Se a F1 já partia para sua segunda etapa nesse domingo, no outro lado do globo a IRL começa a sua segunda temporada após a junção e a primeira após a crise. Duramente atingida, a categoria conseguiu, a força, colocar 22 carros no grid de Saint Petersburg. Muitos pilotos compraram seus cockpits, até mesmo na tradicional Newman-Haas, agora com a adição da Lanigan. Das três equipes grandes, apenas a Andretti-Green manteve seus pilotos. A Chip Ganassi dispensou Dany Wheldon e trouxe o campeão de 2007 Dario Franchitti, que havia fracassado na própria equipe na Nascar. O escocês correria ao lado do atual campeão Scott Dixon, logicamente mantido no time. A Penske tinha Will Power como novidade, formando uma dupla vindo da Oceania juntamente com Ryan Briscoe. Todos sabemos das dificuldades de Helio Castroneves, mas achei muito otimista as declarações de Eduardo Homem de Mello na transmissão da Bandsports. O comentarista praticamente garantiu a inocência de Helinho no veredicto que será ouvido nessa semana, algo bem diferente das notícias que surgem do caso...
Voltando às pistas, as equipes da finada Champ Car mostraram força ao formar a primeira fila com Graham Rahal, vencedor do ano passado na pole, e Justin Wilson, grandalhão correndo pela minúscula Dale Coyne. Sendo que a Dale Coyne sempre foi minúscula... A corrida foi típica das provas em circuito de rua americanas, sendo animadas somente quando ocorriam bandeiras amarelas e com raríssimas ultrapassagens. Rahal vacilou na largada e foi tocado por Kanaan, quinto colocado no grid, e caiu para último, enquanto Wilson dominava a corrida, alternando com algum piloto com uma estratégia mais ousada. O inglês fazia um milagre em sua equipe pequena, quando a corrida foi decidida e a "camisa de time grande" se sobressaiu. Briscoe nunca foi um grande piloto, mas se aproveitou de um vacilo de Wilson na penúltima relargada e deixou o inglês para trás até receber a bandeirada em primeiro, assumindo a liderança do campeonato pela primeira vez na carreira. Ryan Hunter-Reay, desempregado até a última terça-feira, conseguiu ultrapassar Wilson e terminou em segundo, para delírio de Tony George, dono de sua equipe. Para Wilson, restou o amargo consolo da terceira posição após ter liderado a prova quase inteira.
A corrida mostrou que alguns pilotos não se acostumam com circuitos mais técnicos ou simplesmente nem deviam estar na Indy. Danica Patrick, como sempre, não andou num circuito em que seu peso pudesse influenciar e acabou no muro após um toque com o estreante Raphael Matos. E como sempre, ela partiu para cima do oponente. O companheiro de Hunter-Reay, Ed Carpenter, mais uma vez passou vexame ao bater no muro, mas nada que chege perto de Stanton Barrett, piloto vindo da Nascar, que andava 3s mais lento do que todo mundo! Dixon, que venceu várias provas em circuitos mistos, não se deu bem neste domingo e acabou batendo no muro, enquanto Franchitti, com uma ótima perspectiva após bons treinos, não chegou a brigar mais seriamente pela vitória. Após o toque na largada, Kanaan conseguiu uma boa corrida de recuperação e terminou em quinto, sendo o melhor brasileiro da corrida. A temporada 2009 não começa com a pompa de outros anos, mas promete um belo ano.
Foi uma bela corrida, só que eles são meio grossos de oval.
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