sábado, 20 de julho de 2013

Cobertura

Ontem foi um dia especial para o automobilismo brasileiro e, por que não, mundial. Porém, o que às vezes é bastante estranho é a diferença entre a cobertura dos dois eventos. Separados por cinco anos, Nelson Piquet (1978) e Ayrton Senna (1983) deram suas primeiras voltas num F1 após uma prodigiosa carreira nas categorias de base na Inglaterra e ontem, dia 19 de julho, completaram datas fechadas para o evento.

Contudo, enquanto várias reportagens especiais foram feitas por TV e Internet para relembrar Senna andando com o Williams em Donington Park e dizer 'É hoje!' para as câmeras, não foi dito praticamente nada sobre Piquet. Acho extremamente injusto essa diferença entre os dois tricampeões mundiais e, na minha humilde opinião, do mesmo nível em termos de pilotagem. Claro que Senna teve todo o carisma e idolatria, mas o feito de Piquet também foi importante e praticamente nada foi falado.

Muita gente confundia as críticas de Nelson Piquet à Ayrton Senna como inveja na década de 80, mas percebo em todas as declarações de Nelson que ele nunca se referia a pilotagem exuberante de Ayrton, mas sua indústria de marketing em cima do nome dele. Um exemplo cabal é justamente a cobertura da época. Enquanto as primeiras voltas de Senna tinha cobertura da Globo e entrevista com Reginaldo Leme, de Piquet tem apenas essa foto e uma reportagem de uma página na Quatro Rodas. O detalhe é que em ambos os testes Nelson e Ayrton deslumbraram quem esteve presente em Donington e Silverstone. Para mim fica claro a diferença e se não concordo com algumas coisas ditas por Nelsão para provocar Senna, hoje percebo que o carioca tem um pouco de razão em suas críticas, pois trinta anos depois, a diferença de cobertura continua a mesma...

Um comentário:

  1. Eram estilos de pilotagem diferentes, ainda que espetaculares.

    O Piquet começou a correr em uma época de mudanças, que incluíam o fim do efeito solo e a transição entre carros turbo e aspirados.

    Ele mesmo se sujeitou a ser cobaia de várias experiências na Brabham e na Williams (com pneus, suspensão, motores, etc). Isso o levou a vários abandonos, daí ter se tornado campeão com apenas 23 vitórias.

    Claro que ele queria vencer sempre que possível, mas a impressão que sempre tive foi a de que a evolução e o acerto dos carros, para o Nelson, era tão importante quanto à vitória.

    Já o Senna se concentrava totalmente na competição, e levava uma palavra: vencer. Quando não chegava lá, era como se fosse uma derrota. Basta ver a expressão que o acompanhava, se ficava em segundo ou terceiro lugar no pódio.

    Enfim, creio que se pode falar em dois pilotos diferentes, mas não em um melhor que o outro.

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