Se ao longo das 21 etapas de 2019 houve a escolha do destaque de cada corrida, houve também espaço para quem se destacou negativamente. Nomes óbvios apareceram mais de uma vez, como a equipe Renault e Daniil Kvyat. Nas vezes em que abaixou seu altíssimo padrão, a Mercedes também deu as caras, principalmente quando perdeu sua corrida caseira. Pierre Gasly ficou em segundo lugar com três votos por seu início de temporada horroroso com a Renault, mas por sorte, o francês se recuperou e não ficará com o título de decepção do ano. A Williams foi mencionada apenas uma vez, mas pelo o que fez nessa temporada, poderia ter ficado como hour-concours. Contudo, a grande 'vencedora' dessa parte da coluna é mesmo a Ferrari, com cinco aparições ao longo de 2019. Quando o circo da F1 se preparou para a longa viagem rumo à Austrália, poucos duvidavam que a Ferrari poderia não apenas vencer em Melbourne, como também era uma das favoritas ao título, tendo como líder Sebastian Vettel. Com Mattia Binotto estreando no cargo de chefe da equipe, garantindo mais tranquilidade e conhecimento técnico na liderança da Ferrari, os italiano ainda veriam Charles Leclerc, aposta pessoal do falecido Sergio Marcchione, estrear na equipe. Porém, o domínio da Mercedes na primeira corrida foi o primeiro sinal que o ano não seria vermelho. No Bahrein Leclerc mostrou sua virtuosidade ao liderar com autoridade praticamente a corrida inteira, mas um problema mecânico destruiu os sonhos do monegasco de vencer pela primeira vez na F1. Um fato que chamou menos atenção no início da prova foi o ataque decidido de Leclerc em cima de Vettel. Não seria o último. Com o título indo cada vez mais para a Mercedes, a Ferrari percebeu que a vaca tinha ido para o brejo e por isso arriscou num motor que se mostrou extremamente potente. Na volta das férias de verão a Ferrari tinha o carro mais rápido de reta com alguma vantagem para os demais, mas foi aí que os problemas da Ferrari aumentaram, por incrível que pareça. Se poderia ser o líder da equipe, Vettel foi afetado pela fogosidade de Leclerc, que conquistou o coração da F1 e dos ferraristas em particular, deixando o alemão ainda mais por baixo e fazendo-o cometer alguns erros não muito usuais de um tetracampeão. As duas vitórias de Leclerc deu esperanças, mas a tensão entre os dois pilotos da Ferrari era palpável. Em Cingapura, Vettel superou Leclerc nos boxes, deixando o monegasco injuriado. Na Rússia, uma manobra ensaiada da Ferrari e descumprida por Vettel deixando Leclerc cuspindo maribondo pelo rádio. Em Monza foi a vez de Leclerc descumprir uma manobra ensaiada na classificação, que resultou em reclamações de Vettel. Tudo isso culminou no toque entre os dois em Interlagos, que os fizeram abandonar e deixar a Ferarri no zero. Além de administrar o ego dos seus dois pilotos, a Ferrari ainda necessita melhorar a tática de sua equipe, onde muitas vezes o italianos perderam corridas por erros estratégicos nesse ano. Se quiser voltar a vencer e superar a Mercedes, a Ferrari terá que melhorar bastante.
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