Exatamente sessenta anos atrás, Jack Brabham conquistava seu primeiro título na F1 de uma das formas mais emocionantes da história. O australiano havia se aproveitado do enorme potencial do Cooper de motor traseiro e passou boa parte do campeonato em disputa com o Cooper/Rob Walker de Stirling Moss e a Ferrari de Tony Brooks. Ao chegar à última corrida do ano, Brabham precisava de uma vitória ou apenas ficar à frente de Moss para garantir o título, enquanto a situação de Brooks era mais delicada, mas o inglês ainda estava no páreo, o que fazia daquela decisão de campeonato especial, pois pela primeira vez na curta história da F1, três pilotos tinham chances de ser campeão.
A corrida também seria especial por ser o primeiro Grande Prêmio dos Estados Unidos fora de Indianápolis. A pista escolhida foi Sebring, conhecida por muito por causa da famosa corrida de Endurance, mas essa seria a única visita da F1 à Sebring, pois a corrida seria um fracasso de público. Também precisando unicamente de uma vitória para ser campeão, Moss ficou com a pole, seguido por Brabham e Harry Schell, com Brooks em quarto. Descobriu-se depois que Schell tinha achado um 'atalho' dentro da pista de Sebring e diminuído bastante seu tempo na classificação. Eram, definitivamente, outros tempos.
No dia 12 de dezembro de 1959 a largada foi dada com Moss disparando na frente, mas o inglês teve que abandonar ainda na quinta volta com o câmbio quebrado. Como Brooks tinha sido atingido na traseira pelo companheiro de equipe Von Trips na primeira volta e ter ficado dois minutos parado nos boxes, o título estava indo tranquilamente indo para Brabham, que liderava a corrida seguido por dois Coopers, um do seu jovem companheiro de equipe Bruce McLaren e Maurice Trintignant, esse piloto da equipe de Rob Walker. Brabham esperava uma corrida sprint e por isso, não encheu seu tanque de combustível e isso quase seria determinante. Faltando duas voltas o Cooper de Jack engasgou na reta principal e na última volta ele ficou sem combustível. McLaren, que vinha colado em Brabham, tirou seu carro no susto e recebeu a bandeirada com apenas seis décimos de vantagem sobre Trintignant. Bruce se tornava o primeiro neozelandês a vencer uma corrida e por muitos anos, foi considerado o mais jovem vencedor da F1, sem contar Troy Ruttman nas 500 Milhas de 1952. Brooks tinha feito uma corrida de recuperação espetacular e cruzou a linha de chegada em terceiro.
Para conseguir os pontos necessários para ser campeão, Brabham precisava receber a bandeirada com meios próprios. O australiano saiu do seu carro e começou a empurra-lo, numa cena comovente. Quando conseguiu o feito, Jack desmaiou de exaustão e se tornava o primeiro australiano da ser campeão da F1.
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