ninguém sabe como será o desempenho de Ralf no dia de amanhã. A Williams não teve um desempenho regular e parece que irá sofrer da mesma queda que aflingiu a equipe ano passado e quem mais sofrerá com isso será inegavelmente Rosberg, pois o alemão vinha andando constantemente entre os dez primeiros.

A renovação de contrato dos seus pilotos parece ter feito bem à Honda, pois Button em nono nos tempos combinados, mas Barrichello decepcionou e ficou três abaixo, sendo um dos poucos que fez o seu melhor tempo do dia na primeira sessão. Outra equipe que caí é a Red Bull a ponto de Mark Webber ficar contente com a décima terceira posição, duas posições à atrás de Coulthard. Porém, a equipe decepção até agora vem sendo a Renault. A equipe francesa deu um respiro de competitividade no GP de Mônaco, mas desde então a equipe só despenca e no final do dia de hoje, Fisichella teve que se conformar com a décima sexta posição, logo à frente de Kovalainen. Será que Nelsinho irá querer pilotar essa cadeira-elétrica ano que vem?

Falando em Nelsinho, a Spyker (possível destino de Nelsinho ainda esse ano) estreou Markus Winkelhock, filho do carismático Manfred Winkelhock. Markus só testeu uma vez esse ano num F1 e nessa sua reestréia, ele estava indo até bem quando rodou no final da segunda sessão. Erros de noviciado, sem dúvidas, mas a cara de Colin Kolles vendo seu carro sendo rebocado era de ter já ter visto esse filme antes... E falando em saídas de pista, os pilotos da Toro Rosso foram outros a darem passeios fora da pista, em especial Liuzzi. Seria um efeito Bourdais?

Amanhã, a Classificação irá nos mostrar toda a verdade deste Grande Prêmio da Europa, mas uma coisa é certa: o clima finalmente irá influenciar muito o andamento deste final de semana.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Em péssimos lençóis

Será coinscidência a McLaren ter melhorado tanto o carro a partir do GP de Mônaco? E ter piorado tanto após os GPs na América do Norte? Quanto mais surgem notícias sobre o caso de espionagem envolvendo McLaren e Ferrari, mas a equipe de Ron Dennis vai se metendo numa encrenca nunca imaginada por nós, meros mortais. A novidade agora é que os promotores italianos suspeitam de que Stepney foi pago pela McLaren a dar o famoso dossiê a Mark Coughlan. Verdade? O futuro dirá, pelo menos eu espero. Mas colocando essa confusão numa ordem cronológica, vemos algumas coinscidências.

A subida da McLaren se deu em Monte Carlo, no final de maio e a entrega do dossiê à casa de Coughlan se deu no final de abril, ou seja, Coughlan teve vários segredos ferraristas durante um mês e teve, sendo muito maldoso(ou não?), tempo suficiente para incorporar esses segredos no MP4/22 de Alonso e Hamilton. A bomba estourou no começo de julho, às vésperas do GP da Inglaterra e de forma surpreendente a McLaren piorou e a Ferrari desandou a vencer corridas com Raikkonen. Mais uma vez: será somente coinscidência? Enquanto essas notícias pipocam quase todos os dias na imprensa especializada, Alonso já se prepara para uma possível punição à McLaren, o que pode acontecer confirmando todos os fatos que apareceram essa semana. Fernando teria uma cláusula em seu contrato em que sairia da McLaren sem pagar um tostão se sua imagem fosse arranhada por alguma ação da equipe prateada. Seria um caso de espionagem a arranhar a imagem de Alonso?

Essa pergunta se soma a vários respostas que esperamos que surgam ao longo dos próximos meses ou até semanas, mas a McLaren não parece imune a uma séria punição.

terça-feira, 17 de julho de 2007

História: 30 anos do Grande Prêmio da Inglaterra de 1977

Nos anos 70 o Grande Prêmio da Inglaterra era o evento onde havia mais estréias. Para o Grande Prêmio da Inglaterra de 1977 uma estréia era esperado com muita ansiedade por todos os membros do circo da F1. A equipe Renault faria sua estréia na F1, juntamente com a Michelin, em Silverstone e teria ao volante o dublê de piloto e engenheiro Jean-Pierre Jabouille. Era uma autêntica seleção francesa que estreava para brigar com a compatriota Ligier e todas as demais equipes. Muitas pessoas ficaram surpresas com a decisão da Renault em entrar na F1 por causa dos riscos envolvidos e a escolha deles de motor foi ainda mais surpreendente. Enquanto todos os fabricante de motor construíam unidade de 3 litros aspirado, a Renault inovou e colocou no seu chassi um motor de 1,5 litros turbocomprimido. A Renault tinha grande experiência com esses motores em corridas de Esporte-Protótipo, principalmente nas 24 Horas de Le Mans, mas como na F1 a corrida durava menos de duas horas, o desafio da Renault em tirar um bom desempenho era realmente enorme. Isso sem contar os novíssimos pneus Michelin e uma nova tecnologia sendo implantada na F1.

Com nada menos do que quarenta pilotos inscritos para a corrida, a organização do Grande Prêmio decidiu fazer uma Classificação especial para as equipes que não eram sócias da FOCA. O evento começou na quarta-feira com 14 carros competindo pelos cinco lugares disponíveis. Entre esses 14 carros tinham estréias exóticas, como o McGuire BM1 pilotado pelo próprio dono, Brian McGuire. O carro nada mais era do que um Williams modificado, mas ainda assim chamou atenção. Um dos novatos era um desconhecido canadense que apareceu num terceiro carro da equipe oficial da McLaren com o número 40. Seu nome era Gilles Villeneuve. Tudo o que se sabia dele era que o piloto titular da McLaren James Hunt tinha ficado tão impressionado com uma corrida do canadense de F-Atlantic que praticamente implorou que Teddy Mayers o contratasse.

As duas sessões foram marcadas por dois grandes acidentes. Mikko Kozarowitsky destruiu o March privado dele na primeira sessão e David Purley teve um acidente enorme na segunda sessão quando o acelerador do seu LEC ficou preso na Becketts. Purley sofreu uma taxa de desaceleração de 173 a 0 km/h em 66.0 cm. Isto significa 178Gs e Purley entrou para o Guiness como a maior pressão gravitacional já sofrida por um homem, pois Purley sobreviveu para contar história, apesar de seriamente ferido com fraturas múltiplas nas pernas, pélvis e costelas. Essa foi a última aparição de Purley na F1. As cinco vagas acabaram ficando para Villeneuve, Tambay(Ensign), Jarier(Penske), Lunger(McLaren privada) e Henton(March privada). A velocidade mostrada por Villeneuve impressionou a todos que tiveram a oportunidade de acompanhar as duas sessões de pré-classificação, mesmo com as várias rodadas que o canadense dava tentando achar o limite do carro e o dele próprio. Foram oito no total!

Nessa época James Hunt era um piloto tão carismático que o público inglês seria capaz de se jogar na frente da Ferrari de Lauda para que James vencesse. Mesmo com a McLaren não estando numa boa fase, Hunt iria fazer de tudo para alegrar a multidão que iria para Silverstone e ele começou fazendo sua parte ao marcar a pole na frente do irlandês John Watson. Uma dobradinha britânica fez com que Silverstone fervesse! Porém, o grande obstáculo do público inglês de ver um britânico vencer em casa se chamava Niki Lauda e ele estava na segunda fila, tentando segurar sua liderança do campeonato frente aos ataques de Scheckter e Andretti, que largariam logo atrás dele. A maior surpresa do grid foi o notável desempenho de Villeneuve, ficando em nono à frente do segundo piloto da McLaren Jochen Mass. O detalhe era que Mass estava com o novíssimo modelo M26 enquanto Villeneuve estava com antiquado M23. Na décima primeira fila Emerson Fittipaldi teria ao seu lado o carro-sensação do final de semana. Como era de se esperar, a Renault teve inúmeras dificuldade com seu carro amarelo e Jabouille teve que se contentar com a vigésima primeira posição.

Grid:
1) Hunt(McLaren) - 1:18.49
2) Watson(Brabham) - 1:18.77
3) Lauda(Ferrari) - 1:18.84
4) Scheckter(Wolf) - 1:18.85
5) Nilsson(Lotus) - 1:18.95
6) Andretti(Lotus) - 1:19.11
7) Stuck(Brabham) - 1:19.16
8) Brambilla(Surtees) - 1:19.20
9) Villeneuve(McLaren) - 1:19.32
10) Peterson(Tyrrell) - 1:19.42

Para desespero da torcida local, Hunt não fez uma boa largada e caiu para quarto. No final da primeira volta Watson liderava à frente de Scheckter e Lauda. Atrás de Hunt vinha as duas Lotus, com Nilsson à frente, e um espetacular Villeneuve já aparecendo em sétimo! Andretti foi para cima de Nilsson e ultrapassou o sueco na quinta volta, mas a torcida vibrou de verdade quando Hunt ultrapassou Scheckter duas voltas depois para assumir a terceira posição. Na nona volta Villeneuve entrou nos boxes com seu McLaren sofrendo de superaquecimento, mas de forma bizonha os mecânicos da McLaren descobriram que o indicador de temperatura de motor do carro de Villeneuve estava quebrado e mandaram o canadense de volta à pista. Ele voltou em vigésimo primeiro, logo atrás da Renault de Jabouille. O turbo do Renault RS01 estava causando problemas a Jabouille e a nova tecnologia que estreava na F1 foi a causa parq eu francês abandonasse na volta 16.

Hunt pressionava fortemente Lauda. O austríaco estava enfrentando problemas de freios em sua Ferrari e quando o freio de sua Ferrari falhou na Woodcote na volta 23, Hunt aproveitou a oportunidade e deixou a Ferrari para trás. Watson estava 3s na frente de Hunt e a briga pela liderança prometia ser encardida. Não demorou muito para Hunt colar na traseira da Brabham de Watson, mas o irlandês era conhecido por não ser fácil de ser ultrapassado. Ainda mais numa briga pelo primeiro lugar! Watson fez de tudo para segurar Hunt e toda a torcida inglesa que lotava Silverstone, mas o destino quis que a vitória ficasse mesmo para Hunt. Na volta 50 o sistema de alimentação o motor Alfa Romeo falhou da mesma maneira que tinha acontecido no Grande Prêmio da França e Hunt ultrapassou Watson. De forma cruel, Watson ainda foi aos boxes colocar mais combustível na vã tentativa de completar a prova, mas quando voltou à pista estava em décimo segundo e o irlandês acabou abandonando faltando dez voltas para o fim.

Hunt liderava com tranqüilidade, enquanto Lauda ainda segurava o ímpeto de Scheckter na briga pelo segundo lugar, mas quando o sul-africano teve o motor quebrado na volta 59, o austríaco ficou mais tranqüilo. Para melhorar ainda mais as coisas para Lauda, o motor Ford de Andretti quebrou faltando seis voltas para o final quando o americano estava quarto. Hunt apenas administrou a corrida e a torcida foi à loucura quando o inglês cruzou a linha de chegada com 18s de vantagem em cima do arqui-rival e amigo Niki Lauda. Mesmo derrotado por Hunt, Lauda saiu favorecido no campeonato com a quebra do seus maiores rivais pelo campeonato. Mesmo feliz com a vitória, Hunt ainda lembrou do esforço de Watson. "A multidão foi magnífica e eu agradeço o apoio que eles me deram. Eu sinto muito por John Watson porque ele fez de tudo que ele tinha para ganhar."

No final do dia, todos ficaram felizes com a vitória de Hunt e a consolidação da liderança de Lauda no campeonato, mas havia algo mais. Mesmo estreando mal, a Renault seria observada atentamente por todas as rivais e após sofrer muito na metade final de 1977 e em toda a temporada de 1978, a equipe finalmente marcou seus primeiros pontos em Watklins Glen na corrida final de 1978. Já com a ajuda de René Arnoux, a equipe francesa conquistou sua primeira vitória dentro de casa, em Dijon-Prenois, nas mãos de Jabouille. As demais equipes viram que o futuro estava nos motores turbocompressores e a partir de 1980 as montadoras envolvidas na F1 (e outras que entrariam na categoria mais tarde) investiram milhões nos novos motores e a partir de 1984 se consolidou a chamada era turbo, cujo um dos principais pilotos seria Gilles Villeneuve. Após sua impressionante estréia pela McLaren, o canadense acabou não acertando com Teddy Mayers, mas como Lauda abandonaria a Ferrari no final de 1977, o canadense assumiu o carro do austríaco e arrebataria os corações dos tifosi com sua coragem e velocidade ate sua trágica morte.

Chegada
1) Hunt
2) Lauda
3) Nilsson
4) Mass
5) Stuck
6) Laffite

segunda-feira, 16 de julho de 2007

História: 35 anos do Grande Prêmio da Inglaterra de 1972

Emerson Fittipaldi sempre foi considerado um piloto cerebral e seus títulos da F1 foram conquistados mais na base da cabeça do que no pé pesado. Em 1972 Emerson conquistou algumas vitórias marcantes, mas houve uma em especial que Fittipaldi teve que andar no limite o tempo inteiro para superar dois craques da F1 em todos os tempos: Stewart e Ickx.

Brands Hatch recebeu a F1 com Emerson Fittipaldi na liderança após mais um pódio na França, mas a vitória de Jackie Stewart em Clermond-Ferrant mostrou que o escocês estava de volta à briga pelo campeonato. E Stewart iria usar o novíssimo Tyrrell 003. Como normalmente acontecia no Grande Prêmio da Inglaterra a corrida seria realizada no sábado e o primeiro treino livre de quinta-feira ainda teria um prêmio especial: cem garrafas de champanhe para o piloto mais rápido. Querendo agradar os mecânicos (afinal, um piloto sozinho não iria beber cem garrafas de champanhe...), Emerson cravou um ótimo tempo e o box da Lotus vibrou, mas logo depois Peter Revson melhorou o tempo de Emerson e foi a McLaren que comemorou. Faltando pouco tempo para acabar o treino, Emerson marcou o melhor tempo e foram os mecânicos da Lotus que acabaram de pileque.

A corrida inglesa teve algumas novidades, como o primeiro carro construído por Frank Williams e ainda era chamado de Politoys. Outra marca a estrear foi a desconhecida Connew, que teria ao seu volante François Migualt, mas o francês não largou pois a suspensão do novo carro tinha quebrado na Classificação. O carro nunca mais seria visto. Com a perca de Helmut Marko, a BRM decidiu se concentrar em "apenas" três carros e de uma tacada só dispensou Howden Ganley e Reine Wisell, enquanto Jackie Oliver seria companheiro de equipe de Jean-Pierre Beltoise e Peter Gethin. Regazzoni ainda estava afastado das corridas graças a um braço quebrado num futebolzinho de final de semana e como Andretti estava correndo nos E.U.A., a Ferrari teve que promover a estréia do seu piloto de Esporte-Protótipos Arturo Merzario para ser companheiro de equipe de Jacky Ickx. E Merzario escolheu um ótimo final de semana para estrear, pois Ickx marcou uma a pole, superando o favorito Emerson Fittipaldi (que havia vencido a Corrida dos Campeões em Brands Hatch no começo do ano). Peter Revson mostrou a força da McLaren em Brands ao ficar em terceiro e Stewart ainda colocou sua Tyrrell em quarto apesar dos vários problemas que enfrentou graças ao noviciado do carro. A surpresa do final de semana foi o desempenho da Surtees, com Tim Schenken ficando em quinto, à frente da BRM de Beltoise. Merzario estreou em nono, enquanto José Carlos Pace ficou na décima terceira posição. Wilson Fittipaldi, com um problemático Brabham, foi para o fim do grid, largando em vigésimo segundo lugar.

Grid
1) Ickx(Ferrari) - 1:22.2
2) E.Fittipaldi(Lotus) - 1:22.6
3) Revson(McLaren) - 1:22.7
4) Stewart(Tyrrell) - 1:22.9
5) Schenken(Surtees) - 1:23.2
6) Beltoise(BRM) - 1:23.4
7) Hailwood(Surtees) - 1:23.5
8) Peterson(March) - 1:23.7
9) Merzario(Ferrari) - 1:23.7
10) Reutemann(Brabham) - 1:23.8

O sábado amanheceu com sol forte e a torcida inglesa compareceu em massa como sempre fez. Ickx largou muito bem e despachou facilmente Fittipaldi, que teve dificuldades em se manter na segunda posição, mas a surpresa foi quem apareceu em terceiro lugar. Beltoise fez uma belíssima largada e pulou para terceiro à frente de Revson e Stewart. Ickx tentou aumentar a vantagem para Fittipaldi, mas o brasileiro não deixa o belga escapar e os dois já disparavam com relação à Beltoise. Ickx, graças ao motor de 12 cilindros, disparava nas retas, enquanto Emerson tirava a diferença nas curvas. Stewart não queria que os dois líderes disparassem na frente e partiu para cima de Revson e ultrapassou a McLaren na terceira volta e o escocês fez o mesmo com Beltoise na volta 7. Na volta seguinte Revson ultrapassou Beltoise e o francês começou a perder rendimento, caindo para sexto, ficando atrás da Surtees de Schenken.

Com pista livre à frente, Stewart descontou meio segundo por volta dos dois líderes e partiu para cima da Lotus de Fittipaldi, que pressionava a Ferrari de Ickx. Revson ficava para trás e Beltoise abandonava a corrida na volta 19, cedendo o sexto lugar para a Surtees de Mike "The bike" Hailwood. Enquanto se aproximava de Emerson, Stewart marcou a melhor volta da corrida (1:24.0) e encostou na caixa de câmbio da Lotus na décima quinta volta. Os três primeiros andavam num ritmo alucinante e não se desgrudavam um do outro e nem conseguiam fazer a ultrapassagem. O fraquíssimo companheiro de equipe de Emerson Fittipaldi Dave Walker teve problemas logo no comecinho da corrida e por isso estava em último e foi o primeiro retardatário a aparecer na frente do trio da frente.

Eles deram de cara com a Lotus de Walker na curva Druids, logo após a Paddock Bend. Era a vigésima quarta volta. Walker abriu para os líderes passarem, mas Ickx errou e para não perder o carro fez a curva derrapando de lado. Fittipaldi se assustou com o erro de Ickx e também entra na curva derrapando, quase batendo em Ickx. O esperto Stewart viu tudo aquilo de perto e não perdeu a oportunidade de ultrapassar Emerson e para piorar as coisas para o brasileiro, Walker também ultrapassou Fittipaldi. Surpreendentemente, Walker não abriu espaço para Emerson, enquanto Ickx e Stewart fugiam. Uma hora dessa, Luciano Burti estaria se esgoelando: cadê o jogo de equipe!?!?

Quando Emerson se livrou do seu companheiro (?) de equipe, ele aumentou o ritmo e partiu para cima de Ickx e Stewart. Não demorou cinco voltas para que os três andassem juntos novamente. E no limite! A corrida entre os três estava empolgante! Na volta 36, o trio principal se aproximou da Brabham de Wilson Fittipaldi. Novamente na Druids. Querendo deixar os líderes passarem, Wilson erra a freada e derrapa. Ickx não perde tempo e deixa o brasileiro para trás, mas Stewart se assusta com a derrapada de Wilson Fittipaldi e erra a freada, permitindo a Emerson descontar a ultrapassagem, no mesmo local, em cima do escocês. Seria jogo de família?

Ickx aproveitou as derrapadas na Druids e abriu vantagem em cima de Emerson, mas duas voltas depois Ickx já via o Lotus colado em sua Ferrari. E Emerson via o Tyrrell colado em seu Lotus. Na volta 48, o pecado... Ickx levantava o braço e partia lentamente para os boxes, com o motor Ferrari quebrado. Emerson assumiu a liderança com Stewart 3s atrás. Revson vinha numa tocada constante e estava em terceiro, seguido pela Tyrrell de François Cevert e a March de Ronnie Peterson, que tinham acabado de superar a Surtees de Schenken, enquanto Hailwood tinha abandonado com o câmbio quebrado.

Faltando dez voltas Emerson erra a freada na curva Druids (curvinha danada essa) e Stewart encosta de vez! Os dois estavam colados e Emerson sabia que não poderia mais errar, pois Stewart não perdoaria mais. Fittipaldi começou a se distanciar aos poucos, décimo a décimo, mantendo Stewart sob controle. Peterson tinha se aproveitado do acidente de Cevert na curva Paddock Bend e assumiu a quarta posição, seguido pela McLaren de Denny Hulme e a Matra de Chris Amon, que tinham ultrapassado o Surtees de Schenken. Amon tinha largada em décimo sétimo e fazia uma corrida espetacular! Faltando duas voltas Peterson errou na mesma Paddock Bend, saiu da pista e atingiu o carro de Graham Hill, que estava abandonado fazia algum tempo. Com isso, Amon assumia a quarta posição depois de ter ultrapassado Hulme poucas voltas antes.

Quando faltavam cinco voltas Emerson tinha 2s de vantagem em cima de Stewart e por mais que Jackie forçasse, Emerson não errou mais e garantiu a terceira vitória no ano. Stewart cruzou a linha de chegada apenas 4s atrás de Emerson. O ritmo imposto por Fittipaldi, Stewart e Ickx foi tão forte que o terceiro colocado Peter Revson foi o único que completou o mesmo número de voltas dos líderes e ainda assim com mais de um minuto de desvantagem! Essa vitória foi importantíssima para Emerson rumo ao seu primeiro título, pois ele superou o atual campeão Stewart dentro da pista com muito talento e abria vantagem no campeonato de pilotos.

Chegada:
1) Fittipaldi
2) Stewart
3) Revson
4) Amon
5) Hulme
6) Merzario

domingo, 15 de julho de 2007

O que passa Rossi?

Se Saschsenring era favorável à Yamaha, era mais do que provável de que Rossi vencesse e encostasse em Stoner no campeonato, mas assim como aconteceu na última corrida do ano passado, quando tudo estava a seu favor, Rossi caí de sua moto de forma melancólica e dá de bandeja uma enorme vantagem em cima de Stoner. E Rossi ainda teve sorte! A Bridgestone teve um desempenho sofrível neste final de semana e somente Loris Capirossi teve um desempenho digno de nota ao ficar em segundo, enquanto Stoner caía pelas tabelas.

Logo na largada Pedrosa assumiu a liderança e simplesmente disparou na frente do segundo colocado Stoner. Melandri se manteve em terceiro enquanto Capirossi surpreendia ao subir para a quarta posição e Rossi largava mal mais uma vez e completava a primeira volta em nono, logo atrás da Honda de Nakano. Como sempre faz quando larga mal, Rossi foi ultrapassando um a um seus adversários até encontrar a Kawasaki de Randy de Puniet. O francês vinha dando um pouco de trabalho, mas nada demais até Rossi cair bizonhamente após ultrapassar De Puniet. Rossi e os fiscais de pista ainda tentaram fazer com que a moto funcionasse, mas Rossi ficou pelo caminho. Com o maior piloto da atualidade na lona, todas as equipes se apressaram para mostrar que Rossi estava nocauteado.

Esse foi um divisor de águas da corrida, que se tornou bem chata no seu meio, pois Pedrosa, Stoner e Melandri estavam tranqüilos em suas posições. A emoção ficava para a espetacular recuperação de Nicky Hayden, que subia de posição se aproveitando da ótima moto da Honda. Nas últimas dez voltas, os pneus Bridgestone começaram a se deteriorar rapidamente, principalmente os de Stoner. Melandri e Capirossi encostaram e ultrapassaram com facilidade Stoner, mas Melandri não se distanciou e de repente Hopkins se aproximou de Stoner trazendo consigo Hayden e Colin Edwards, que usavam pneus Michelin e estavam muito mais rápidos do pilotos que estavam à sua frente, que usavam Bridgestone. De forma esquisita, o único piloto da Bridgestone a não sofrer com o desgate dos pneus foi Capirossi, que disparou na segunda posição, enquanto Hayden chegava à terceira posição trazendo a reboque Edwards. No final, Stoner ultrapassou Melandri e teve que segurar o italiano e Hopkins para manter a quinta posição.

Lá na frente, Pedrosa venceu com incríveis 13s de vantagem em cima de Capirossi. Foi a primeira vitória do espanhol em um ano e a primeira vitória da HRC em período parecido. Capirossi voltou ao pódio desde o GP da Turquia enquanto Hayden marca a terceira posição pela segunda vez consecutiva, melhorando um pouco seu desempenho nas vésperas da corrida em Laguna Seca, onde sempre se dá muito bem. Com a queda de Rossi, Stoner agora tem 32 pontos de vantagem de liderança, enquanto Pedrosa se aproximou um pouco do heptacampeão do mundo. Barros correu com 16 pontos na mão direita e sofreu mais um queda e a forma como se levantou, protegendo muito sua mão, mostra como ele foi para o sacrifício hoje, mas já vê seu companheiro de equipe Alex Hofmann, também com a mão direita quebrada, se aproximar no campeonato.

Nas 250, Alex de Angelis deu mostras o porquê nunca será campeão mundial. O samarinês tem talento e é rápido, mas seus vacilos nos momentos decisivos são fatais e cada vez mais cruéis, pois assim como aconteceu hoje, esses vacilos acontecem nas últimas voltas quando De Angelis está liderando. Correndo numa pista travada, Doviziozo largou melhor do que a pole-surpresa Mika Kallio e assumiu a liderança, enquanto o finlandês caiu para segundo. Lorenzo estava tendo claras dificuldades com o acerto de sua moto e estava apenas em quinto no complemento da primeira volta. O novato-sensação Álvaro Bautista caí na volta 3 e mesmo voltando à prova, não marca pontos num final de semana que o espanhol irá querer esquecer. Alex de Angelis força a barra, ultrapassa o segundo colocado Kallio e parte para cima de Doviziozo. A moto da Honda está tão ruim que nem em pistas que lhe favoressem o ótimo Doviziozo pode tirar a diferença...

Doviziozo anda no limite e quando se anda assim os erros são mais propícios e na última curva o italiano erra e permite que Alex de Angelis assuma a liderança. O samarinês consegue abrir uma boa diferença para Doviziozo, que fica a mercê das duas KTMs e o desastrado do dia. Hector Barberá fez uma corrida inacreditavelmente ruim e errou cinco (!) vezes na primeira curva e em todos os erros, quase provocando um acidente. Quem se aproveitou disso foi Lorenzo, que não tinha equipamento para brigar, e se aproximou do pelotão da frente, capitalizando a queda de Julian Simon e a perda de rendimento de Marco Simoncelli, que o pressionou no começo da corrida.

Quando Barberá finalmente perdeu rendimento e deixou as KTMs brigarem com Doviziozo, Hiroshi Aoyama e Kallio ultrapassaram o italiano na volta 17 e ficaram livres para partirem para cima de De Angelis, que a essa hora estava despreocupado na liderança. Lorenzo se aproveitou para se aproximar de Doviziozo e faltando apenas três voltas para o fim efetuou a ultrapassagem para ficar em quarto, fazendo com que Dovi não tirasse pontos da liderança de Lorenzo. Talvez De Angelis estivesse tão desprocupado que não percebeu o quanto as KTMs estavam rápidas e não demorou para Aoyama se aproximar trazendo consigo Kallio. De Angelis fez o que pode, mas errou no meio da última volta e Aoyama deu o bote. Na penúltima curva, no final do retão, De Angelis tentou descontar, mas acabou surpreendido por Kallio e assim a KTM conseguiu uma espetacular dobradinha, enquanto um desconfiado De Angelis amargava um terceiro lugar. Mesmo assumindo a vice liderança, De Angelis perdeu uma ótima chance de se aproximar de Lorenzo, mas graças a sua leseira, ele só tirou três pontos de Lorenzo, que lidera com enorme vantagem o campeonato e mesmo chegando em quarto, comemorou muito.

Não tive oportunidade de ver a corridas das 125, mas Talmacsi venceu com mais de 3s de vantagem, o que é bastante incomum. Koyama confirmou a excelente forma da KTM e chegou em segundo, enquanto o coitado do Pasini caiu na primeira curva após a largada... Talmacsi assumiu a liderança do campeonato com dois pontos de vantagem em cima do terceiro colocado Hector Faubel. O campeão sairá da briga entre os dois!

sábado, 14 de julho de 2007

Stoner irresistível!

No começo do ano todos diziam que a Ducati só andaria bem em circuitos com grandes retas como foi o caso em Dubai e na China. Estava claro que Rossi tirarria essa vantagem em circuitos travados, como foi o caso de Jerez. Porém, em poucos mais de três meses o mundo da velocidade muda com a mesma velocidade com que a Ducati cruza um retão e hoje a moto italiana anda bem em qualquer tipo de pista e como Casey Stoner está numa fase iluminada, o australiano irá largar na pole amanhã no travadíssimo circuito de Sachsenring, na Alemanha. Stoner não apenas fez a pole como também liderou todos os três treinos livres, mas a Classificação acabou sendo mais disputada do que o domínio de Stoner previa. Daniel Pedrosa ficou apenas 0.004s atrás do tempo de Stoner, enquanto Melandri completou a primeira fila 0.013s atrás do tempo da pole. Stoner ainda teve a felicidade de ver Rossi apenas na sexta posição, atrás ainda da cada vez mais surpreendente Kawasaki de Randy de Puniet e a Suzuki de John Hopkins. Diga-se de passagem, Hopkins irá de maia e cuia para a Kawasaki ano que vem. Capirossi, que deve sair da Ducati em 2008, irá largar em sétimo, mas apenas dois décimos mais lento que o seu companheiro de equipe, ficando logo à frente de Alex Barros, que ontem sofreu um sério acidente, mas nada sofreu. O destaque desta Classificação foi a proximidade dos tempos dos pilotos, pois não apenas a primeira fila foi muito apertada, mas todo o grid ficou separado em menos de 2s e o alemão Alex Hofmann ficou a menos de 1s, mas ele largará amanhã apenas em décimo sexto! Se serve de consolo para Rossi, Stoner ainda não venceu largando na pole e na corrida passada em Assen, Rossi saiu da décima primeira posição para uma vitória apoteótica.

Nas 250, a potência da Aprilia ficou um pouco escondida nas curvas de Sachsenring e o resultado é que os dois primeiros do grid amanhã não são da marca italiana, mas para surpresa geral a pole não ficou com o piloto da Honda Andrea Doviziozo, o segundo colocado. Na sua primeira temporada nas 250, Mika Kallio irá colocar sua KTM na posição de honra pela primeira vez nesta temporada, dando um alívio a uma temporada sofrível da marca austríaca. O líder disparado do campeonato Jorge Lorenzo irá apenas fechar a primeira fila, tendo ainda a sua frente Alex de Angelis. Álvaro Bautista não repetiu suas boas exibições e irá largar em nono, logo atrás do desastrado deste ano, Marco Simoncelli da Gilera. Mesmo largando em quarto, Lorenzo é o favorito para vencer, pois sua moto é muito superior as demais, mas Doviziozo deverá acompanhar de perto o marrento espanhol.

Já na categoria júnior, as 125, o Dick Vigarista Gabor Talmacsi confirmou seu bom desempenho nos treinos livres e ficou com a pole. Talmacsi irá tentar se recuperar da presepada que tentou fazer na reta de chegada em Assen, quinze dias atrás. E olha que foi apenas uma tentativa, pois se conseguisse, ele deveria ser expulso do Mundial de Motovelocidade. O azarado-mor Mattia Pasini irá largar em segundo ficando à frente do líder do campeonato Hector Faubel. A sensação inglesa Bradley Smith se recuperou bem da contusão que o tirou da corrida em Assen e colocou sua Honda em quarto, à frente de Lukas Pesek. O alemão (?) Sandro Cortese (eu sei, é estranho, mas com esse nome ele é alemão!) usou seu conhecimento da pista e irá largar em sexto. Como normalmente acontece, as 125 chega na prova de domingo sem favoritos, mas Talmacsi pode ser um nome a ser observado, assim como Pasini, que vem duma boa vontade.