segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Que pena...

 


Nesse último sábado, o automobilismo perdeu um grande personagem e mesmo não tendo feito uma carreira vitoriosa, se consolidou como um dos pilotos mais rápidos dos Estados Unidos em sua época. Danny Ongais nasceu no Havaí e logo aos 14 anos ele já corria de moto, depois se mudando para os dragsters antes de entrar no exército. Ongais começou sua carreira nos circuitos tarde, quando fez sua primeira temporada aos 32 anos de idade e três anos depois ele foi o Rookie do ano na Indy, além de uma boa corrida em Indianápolis, onde se apaixonou. Em 1977 Ongais teve uma rápida passagem na F1, mas seu lugar era na Indy. Ou em Indianápolis, porém, seu melhor resultado seria um quarto lugar em 1979. Considerado um piloto rapidíssimo, Ongais ou 'On-Gas' sofreu dois sérios acidentes em Indianápolis, um em 1981 e outro em 1987, onde seu substituto Al Unser Sr se sagrou vencedor. Em 1996 Ongais faria sua última aparição em Indianápolis ao substituir Scott Brayton, morto durante os treinos. Quando largou, o 'Havaiano Voador' se tornou o mais velho a largar para as 500 Milhas, aos 54 anos de idade. Muito forte nas corridas de Endurance, onde venceu as 24 Horas de Daytona em 1979, Ongais faria sua última corrida em 2002 na Gran-Am, antes de se aposentar das provas e ter sua morte anunciada hoje, aos 79 anos de idade.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

O outro Scott

 


Enquanto esteve participando da V8 Supercars na Austrália, a Penske rapidamente percebeu que havia ali um grande talento. Mesmo sendo uma categoria dura e cheia de veteranos, um jovem neozelandês despontava como uma promessa para o futuro. Scott McLaughlin foi contratado pela Penske em 2017 com apenas 23 anos e rapidamente se tornou o piloto dominante da difícil categoria, conquistando três títulos e impressionantes 48 vitórias. Mesmo os carros de turismo de tração dianteira e motores V8 serem bem distintos dos monopostos da Indy, Penske resolveu dar alguns testes à McLaughlin e o neozelandês fez um trabalho promissor a ponto de Roger Penske trazer o jovem para a Indy e ter um Scott neozelandês para chamar de seu. O primeiro ano de McLaughlin na Indy não foi dos mais auspiciosos, onde apesar de ter conquistado o título de Rookie do ano, Scott esteve longe de impressionar e conseguiu seus melhores resultados, de forma surpreendente, nos ovais. McLaughlin estava devendo e ele sabia disso. Porém, não demorou muito para o neozelandês mostrar que toda a fé que a Penske depositou nele não era à toa.

Logo na abertura do campeonato de 2022, McLaughlin marcou sua primeira pole na carreira da Indy e fez uma corrida de almanaque, onde soube dosar o ritmo com os dois tipos de pneus, superou uma bandeira amarela um pouco fora de hora e por fim segurou com maestria o atual campeão da Indy em seus retrovisores para vencer a sua primeira corrida na Indy em St Petersburg.

Ao contrário do que normalmente ocorre na travada pista de rua da Flórida, houve somente uma bandeira amarela, que mexeu com a tática das corridas, porém, deixou a corrida bem fluída. McLaughlin não sentiu a pressão de largar na ponta e manteve a liderança no primeiro terço da prova, mesmo largando com os pneus macios, que se desgastavam muito e era evitado pela maioria dos pilotos. Colton Herta ficou essa parte da corrida em segundo, mas quando seus pneus disseram adeus, foi facilmente ultrapassado por Will Power, único dos pilotos do pelotão dianteiro a largar com pneus duros. A bandeira amarela causada por uma batida do novato David Malukas poderia mudar o rumo da prova, mas McLaughlin esteve praticamente perfeito. Ele se manteve na frente dos pilotos que pararam em bandeira amarela e esperou os pilotos com uma tática diferente pararem na sua frente. Ele nem se abalou quando um desses pilotos era justamente seu xará, a raposa felpuda Scott Dixon. O veterano hexacampeão não esteve num dos finais de semana mais brilhantes, mas liderou uma parte da prova e como a bandeira amarela não veio, caiu para o meio do pelotão.

No entanto, McLaughin não foi o único a se destacar na prova de hoje. O atual campeão Alex Palou teve um final de semana difícil, onde bateu nos treinos e largou apenas em décimo. O espanhol foi efetuando ultrapassagens e se colocando em boa posição na corrida. Na parte final da prova, faltou a McLaughin um pouco de malícia em ultrapassar os retardatários e por isso Palou encostou nas voltas finais, porém, Scott soube controlar os ataques de Palou sem maiores arroubos para uma primeira vitória emocionante e encorajadora para o oceânico. Will Power confirmou o bom dia da Penske com um terceiro lugar, porém, o líder da equipe Josef Newgarden não apareceu bem em nenhum momento e terminou num obscuro décimo sexto lugar. Colton Herta era um dos favoritos à vitória, mas um segundo pit-stop lento o colocou num distante quinto lugar, sendo segurado pelo neerlandês Rinus Veekay. O americano da Andretti só ultrapassou Veekay no final da prova, mas teve que se conformar com a quarta posição, seguido por Romain Grosjean, que chegou a ser o mais rápido na sexta para sofrer um acidente bizarro com Takuma Sato no sábado. O francês quase bateu em Power na largada, mas se segurou e fez uma prova segura, mas bem longe de brilhar. Dixon ainda salvou um oitavo lugar, ficando atrás de Graham Rahal após sua última parada e ainda tendo que segurar seu companheiro de equipe Marcus Ericsson, que fez ótima corrida após ser punido, cair para o fundo do pelotão e ainda garantir um top-10.

McLaughlin comemorou muito sua vitória, apesar de claramente extenuado. Após um ano de estreia sem brilho, o neozelandês fez uma corrida muito boa rumo à sua primeira vitória e quem sabe ele não seja o futuro da Penske.

C42


 Hoje aconteceu o encerramento das apresentações dos carros da F1 2022. A Alfa Romeo já tinha andado com seu novo carro nos testes pré-temporada desta semana com uma pintura camuflada. Nesse domingo os italianos mostraram a bela pintura para a nova temporada, onde será a única a ter uma mudança completa de pilotos. 

Muito ligada à Ferrari, a Alfa Romeo só não ficou em último no Mundial de Construtores por causa do papelão que fez a Haas, porém, esse não foi o motivo da mudança completa de pilotos da Alfa. Após mais de vinte anos de carreira, Raikkonen se aposentou de forma definitiva da F1, enquanto o irregular Antonio Giovinazzi não teve como se segurar mais um ano na F1 e se mudou para a insípida F-E, ainda com esperanças de retornar à F1. Com essas saídas Frederic Vasseur teve que mudar todo o seu plantel de pilotos. Para o lugar de Kimi, veio o compatriota Valtteri Bottas. Mesmo com dois vice-campeonatos e algumas vitórias na Mercedes, Bottas irá tentar refazer sua carreira na Alfa Romeo, onde pela primeira vez na carreira será o pilotos mais experiente da equipe e é a vivência que Valtteri teve na Mercedes que a Alfa espera explorar. No outro cockpit terá o único novato de 2022. E também o primeiro chinês da F1. Guanyu Zhou teve uma carreira razoável nas categorias de base e foi terceiro na F2 em 2021, porém, foi o dinheiro dos patrocinadores do chinês que convenceu a Alfa a contrata-lo, sem contar o ainda inexplorado mercado chinês, algo que a F1 sempre quis ter.

Com um piloto vencedor, mas que ficou abaixo das expectativas na equipe mais vencedora da história, e um novato com currículo decente, mas que só entrou na equipe pelo aporte financeiro, a Alfa Romeo espera fazer uma temporada melhor em 2022. O carro é belo e a mistura (em teoria) de pilotos é boa. Se isso dará certo, iremos ver no Bahrein.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Nuvens carregadas do leste

 


Num momento bastante tenso no mundo todo pelo ataque russo à soberania ucraniana nesta madrugada, a Indy terá o início da temporada 2022 nesse final de semana numa cidade com um nome bem irônico. Velho rival dos russos, os Estados Unidos criticaram de forma veemente o ataque liderado por Putin. Pois bem, a americana Indy irá começar sua temporada numa cidade cujo nome homenageia umas das principais cidades russas, Saint Petersburg. 

Políticas e tensões à parte, a Indy vai para mais uma temporada prometendo o que sempre mostrou em todos os seus anos, não importando se está em alta ou em baixa: muita competitividade. Em 2021 foram nove vencedores de seis equipes diferentes e nas sete primeiras não houve repetição. Para 2022 a expectativa é a mesma, até mesmo por não ter tido muitas mudanças de regulamento ou entre as equipes. Os novos motores híbridos ficarão para 2023, enquanto o novo chassi somente entrará em cena em 2024. Com tanto equilíbrio, a consistência foi a grande marca do campeão do ano passado. Alex Palou não foi um piloto espetacular na maior parte do tempo, mas mostrou mais do que velocidade e talento, uma solidez que o fez conquistar o campeonato apenas em sua segunda temporada na Indy, a primeira numa equipe grande, a Ganassi. Palou faz parte da nova geração de pilotos talentosos que invadiu a Indy nos últimos anos e o espanhol pode muito bem ser o sucessor de Scott Dixon, que nesse ano completa 41 primaveras e em 2021 não levou a Ganassi nas costas, mas nunca é bom subestimar um multi-campeão como o neozelandês. A novidade na Ganassi é que Jimmie Johnson, queiram ou não, foi muito mal em seu ano de estreia na Indy, não apenas partirá para um segundo ano, como dessa vez correrá todas as corridas, incluindo os ovais. Demissão de Tony Kanaan? Nada disso! O baiano correrá apenas nas 500 Milhas de Indianápolis, onde tentará o bicampeonato na prova.

Atual vencedor das 500 Milhas, Helio Castroneves deve sonhar num campeonato somente na pista de Indiana. Sua merecida vitória em 2021 mostrou novamente sua força em Indianápolis, mas que não se repete nas outras pistas. Helio deverá tentar focar numa inédita quinta vitória, pois pelos resultados dos últimos anos, o esperado título deverá ficar na vontade. Castroneves terá como companheiro de equipe na Meyer Shank o seu sósia e ótimo piloto Simon Pagenaud, que ficou devendo no último ano na Penske. A equipe do dono da Indy diminuiu sua participação na categoria para três carros, liderados por Josef Newgarden, em busca do tricampeonato e talvez mais do que isso, sua consagração em Indianápolis. Will Power está claramente em declínio, enquanto Scott McLaughlin terá que mostrar mais se quiser ficar na Penske, após um ano de novato bem discreto pelo o que se esperava dele.

As principais notícias da Andretti nas última semanas seria de uma nova tentativa de Michael em ir para a F1 como equipe, algo que está no momento apenas na especulação. Enquanto isso, a equipe vai para essa temporada da Indy tendo como líder o talentoso Colton Herta, que já se põe como candidato a correr na F1 se a Andretti for mesmo para a categoria. Após vários anos liderando o time, Alexander Rossi tentará se reencontrar com o piloto agressivo que conquistou várias vitórias antes de 2019. A grande novidade da equipe será Romain Grosjean. Após ressurgir das cinzas (literalmente), o francês fez uma ótima temporada como novato a ponto de chamar atenção da gigante Andretti, que o colocou no lugar do quase aposentado Ryan Hunter-Reay. Se conquistou poles e pódios numa equipe pequena, é esperado que Grosjean brigue por vitórias em 2022, algo que o novato Devlin De Francesco deverá passar longe.

Falando em F1, a McLaren vem muito forte para essa temporada da Indy e assim como Herta, com um piloto que faz campanha para estar na F1 num futuro próximo. Após ter testado um carro da F1 no final do ano passado, o talentoso Pato O'Ward quer usar a Indy como trampolim para a F1 e seus resultados desse ano serão essenciais para saber se o mexicano conseguirá seu objetivo. Decepção ano passado, Felix Rosenqvist conseguiu mais um ano na McLaren, enquanto Juan Pablo Montoya alinhará um terceiro carro em Indianápolis. A Rahal tentará utilizar a tática da Ganassi em apostar num jovem europeu ao trazer o dinamarquês Christian Lundgaard, enquanto Graham Rahal tentará voltar a brigar por vitórias. A Ed Carpenter se apoiará em Rinuus Veekay, integrante da 'geração de ouro da Holanda' para andar bem em todas as pistas, não apenas nos ovais com o próprio Ed Carpenter. A Dale Coyne surpreendeu com a velocidade do novato David Malukas na pré-temporada, que substituiu o veterano Sebastien Bourdais e terá a experiência de Takuma Sato, quando este não aprontar. A Foyt terá o horroroso Dalton Kellet e a presença feminina de Tatiana Calderón. A colombiana já pilotou vários tipos de carro e se não passou vexame, também esteve longe de impressionar. Atual campeão da Indy Lights, Kyle Kirkwood estreará pela Foyt, mas com a Andretti o acompanhando de perto.

Não faltarão atrações para essa temporada e no Brasil, a ESPN garantirá mais um canal transmitindo a temporada, porém, a dupla da Cultura Geferson Kern e Rodrigo Mattar já está entre as preferidas para quem gosta de automobilismo. 

Palou bisará o título? Helio conquistará o pentacampeonato? Respostas difíceis de dizer num campeonato tão equilibrado, com tantas equipes boas e de nível técnico cada vez melhor. Ano passado um jovem venceu o campeonato e um veterano a principal corrida. Isso resume bem o presente da Indy, com os novos cada vez mais tomando seu espaço na categoria e com os veteranos tentando se segurar. A festa deverá ser grande na Flórida. Mesmo que as notícias do leste sejam preocupantes nesses dias. 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

A522

 


A Alpine foi inovadora em mostrar seu novo carro com duas pinturas diferentes. A entrada do patrocínio da BWT (junto com Otmar Szafnauer) somou rosa ao tradicional azul da Alpine, enquanto que o segundo lay-out será todo rosa, sendo utilizado nas duas primeiras corridas da temporada 2022. Os franceses serão tão atrevidos com o novo carro como foi em sua apresentação?

Orgulho do automobilismo francês, a Alpine é a única equipe a usar os criticados motores Renault, que são indubitavelmente os mais fracos da F1 atual, mesmo que a diferença não seja tão brutal como no início da era híbrida. Ainda procurando os tempos de glória, a Renault auto-impôs metas de voltar a vencer em até cinco anos, nem que isso seja a dispensa de ícones como Alain Prost, que saiu do time no final do ano passado. Se nos bastidores houveram bastante mudanças na Alpine, os pilotos permanecerão os mesmos. Fernando Alonso será o piloto mais velho do grid e espera mostrar sua genialidade mais próximo do pelotão da frente, após um hiato extremamente grande para um virtuose como o espanhol. Para contrapor a experiência de Alonso, o ainda jovem Esteban Ocon vai para a sua segunda temporada consecutiva com a Alpine para se consolidar cada vez mais entre as futuras estrelas da F1, lembrando que Ocon derrotou Verstappen nos tempos de F3. 

Tendo todo o apoio de uma montadora tradicional e contando com dois pilotos vencedores, a Alpine não deixa de decepcionar até o momento. Apesar do seu falado plano, o quinto lugar no Mundial de Construtores e dois pódios ao longo do ano não deixa de ser muito pouco para o potencial da equipe. A Alpine é mais uma a apostar alto nos novos regulamentos que estrearão nesse ano e pela pressão que existe por lá, já está na hora mesmo da equipe mostrar algo melhor do que o visto até agora.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

W13

 


As flechas de prata voltaram! Após dois anos vestindo preto para mostrar que é uma equipe que apoia a diversidade (além de dar um belo afago em Lewis Hamilton), a Mercedes retornou ao tradicional prata no novo carro apresentado nessa sexta-feira. Após silêncio ensurdecedor, Lewis Hamilton acabou voltando para a sua décima sexta temporada de F1, tendo agora ao lado jovem George Russell, finalmente chegando à Mercedes após bons anos de aprendizagem na Williams.

O novo carro da Mercedes tem como grande novidade o retorno do prata e as grandes estrelas na carenagem, mas o que poderia ser a real grande novidade acabou não acontecendo. Muito ativo nas redes sociais, Lewis Hamilton ficou em silêncio desde a polêmica final de Abu Dhabi e isso levantou várias especulações de que o inglês, sentindo-se traído pela F1 pela forma em que foi derrotado por Max Verstappen, estaria se aposentando de forma repentina, assim como ocorreu com o rival Nico Rosberg. Após muito diz que me diz, Hamilton finalmente falou e disse apenas que nunca pensou em se aposentar...

Isso não deixa de ser uma boa notícia. Mesmo com a derrota de Lewis em 2021, a Mercedes manteve a hegemonia no Mundial de Construtores, chegando a incrível marca de oito títulos consecutivos. Mesmo a F1 mudando radicalmente para 2022, o time comandado por Toto Wolff mostrou ter força o suficiente para tirar tudo o que for possível na nova fórmula e se sobressair. E com uma equipe hiper vitoriosa por trás, Hamilton irá com tudo para tentar ele o oitavo título e se isolar como o maior campeão da história da F1. Após anos tranquilos ao lado de Valtteri Bottas, Hamilton terá ao seu lado o promissor George Russell. O inglês conseguiu mostrar resultados bem acima do seu Williams e a chegada à Mercedes era questão de tempo, acabando por acontecer agora em 2022. Russell é treze anos mais novo do que Hamilton e tem toda uma carreira pela frente. Não é segredo que muitos pilotos gosta de serem a prima-donna da equipe e Hamilton espera permanecer assim em seu ataque em cima de Verstappen e talvez por isso Russell apenas observe. A grande dúvida é qual distância George estará dessa luta e se ele poderá até mesmo ajudar Hamilton em algumas oportunidades, algo que Bottas, talvez de saco cheio de sua situação dentro da equipe, não o fez na segunda parte da temporada 2021.

Com a Mercedes prometendo vir forte para 2022 e Hamilton claramente mordido por ter perdido o octa tão perto do fim, é provável que a espetacular temporada de 2021 não tenha terminado por completo, com outro round da luta entre Lewis e Max.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

F1-75

 


Das muitas equipes que focaram em 2022 com os novos regulamentos, a Ferrari é o time que mais se tem expectativas. Completando quinze anos sem título e desde 2019 longe das vitórias, a Ferrari vai com uma dupla de pilotos muito forte tentar alçar voos maiores nessa temporada e voltar aos tempos de glória.

A Ferrari foi mais uma equipe que apostou alto no novo regulamento desse ano e mesmo evoluindo bastante em 2021, após um 2020 horroroso, o time de Maranello olhou com muito carinho para 2022 e muitas vezes declarou que o desenvolvimento do bólido do ano passado ficou de lado para olhar para o carro desse ano. O resultado foi um novo carro muito bonito e a volta do preto nos aerofólios, lembrando o visual dos anos 1980 e 1990, tempos muito parecidos com o atual. Desde a saída de Todt, Schumacher e Brawn nos tempos gloriosos dos anos 2000, a Ferrari entrou em claro declínio e com várias mudanças de no alto clero da equipe. Hoje Mattia Binotto tentar reverter essa tendência de várias trocas de chefes e devolver a Ferrari os bons tempos de vitórias e títulos, algo que não acontece desde 2007, quando Todt ainda estava na equipe. Um jejum incômodo, como acontecia nos anos 1980 e 1990.

O novo carro tem algumas novidades visuais, mas os pilotos permanecem os mesmos. Por enquanto, Charles Leclerc e Carlos Sainz vem se mostrando uma dupla sólida e forte para levar a Ferrari aos bons tempos, mas enquanto não há briga por vitórias, ainda há harmonia, porém, percebe-se uma certa animosidade entre eles, que andaram juntos em muitas corridas e disputaram fortemente em muitas oportunidades. Se Leclerc é visto como o futuro da Ferrari, Sainz superou o monegasco em sua primeira temporada na Ferrari. Há o receio de quando a Ferrari tiver um carro realmente forte para brigar pela vitória, a harmonia dentro dos boxes ferrarista esteja em perigo.

Porém, a Ferrari espera conseguir estar nessa situação de brigar por vitórias e espera dar o pulo do gato com o novo regulamento com sua forte dupla de pilotos. 

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

FW44

 


Depois de uma temporada em que retornou ao pódio depois de muito tempo na F1, a Williams vai para 2022 com a expectativa de continuar crescendo, mesmo com a saída de George Russell, piloto que fez um ótimo trabalho em Grove e se mudou para a Mercedes. Com Nicholas Latifi pagando as contas, a Williams esperar que Alex Albon possa liderar o time.

A Williams mudou bastante suas cores em relação ao ano passado, retornando a um belo azul e com o novo patrocínio da Duracell. O carro está belo, mas é na pista onde os resultados são conquistados e a Williams espera ficar de vez no pelotão intermediário, deixando a Haas (ou qualquer outra) sozinha como a pior equipe. Com Russell indo para a Mercedes, a Williams perdeu sua reserva técnica que espera suprir com Alex Albon. O anglo-tailandês ainda está ligado à Red Bull, mas claramente sem chances com os austríacos, Albon ficou um ano no DTM antes do seu retorno à F1 para correr ao lado de Latifi, com quem formou dupla na F2. Albon foi mais uma vítima da velocidade de Verstappen, sem contar a prioridade pela Red Bull ao neerlandês. Quando esteve na Toro Rosso e em alguns momentos na Red Bull, Albon mostrou velocidade e a Williams espera dele a liderança que Russell exerceu tão bem, principalmente no último ano. Já de Latifi é esperado que seu pai bilionário nunca atrase as faturas...

Um fato que chamou atenção no novo Williams foi a retirada do S do Senna depois de 28 anos. Algo que percebido por muitos fãs, mas não deixa de mostrar um certo divórcio da antiga Williams, liderada pela família Williams, com essa nova Williams, tendo a Dorilton como dona. É inegável que a Williams deu um salto em 2021, mas ainda falta muito para o time voltar realmente aos bons tempos.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

AT03

 


A Alpha Tauri desnudou seu terceiro carro de sua passagem na F1, sem contar, lógico, os antepassados do time italiano. O carro praticamente não tem nenhuma grande novidade na pintura, onde ficou claro que apenas colocaram as cores do carro de 2021 no modelo desse ano. Essa simplicidade será o suficiente para a Alpha Tauri dar o pulo do gato?

Assim como a grande maioria do grid, os novos regulamentos para 2022 são as grandes esperanças para a Alpha Tauri brilhar. O problema é que mais da metade do grid pensa exatamente a mesma coisa. Os pilotos são os mesmos de 2021 e ambos tem objetivos distintos na altura de suas carreiras. Pierre Gasly só está na F1 devido ao apoio da Red Bull, mas o francês tem nessa vantagem também um carma, pois mesmo mostrando evolução contínua desde que entrou na F1, Gasly ainda não teve a chance num time fora do seio da Red Bull e Pierre sabe que ser companheiro de equipe de Max Verstappen não é uma das tarefas mais fáceis do mundo. Gasly já venceu corrida, subiu ao pódio e levou a Alpha Tauri nas costas em 2021, mas o francês parece frustrado por não ter dado ainda o passo seguinte para se tornar um piloto de ponta e 2022 será outro ano decisivo para conseguir um bom lugar na F1, seja na Red Bull ou em outra escuderia.

Já Yuki Tsunoda espera evoluir. E precisa disso também! O japonês mostrou alguma velocidade, mas seus erros de principiantes se tornaram notórios, assim como os palavrões via rádio, algo bem incomum para os educados nipônicos. Mesmo ficando bem abaixo de Gasly, Tsunoda conseguiu outra chance na Alpha Tauri, mas mesmo sendo protegido pela Honda, Yuki sabe que a F1 (e Helmut Marko em particular) não dá muitas chances à jovens pilotos rápidos e até agora erráticos como ele.

Com dois pilotos bem diferentes entre si e com objetivos claros em 2022, a Alpha Tauri tentará, assim como Gasly e Tsunoda, evoluir dentro do pelotão intermediário nessa temporada.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

MCL36

 


Continuando a maratona de lançamentos na F1, hoje foi a vez da McLaren mostrar seu novo carro para 2022 e diferente dos lançamentos anteriores, a McLaren teve mudanças significativas em seu lay-out, com as cores preta e azul celeste aparecendo com destaque junto ao tradicional laranja papaia da equipe. O resultado ficou bonito, mas a esperança de todos na McLaren é que o carro mantenha a equipe nas primeiras posições.

Mesmo perdendo uma posição no Mundial de Construtores em relação à temporada anterior, não se pode falar em declínio da McLaren. O time conseguiu sua primeira vitória em nove anos com direito a dobradinha, fez pole e subiu ao pódio algumas vezes. Muito disso se deveu à Lando Norris, que teve uma ótima temporada e até a metade do ano ocupava uma impressionante terceira posição, à frente de Bottas e Pérez, bem melhor equipados do que o jovem inglês. Norris poderia ter vencido na Rússia, mas acabou traído pela chuva e depois disso, Lando perdeu rendimento, mas não a perspectiva de que o inglês tem um belo futuro pela frente e tanto a McLaren sabe disso, que renovou com ele até 2026. Mesmo brilhando, Norris não deu a esperada vitória para a McLaren. Quem teve esse gostinho foi Daniel Ricciardo, o que não deixa de ser irônico. 

O australiano foi trazido à peso de ouro para liderar o renascimento da McLaren, mas em nenhum momento Ricciardo se sentiu à vontade no carro, sendo superado repetidas vezes por Norris. Não faltaram eliminações vexatórias no Q1, mas Ricciardo soube aproveitar bem a chance que teve em Monza para vencer e devolver à McLaren o sabor delicioso da vitória. Mesmo que seja na sapatilha suada de Daniel...

A McLaren tentará manter a fase ascendente e ficar mais próxima da briga pela vitória. A dupla de pilotos e o pacote técnico será basicamente o mesmo. Com Norris e Ricciardo, a McLaren tem uma parceria muito forte e ambos tem objetivos bem claros para 2022, com Lando esperando manter seu crescimento e subir ao alto do pódio finalmente, enquanto Daniel quer se adaptar mais rapidamente ao carro e ao time, andando no mesmo ritmo de Norris. Com um time em crescimento e dois pilotos de ponta, a McLaren tem tudo para se manter em viés de alta em 2022.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

AMR22

 


A Aston Martin mostrou hoje seu belo carro para tentar reverter sua temporada abaixo das expectativas de 2021, quando a Racing Point se transformou em Aston Martin e mesmo fortemente apoiada pela Mercedes, o time acabou fracassando, apesar de ter o reforço de Sebastian Vettel. Porém, como fala o dono da Aston Martin Lawrence Stroll, 2021 foi apenas o primeiro ano de uma jornada que no final de cinco anos fará da Aston Martin um time verdadeiramente de ponta.

Para fazer isso, Stroll não mediu investimentos e praticamente construiu uma fábrica nova para o time, além de vários funcionários, mesmo que resultando na saída do veterano Otmar Szafnauer, desgastado com o ano nada bom de 2021. Após uma temporada muito em 2020, turbinado pela descarada cópia do carro da Mercedes e ainda se chamando Racing Point, era esperado que a Aston Martin evoluísse no ano seguinte, ainda mais com a chegada de Sebastian Vettel, mas se as sutis mudanças técnicas afetaram a Mercedes, a Aston Martin pareceu sofrer ainda mais e os ingleses conseguiram apenas alguns pódios e pouco destaque no ano. Vettel viveu uma montanha-russa em 2021, enquanto Lance Stroll se mostrou o piloto limitado de sempre. Terceira equipe a mostrar seu carro, a Aston Martin promete uma evolução que espera o colocar entre as equipes de ponta em 2025, ano-alvo de Lawrence Stroll para transformar sua equipe em vencedora.

Em seu segundo ano com a Aston Martin, Vettel espera melhorar sua consistência, pois em várias oportunidades o já veterano alemão teve corridas dignas de quando sua força foi questionada nos tempos da Ferrari. Mesmo com muitos dias ruins, Vettel claramente carregou a equipe nas costas, pois de Lance Stroll pouco se pode esperar. O jovem canadense só está ali por causa do seu pai e isso pode ser uma fraqueza para a Aston Martin à médio prazo. Enquanto o velho Lawrence insistir no seu rebento, mais fica a sensação de que a Aston Martin é uma equipe que serve unicamente para manter Lance na F1 e que faltaria até mesmo profissionalismo para o time que carrega as tradicionais cores que marcam o automobilismo inglês.

Enquanto isso, Lance vai ficando fazendo corridas medíocres na F1 e Vettel tentará novamente dar a volta por cima em sua carreira. A Aston Martin é mais uma das equipes que acreditam que pode dar o pulo do gato com os novos regulamentos, mas os ingleses poderão ter problemas em poder confiar somente em um piloto de verdade.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

RB18


 E habemus carro! Após a Haas mostrar apenas imagens virtuais do seu novo carro, a Red Bull mostrou seu modelo para 2022, onde tentará defender o título de pilotos de Max Verstappen e com a ajuda de Checo Pérez, vencer o Mundial de Construtores após quase dez anos de jejum.

O RB18 tem duas novidades que saltam os olhos. Primeiro é bico baixo, algo não visto na F1 após muitos anos, principalmente num carro de equipe de ponta. Outro é o retorno do número um. Com a FIA não obrigando o campeão a usar o nobre numeral do automobilismo desde 2014, Hamilton, que praticamente ganhou tudo desde então, preferiu manter seu número 44, enquanto Nico Rosberg preferiu o pijama do que enfrentar o rojão de Lewis Hamilton mordido quando foi campeão em 2016. E esse será o grande desafio de Max Verstappen em 2022. O neerlandês de talento comprovado e protagonista de uma disputa titânica com Hamilton terá pela frente um Lewis muito provavelmente motivadíssimo para reconquistar o campeonato e desempatar com Michael Schumacher como o maior campeão da história da F1. Apesar do baita desafio, Verstappen se provou capaz de se ombrear com Hamilton e mais confiante pelo título conquistado de forma épica, Max já é um claro contendor pelo título de 2022.

Em seu segundo ano com a Red Bull, Sérgio Pérez espera fica mais próximo de Max e ajuda-lo na esperada briga apertada com a Mercedes ou até mesmo com outra equipe que possa dar um pulo com os novos regulamentos. Apesar de Checo ter ajudado bastante a causa de Max em 2021, é esperado do mexicano melhores desempenhos, particularmente em ritmo de classificação. A Honda abandonou a F1 antes de ser campeã com a Red Bull, mas pelo jeito os nipônicos estão arrependidos e anunciou que permanecerá produzindo os motores em parceria com a Red Bull até 2025. A Honda permanece na Red Bull com um HRC na carenagem do carro, mesmo o motor ser oficialmente Red Bull. Um apoio e tanto para manter os austríacos como uma grande equipe para 2022.

As notícias vindas do reino da Red Bull falaram em falhas no crash test e Adryan Newey tendo que botar a mão na massa em novos conceitos. Uma mal presságio? O novo regulamento deixou o carro mais limpo e belo, apesar de ainda apresentar um tamanho desproporcional para um monoposto, além dos novos pneus aro 18 terem ficado bonitos no contexto do desenho do carro. Se o carro é belo, resta ver se o RB18 será competitivo o suficiente para dar ao campeão Max Verstappen as armas necessárias para mais uma batalha forte por vir em 2022.  

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

VF-22

 


De forma surpreendente, a equipe que foi a lanterninha de 2021 da F1 foi a primeira a apresentar seu novo carro em 2022. Ok, a Haas mostrou apenas seu lay-out em imagens de computador no que será seu carro de 2022 com o novo e aguardado regulamento, mesmo que as cores do carro da Haas estão praticamente iguais ao do ano passado.

O time comandado por Günther Steiner foi um que apostou tudo no carro de 2022 e tentar dar o pulo do gato nessa temporada com tantas novidades técnicas. Isso significou uma temporada 2021 muito ruim para a Haas, onde seus dois pilotos não marcaram pontos e era claramente o pior carro do ano passado. Por sinal, mesmo sem pontos, a Haas manteve seus dois pilotos para 2022. Mick Schumacher fez o que dele se esperava ao derrotar o limitadíssimo Nikita Mazepin, mas o alemão conseguiu alguns resultados acima da expectativa do seu equipamento ao conseguir ir ao Q2 algumas vezes. O fardo de carregar o sobrenome Schumacher até o momento não afetou Mick e ele é uma aposta de futuro da Ferrari. Já Mazepin é a aposta de Steiner e Gene Haas para pagar as contas da equipe. Sem contar que Steiner terá que administrar melhor o ímpeto dos seus pilotos, que se estranharam algumas vezes. Mazepin mostrou inúmeras vezes não ter nível de estar na F1 e seu temperamento arredio o faz ser um piloto muito impopular dentro do paddock. Antagonistas na geopolítica mundial, Estados Unidos e Rússia tem as mesmas cores em seus bandeiras. E as cores tricolores da Haas não tem nada a ver com o EUA, mas com a Rússia de Mazepin...

A expectativa da Haas é voltar aos pontos e se aproximar do pelotão intermediário em 2022, porém, colocar 2021 de lado foi a estratégia da maioria das equipes da F1 e o desafio da Haas é mostrar que sua aposta arriscada irá se pagar. Principalmente pelo talento de Schumacher, enquanto Mazepin paga as faturas.