"Agora o que eu faço? Ando feito um demônio ou economizo os pneus?", argumentou Nico Rosberg durante o Grande Prêmio da Hungria para o seu engenheiro via rádio após uma de suas paradas. A mensagem do piloto da Mercedes foi ouvida por todo mundo naquele dia de agosto na transmissão da TV e criou uma polêmica involuntária. Com tantas informações para serem dadas a respeito do carro, da corrida e da estratégia, a comunicação piloto-engenheiro estaria transformando as principais estrelas do circo da F1, os pilotos, em robôs guiados do pit-wall. Ao contrário de Bernie Ecclestone, a FIA pareceu ligada com as reclamações dos fãs via Rede Sociais e fez uma reunião após o Grande Prêmio de Monza, decidindo que boa parte das informações via rádio seriam cortadas devido ao regulamento da F1 em que diz relata que o piloto não pode receber ajuda externa. Houve comemoração dos fãs, mas os pilotos e engenheiros ficaram de cabelo em pé. O carro da F1 tem tanta tecnologia embarcada, ainda mais com as novas unidades de potência, que algumas regulagens tem que ser feitas pelos pilotos no volante dos seus carros através de mensagens dos boxes, graças às informações que os engenheiros recebem on-line da telemetria. Cortar esse fluxo de informação de forma abrupta, alegaram pilotos e engenheiros, poderia prejudicar a segurança dos pilotos, incluindo com os carros pegando fogo devido ao calor dos freios ou do turbo devido a regulagens erradas. Nova reunião foi feita antes da corrida em Cingapura e foi decidido que alguns pontos, principalmente no que tange as regulagens do carro, seriam liberadas. Porém, o que se viu em todo o final de semana e, principalmente, na corrida foi uma 'espionagem' do que pilotos e engenheiros poderiam ou não falar no rádio. Pode falar que o piloto poderia acelerar? Pode falar que o piloto tem que evitar as zebras para não piorar um problema no carro? Foi um verdadeiro caos! A atitude da FIA foi até louvável, pois os pilotos tem que, além de acelerar o máximo que podem, também tem de administrar as corridas e até mesmo sua estratégia previamente delineada ou até mesmo muda-la, se for o caso, não tendo 'babás' no seu ouvido dizendo se os pilotos podem ou não ultrapassar quem está na sua frente. Contudo, a forma como a FIA tomou essa medida foi de forma tão atabalhoada, que causou mais dúvidas na cabeça de pilotos, engenheiros e, os que queriam essa mudança, os fãs. O timing, já no final do campeonato, também não foi dos melhores. Queremos pilotos mais autônomos, não restam dúvidas, mas fazer isso de forma planejada, com tempo para todos se acostumarem e no começo da temporada seria bem mais lógico.
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