sábado, 23 de julho de 2022

Valeu Carlos

 


Carlos Sainz chegou à Paulo Ricard sabendo que teria que cumprir uma punição por troca de motor, algo que se tornou ainda mais severo quando a Ferrari resolveu, acertadamente, trocar tudo e o espanhol iria largar no fundo do grid, junto com Kevin Magnussen com o mesmo problema. Para a Ferrari, restava utilizar Sainz da melhor forma para ajudar seu quase xará Leclerc a derrotar a Red Bull na classificação desse sábado. No Q3, Sainz saiu para a pista unicamente com a missão de dar um necessário vácuo à Leclerc e assim foi feito, fazendo o monegasco conseguir sua sétima pole do ano, derrotando com alguma folga Verstappen.

A classificação no escaldante sul da França não teve nada de surpreendente numa pista, que mesmo moderna, ainda não deixou sua marca em sua volta e pode sair da F1 sem deixar muitas saudades, ainda mais com a imoral chicane no meio da reta Mistral. A França é um palco tradicional da F1, mas parece que nenhuma pista satisfaz plenamente pilotos, equipes e público. Falando em pilotos, os gauleses do grid amargaram um sábado bem ruim, onde foram superados pelos companheiros de equipe com folga e sendo desclassificados prematuramente, com Gasly ficando no Q1 e Ocon no Q2. A McLaren mostrou alguma força e Norris separou das duas Mercedes, com Hamilton muito superior à Russell em todo o final de semana.

Na briga pela ponta, havia a sensação de que a Ferrari estava muito forte em ritmo de classificação, enquanto a Red Bull se sobressaía em ritmo de corrida. Pelo menos a primeira parte se confirmou, porém, Leclerc não vinha de um final de semana brilhante, sendo até mesmo superado por Sainz em várias ocasiões nos treinos livres e se não fosse a punição do espanhol, provavelmente Leclerc não estaria comemorando sua pole hoje. Verstappen fez o que pôde, mostrou seu grande potencial, mas teve que se conformar com a segunda posição, enquanto Pérez, que parecia que nem iria ficar na frente das Mercedes, ainda beliscou o terceiro lugar. Para amanhã, o clima será um fator primordial. Fala-se numa das corridas mais quentes da história da F1 e cuidar dos pneus será fundamental, algo que a Red Bull se mostrou superior em vários momentos dessa temporada. Para piorar, dessa vez Leclerc não poderá contar com a luxuosa ajuda de Sainz, que foi decisiva na pole de hoje. 

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