terça-feira, 23 de setembro de 2008

História: 40 anos do Grande Prêmio do Canadá de 1968


Após a corrida em Monza, a temporada 1968 da F1 entrava na sua reta final com uma longa passagem pela América do Norte. A primeira parada seria no Canadá, um ano depois do primeiro Grande Prêmio realizado por lá, mas, ao contrário de 1967, a etapa seria realizada no circuito de Mont Trembland, próximo a Quebec. Por cortar densas florestas e ser muito rápido, o circuito foi bastante elogiado pelos pilotos, que logo o apelidaram de "mini-Nürburgring".

Um dos campeonatos mais mortíferos da história da F1 era também um dos mais emocionantes e equilibrados. Quatro pilotos chegavam com chances reais de se tornarem campeões e esses quatros homens tinham razões diferentes para fazerem de tudo para chegarem lá. Graham Hill era o velho campeão que queria mostrar que ainda tinha o talento necessário para ser campeão como seis anos antes e ainda dar um pouco de alegria para a Lotus, após perder Jim Clark numa corrida de F2. O atual campeão Denny Hulme queria revalidar seu título e dar o primeiro triunfo para a equipe McLaren do seu amigo e compatriota Bruce McLaren. Jackie Stewart, à bordo do seu Matra, queria confirmar tudo o que se esperava dele desde o início de sua carreira na F1. Já a sensação Jacky Ickx queria levar a Ferrari ao olimpo quatro anos após o título de John Surtees e mostrar que o título de novato do ano não lhe servia. Ele queria ser campeão do mundo! Fora a Ferrari, os demais pilotos corriam com o motor Ford-Cosworth, evidenciando o quanto o motor americano era melhor que os demais. No campeonato, os quatro estavam separados por apenas seis pontos, com Hill à frente. Era uma briga de titãs!

Os treinos começaram muito mal para Ickx. Após ter um problema em seu acelerador, o belga sofreu um forte acidente e acabou quebrando a perna. Suas chances de título diminuíam de vez! Lá na frente, Jochen Rindt mostrava o equilíbrio da temporada ao marcar a pole com seu Brabham, com Siffert e Amon completando a primeira fila. O melhor colocado entre os favoritos era Hill, em quinto, com Hulme em sexto e Stewart num longuínquo décimo primeiro lugar. Ickx não largaria por motivos óbvios.

Grid:
1) Rindt (Brabham) - 1:33.8
2) Amon (Ferrari) - 1:33.8
3) Siffert (Lotus) - 1:34.5
4) Gurney (McLaren) - 1:34.5
5) Hill (Lotus) - 1:34.8
6) Hulme (McLaren) - 1:34.9
7) Surtees (Honda) - 1:34.9
8) McLaren (McLaren) - 1:35.0
9) Oliver (Lotus) - 1:35.2
10) Brabham (Brabham) - 1:35.4

O dia 22 de setembro de 1968 amanheceu claro e com sol em Quebec. Ao contrário do ano anterior, os pilotos não teriam que enfrentar uma pista encharcada e uma chuva torrencial. Rindt não consegue uma boa largada e é ultrapassado por Amon e Siffert. Gurney e Hill mantém suas posições, mas quem vem feito um foguete é Hulme, que pula de décimo primeiro para sexto ao final da primeira volta!

A corrida se mantém estática, com os seis primeiros mantendo suas posições. Na décima segunda volta, Hill consegue ultrapassar a terceira McLaren de Dan Gurney e sobe para quarto. O americano liderava o trio da equipe McLaren e como não havia ordens de equipe na época, Hulme e McLaren ficaram atrás de Gurney até o americano abandonar na volta 27 com o radiador quebrado. Quase que ao mesmo tempo, o suíço Jo Siffert abandona com um vazamento de óleo em seu Lotus particular, pertencente a Rob Walker. Quem se aproveita é a Lotus de fábrica de Hill, que subia para terceiro praticamente sem esforço. E se as estatísticas favorecessem o inglês, ele logo assumiria a liderança. O então líder Chris Amon começava, aos poucos, a formar a fama de azarado, enquanto Rindt teve sérios problemas de confiabilidade com seu Brabham.

Porém, Hill era perseguido de forma implacável pelas duas McLarens, com Hulme sempre à frente. Quando Rindt abandonou na volta 39 com um problema no motor Repco, Hill assumiu brevemente a segunda posição, pois a Lotus do inglês começou a ter sérios problemas de vibração. Hill vai aos boxes e perde várias posições, praticamente entregando a corrida para as McLarens. Pois Amon abandonou quando liderava na volta 73, faltando apenas dezessete para o final. Nessa altura Hulme já tinha se distanciado de McLaren e ponto de colocar uma volta no seu patrão e garantir uma vitória que seria importantíssima para o campeonato, pois Hill foi o único que marcou pontos com a quarta posição, mas a quatro voltas do líder graças ao seu problema. Stewart fez uma corrida super-discreta, onde terminou marcando um pontinho com a sexta posição, mas a infinitas sete voltas de Hulme. A McLaren atingia se tornava uma equipe de ponta com sua primeira dobradinha da história e Hulme empatava com Hill no campeonato. O campeonato estava pegando fogo!

Chegada:
1) Hulme
2) McLaren
3) Rodriguez
4) Hill
5) Elford
6) Stewart

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