O narrador do Sportv do Mundial de Motovelocidade sempre me pareceu ter caído de pára-quedas na transmissão das corrida do mundial, mas ele foi preciso hoje na definição da prova em Philip Island, provavelmente o circuito mais bonito do mundo. Hoje, foi uma coisa doida. Não pela vitória incontestável de Jorge Lorenzo. Ou pela volta ao pódio de Valentino Rossi, em briga encarniçada com Alvaro Bautista e Cal Cruthlow. Mas o que aconteceu hoje na Austrália entrou para a história do Mundial de Motovelocidade.
Nos treinos, os pilotos reclamaram que o novo asfalto de Philip Island tinha trazido uma aderência tamanha, que simplesmente os pneus não resistiriam o total de voltas de corrida. O negócio foi tão sério, que não apenas a Bridgestone, fornecedora única da MotoGP, mas também a Dunlop, fornecedora da Moto2, também sinalizou isso. Assim como ocorreu na F1, os pneus foram o enfoque principal de um final de semana. Em medidas desesperadas, os diretores de prova decidiram encurtar quase que pela metade a prova da Moto2, enquanto que na MotoGP a prova teria um 'pit-stop' obrigatório, onde os pilotos teriam que entrar até a décima volta para trocar de moto por motivo de segurança.
Era algo sem precedentes na história do Mundial. A corrida se deu sem maiores surpresas com a usual briga Lorenzo-Márquez-Pedrosa pela ponta da corrida, quando o momento chave da corrida se aproximava. Nessa ordem, os pilotos completaram a oitava volta com Pedrosa indo aos pits. E começando os problemas, pois o espanhol da Honda cortou a linha branca e teria que ceder uma posição quando a corrida voltasse ao normal. Porém, isso era apenas o começo do calvário da Honda. Com as motos escorregando cada vez mais e o tempo carrancudo denunciando uma possível chuva, Lorenzo e Márquez brigavam intensamente pela ponta. Foi mostrado a Lorenzo que ele pararia na nona volta, mas o piloto da Yamaha resolveu ficar mais uma volta, para parar junto com Márquez. Lorenzo pararia no limite. Com certeza ele esperava que fosse acompanhado por Márquez, mas para surpresa geral, o espanhol da Honda continuou na pista mais volta. Era claramente irregular. Ainda houve um momento de emoção quando Márquez voltou à pista lado a lado com Lorenzo e houve um toque, que fez Márquez perder a segunda posição para Pedrosa.
Porém, essas brigas pouco valeram. Para desespero de Suhei Nakamoto, chefão da Honda, Márquez seria desclassificado da corrida por não ter obedecido as regras de pit da MotoGP. Com cara de ter feito merda, Márquez saiu da moto e vários integrantes da Honda pareciam não acreditar. Para piorar, a temida chuva veio no finalzinho da corrida, mas não impediu a vitória de Lorenzo, que diminuiu para 18 pontos a desvantagem que tem para Márquez, apimentando esta reta final de campeonato. Contudo, tudo isso aconteceu devido ao erro da Bridgestone, que subestimou o asfalto de Philip Island e o que se viu foi um vexame bem parecido com o da Pirelli na F1. Pelo jeito, já não se fazem pneus como antigamente...
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