A prova em Austin, que teve parte do circuito recapeado, foi de altíssimo nível e com vários pilotos mostrando o seu melhor na bela pista texana. Jorge Martin já pode ser considerado o 'rocket man' da MotoGP com suas poles, mas ainda falta ao jovem espanhol uma melhor administração dos pneus. Contudo, Martin tinha várias Ducatis ao redor. Num domínio raro, a montadora italiana conquistou as cinco primeiras posições no grid e na largada, foi o ameaçado Jack Miller quem se sobressaiu e ficou boa parte da prova na ponta. Atrás do australiano, não faltou briga por posições, numa belíssima prova de MotoGP. Martin se segurou enquanto pôde, mas o espanhol foi caindo na medida em que os pneus iam embora. O sexto colocado no grid Fabio Quartararo simplesmente não tem motor para enfrentar a potência da Ducati, mas uma moto se mostrou ter o equilíbrio para bater de frente com as motos italianas. Bebendo da mesma fonte da Yamaha, a Suzuki conseguiu incluir potência no equilíbrio de sua moto e com Alex Rins adorando a pista de Austin, o espanhol foi escalando o pelotão entre as Ducatis, trazendo a tiracolo o seu companheiro de equipe Joan Mir.
Mais atrás, Marc Márquez fazia uma corrida fabulosa de recuperação após uma largada horrorosa, onde apontou na curva um em último. O espanhol da Honda tem Austin como 'pista-fetiche' e Márquez foi escalando o pelotão rapidamente, enquanto sua diferença para o líder nunca superou os 6s, tamanho o equilíbrio da corrida na sua primeira metade. Arriscando muito e tirando tudo de sua Honda, Márquez chegou ao sexto lugar nas voltas finais, mas não tinha como avançar e com seu equipamento desgastado, o espanhol sofreu uma forte pressão de Quartararo, que é outro que carrega sua moto nas costas. Honda e Yamaha dependem única e exclusivamente de Márquez e Quartataro, com os seus demais representantes ficando na segunda página da classificação.
E Aleix Espargaró? Após dominar a corrida portenha semana passada, o piloto da Aprilia sequer foi ao Q2 no sábado atrapalhado por uma queda e sequer ficou no top10, inclusive superado pelo seu companheiro de equipe Maverick Viñales. O antigo vice-líder Brad Binder sofre com uma KTM muito abaixo do esperado e nada pode fazer para se manter entre os primeiros da classificação.
Miller forçou o quanto pôde, mas quando Bastianini assumiu a segunda posição ainda antes da metade da prova, o italiano preparou o bote e de forma cirúrgica, ultrapassou o italiano com uma facilidade encabuladora. Como um veterano, o piloto da Gresini liderou as últimas voltas e se tornou o primeiro piloto a vencer duas vezes em 2022, além de reassumir a liderança do campeonato. Para desconsolo de Miller, ele ainda foi ultrapassado por Alex Rins na última curva da última volta, mas o australiano ainda cruzou à frente de Bagnaia, que fez uma corrida discreta e terminou apenas em quinto.
Com um campeonato onde o vencedor inconteste de uma corrida termina a prova seguinte fora do top10, a consistência poderá ser essencial para definir o título da MotoGP 2022. Bastianini provou hoje mais uma vez que tem a cabeça necessária para assumir os riscos necessários para vencer quando tem equipamento. Essa mentalidade pode lhe render frutos no final do ano.
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