Quando Scott Dixon cruzou a linha de chegada, a TV americana mostrou a bela esposa do neozelandês que imediatamente levantou três dedos, mostrando a quantidade de vitórias consecutivas do maridão que o fez entrar definitivamente na luta pelo título. Em uma prova dominante, Dixon mostrou a recuperação da Ganassi em 2013 e venceu de forma tranquila, não dando chances ao segundo colocado e líder do campeonato Helio Castroneves, que ainda se beneficiou de outro enrosco de Ryan Hunter-Reay na última volta, mas vê a aproximação cada vez mais perigosa de Dixon.
A segunda corrida em Toronto foi marcada pela largada parada, a primeira da história da Indy (descontando a Champ Car em seu último ano, que utilizou deste artifício) e logo de cara Dixon disparou na frente, seguido por Castroneves, que largou bem e não teve o carro afetado por um toque recebido na traseira de Franchitti, que destruiu sua corrida e só tentou amenizar o prejuízo. A partir de então, o que se viu foi um domínio avassalador de Scott Dixon, que só perdeu a liderança em determinados momentos em que alguém esticava sua parada. O piloto da Ganassi aproveitou o bom acerto conseguido e o fato da primeira metade da corrida ter sido bem bandeira amarela para colocar 9s em cima de Castroneves, que em troca tinha 12s de vantagem sobre o trio Power, Hunter-Reay e Bourdais. Se ontem Kanaan teve uma corrida forte, hoje ele não tinha um bom carro e acabou batendo na entrada da reta dos boxes, mas sem proporcionar bandeira amarela.
Com duas corridas de 85 voltas em dois dias em um circuito de rua apertado e sinuoso, o cansaço poderia ser um fator na segunda prova e nas últimas voltas as bandeiras amarelas finalmente apareceram, primeiro com Jakes e depois com Carpenter. No caso de Jakes, ficou claro o lapso de concentração, enquanto Carlos Muñoz, que substituiu de última hora o machucado Ryan Briscoe, sentia a falta de experiência em corridas mais longas em circuitos de rua e praticamente deixava todo mundo passar. Mesmo com que tenho duas relargadas para se preocupar, Dixon não teve problemas em se defender dos ataques de Castroneves e com 29 pontos de deficit, mas em viés de alta no campeonato, o piloto da Ganassi se tornou a maior ameaça ao brasileiro da Penske na sua corrida rumo ao seu primeiro título na Indy (e na carreira também). Se antes parecia não ter carro para disputar vitórias, agora Dixon e a Ganassi parecem ter achado uma fórmula que o fez vencer três corridas consecutivas em dois tipos de pista totalmente diferente e agora ruma para um final de campeonato forte antes a regularidade irritante de Castroneves, que só venceu uma vez, mas vem fazendo Top-10 de forma constante e amealhando pontos importantes. O problema dessa tática é que dificilmente um piloto passa o ano incólume a erros e azares.
E pelo o que se viu hoje, a disputa será apenas entre os dois, pois novamente na relargada Power acabou se envolvendo num acidente, desta vez causado por Hunter-Reay, que pode ter se despedido da chance de conseguir o bicampeonato. Se no começo do ano a equipe Andretti parecia a mais forte no campeonato, os problemas de Ryan e também de Hinchcliffe (hoje o canadense largou com duas voltas de atraso) deve ter estragado as chances da equipe. Ou alguém ainda confia em Marco Andretti? Sebastien Bourdais confirmou sua boa fase em Toronto ao conquistar outro pódio, voltando aos bons tempos.
Após corridas sucessivas, o campeonato da Indy terá corridas de forma mais espaçadas e até mesmo humanas para pilotos e equipes, que se viram numa maratona de corridas digna da Nascar, onde se corre todo final de semana. O fim dessa sequencia insana de corridas mostrou uma recuperação incrível da Ganassi e de Dixon, mas com Castroneves ainda na liderança. Voltando ao ano passado, Ryan Hunter-Reay praticamente garantiu o titulo com três vitórias consecutivas no meio da temporada, frente a um piloto da Penske, no caso, Will Power. Será que 2013 imitará 2012?
Nenhum comentário:
Postar um comentário