No tênis ou no vôlei, salvar um match point pode significar a moral necessária para uma virada espetacular. Helio Castroneves tinha três match points a seu favor, mas desperdiçou horrivelmente o primeiro hoje em Houston e viu Scott Dixon encostar de vez no campeonato, ganhando um fôlego extra para o que pode ser uma virada sensacional.
Demonstrando sua fragilidade atual, a Indy foi correr novamente num circuito de rua chinfrim em Houston, onde os problemas começaram logo antes do primeiro treino livre, quando o asfalto da curva um começou a se desfazer, atrasando o treino em quase uma hora. Quando os pilotos foram à pista, descobriram um asfalto super-ondulado e um verdadeiro quebra-mola na dita curva um. Somado ao enorme calor em Houston, o que vimos hoje foi outro show de horrores, onde as melhores equipes e pilotos de monopostos dos Estados Unidos tiveram que correr novamente numa várzea. Para completar, ainda foi marcado uma rodada dupla!
Talvez pensando nisso, além de tentarem não repetir as lamentáveis últimas corridas, onde as provas da Indy foram verdadeiros Demolition Derbys, os pilotos foram menos agressivos hoje e não houve a carnificina de Baltimore, por exemplo. Outro ponto ruim na organização atual da Indy é desvincular uma tradição das corridas americanas que é as largadas lançadas e hoje houve duas tentativas de largadas paradas e ambas com problemas. Quem não tinha nada com isso eram os dois pilotos que dominaram a maior parte da corrida, Will Power e Scott Dixon. Com o pole Takuma Sato tendo problemas cedo com um pneu furado, os dois pilotos da Penske e da Ganassi sempre lideraram a corrida. Enquanto isso, largando em 20º após outra classificação ruim, Castroneves já tentava mudar a estratégia e aparentemente dava certo, com o brasileiro antecipando sua parada e com pista livre, ganhando as posições de quem parada mais tarde. Porém, para desespero de Castroneves, logo após seu primeiro pit-stop, o câmbio do seu Penske deu problema. Foi claro Helio enxugando o que poderia ser lágrimas. Numa temporada marcada por uma incrível sorte, o azar não poderia vir em pior hora. Com nove voltas de atraso, Helio voltou à pista na tentativa de marcar alguns pontos a mais.
Mas o drama de Castroneves não acabaria. Dixon fez sua parada e na tentativa de marcar o neozelandês, a Penske trouxe Power, que liderava a prova, na volta seguinte. Porém, a parada do australiano foi para lá de atrapalhada e Power voltou em segundo, enquanto Dixon, com pista livre, abria. Algumas bandeiras amarelas apareceram no final e numa delas, a estratégia de Power foi severamente prejudicada e o piloto da Penske perdeu várias posições, em outra amostra de uma temporada extremamente azarada do atual tri-vice da Indy.
Com isso, Dixon recebeu a bandeirada com muita tranquilidade, após um acidente de Mike Conway faltando duas voltas ter trazido a bandeira amarela nos giros finais. Compartilhando o pódio com Dixon, duas surpresas: Simona de Silvestro e Justin Wilson. Simona não tem a beleza de Danica, mas tem o talento que a americana acha que tem, mas a suíça não o mesmo marketing de Patrick e por isso nunca andou em bons carros (ao contrário de Danica), só que em Houston ela se superou e conseguiu seu melhor resultado na Indy. Com a vitória, a quarta na temporada, Dixon baixou de 49 para 8 pontos a desvantagem para Castroneves, que há tempos não faz uma corrida decente, se esmerando apenas na sorte e na estratégia armada pelo Capitão Roger Penske. Apesar de que quem acompanha o blog saber que Helio não é meu piloto favorito, pelo o que vem fazendo nas últimas provas, Scott Dixon merece mais o título, mesmo com o pessoal do Bandsports se descabelando na secura contra o neozelandês. Amanhã será outro dia de pista ruim, muito calor e outra tentativa de consolidar o título, por parte de Castroneves, ou uma virada incrível, por parte de Dixon.
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