Após toda a turbulência desde Spa, a Mercedes teve uma corrida bem tranquila hoje em Monza e seus dois pilotos completaram uma dobradinha com Lewis Hamilton à frente, mesmo o inglês tendo que fazer uma mini-corrida de recuperação após uma má largada, mas para sorte da cúpula da Mercedes, Nico Rosberg deve ter tido problemas de freios após o alemão ter vazado a primeira chicane duas vezes e não houve a tensão de uma briga íntima entre os dois pilotos da Mercedes. Confirmando ser o melhor do resto, a Williams ficou com as duas posições subsequentes, mas com Felipe Massa finalmente tendo um final de semana limpo e derrotando seu combativo companheiro de equipe para ser terceiro e conquistar seu primeiro pódio em 2014 e também seu primeiro pódio sem ser um piloto Ferrari.
O Grande Prêmio da Itália começou com uma largada complexa, mesmo que sem os famosos acidentes que sempre marcaram a apertada primeira chicane de Monza. Hamilton largou de forma pavorosa, atrapalhando Bottas. Rosberg aproveitou bem para assumir a primeira posição, mas quem subiu mais foi Kevin Magnussen, que pulou de quinto para segundo, enquanto Massa mantinha a mesma posição de largada e Bottas caía para décimo. Em outros tempos, Hamilton ficaria desesperado com o quarto lugar, após sair da pole, na primeira volta. O inglês reclamou com a equipe, perguntando se havia algo de errado no carro, mas como felizmente nada estava afetando seu Mercedes, Hamilton foi a luta. Esperou Massa atacar Magnussen, que está se mostrando um dos pilotos mais largos da F1 atual, para ir no embalo do brasileiro e quando pôde se concentrar unicamente no piloto da Williams, fez uma tranquila ultrapassagem sobre Massa e passar a se aproximar Rosberg. À essa altura, Nico já havia cometido seu primeiro erro na primeira chicane, perdendo um tempo precioso para os dois pilotos que vinham atrás dele. Hamilton tirava a diferença de forma constante, mas ambos os pilotos da Mercedes andavam com um tempo parecido, indicando uma briga complicada pela primeira posição. Logo após a única rodada de paradas, Hamilton foi para cima de vez e quando ele já se aproximava da região do DRS, Rosberg passou reto novamente na
primeira chicane, mas desta vez com prejuízo para o alemão, que viu Hamilton assumir a primeira posição e ir embora. Lewis conseguiu abrir tranquilos 4s de vantagem sobre o 'companheiro' de equipe e vencer pela 28º vez, desempatando no ranking histórico da F1 com Jackie Stewart e agora é o segundo piloto britânico com mais vitórias na F1. Se não fosse a Globo inventar de mostrar a esposa de Felipe Massa num lance infeliz da emissora e de sua repórter fraquinha, poderíamos ver a reação entre Hamilton e Rosberg na ante-sala do pódio. Como não foi o caso, achei tímida a comemoração de Hamilton, enquanto Rosberg esboçava um sorriso amarelo, mas ambos tocaram a garrafa de champanhe no pódio. Nico ainda lidera de forma até confortável o campeonato, mas Hamilton mostrou hoje que seus tempos de desespero após uma adversidade estão passando e o inglês andou mais forte o final de semana inteiro, podendo indicar que Lewis irá com tudo para essas corridas finais do campeonato, com a Mercedes no meio disso tudo tentando segurar seus pilotos.
As mãos postas de Felipe Massa após a bandeirada mostrava bem o alívio do brasileiro após tantos percalços ao longo desta temporada que deveria ser bem melhor pelo potencial do novo carro da Williams. Com o anúncio da equipe que manterá seus dois pilotos em 2015, esse terceiro lugar de Massa foi uma boa demonstração que tem potencial para trazer bons resultados para o time, principalmente no Mundial de Construtores, pois com o péssimo final de semana da Ferrari em Monza, a Williams reassumiu a terceira posição do campeonato. Massa fez uma corrida cirúrgica, começando da largada, onde não se meteu em confusões, algo que fez bastante esse ano, não se afobou em ultrapassar Magnussen e sabendo que não tinha carro para segurar Hamilton, foi ultrapassado e a partir de então fez uma corrida solitária, onde garantiu com méritos seu primeiro pódio em mais de um ano. Ao contrário de Felipe, Bottas teve uma corrida agitada muito pela péssima largada que teve. O finlandês ficou encaixotado atrás de Hamilton e se viu na décima posição, sendo que ele ainda foi ultrapassado por Raikkonen no decorrer da primeira volta. Com um ótimo carro em mãos, Bottas passou a ultrapassar quem vinha pela frente, mas sempre com uma briga, principalmente com Sergio Pérez e Kevin Magnussen, que acabou punido mais pelo histórico do que pela manobra. Porém, Bottas ainda assegurou um quarto lugar que foi importante para a Williams no Mundial de Construtores e o manteve muito bem no campeonato. A Red Bull foi a terceira força do dia ao ficar em quinto e sexto lugares, mas com especial destaque para o stint final de Daniel Ricciardo. Passando em décimo segundo na primeira volta e sem muito destaque nas primeiras voltas, Ricciardo parecia que teria um final de semana burocrático e de poucos pontos, mas o australiano arriscou em esticar o máximo sua única parada. Com pneus em melhor estado do que os demais nas voltas finais, o australiano emulou o desempenho de Bottas e foi ultrapassando quem via pela frente, com belas ultrapassagens na variante baixa, tirando seu carro para dentro da curva bem no limite, deixando seus adversários sem ter muito o que fazer para defender a posição, sendo que a última vítima foi seu companheiro de equipe Vettel, que fez uma corrida inversa ao de Ricciardo e não deu muito certo, pois o alemão foi o primeiro a fazer seu pit-stop e ficou sem pneus no final da corrida.
A McLaren poderia ser a quarta força, mas como Kevin Magnussen não cumpriu sua exagerada punição e Button não conseguiu ultrapassar Sergio Perez, os ingleses não confirmaram essa expectativa. Magnussen fez a melhor largada do dia, mas não tendo condição de acompanhar as Mercedes e Felipe Massa, ficou em quarto boa parte da prova, mas perdeu a posição nos boxes para Vettel, começando seu repertório de fechadas em quem quer que fosse, particularmente em Bottas, onde definiu sua punição. Magnussen acabou em sétimo na bandeirada, mas como não cumpriu sua punição, quem deverá herdar a posição será Pérez, que fez uma corrida muito superior ao do seu afamado companheiro de equipe Nico Hulkenberg, que esteve longe de pontuar, e o mexicano enfrentou de igual para igual seu antigo companheiro de equipe Button, protagonizando com o inglês as melhores disputas da corrida. Raikkonen fechou a zona de pontuação no dia em que Alonso deixou de pontuar pela primeira vez em 2014 graças a um problema em dos motores elétricos de sua Ferrari. O time italiano está, segundo dizem, a ponto de uma profunda revolução técnica e administrativa e com a equipe fazendo o papelão que fez em seu quintal de casa, não seria surpresa isso acontecer nos próximos dias. Era impressionante como os carros vermelhos não conseguiam segurar os motores Mercedes e Renault no retão de Monza, sendo ultrapassados na potência de ponta, algo que Enzo Ferrari tinha orgulho de ter em seus carros. Kvyat, apesar do erro na última volta, mostrou porquê a Toro Rosso lhe deu um sinal de confiança ao sair da última posição para encostar em Raikkonen na briga pela décima posição, enquanto Vergne fazia uma corrida anônima e sem impressionar ninguém que queira o trabalho do francês em 2015. Lotus e Sauber fizeram corridas ruins e o toque no final da prova entre Gutierrez e Grosjean pelas últimas posições mostra bem a decadência dessas duas equipes que acabaram tão bem ano passado. Após completar várias corridas seguidas, Max Chilton bateu logo no começo da prova e esse foi o único momento onde as nanicas apareceram hoje.
Se a leitura labial de Rubens Barrichello estiver certo no momento em que Toto Wolff apareceu após o segundo erro de Nico Rosberg, a Mercedes respirou aliviada com o não embate entre seus dois pilotos. Existe uma tensão enorme entre os dois pilotos e com 175 pontos (contando a pontuação dobrada em Abu Dhabi) até o fim do campeonato, a F1 estará com os olhos bem abertos de como será a briga entre Rosberg e Hamilton até o fim do ano e como a Mercedes irá administrar esse embate. Quem pode se aproveitar disso serão os pilotos da Williams, pois se estiverem no momento certo na hora de algum entrevero, poderá imitar Daniel Ricciardo. Contudo, a F1 espera que, como hoje, Rosberg não 'resolva a situação' da Mercedes e que a briga seja animada e na pista.
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