terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Loeb ou Grönholm?

Quando Tommi Mäkkinen encerrou sua carreira no Rally da Grã-Bretanha em 2003, encerrou-se uma era no WRC. Até então, Mäkkinen, Carlos Sainz e Colin McRae vinham numa disputa sadia para saber quem era o maior vencedor da história do WRC e mesmo sendo um tetra-campeão, Mäkkinen terminou a disputa em segundo empatado com Sainz com 25 triunfos, ante 26 vitórias do até então líder McRae. Em 26 campeonatos até então, os números parecem baixos, mas a disputa era imensa. Junto com esse trio de ferro, amealhavam vitórias pilotos do calibre de Juha Kankunnen, Didier Auriol, Fraçois Delecour, Keneth Eriksson e Richard Burns. Para se ter uma idéia da competitividade do WRC nos anos 90, McRae foi campeão apenas uma vez (95) e Sainz foi bi-campeão no começo da década (90/92). Existiam várias equipes de fábrica com cerca de três carros prontos para vencer uma Rally e dizer quem era o favorito para uma etapa e acertar era como ganhar na loteria. Inclusive, existiam pilotos contratados especialmente pelas equipes para cada tipo de terreno, com destaque para Gilles Panazzi e Piero Liatti no asfalto. Tudo ia bem no WRC, mas aí apareceu a FIA...

No começo deste século, a entidade máxima do automobilismo resolveu mexer no que estava perfeito e o resultado pode ser sentido hoje no WRC. Atualmente temos dois grandes pilotos, Sebastien Loeb e Marcus Grönholm, que já se aproximaram da marca das 30 vitórias no WRC em menos de sete anos. Para se ter uma idéia, Sainz demorou 14 anos para conquistar todas as suas 27 vitórias. Contudo os desmandos da FIA fez com que várias montadoras abandonassem a categoria a ponto que no ano passado termos apenas Ford e Subaru como equipes oficiais. Outro problema foi a limitação do número de pilotos nas equipes. Em 2003, último ano antes que essa regra fosse imposta, a Peugeot contava com Marcus Gronholm, Richard Burns, Harri Rovanpera e Gilles Panizzi em todas as provas do campeonato, sendo que Rovanpera marcava pontos nas etapas de terra e Panizzi nas etapas de asfalto. Com essa limitação, Colin McRae ficou desempregado ano final de 2003 e a partir de 2004 as equipes contavam apenas com um piloto de ponta, enquanto o segundo piloto mudava de acordo com o terreno.

Por causa desse regulamento, o campeonato, que antes era disputado etapa a etapa por vários pilotos, hoje se resume a um “math-race” entre Loeb e Grönholm. O domínio dos dois pode ser mostrado em números:

- Nas últimas 50 etapas do WRC, Loeb e Grönholm ganharam 34. Isso significa 68% de aproveitamento.
- Ano passado, Loeb e Grönholm venceram 15 das 16 etapas, sendo que quando Mikko Hirvonen quebrou essa escrita, Loeb não correu e Grönholm teve problemas no início.
- Dessas 34 vitórias, em 10 oportunidades, se não foi Loeb, foi Grönholm o segundo colocado.

A falta de postulantes à vitória tornou a disputa do WRC previsível e até monótona. Daniel Sordo é muito bom e jovem, mas ainda é inexperiente. Hirvonen é um excelente segundo piloto, ou seja, não incomoda o primeiro, no caso, Grönholm. E o campão de 2003 Petter Solberg está sofrendo com um azar incrível e parece não ter um bom equipamento em mãos. Ou seja, alguém duvida de uma vitória de Loeb ou Grönholm na próxima semana?

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