quarta-feira, 24 de junho de 2009

História: 25 anos do Grande Prêmio EUA-Leste de 1984


A segunda passagem da F1 na América do Norte aportava no circuito estreito e complicado de Detroit e após a vitória dominante de Nelson Piquet no Canadá, onde queimou o pé para se manter à frente das duas McLarens, o brasileiro da Brabham era um dos favoritos à corrida americana, mesmo com o atual campeão não sendo um amante das pistas de rua. Nas primeiras sessões de treinos, como é habitual num circuito de rua, muitos pilotos lutavam para se manter longe dos muros, mas Nigel Mansell imediatamente acertou bem o seu Lotus e foi o mais rápido da sexta-feira, com Niki Lauda logo atrás. Mario Andretti estava na expectativa de substituir Patrick Tambay na Renault, mas como o francês se recuperou da perna quebrada em Mônaco, o Campeão Mundial de 1978 estava em Detroit como expectador, vendo o filho Michael na F-Atlantic.

No sábado, a pista estava consideravelmente mais rápida e Mansell estava quatro segundos mais rápido que o seu próprio tempo e com a marca de 1:42.172, o inglês já contava com sua primeira pole, mas Piquet surpreendeu com um impressionante tempo de 1:40.980 e o piloto da Brabham acabou ficando com a pole, com Prost ainda conseguindo superar o tempo de Nigel e completando a primeira fila. Mansell teve que se contentar com a segunda fila, ficando ao lado de Alboreto. Senna surpreendia novamente ao separar as duas Renaults, ficando em sétimo.

Grid:
1) Nelson Piquet (Brabham) - 1:40.980
2) Alain Prost (McLaren) - 1:41.640
3) Nigel Mansell (Lotus) - 1:42.172
4) Michele Alboreto (Ferrari) - 1:42.246
5) Elio de Angelis (Lotus) - 1:42.434
6) Derek Warwick (Renault) - 1:42.637
7) Ayrton Senna (Toleman) - 1:42.651
8) Eddie Cheever (Alfa Romeo) - 1:43.065
9) Patrick Tambay (Renault) - 1:43.289
10) Niki Lauda (McLaren) - 1:43.484

O dia 24 de junho de 1984 estava quente e ensolarado em Detroit, apesar de uma tempestade ter lavado a pista durante toda a madrugada. Porém, a aparente calmaria acabaria ainda na largada. Piquet largou muito mal, mas Prost foi apenas capaz de colocar seu McLaren ao lado da Brabham. Mansell larga melhor do que os dois e sente que podia ultrapassar a ambos, mas acaba se afobando ao tentar passar no meio dos dois protagonistas da primeira fila. O resultado foi que Mansell tocou em Prost e acabou sendo jogado para cima do Brabham de Piquet, com o brasileiro sendo jogado para o muro externo e atingindo a Ferrari de Alboreto. A roda traseira direita da Brabham voa e atinge a suspensão de Senna, enquanto Marc Surer, que largava em 22º, não vê a confusão à frente e atinge em cheio o carro de Piquet. A corrida foi interrompida na hora!

Piquet, Alboreto e Senna voltam à pista com seus carros reservas, algo que Surer não pôde fazer. A segunda largada foi bem mais tranquila, com Piquet ficando à frente de Prost e Mansell. As primeiras voltas são recheadas de abandonos no pelotão intermediário, enquanto Warwick ultrapassa Cheever e Alboreto para assumir a quarta posição. As duas Tyrrell, com carros mais leves e ágeis para enfrentar o circuito apertado de Detroit, subiam pelo pelotão, liderados por Bellof. Lá na frente, Prost seguia Piquet de perto, mas quando seus pneus traseiros começaram a perder aderência, o piloto da McLaren perdeu contato com Piquet e Prost acabou ultrapassado por Mansell na décima volta. Imediatamente Mansell passou a forçar o ritmo para alcançar a Brabham que vinha na liderança e passou a virar 1s mais rápido do que Piquet. No entanto, o brasileiro parecia apenas controlar a aproximação de Mansell e seu próprio ritmo.

Com o forte calor, alguns pilotos começam a ter problemas com seus pneus, principalmente os usuários da Michelin, e uma das primeiras vítimas foi Warwick, que foi aos boxes fazer um pit ainda na 16º volta. Na volta seguinte é a vez de Prost. Mesma volta em que Mansell perde a segunda marcha e perde contato com Piquet e era alcançado pelo surpreendente Alfa Romeo de Eddie Cheever, mas o sonho de americano de um bom resultado em casa desmorona quando o seu motor explode. Mesmo usando Michelin, Piquet não parecia sentir dificuldades com a superfície abrasiva e liderava com tranquilidade, à frente de um Mansell que se debatia com seus problemas na caixa de marchas, mas o inglês finalmente perde a sua luta na volta 28 com o câmbio destruído, dando o 2º posto a Alboreto, 15s atrás de Piquet. Elio de Angelis vinha próximo de Alboreto e então uma enorme diferença para a Williams de Rosberg e dois pilotos da Tyrrell. Com a leveza do seu chassi, a Tyrrell usava pneus macios da Goodyear em Detroit, enquanto todos os outros, principalmente as equipes da Michelin, usavam pneus duros.

No entanto, Stefan Bellof bate forte na entrada da reta dos boxes e tem que abandonar. Mais atrás, Derek Warwick fazia uma boa corrida de recuperação, com pneus novos, e o inglês ultrapassa Rosberg e De Angelis em voltas sucessivas para ficar em terceiro, mas quando começava a se aproximar de Alboreto, Warwick perde a quinta marcha do seu Renault e quando seu câmbio quebra por completo quatro voltas depois, o inglês tem que abandonar. Com apenas oito carros na pista, Prost tentava se recuperar do prejuízo, mas aquela quente tarde de junho não era dia da McLaren e o francês vai aos boxes outra vez trocar pneus e assume a última posição.

Rosberg vinha em quarto quando seu motor Honda quebrou e quando estava completando a volta 50, Alboreto viu o intercooler do seu turbo quebrar e com isso Piquet tinha mais de 30s de vantagem em cima de Elio de Angelis, mas o italiano era alcançado por um inspirado Martin Brundle, que parecia bem mais à vontade no seu Tyrrell do que Elio em seu pesado Lotus. Faltando sete voltas para o fim, Piquet abranda o seu ritmo e deixa Prost tirar uma volta, mas Brundle continuava forçando, tirando quase 5s por volta em cima do campeão. Até mesmo quando Brundle tirou 1s na última volta, Piquet se manteve frio e conseguiu sua segunda vitória em uma semana. Os pilotos da McLaren, principalmente Prost, começavam a se incomodar com essa repentina reação de Piquet, mas os fatos que dominaram o pós-corrida foi uma denúncia dos comissários de pista, em que impurezas são encontradas no sistema de injeção de água no Tyrrell de Brundle e bolas de chumbo numa caixa de borracha contendo água. Semanas depois, a Tyrrell é desclassificada daquela e de todas as demais corridas do campeonato, ficando suspensa pelo resto do ano. Ken Tyrrell apelaria, mas a tradicional equipe perderia todos os pontos conquistados até ali.

Chegada:
1) Piquet
2) De Angelis
3) Fabi
4) Prost
5) Laffite

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