Políticas e tensões à parte, a Indy vai para mais uma temporada prometendo o que sempre mostrou em todos os seus anos, não importando se está em alta ou em baixa: muita competitividade. Em 2021 foram nove vencedores de seis equipes diferentes e nas sete primeiras não houve repetição. Para 2022 a expectativa é a mesma, até mesmo por não ter tido muitas mudanças de regulamento ou entre as equipes. Os novos motores híbridos ficarão para 2023, enquanto o novo chassi somente entrará em cena em 2024. Com tanto equilíbrio, a consistência foi a grande marca do campeão do ano passado. Alex Palou não foi um piloto espetacular na maior parte do tempo, mas mostrou mais do que velocidade e talento, uma solidez que o fez conquistar o campeonato apenas em sua segunda temporada na Indy, a primeira numa equipe grande, a Ganassi. Palou faz parte da nova geração de pilotos talentosos que invadiu a Indy nos últimos anos e o espanhol pode muito bem ser o sucessor de Scott Dixon, que nesse ano completa 41 primaveras e em 2021 não levou a Ganassi nas costas, mas nunca é bom subestimar um multi-campeão como o neozelandês. A novidade na Ganassi é que Jimmie Johnson, queiram ou não, foi muito mal em seu ano de estreia na Indy, não apenas partirá para um segundo ano, como dessa vez correrá todas as corridas, incluindo os ovais. Demissão de Tony Kanaan? Nada disso! O baiano correrá apenas nas 500 Milhas de Indianápolis, onde tentará o bicampeonato na prova.
Atual vencedor das 500 Milhas, Helio Castroneves deve sonhar num campeonato somente na pista de Indiana. Sua merecida vitória em 2021 mostrou novamente sua força em Indianápolis, mas que não se repete nas outras pistas. Helio deverá tentar focar numa inédita quinta vitória, pois pelos resultados dos últimos anos, o esperado título deverá ficar na vontade. Castroneves terá como companheiro de equipe na Meyer Shank o seu sósia e ótimo piloto Simon Pagenaud, que ficou devendo no último ano na Penske. A equipe do dono da Indy diminuiu sua participação na categoria para três carros, liderados por Josef Newgarden, em busca do tricampeonato e talvez mais do que isso, sua consagração em Indianápolis. Will Power está claramente em declínio, enquanto Scott McLaughlin terá que mostrar mais se quiser ficar na Penske, após um ano de novato bem discreto pelo o que se esperava dele.
As principais notícias da Andretti nas última semanas seria de uma nova tentativa de Michael em ir para a F1 como equipe, algo que está no momento apenas na especulação. Enquanto isso, a equipe vai para essa temporada da Indy tendo como líder o talentoso Colton Herta, que já se põe como candidato a correr na F1 se a Andretti for mesmo para a categoria. Após vários anos liderando o time, Alexander Rossi tentará se reencontrar com o piloto agressivo que conquistou várias vitórias antes de 2019. A grande novidade da equipe será Romain Grosjean. Após ressurgir das cinzas (literalmente), o francês fez uma ótima temporada como novato a ponto de chamar atenção da gigante Andretti, que o colocou no lugar do quase aposentado Ryan Hunter-Reay. Se conquistou poles e pódios numa equipe pequena, é esperado que Grosjean brigue por vitórias em 2022, algo que o novato Devlin De Francesco deverá passar longe.
Falando em F1, a McLaren vem muito forte para essa temporada da Indy e assim como Herta, com um piloto que faz campanha para estar na F1 num futuro próximo. Após ter testado um carro da F1 no final do ano passado, o talentoso Pato O'Ward quer usar a Indy como trampolim para a F1 e seus resultados desse ano serão essenciais para saber se o mexicano conseguirá seu objetivo. Decepção ano passado, Felix Rosenqvist conseguiu mais um ano na McLaren, enquanto Juan Pablo Montoya alinhará um terceiro carro em Indianápolis. A Rahal tentará utilizar a tática da Ganassi em apostar num jovem europeu ao trazer o dinamarquês Christian Lundgaard, enquanto Graham Rahal tentará voltar a brigar por vitórias. A Ed Carpenter se apoiará em Rinuus Veekay, integrante da 'geração de ouro da Holanda' para andar bem em todas as pistas, não apenas nos ovais com o próprio Ed Carpenter. A Dale Coyne surpreendeu com a velocidade do novato David Malukas na pré-temporada, que substituiu o veterano Sebastien Bourdais e terá a experiência de Takuma Sato, quando este não aprontar. A Foyt terá o horroroso Dalton Kellet e a presença feminina de Tatiana Calderón. A colombiana já pilotou vários tipos de carro e se não passou vexame, também esteve longe de impressionar. Atual campeão da Indy Lights, Kyle Kirkwood estreará pela Foyt, mas com a Andretti o acompanhando de perto.
Não faltarão atrações para essa temporada e no Brasil, a ESPN garantirá mais um canal transmitindo a temporada, porém, a dupla da Cultura Geferson Kern e Rodrigo Mattar já está entre as preferidas para quem gosta de automobilismo.
Palou bisará o título? Helio conquistará o pentacampeonato? Respostas difíceis de dizer num campeonato tão equilibrado, com tantas equipes boas e de nível técnico cada vez melhor. Ano passado um jovem venceu o campeonato e um veterano a principal corrida. Isso resume bem o presente da Indy, com os novos cada vez mais tomando seu espaço na categoria e com os veteranos tentando se segurar. A festa deverá ser grande na Flórida. Mesmo que as notícias do leste sejam preocupantes nesses dias.
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