As polêmicas envolvendo a Benetton e Michael Schumacher continuavam em 1994. Após a desclassificação do alemão na Bélgica devido a uma rodada de Michael sobre uma zebra alta, que acabou estragando a prancha de madeira regulamentadora debaixo do carro, Schumacher recebia uma suspensão de duas corridas pelo problema na corrida inglesa, onde foi desclassificado infantilmente, quando Schummy ultrapassou Hill durante a volta de apresentação e Briatore foi dar uma de macho, deixando Schumacher na pista, enquanto o alemão era punido, além do problema na válvula de reabastecimento do carro da Benetton que provocou o espetacular incêndio no carro de Verstappen na Alemanha. Porém, muito se falava que a suspensão de Schumacher foi mais política do que propriamente técnica, pois com o alemão dominando uma temporada triste para a F1, um pouco de emoção (Schumacher ficando duas corridas de fora...) não faria mal a ninguém. J.J. Lehto substituiria o alemão, enquanto Alessandro Zanardi voltava ao cockpit da Lotus para tentar melhorar a competitividade da tradicional e decadente equipe inglesa, que teria um novo motor Mugen na rápida pista de Monza.
Se preparando para a sua corrida caseira, a Ferrari montou uma força de trabalho para garantir um ótimo resultado em Monza. Testes foram feitos em mais de duas frentes e o resultado foi uma primeira fila inteira vermelha, para completo delírio dos tifosi, que ainda vibraram com a primeira pole do seu ídolo Alesi na F1. Hill, principal beneficiado com a suspensão de Schumacher, ficava em terceiro e Johnny Herbert surpreendia a F1 ao colocar seu Lotus em quarto. O novo motor Mugen mostrava serviço! Correndo sem Schumacher, a Benetton teve um final de semana para esquecer, com Lehto apenas em vigésimo no grid e passou-se a reconhecer que o domínio da equipe ítalo-inglesa tinha muito do braço do alemão.
Grid:
1) Alesi (Ferrari) - 1:23.844
2) Berger (Ferrari) - 1:23.978
3) Hill (Williams) - 1:24.158
4) Herbert (Lotus) - 1:24.374
5) Coulthard (Williams) - 1:24.502
6) Panis (Ligier) - 1:25.455
7) Hakkinen (McLaren) - 1:25.528
8) De Cesaris (Sauber) - 1:25.540
9) Irvine (Jordan) - 1:25.568
10) Verstappen (Benetton) - 1:25.618
O dia 11 de setembro de 1994 tinha o típico clima do Grande Prêmio da Itália, com um tempo firme e ameno, mas com os torcedores da Ferrari lotando o Autodromo Nazionale no Parque de Monza para torcer para os carrinhos vermelhos, mas o dia não começou muito bem para a Ferrari quando Berger sofreu um forte acidente no warm-up e teve que ir ao hospital para fazer exames que o liberassem correr, porém o austríaco largaria com o carro reserva. Outro que largaria com o carro reserva era Hill, que tem um vazamento de óleo no carro titular enquanto alinhava no grid. A largada em Monza sempre foi tensa devido a apertada primeira chicane. Havia uma torcida para uma boa corrida do simpático Johnny Herbert e a Lotus, mas tudo foi pelos ares quando Irvine errou na freada e atingiu a traseira de Herbert, fazendo-o rodar e trazendo a bandeira vermelha pela confusão resultante. O inglês quase chora ao perceber que sua corrida estava automaticamente arruinada, pois teria que largar dos boxes, mas nem todos os britânicos estavam tristes com o incidente. David Coulthard tinha rodado de forma bizarra na volta de apresentação e com uma segunda largada, teria uma nova chance, mas com o carro que seria o titular de Hill.
Mais escaldados, a segunda largada acontece de forma tranquila com as duas Ferraris liderando à frente das duas Williams. Gianni Morbidelli bate seu Arrows ainda na primeira volta na reta oposta e os detritos do seu carro causam nada menos do que quatro furos de pneus, inclusive de Verstappen, que abandona com seu Benetton bem no início da prova. Alesi imprimi um ritmo muito forte e liderava com boa vantagem sobre Berger, que chegou a cortar uma das chicanes e fazia o papel de tampão, para segurar os dois carros da Williams, com Hill à frente de Coulthard. Ukyo Katayama largara em 14º e pulara espetacularmente para quinto, mas o japonês estava longe de acompanhar o ritmo dos líderes, segurando a McLaren de Hakkinen. Líder absoluto da corrida, Alesi vai aos boxes na volta 14, indicando que seu ritmo feroz significava uma estratégia de duas paradas. Pit-stop completo e Alesi continuava parado. O câmbio da Ferrari travou e mesmo com todos os esforços da equipe, Alesi teve que abandonar, deixando o francês furioso, jogando suas luvas e capacete longe, mas as esperanças ferraristas permaneciam em Berger, que ainda liderava, agora com alguma folga graças a um pequeno erro de Hill na primeira chicane. Katayama também foi vítima de um pit-stop mal feito e cai para 14º após sua parada.
Berger liderava à frente das Williams quando o momento da única parada dos três líderes se aproximava, na metade da prova. Tudo seria decidido nos boxes e o primeiro a tomar à direita após a saída da Parabolica foi Berger. O austríaco tinha o retardatário Olivier Panis à sua frente e no afã de não perder muito tempo, quase bateu no francês. Berger retorna à pista em quarto, enquanto que as Williams faziam o serviço que viram Schumacher fazer tantas vezes e os derrotar naquele ano: voar na pista nas voltas pré-parada. Hill parou uma volta depois de Berger e saiu à frente do austríaco. Na volta 25 foi a vez de Coulthard fazer seu único pit-stop e o escocês se deu ainda melhor, pulando de terceiro para primeiro após as paradas, com Berger alguns segundos atrás das Williams em terceiro, para tristeza dos tifosi. Quando Hakkinen faz sua parada, Coulthard liderava à prova, mas com Damon Hill melhor colocado no campeonato, o escocês cedeu sua posição para Damon. Hakkinen volta à pista em quarto, mas logo é ultrapassado por Katayama, que se recuperava do seu péssimo pit-stop, enquanto o companheiro de equipe do japonês, Mark Blundell, fechava o top-6 e fazia um dia feliz para a Tyrrell, mas o inglês acabaria errando na Variante Ascari para entregar o sexto lugar para Barrichello. Poucas voltas mais tarde Blundell abandonaria com problemas nos freios, o mesmo acontecendo, tristemente, com Katayama, estragando o que poderia ter sido uma ótima corrida da Tyrrell.
A corrida fica estática, com os seis primeiros andando espalhados na pista, mas faltando cinco voltas para o fim, Coulthard diminui dramaticamente seu ritmo e Berger encosta no escocês na última volta. Porém, o piloto da Ferrari nem se dá o trabalho de ultrapassar Coulthard quando o piloto da Williams fica sem combustível na última curva da corrida, entregando o segundo lugar para Berger, diminuindo um pouco a tristeza dos tifosi. Damon Hill capitalizou a suspensão de Schumacher e com essa segunda vitória consecutiva, recortou sua desvantagem para apenas onze pontos no campeonato. Hakkinen conseguia seu quarto pódio e Coulthard ainda termina em sexto, uma volta atrás. Hill agora partia para as próximas corridas com uma boa chance de diminuir o déficit para Schumacher e decidir tudo nas provas finais.
Chegada:
1) Hill
2) Berger
3) Hakkinen
4) Barrichello
5) Brundle
6) Coulthard
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