Ao longo dos anos Sebastian Vettel vem escrevendo uma marca registrada em suas vitórias e quando o alemão da Red Bull assumiu a ponta da corrida ainda na largada, parecia que Vettel venceria como na maioria dos seus triunfos, mas o desempenho fortíssimo da Lotus fez com que o primeiro triunfo de Vettel em casa fosse, nas próprias palavras de Sebastian após a corrida, uma das mais difíceis. Ao contrário do final de semana apagado de sete dias atrás, a Lotus mostrou que o seu pacote aerodinâmico melhorou seu desempenho e conservou o principal trunfo do carro aurinegro, que é boa forma como trata os pneus, fazendo com que Grosjean e Raikkonen acossassem Vettel a corrida inteira, mas o alemão reagiu bem à pressão e começa a se distanciar no campeonato, rumo ao tetra.
A corrida de hoje foi estranha e cheio fatos bizarros e perigosos. Red Bull errou feio na parada de Mark Webber e quando o australiano acelerou de volta à pista, sua roda traseira direita saiu voando e após passar perto de atropelas os mecânicos da Lotus, atingiu com muita força as costas de um cinegrafista da FOM, machucando-o, até o momento, sem notícias de uma gravidade maior. Mais tarde, o motor de Jules Bianchi estourou e o francês encostou o carro na grama ao lado da pista, como é normal. O anormal foi o seu carro sair sozinho em 'marcha ré' e atravessar a pista perigosamente. Sorte que foi num lugar com boa visão e Vettel ter tido tempo para passar sem maiores problemas pelo carro errante. Sebastian assumiu a ponta com uma largada fantástica. Por sinal, esse é outro ponto forte do alemão. Porém, as coisas não foram tão simples assim e Sebastian sempre teve seus retrovisores pintados de preto e amarelo, primeiro com Grosjean e depois, e mais perigosamente, de Raikkonen. Porém, Vettel andou muito forte e não deu muitas chances a Kimi em sua tentativa de ataque e venceu com apenas 1s de vantagem sobre o finlandês e vai se consolidando como líder e principal favorito ao tetra, colocando seu nome na história da F1, agora com trinta vitórias na carreira.
A Lotus mostrou sua força com uma corrida bastante sólida tanto de Raikkonen, como de Grosjean. O francês conseguiu a proeza de esticar por doze voltas (muitos pararam com até cinco voltas) seu stint com os pneus macios e se posicionar muito bem na corrida, ficando a maior parte da corrida logo atrás de Vettel. Se no começo Romain cobrou a Lotus que estava mais rápido do que Raikkonen, no final recebeu a mensagem exatamente o contrário, tendo que deixar Kimi, melhor calçado, passar. Quando não bate, Grosjean é um ótimo piloto, mas seus arroubos aloprados que o derrubam, tanto que a sua própria equipe não confia nele plenamente e o deixou com um sorriso amarelo no pódio. Raikkonen foi brilhante como sempre, usando a freada para a chicane como ponto de ultrapassagem, sendo por fora ou por dentro. Kimi esticou ao máximo sua terceira parada para colocar os pneus macios, mesmo velhos, nas voltas finais e voar para tentar alcançar Vettel, mas acabou por utilizar a asa móvel apenas uma vez, na última volta, e tendo que se conformar com a segunda posição na corrida. A tática da Ferrari teria dado mais certo se Alonso tivesse ultrapassado Grosjean nas últimas voltas e ter conseguido mais um pódio, mas Fernando não tem do que reclamar, pois saiu da oitava posição em que estava na primeira volta para quarto, mesmo tendo que mudar um pouco sua estratégia ao parar pela primeira vez um pouco mais cedo do que o imaginado. Porém, o espanhol, ainda na vice-liderança do campeonato, já vê Vettel cada vez mais longe. A corrida de Massa se resumiu a outra excelente largada e uma rodada estranha, aparentemente por problemas no carro, mas que a Ferrari preferiu deixar no ar.
Após a boa vitória de Rosberg em Silverstone, era esperado que a Mercedes finalmente tivesse deixado para trás os problemas de pneus que tanto atormentou a equipe alemã no começo da temporada, mas as mudanças nos pneus promovidas pela Pirelli em prol da segurança fez com que os tedescos voltassem a sofrer. Hamilton não largou bem e foi engolido pelos dois carros da Mercedes, mas a partir daí apenas sofreu com os pneus do seu carro, chegando a fazer um pit-stop por conta própria, não respeitando os desejos da equipe. Hamilton ainda conseguiu salvar um quinto lugar graças a uma ultrapassagem sobre Button no final e teve uma briga sensacional com Alonso, mas novamente largando na pole, Lewis ficou longe do pódio. Graças a uma estratégia equivocada da Mercedes no sábado, Rosberg largou no meio do bolo e por lá ficou, também sofrendo com os pneus. Quando tinha uma parceria mais sólida com a Mercedes, a Alemanha era a segunda corrida em casa da McLaren e talvez inspirada nisso, o time comandado por Martin Whitmarsh fez a melhor corrida do ano com seus dois pilotos pontuando em sexto e sétimo com Button e Pérez respectivamente. Claro que isso é bem abaixo do potencial da McLaren, mas vendo o que o time vem fazendo esse ano, foi bom demais, principalmente com Button usando a sua tradicional característica de tratar muito bem os seus pneus. Das equipes médias, a Sauber marcou pontos com Hulkenberg, sem salário há dois meses, sendo crucial à Sauber resultados pontuáveis, vide o anunciado problema financeiro que assola o time helvético. A Williams teve até boas chances de marcar pontos na sua corrida 600, mas o pneu dianteiro direito teimava em causar problemas na hora de troca-lo, tanto como Bottas, como para Maldonado, para desespero do mecânico responsável, cuja linguagem corporal indicava uma pinta de desespero...
Mesmo não tendo visto os pneus explodindo como semana passada, a F1 viu cenas desagradáveis hoje e tomara que o cinegrafista esteja bem. O erro da organização em deixar o carro de Bianchi sair sozinho foi imperdoável. Porém, correndo em casa e na frente de uma torcida que preparou uma enorme faixa em sua homenagem, Sebastian Vettel quebrou dois tabus, com a primeira vitória na Alemanha e a sua primeira na Europa após quase dois anos. São pequenos tabus que Sebastian, tão acostumado a vencer, vai quebrando sem muita cerimônia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário