Ao longo dos anos, muitos promotores de corridas tentaram produzir seu próprio 'Mônaco' com apertados circuitos de rua e paisagens belíssimas. Poucos conseguiram. Para ser sincero, apenas uma prova tem um glamour parecido, na corrida realizada em Long Beach, na sua longa reta à beira-mar, o hairpin apertadíssimo e locais históricos, como a Ocean Bolevard e a Pine Avenue. Começando na F1 e agora na Indy, esse tradicional circuito improvisado, que sempre está lotado, viu o melhor piloto da Indy na atualidade finalmente vencer depois de três poles seguidas na Califórnia.
Will Power deu uma verdadeira aula de como conservar combustível sem ser especialmente lento e superou um ótimo Simon Pagenaud numa perseguição frenética do francês nas últimas voltas. O piloto da Penske seguiu fielmente a estratégia de sua equipe e mesmo largando no meio do pelotão por causa da punição em massa dos motores Chevrolet, conseguiu andar forte e fez ultrapassagens firmes em vários momentos. Quando teve que tirar o pé, Power o fez com categoria e conseguiu sua 17º vitória na carreira e assumiu a liderança do campeonato, já que Helio Castroneves voltou ao seu estilo extremamente inconsistente, onde ou consegue uma baita corrida, ou não faz nada, como o caso neste domingo. E assim o paulistano, que parece mais à vontade na frente das câmeras do que nas pistas, vai levando sua carreira, ficando na Penske por mais de dez anos, mesmo sem conseguir títulos e há anos não brigar por um.
Castroneves ainda seria punido por um toque em Rubens Barrichello na volta final. O estreante fez sua melhor corrida no ano, andando em certos momentos (por causa das diferentes estratégias) em quarto lugar e só não conseguiu um resultado ainda melhor, pois Barrichello ainda não se acostumou com algo muito comum nas corridas da Indy e deu a vitória a Power: poupar combustível. Mas Rubinho evolui a olhos vistos, andando no mesmo ritmo de Tony Kanaan, este sim o melhor piloto brasileiro da Indy no momento, mesmo o baiano não sendo muito bafejado pela sorte. O novo carro da Indy teve seu primeiro teste no acidente de Marco Andretti e Graham Rahal, que, com certeza, não orgulharam em nada seus pais. Um detalhe que não influenciou na corrida, mas me chamou bastante atenção foi a transmissão da Bandsports. Sou fã do Celso Miranda, mas o Eduardo Homem de Mello simplesmente não rola! O cara só fala abobrinha e suas comparações com a F1 irritam qualquer um. A corrida de Long Beach, o mesmo acontecendo em Xangai, só ficou realmente boa no final, com pilotos com estratégias diferentes se segurando ou atacando no final da prova. Mas o cara insistia que estava tudo melhor. PQP!
Ainda bem que a Band passou as voltas finais ao vivo e o ótimo Teo José deu o ar da graça e pude me livrar da asneiras do Homem de Mello. Quem também deve estar aliviado é Will Power, pois seu grande rival Dario Franchitti está fazendo uma temporada tenebrosa e somente uma guinada gigantesca pode fazer o escocês atrapalhar a jornada de Power rumo ao seu primeiro título.
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