Hoje foi dia da primeira etapa do Mundial de Superbikes, nas desabitadas arquibancadas do Catar, no meio do deserto. Para os poucos presentes, mas para os milhões que acompanharam pela TV, viram que Max Biaggi ainda não perdeu o jeito. O bom e o mau jeito. Pelo lado bom, o italiano da Suzuki deu um verdadeiro show logo na sua estréia pela categoria, vencendo muito bem a primeira bateria e chegando colado no vencedor James Toseland na segunda bateria. O inglês da Honda, por sinal, foi o único que enfrentou de igual para igual Biaggi e está empatado em pontos na liderança com o italiano. Biaggi perdeu muito tempo com as Yamahas de Noriyuki Haga e Troy Corser no meio da corrida, chegou a cometer alguns erros e com isso perdeu a chance de marcar uma dobradinha em Losail. Contudo, Biaggi também mostrou seu lado ruim ao exalar antipatia por onde passou e não comprimentou Toseland na volta de desaceleração. Agora um dado histórico: quando estreou nas 500cc em 1998, Biaggi também deu show e venceu logo na sua estréia. O que veio depois todo mundo sabe...
O destque negativo ficou para o atual campeão Troy Bayliss. Vencedor de 12 das 24 corridas ano passado, o australiano teve que se contentar com uma quinta e uma oitava posição respectivamente nas duas baterias, inclusive ficando atrás do seu incipiente companheiro de equipe Lorenzo Lanzi. A Ducati tem que melhorar muito, pois a Suzuki demonstrou ter o motor mais potente do grid e numa demonstração patente disso, Biaggi ultrapassou as Yamahas de Corser e Haga na reta, antes da primeira curva, usando apenas a prodigiosa potência da sua moto. As Yamahas provaram mais uma vez que só funcionam na primeira metade da corrida, quando andaram junto de Biaggi e Toseland, mas caindo muito de rendimento no final, a ponto de Haga chegar 15s atrás do líder Toseland, com a Kawasaki de Fonsi Nieto colado na rabeta da moto do japonês. Nieto, por sinal, foi uma das surpresas da corrida, levando a Kawasaki a lugares que não costuma ficar na segunda bateria, segurando motos muito mais potentes, como a Suzuki de Yuki Kagayama e a Ducati de Lorenzo Lanzi. Mais uma vez, a Honda dependerá de todo o talento de Toseland para conseguir alguma coisa esse ano. Apesar da vitória na segunda bateria, a segunda Honda mais bem colocada na primeira bateria foi Roberto Rolfo em sétimo e na segunda bateria, Michel Fabrizio foi apenas décimo segundo! Na segunda bateria ficou claro que o problema principal da Honda é de motor, pois Biaggi chegava a tirar 3 décimos na reta, mas perdia essa vantagem na parte mista do circuito.
A próxima etapa será na Austrália em Phillip Island e provavemente Bayliss irá querer andar bem na frente da sua torcida e uma recuperação é bem possível, mas Toseland e Biaggi irão fazer de tudo para conseguir liderança isolada do campeonato. 2007 será muito mais equilibrado que 2006.
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