domingo, 17 de julho de 2022

Igualando a lenda

 


Numa temporada anormal, Scott Dixon chegava à décima etapa da temporada 2022 da Indy sem nenhuma vitória. Para quem vem de incríveis dezessete temporadas consecutivas com pelo menos um triunfo por ano, isso era algo nada corriqueiro. Porém, o eterno piloto da Ganassi provou que mesmo já chegando a casa dos quarenta anos, o neozelandês ainda mantém sua magia. Correndo pela sexta vez em Toronto, Dixon dominou Colton Herta e venceu pela quarta vez na famosa pista de rua canadense, terminando bem uma semana para lá de tumultuada de sua equipe.

A corrida na ondulada e apertada pista de rua em Toronto, no Exhibition Centre, foi recheada de bandeiras amarelas e toques entre os pilotos, mas devido aos últimos acontecimentos, alguns pilotos estavam mais visados. Largando da pole, Colton Herta teria a vantagem de estar longe dos seus companheiros de equipe, que estão mais beligerantes do que nunca, principalmente Alexander Rossi e Romain Grosjean. Após os dois baterem rodas em Mid-Ohio, eles voltaram a se encontrar no warm-up da prova de hoje e não faltaram xingamentos entre eles. Um novo encontro imediato era esperado acontecer entre Grosjean e Rossi, que acabou não vindo, mas ambos estiveram longe de ter uma corrida limpa. Grosjean, que por sinal vem decepcionando nesse seu ano na Andretti, se envolveu em vários toques, foi punido por excesso de velocidade nos pits e acabou fora do top-10. Com Rossi não foi muito diferente, mas com um final mais abrupto. O americano vinha bem na prova, mas numa luta com Felix Rosenqvist, acabou indo para o muro e Rossi terminou sua boa corrida ali. O detalhe é que provavelmente o carro de Rossi em 2023 seja o de Rosenqvist...

Após todo o imbróglio entre Palou, Ganassi e McLaren, o fato do espanhol ter tido problemas na classificação já levantou teorias da conspiração, mas Palou fez uma baita prova de recuperação, saindo da 22º para a 6º posição, contudo, Alex teve uma briga bem 'próxima' com seu companheiro de equipe Marcus Ericsson, levando ao sueco reclamar pelo rádio e a Ganassi pedisse para Palou se 'acalmar'. Nas entrevistas pós-corrida, os representantes da Ganassi evitaram citar o nome de Palou, provando o clima constrangedor que deve imperar dentro da Ganassi. Porém, nem tudo foi ruim para o veterano chefe de equipe. E a boa notícia veio de um velho conhecido. Dixon vinha de um jejum de mais de vinte corridas e muitos já anunciavam que Scott poderia estar em declínio. Porém, o veterano da Ganassi fez uma corrida bem ao seu estilo, sendo rápido quando necessário e usando sempre a cabeça para superar seus adversários.

Dixon ficou o primeiro stint próximo do pole Herta, sem qualquer ataque. O piloto da Ganassi esperou a parada do norte-americano para sair na frente do representante da Andretti no retorno à pista e administrar a corrida até o final, claro, se livrando de alguns pilotos como Rinus Veekay, que tentaram estratégias diferentes durante a prova. Dixon ainda permitiu a aproximação de Herta, que quando nasceu, Dixon estava conquistando a Indy Lights rumo a Indy. Mais importante do que isso, a vitória de Dixon o coloca (novamente) como postulante ao título e foi seu 52º triunfo na carreira, se igualando a ninguém menos do que Mario Andretti, pai do dono da equipe de Herta e segundo maior vencedor da história da Indy. Mario, sempre um cavalheiro, parabenizou Dixon sabendo seu número será superado brevemente. AJ Foyt ainda tem quinze vitórias a mais, tornando a tarefa de Dixon difícil, mas para um piloto tão forte como Scott, longe de ser impossível. 

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