Mesmo sendo uma equipe nitidamente nacional, a Ferrari nunca investiu muito em pilotos italianos e desde Alberto Ascari, nos primórdios da F1, o time italiano sempre conquistou suas glórias com pilotos estrangeiros. Porém, um pilota nostra chegou a ter status de piloto número um da Ferrari na F1 e uma tragédia o impediu de usufruir esse momento. Lorenzo Bandini ralou muito para chegar a ter sucesso no automobilismo, mas com a ajuda de amigos e de Enzo Ferrari em pessoa, esse italiano de origem humilde chegou ao olimpo ao se tornar piloto da Ferrari por seis temporadas, mas bem no momento em que poderia se tornar o segundo piloto italiano a se tornar Campeão Mundial, Bandini encontrou seu destino. Se estivesse vivo, estaria completando 75 anos hoje e por isso vamos olhar como foi a breve escalada de Bandini até o topo da F1.
Lorenzo Bandini nasceu no dia 21 de dezembro de 1935 em Barce, Cirenaica, na Líbia, antiga colônia italiana. O clã Bandini teve que se bandear para a Líbia por motivos políticos, pois o patriarca da família, que também se chamava Lorenzo, não era muito fã do fascismo e foi para a Líbia, retornando à Itália quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial. Infelizmente, quando tinha apenas 10 anos, Lorenzo viu seu pai ser assassinado nos últimos dias da guerra e a família Bandini passou por sérias dificuldades, até mesmo pela depressão pós-guerra que se abateu na Itália. Quando completou 15 anos, Lorenzo Bandini se empregou como aprendiz de mecânico na oficina Freddi, localizada em Milão, de dono do mesmo nome. O rico empresário seria de importância ímpar para Lorenzo. Graças a proximidade com os carros, Lorenzo também começou a se interessar por corridas e em 1957 ele fez sua primeira corrida com um Fiat 1100 emprestado. No ano seguinte, Freddi emprestou um Lancia Appia Zagato a Bandini para participar da Mille Miglia e o piloto novato não decepcionou, conquistando a vitória em sua classe. Nesse mesmo ano, Bandini entrou definitivamente na família Freddi quando se casou com Margherita, filha do seu antigo chefe.
Como dote pelo casamento com a filha, Freddi entregou a Bandini uma de suas oficinas em Milão e com o dinheiro angariado, Lorenzo passou a investir nas corridas. Em 1959 ele comprou um carro da Formula Junior, a F3 da época, e disputou três temporadas na categoria de base, conseguindo destaque quando ele conquistou um quarto lugar no Campeonato de F-Junior em 1960. Seu maior adversário na época era o compatriota Giancarlo Baghetti e Bandini ficou desolado quando a Ferrari, que precisava de um quarto jovem piloto em meados de 1961, trouxe Baghetti para a equipe e o jovem italiano conseguiu sua primeira vitória na F1 logo na estréia. Porém, logo os destinos de Bandini e Ferrari se cruzariam. Mesmo com a decepção, Lorenzo não demorou a estrear na F1 e ainda em 1961 ele estreou pela equipe privada italiana Centro-Sud, em Spa. O time utilizava carros da Cooper, que estavam longe de serem os melhores e por isso os primeiros resultados de Bandini não são bons, mas Lorenzo se destaca em provas de turismo e após uma vitória em Pescara com uma Ferrari, finalmente o jovem italiano realizava seu sonho ao ser contratado pela Ferrari. Mesmo que apenas em carros-esporte.
Lorenzo Bandini se tornou um ótimo piloto de turismo, conseguindo grandes resultados para a Ferrari. Em 1963 ele conseguiria seu melhor resultado na carreira quando venceu as 24 Horas de Le Mans ao lado de Ludovico Scarfiotti, além de uma vitória na Targa Florio em 1965 e outra conquista nas 24 Horas de Daytona em 1967, esta, ao lado de Chris Amon. Esses resultados fizeram Bandini cair no gosto de Enzo Ferrari, que sempre que possível mantinha uma grande distância com relação aos seus pilotos. Lorenzo, ao lado de sua esposa, constantemente almoçava com o Commendatore, algo bastante raro aos profissionais ferraristas. Na F1, Bandini era uma espécie de piloto de testes, mas participando de corridas eventuais e sua primeira incursão na categoria pela Ferrari foi categórica, conseguindo seu primeiro pódio com um 3º lugar no Grande Prêmio de Mônaco de 1962. Após fazer apenas três provas em 62, Bandini conseguiu a permissão da Ferrari de fazer a temporada seguinte novamente com a equipe Centro-Sud, mas na metade da temporada o segundo piloto da Ferrari, Willy Mairesse, sofreu um sério acidente no Grande Prêmio da Bélgica e Bandini foi chamado para ser o segundo piloto de John Surtees. Bandini seria um piloto leal a Ferrari, como seria provado no ano seguinte. Sabendo do talento de Surtees, Bandini se conformaria em ser segundo piloto do inglês e por isso não reclamava de tal situação. Até mesmo ajudava quando era possível! Porém, no novo Grande Prêmio da Áustria, o ondulado circuito de Zeltweg fez várias vítimas e Bandini, preservando sua Ferrari, conseguiu o que seria sua única vitória na F1. Porém, seria na última corrida de 1964 onde Bandini seria um fator na F1. O circo da F1 chegou ao México com três pilotos com chances de ser campeão, com o líder Graham Hill claramente em vantagem, enquanto Surtees e Jim Clark dependiam de um resultado ruim do inglês da BRM. Naquele dia a Ferrari correu de azul por desavenças entre Enzo e a Federação Italiana, mas isso não confundiu Hill, que viu Surtees fazer uma má largada e ficar atrás de si. Porém, o problema de Graham era que seu perseguidor mais próximo era Bandini. Então, de forma surpreendente, Lorenzo fez que não viu Hill numa freada mais forte e acertou o inglês com toda a força. Hill foi aos boxes e ainda tentou voltar a corrida, mas seu atraso significava que ele teria que secar seus rivais se quisesse garantir o bicampeonato.
Mesmo após o ataque kamizaze de Bandini, a Ferrari ainda não tinha o título nas mãos. Com a vitória que estava conquistando até o momento, Jim Clark estava conseguindo o bicampeonato e a Ferrari não se preocupou em mandar Surtees passar Bandini, pois Clark tinha uma enorme vantagem na liderança. Parecia irreversível. Porém, faltando duas voltas para o final da corrida, a Lotus de Clark apareceu com um vazamento de óleo, a mesma causa da sua cruel perda do título de 1962. E ela se repetiu dois anos depois. Dan Gurney assumia a ponta e venceria a corrida, mas com Bandini em 2º e Surtees em 3º, o título estava caindo no colo de Hill. Sem muita frescura, Bandini praticamente estacionou sua Ferrari na volta final e deixou Surtees passar e conquistar seu único título da F1, entrando na história como o único piloto a ser campeão mundial em duas e quatro rodas. Nem precisa dizer que Graham Hill ficou furioso com Bandini, mas o lorde inglês se vingou de forma sutil. Nas vésperas de Natal, Hill mandou um presente para Lorenzo Bandini: um livro intitulado “Como dirigir com segurança”.
Lorenzo ficaria marcado por causa desse fato como um piloto sem grandes pretensões. O italiano parecia fadado a ser segundo piloto da Ferrari e sempre que podia, conseguia boas posições nas corridas, mas sem ameaçar Surtees. Isso prova que Ordens de Equipe são tão antigas quanto a F1. Em 1965, Bandini consegue apenas um pódio em Mônaco, pista no qual o italiano sempre andava bem e no ano seguinte, Lorenzo começa o ano de forma arrasadora, conseguindo dois pódios e sua primeira pole, mas o ambiente na Ferrari não era dos melhores em 1966. O novo chefe de equipe Rômulo Tavoni não se entende com Surtees e a equipe, que tanto forçou a troca dos motores de 1,5l para 3l justamente por ter um motor preparado para isso, não usufruiu essa vantagem e a Ferrari foi batida pela Brabham, com os obscuros motores australianos Repco. Na metade de 1966, Surtees resolveu deixar a equipe por causa dos problemas com Tavoni e isso elevou Bandini a primeiro piloto da Ferrari na F1. Estranhamente, os resultados de Bandini pioraram após ser guindado a piloto principal e por isso o italiano começou a temporada de 1967 pressionado.
A temporada começaria em Mônaco, pista favorita de Bandini. A corrida em Monte Carlo era também conhecida como a “Corrida das Mil Curvas”, pois a prova tinha incríveis 100 voltas ao longo da pista estreita e complicada de 10 curvas. Não raro, a prova durava três horas. Era um desafio imenso para máquinas e pilotos, que em sua maioria naquela época, não sabia o que significava a palavra preparação física. Bandini vinha em 2º lugar durante a corrida, tentando se aproximar do líder Dennis Hulme, mas seu ritmo era oscilante nas voltas finais. O cansaço físico era evidente e na 82º volta isso ficou claro de forma trágica para Lorenzo Bandini. No antigo esse do porto, Bandini, extenuado em sua tentativa de vencer a prova, errou a estreita passagem pela apertada curva e bateu sua roda traseira no guard-rail, fazendo-o rodar e bater forte no outro lado da pista. Após um impacto com um poste de luz, a Ferrari de Bandini capotou e o maior dos medos da F1 daquela era se fez presente: fogo. O incêndio tomou conta da Ferrari, alimentado pelos fardos de feno que estava no local. Com o carro virado e desmaiado, Bandini demorou a ser socorrido. Após ser puxado da sua Ferrari totalmente destruída, percebeu-se a gravidade da situação de Lorenzo. Mais de 70% do corpo do italiano tinha queimaduras de terceiro grau e após três dias lutando contra a morte, finalmente no dia 10 de maio de 1967 Lorenzo Bandini faleceu no Hospital Princess Grace. Ele tinha 31 anos. Sabendo que o Grande Prêmio era seu maior evento, o príncipe Rainier em pessoa liderou melhorias na segurança do circuito de Monte Carlo e a primeira atitude foi retirar todos os fardos de feno que circundavam o circuito e que aumentou o incêndio. Até hoje, não houve mais acidentes fatais em Mônaco. Lorenzo Bandini foi sepultado três dias depois em Reggiolo, terra dos seus pais. Vinte e cinco anos após sua morte surgiu o Troféu Lorenzo Bandini, que premia os pilotos mais competitivos do ano, sem levar em consideração unicamente os resultados. Vários pilotos de calibre venceram inclusive Felipe Massa e Lewis Hamilton. Uma justa homenagem a um piloto que lutou muito para chegar ao topo do automobilismo.
Lorenzo Bandini nasceu no dia 21 de dezembro de 1935 em Barce, Cirenaica, na Líbia, antiga colônia italiana. O clã Bandini teve que se bandear para a Líbia por motivos políticos, pois o patriarca da família, que também se chamava Lorenzo, não era muito fã do fascismo e foi para a Líbia, retornando à Itália quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial. Infelizmente, quando tinha apenas 10 anos, Lorenzo viu seu pai ser assassinado nos últimos dias da guerra e a família Bandini passou por sérias dificuldades, até mesmo pela depressão pós-guerra que se abateu na Itália. Quando completou 15 anos, Lorenzo Bandini se empregou como aprendiz de mecânico na oficina Freddi, localizada em Milão, de dono do mesmo nome. O rico empresário seria de importância ímpar para Lorenzo. Graças a proximidade com os carros, Lorenzo também começou a se interessar por corridas e em 1957 ele fez sua primeira corrida com um Fiat 1100 emprestado. No ano seguinte, Freddi emprestou um Lancia Appia Zagato a Bandini para participar da Mille Miglia e o piloto novato não decepcionou, conquistando a vitória em sua classe. Nesse mesmo ano, Bandini entrou definitivamente na família Freddi quando se casou com Margherita, filha do seu antigo chefe.
Como dote pelo casamento com a filha, Freddi entregou a Bandini uma de suas oficinas em Milão e com o dinheiro angariado, Lorenzo passou a investir nas corridas. Em 1959 ele comprou um carro da Formula Junior, a F3 da época, e disputou três temporadas na categoria de base, conseguindo destaque quando ele conquistou um quarto lugar no Campeonato de F-Junior em 1960. Seu maior adversário na época era o compatriota Giancarlo Baghetti e Bandini ficou desolado quando a Ferrari, que precisava de um quarto jovem piloto em meados de 1961, trouxe Baghetti para a equipe e o jovem italiano conseguiu sua primeira vitória na F1 logo na estréia. Porém, logo os destinos de Bandini e Ferrari se cruzariam. Mesmo com a decepção, Lorenzo não demorou a estrear na F1 e ainda em 1961 ele estreou pela equipe privada italiana Centro-Sud, em Spa. O time utilizava carros da Cooper, que estavam longe de serem os melhores e por isso os primeiros resultados de Bandini não são bons, mas Lorenzo se destaca em provas de turismo e após uma vitória em Pescara com uma Ferrari, finalmente o jovem italiano realizava seu sonho ao ser contratado pela Ferrari. Mesmo que apenas em carros-esporte.
Lorenzo Bandini se tornou um ótimo piloto de turismo, conseguindo grandes resultados para a Ferrari. Em 1963 ele conseguiria seu melhor resultado na carreira quando venceu as 24 Horas de Le Mans ao lado de Ludovico Scarfiotti, além de uma vitória na Targa Florio em 1965 e outra conquista nas 24 Horas de Daytona em 1967, esta, ao lado de Chris Amon. Esses resultados fizeram Bandini cair no gosto de Enzo Ferrari, que sempre que possível mantinha uma grande distância com relação aos seus pilotos. Lorenzo, ao lado de sua esposa, constantemente almoçava com o Commendatore, algo bastante raro aos profissionais ferraristas. Na F1, Bandini era uma espécie de piloto de testes, mas participando de corridas eventuais e sua primeira incursão na categoria pela Ferrari foi categórica, conseguindo seu primeiro pódio com um 3º lugar no Grande Prêmio de Mônaco de 1962. Após fazer apenas três provas em 62, Bandini conseguiu a permissão da Ferrari de fazer a temporada seguinte novamente com a equipe Centro-Sud, mas na metade da temporada o segundo piloto da Ferrari, Willy Mairesse, sofreu um sério acidente no Grande Prêmio da Bélgica e Bandini foi chamado para ser o segundo piloto de John Surtees. Bandini seria um piloto leal a Ferrari, como seria provado no ano seguinte. Sabendo do talento de Surtees, Bandini se conformaria em ser segundo piloto do inglês e por isso não reclamava de tal situação. Até mesmo ajudava quando era possível! Porém, no novo Grande Prêmio da Áustria, o ondulado circuito de Zeltweg fez várias vítimas e Bandini, preservando sua Ferrari, conseguiu o que seria sua única vitória na F1. Porém, seria na última corrida de 1964 onde Bandini seria um fator na F1. O circo da F1 chegou ao México com três pilotos com chances de ser campeão, com o líder Graham Hill claramente em vantagem, enquanto Surtees e Jim Clark dependiam de um resultado ruim do inglês da BRM. Naquele dia a Ferrari correu de azul por desavenças entre Enzo e a Federação Italiana, mas isso não confundiu Hill, que viu Surtees fazer uma má largada e ficar atrás de si. Porém, o problema de Graham era que seu perseguidor mais próximo era Bandini. Então, de forma surpreendente, Lorenzo fez que não viu Hill numa freada mais forte e acertou o inglês com toda a força. Hill foi aos boxes e ainda tentou voltar a corrida, mas seu atraso significava que ele teria que secar seus rivais se quisesse garantir o bicampeonato.
Mesmo após o ataque kamizaze de Bandini, a Ferrari ainda não tinha o título nas mãos. Com a vitória que estava conquistando até o momento, Jim Clark estava conseguindo o bicampeonato e a Ferrari não se preocupou em mandar Surtees passar Bandini, pois Clark tinha uma enorme vantagem na liderança. Parecia irreversível. Porém, faltando duas voltas para o final da corrida, a Lotus de Clark apareceu com um vazamento de óleo, a mesma causa da sua cruel perda do título de 1962. E ela se repetiu dois anos depois. Dan Gurney assumia a ponta e venceria a corrida, mas com Bandini em 2º e Surtees em 3º, o título estava caindo no colo de Hill. Sem muita frescura, Bandini praticamente estacionou sua Ferrari na volta final e deixou Surtees passar e conquistar seu único título da F1, entrando na história como o único piloto a ser campeão mundial em duas e quatro rodas. Nem precisa dizer que Graham Hill ficou furioso com Bandini, mas o lorde inglês se vingou de forma sutil. Nas vésperas de Natal, Hill mandou um presente para Lorenzo Bandini: um livro intitulado “Como dirigir com segurança”.
Lorenzo ficaria marcado por causa desse fato como um piloto sem grandes pretensões. O italiano parecia fadado a ser segundo piloto da Ferrari e sempre que podia, conseguia boas posições nas corridas, mas sem ameaçar Surtees. Isso prova que Ordens de Equipe são tão antigas quanto a F1. Em 1965, Bandini consegue apenas um pódio em Mônaco, pista no qual o italiano sempre andava bem e no ano seguinte, Lorenzo começa o ano de forma arrasadora, conseguindo dois pódios e sua primeira pole, mas o ambiente na Ferrari não era dos melhores em 1966. O novo chefe de equipe Rômulo Tavoni não se entende com Surtees e a equipe, que tanto forçou a troca dos motores de 1,5l para 3l justamente por ter um motor preparado para isso, não usufruiu essa vantagem e a Ferrari foi batida pela Brabham, com os obscuros motores australianos Repco. Na metade de 1966, Surtees resolveu deixar a equipe por causa dos problemas com Tavoni e isso elevou Bandini a primeiro piloto da Ferrari na F1. Estranhamente, os resultados de Bandini pioraram após ser guindado a piloto principal e por isso o italiano começou a temporada de 1967 pressionado.
A temporada começaria em Mônaco, pista favorita de Bandini. A corrida em Monte Carlo era também conhecida como a “Corrida das Mil Curvas”, pois a prova tinha incríveis 100 voltas ao longo da pista estreita e complicada de 10 curvas. Não raro, a prova durava três horas. Era um desafio imenso para máquinas e pilotos, que em sua maioria naquela época, não sabia o que significava a palavra preparação física. Bandini vinha em 2º lugar durante a corrida, tentando se aproximar do líder Dennis Hulme, mas seu ritmo era oscilante nas voltas finais. O cansaço físico era evidente e na 82º volta isso ficou claro de forma trágica para Lorenzo Bandini. No antigo esse do porto, Bandini, extenuado em sua tentativa de vencer a prova, errou a estreita passagem pela apertada curva e bateu sua roda traseira no guard-rail, fazendo-o rodar e bater forte no outro lado da pista. Após um impacto com um poste de luz, a Ferrari de Bandini capotou e o maior dos medos da F1 daquela era se fez presente: fogo. O incêndio tomou conta da Ferrari, alimentado pelos fardos de feno que estava no local. Com o carro virado e desmaiado, Bandini demorou a ser socorrido. Após ser puxado da sua Ferrari totalmente destruída, percebeu-se a gravidade da situação de Lorenzo. Mais de 70% do corpo do italiano tinha queimaduras de terceiro grau e após três dias lutando contra a morte, finalmente no dia 10 de maio de 1967 Lorenzo Bandini faleceu no Hospital Princess Grace. Ele tinha 31 anos. Sabendo que o Grande Prêmio era seu maior evento, o príncipe Rainier em pessoa liderou melhorias na segurança do circuito de Monte Carlo e a primeira atitude foi retirar todos os fardos de feno que circundavam o circuito e que aumentou o incêndio. Até hoje, não houve mais acidentes fatais em Mônaco. Lorenzo Bandini foi sepultado três dias depois em Reggiolo, terra dos seus pais. Vinte e cinco anos após sua morte surgiu o Troféu Lorenzo Bandini, que premia os pilotos mais competitivos do ano, sem levar em consideração unicamente os resultados. Vários pilotos de calibre venceram inclusive Felipe Massa e Lewis Hamilton. Uma justa homenagem a um piloto que lutou muito para chegar ao topo do automobilismo.
O curioso é que ele morreu no mesmo ponto onde havia sugerido a John Frankeiheimer que fosse o acidente das primeiras cenas de Grand Prix.
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