A Premier League acaba de anunciar um acordo bilionário de três anos com a TV. Os clubes ingleses receberão quantias estratosféricas nos próximos anos e o poder de negociar desses mesmos clubes, já considerados os mais ricos do mundo, irá aumentar ainda mais. Com a globalização, Chelsea, Manchester City e United, Arsenal e Liverpool não procurarão mais grandes jogadores na ilha, mas em todo mundo, incluindo aqui no Brasil.
Para tentar, pelo menos, competir com os britânicos, os clubes brasileiros deverão se 'virar nos 30' para segurar seus jogadores e uma mudança de gestão tem que acontecer para ontem. Porém, o que aconteceu sábado mostra que esse choque de gestão já está muitos anos atrasado. Perto do intervalo do jogo Ceará x Maranguape, na última rodada da primeira fase do Campeonato Cearense, na rádio (sim, ainda escuto os jogos no estádio no rádio e nem celular eu levo!) anunciava o público e renda do jogo Quixadá x Icasa, realizado mais cedo. Sete pagantes deixaram 70 reais na bilheteria do Estádio Junco, em Sobral.
Apenas para contextualizar. Quixadá, a quem considero minha segunda cidade natal, tem um clube, mas este não joga na cidade, muito por causa da desastrosa administração do atual prefeito. Sem estádio, o 'Quixinha' tem que procurar estádios pelo interior do estado e na última rodada, com ambos os times classificados, escolheu Sobral, que fica bem distante de Quixadá e de Juazeiro do Norte, sede do Icasa. Juntando tudo isso a crise pelo qual o estado do Ceará passa pela longa estiagem e ser sábado de Carnaval, esse público ridículo ganhou as manchetes, só não sendo mais divulgado exatamente pelo carnaval.
Contudo, os campeonato estaduais de futebol precisam ser repensados ou até mesmo eliminados do calendário nacional. No campeonato cearense, não é preciso ser gênio para se saber que o título será disputado entre Ceará e Fortaleza, mas até lá, os dois clubes enfrentam clubes semi-amadores e prejuízos com jogos pouco atrativos, fazendo com que ambos passem três meses perdendo tempo e dinheiro, perdendo também a competitividade contra outras equipes nacionais, mas em todo o Brasil, clubes como Corinthians e Flamengo, os mais populares do Brasil, tem o mesmo problema, deixando-os fragilizados na hora de disputar no atual mercado global. Voltando ao Quixadá, como um clube sobrevive com 70 reais de renda? Acho que não paga nem os bilheteiros...
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