A McLaren teve pouco tempo para se recuperar da presepada protagonizada por David Coulthard em Zeltweg e menos de uma semana depois, se reuniria junto com a F1 em Hockenheim e seu saudoso circuito de longas retas, onde teoricamente a McLaren teria vantagem e a Mercedes correria, teoricamente, em casa.
Porém, os treinos mostraram um equilíbrio entre as equipes, mas numa sessão classificatória com alguns incidentes com carros mais lentos, mesmo Hockenheim sendo um circuito bastante longo para os padrões da época, Mika Hakkinen conquistou a centésima pole da McLaren, mas o finlandês superou o segundo colocado Frentzen por apenas cinco centésimos de segundo. Porém, Mika falou após a corrida que sua melhor volta na sessão teve que se abortada devido à problemas com o tráfego, mesma desculpa dada por Eddie Irvine pelo apagado quinto lugar no grid, ficando atrás até mesmo do seu companheiro de equipe Mika Salo, que se recuperava de sua atuação ruim na Áustria. Se metendo entre os carros de McLaren e Ferrari no topo do grid, além de estar bem colocado na classificação do campeonato, Heinz-Harald Frentzen mostrava que seria um nome a ser observado não apenas na corrida, mas também numa improvável briga pelo título.
Grid:
1) Hakkinen (McLaren) - 1:42.950
2) Frentzen (Jordan) - 1:43.000
3) Coulthard (McLaren) - 1:43.288
4) Salo (Ferrari) - 1:43.577
5) Irvine (Ferrari) - 1:43.769
6) Barrichello (Stewart) - 1:43.938
7) Panis (Prost) - 1:43.979
8) Hill (Jordan) - 1:44.001
9) Trulli (Prost) - 1:44.209
10) Fisichella (Benetton) - 1:44.338
O dia primeiro de agosto de 1999 estava quente e ensolarado em Hockenheim, o que poderia ser um problema para os engenheiros de motores, já que a pista alemã exige bastante dos motores e com o calor, esse problema poderia aumentar. Antes da corrida, num telão, Michael Schumacher falava ao vivo para o seu público para que torçam para a Ferrari, mas sem indicar quando ele voltaria às pistas e nem dando um simpático 'boa sorte' para Irvine e Salo. Porém, na ação dentro da pista, Hakkinen fez uma boa largada e desta vez sem ser atacado por ninguém, contudo, a melhor largada do dia pertenceu a Mika Salo, que subiu de quarto para segundo, contornando a primeira curva à frente de Coulthard e Frentzen. Mais atrás, Villeneuve é tocado e sai da pista ainda na primeira curva, levando consigo Pedro Paulo Diniz, encerrando a corrida de ambos.
Hakkinen liderava uma inédita dobradinha finlandesa na Alemanha, mas pensando no campeonato, a corrida não poderia ter começado melhor para o piloto da McLaren, pois Irvine foi ultrapassado por Barrichello ainda na primeira volta, caindo para sexto lugar. O brasileiro mostrava que o novo motor Ford era um dos mais potentes da F1 ao ultrapassar Frentzen pelo quarto lugar ainda na volta três, mas a corrida de Barrichello acabaria três voltas depois com um problema hidráulico. Rubens não tinha como saber, mas esse problema lhe acompanharia bastante nos anos seguintes... Voltando à prova, Salo sofria uma enorme pressão de David Coulthard na briga pela segunda posição, quando foi atingido de forma sutil pelo escocês na volta 10. Salo escapou ileso do incidente, mas Coulthard teve que ir aos boxes trocar sua asa dianteira. Mais tarde, no decorrer da corrida, o escocês ainda seria punido por cortar uma chicane enquanto ultrapassava Olivier Panis em sua corrida de recuperação, fazendo daquele espaço de dias esquecível para David Coulthard.
Após um início de corrida discreto, Eddie Irvine começa a pressionar Frentzen pelo terceiro lugar. O irlandês falou depois da corrida que estava tendo problemas de alimentação no começo da prova e por isso poupou seu motor. Quando o ataque ao alemão estava se intensificando, Frentzen foi fazer seu único pit-stop, sendo seguido por Irvine duas voltas mais tarde, quando o irlandês emulou a estratégia de Schumacher que tinha lhe servido tantas vezes e Irvine ganhou a posição de Frentzen na estratégia. O último piloto à fazer sua parada foi Hakkinen. E foi nesse momento que a McLaren iniciou seu pesadelo. Tudo começou quando um problema na mangueira de reabastecimento fez com que a McLaren se atrapalhasse toda e Hakkinen perdeu 15s no seu desastroso pit-stop. Voltando à pista em quarto, logo atrás de Frentzen, Hakkinen logo se estabelece como o piloto mais rápido da pista, mas poucas voltas depois o finlandês sofre um perigoso acidente quando seu pneu traseiro esquerdo perde o ar de repente no final da freada que leva à seção do Estádio e Mika dá um giro de 360º antes de bater levemente na barreira de pneus. Poderia ter sido um acidente de consequências parecidas com o acidente de Michael Schumacher um mês antes, mas Hakkinen rapidamente fez um sinal aos comissários que estava bem, mas sua corrida estava acabada.
Para profundo desgosto da Mercedes, dona do circuito de Hockenheim, a torcida alemã consentiu ao pedido de Schumacher e vibrou como nunca pelo acidente de Hakkinen. Poucas voltas antes do acidente de Mika, a Ferrari ordenara a Salo ceder sua posição à Irvine. Não se soube de alguma revolta por parte da imprensa finlandesa por parte das ordens de equipe da Ferrari, mas o gesto de Salo fora ainda mais impressionante pelo fato do finlandês praticamente abdicar do que seria sua única vitória na F1. Irvine assumiu a primeira posição, mas o perigo ainda não havia terminado, pois Frentzen tinha um ritmo melhor após sua parada e pressionava as duas Ferraris a ponto de Salo solicitar à Ferrari para que pedisse a Irvine aumentar seu ritmo! A diferença entre as duas Ferraris nunca foi superior a 1s, com Salo demonstrando que tinha carro para vencer, mas foi Irvine que recebeu a bandeirada na frente, numa vitória histórica da Ferrari na Alemanha. Frentzen completou o pódio logo atrás dos carros vermelhos, enquanto David Coulthard fazia a melhor volta da corrida no último giro, numa tentativa de frustrada de tirar o quarto lugar de Ralf Schumacher. Era notório que a McLaren tinha o melhor carro, mas o time de Ron Dennis continuava a lançar oportunidades douradas pelo ralo, enquanto Mika Hakkinen via sua luta pelo bicampeonato sendo atrapalhada por problemas alheios a ele e ainda teria que lutar com um piloto com a confiança aumentando a cada volta. Contratado para ser coadjuvante, Eddie Irvine se tornava o candidato da Ferrari a tirar o time italiano do longo jejum de vinte anos.
Chegada:
1) Irvine
2) Salo
3) Frentzen
4) R.Schumacher
5) Coulthard
6) Panis
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