Tsunoda fez uma corrida surpreendente na prova de casa da Alpha Tauri e conseguiu um bom sétimo lugar, bem à frente do citado Gasly. A Aston Martin se recuperou dos finais de semanas decepcionantes desse início da campeonato e pontuou com seus dois pilotos, além de ter visto Vettel finalmente fazer uma corrida digna em 2022. A Haas sofreu em ritmo de prova, mas pelo menos Kevin Magnussen garantiu mais alguns pontinhos para o time, enquanto Mick Schumacher vem sendo uma das decepções até aqui. O alemão acabou se assustando com o entrevero entre Sainz e Ricciardo, terminando por sair da pista e ao tocar na lateral de Alonso, destruiu a corrida do espanhol. Schumacher ainda saiu da pista uma vez numa corrida onde esteve longe da zona de pontuação, local em que seu companheiro de equipe já se acostuma a ficar. Mick já tomou uma pancada com a renovação de Sainz, indicando que a Ferrari não conta com ele à médio prazo e o alemão precisa entender que Magnussen é muito melhor do que o atraso de vida chamado Mazepin. A Alpine teve um final de semana horrível, com Ocon ficando bem longe dos pontos e o francês ainda foi punido por quase bater em Hamilton nos boxes, enquanto Alonso abandonou no início da prova. Albon fez outra corrida acima do potencial do carro, onde o anglo-tailandês usou, mais uma vez, muito bem os pneus para subir para 11º, ficando na frente da briga entre Gasly e Hamilton. Já Zhou e Latifi tiveram a felicidade de suas famílias não atrasarem as faturas com suas equipes...
domingo, 24 de abril de 2022
Dia dos touros
Com a Ferrari em ótima fase e correndo em Ímola, reduto ferrarista, era esperado uma bela festa dos tifosi no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, porém, os austríacos da Red Bull acabaram com a festa dos italianos com uma marcante dobradinha e num final de semana praticamente perfeito, a turma de Christian Horner colheu quase 100% dos pontos ofertados nesse final de semana com Sprint Race e vários momentos de pista molhada. Max Verstappen se recuperou do seu infeliz abandono na etapa passada para uma vitória categórica, conquistando um Grand-Chelem, onde largou da pole, liderou todas as voltas rumo à vitória, só faltando a melhor volta, roubada no fim por Charles Leclerc, que cometeu um erro incaracterístico e sequer foi ao pódio após uma briga intensa e que durou a prova toda com Sérgio Pérez, que sem Leclerc para lhe perturbar, completou a dobradinha da Red Bull, com Lando Norris confirmando a rápida recuperação da McLaren com um belo pódio.
Ao contrário do que se dizia antes de iniciar o final de semana, o domingo amanheceu chuvoso e a largada aconteceria com pista molhada, mas longe de estar encharcada, como ocorrera em 2021. A chuva havia parado e mesmo as equipes alertando os pilotos de uma chuva que viria a qualquer momento, ela não deu as caras nas 63 voltas seguintes. Com todos os pilotos largando com pneus intermediários, aconteceu inverso do visto ontem no apagar das luzes vermelhas, quando Max Verstappen perdeu a ponta na largada da Sprint Race para Charles Leclerc, que largara perfeitamente. No domingo, com os tifosi fazendo uma festa maravilhosa nas arquibancadas, Max largou de forma perfeita, trazendo consigo Sérgio Pérez, que não tomou conhecimento da Ferrari patinando em seus lugares no grid tanto com Leclerc, quanto para Sainz. O dia da Ferrari não começava bem e pioraria apenas alguns metros depois. Com Leclerc sendo ultrapassado também por Norris, Sainz se viu brigando com a outra McLaren de Ricciardo na Variante Tamburello, quando houve o toque entre os dois. Numa pista 'old school', Sainz ficou atolado na brita e foi game over para o espanhol, que mesmo com a renovação de contrato anunciado essa semana, continua tendo um 2022 bem abaixo das expectativas. O Safety-Car não mudou muito a situação da corrida, com Verstappen na ponta, seguido à distância por Pérez. Leclerc parecia que teria uma missão bem parecida que Verstappen teve no ano passado, quando teria que enfrentar sozinho uma equipe com um carro tão bom quanto o dele, mas com dois pilotos adversários no páreo. O monegasco ultrapassou Norris rapidamente, encostou em Checo bem no momento em que os pilotos foram aos pits colocar pneus slicks médios, talvez esperando uma chuva que nunca apareceu, mas que em sua grande maioria resistiu bem aos dois terços de prova restantes.
Leclerc chegou a sair na frente de Pérez, mas com pneus frios, foi presa fácil para o mexicano. Enquanto isso, Verstappen se destacava cada vez mais na ponta, não vendo nenhum adversário pela frente. Quer dizer, houve apenas um encontro com um velho rival, mas disso falaremos mais tarde. Verstappen dominou a prova como quis e venceu pela 22º vez na carreira com uma facilidade não esperada por estar correndo 'fora de casa'. Para melhorar o dia da Red Bull e acabar de vez com a giornata da Ferrari, Leclerc tentava novamente se aproximar de Pérez após uma segunda parada dos três primeiros quando atacou demais a zebra na Variante Alta e acabou rodando sozinho. Charles deu um ligeiro toque no muro, mas retornou à pista com a asa dianteira avariada e ao troca-la, saía da zona de pódio. Com pneus macios que havia acabado de trocar, Leclerc ainda ganhou duas posições e tirou o ponto da melhor volta de Verstappen, mas o monegasco não poderá mais cometer erros tão estúpidos como o de hoje, enquanto a Ferrari sai da pista que leva o nome do seu fundador lambendo as feridas de um final de semana que tinha tudo para ser seu e acabou sendo do seu maior adversário desse ano.
Quem se aproveitou dos infortúnios ferraristas foi Lando Norris. O inglês da McLaren fez uma prova bem solitária, mas sólida o suficiente para subir ao pódio e consolidar a recuperação do seu time, que na primeira etapa do ano ficou nas últimas posições. Porém, temos que falar de Daniel Ricciardo. Todos gostam do australiano por sua simpatia e seu alto astral, porém, é inegável que Ricciardo vem fracassando em sua passagem na McLaren, tirando sua vitória em Monza ano passado. Ricciardo bateu em Sainz na primeira curva e caiu para último. Sem ter nada a perder, Daniel passou a ser o termômetro das demais equipes ao ser sempre o primeiro a tentar alguma coisa. Inicialmente Ricciardo inaugurou as visitas aos pits para colocar pneus slicks. Deu certo. Subiu várias posições e quase ultrapassou um sorumbático Hamilton. Depois tentou um diferente ao colocar pneus slicks duros, talvez esperando que os pneus médios dos demais pilotos não durassem até o final e com pista livre, ele conseguisse uma vantagem. Deu com o burro n'água. Tirando os três primeiros, ninguém fez uma segunda parada e Ricciardo ficou isolado na última posição, enquanto seu companheiro de equipe subiu ao pódio. Prestes a completar 33 anos, o bonde da história para Daniel Ricciardo já passou e o australiano não parece ter a motivação suficiente para correr atrás do bonde e vai ficando mais e mais para trás frente aos jovens que vão surgindo na F1, começando pelo próprio colega de boxe, Lando Norris.
No pelotão intermediário, claro destaque para George Russell. O inglês da Mercedes conseguiu uma largada espetacular, se aproveitando dos toques na sua frente para sair de 11º para 6º e ultrapassou com maestria a Haas de Kevin Magnussen sem ajuda do DRS. Com o erro de Leclerc no fim, Russell terminou num excelente quarto lugar, sendo bastante pressionado por Valtteri Bottas. O detalhe foi que Bottas, que usa o melhor motor da F1 atualmente, tinha à disposição o DRS e mesmo vendo a facilidade que os carros ultrapassavam usando o aparato, o finlandês da Alfa Romeo simplesmente foi incapaz de ultrapassar seu substituto na Mercedes. Mais uma vez Bottas vacilou quando precisou ultrapassar. Pior que Bottas, somente Hamilton. Nas redes sociais os haters se deleitaram com a atuação patética de Lewis Hamilton nesse domingo. O heptacampeão foi incapaz de realizar uma ultrapassagem no dia de hoje, com ou sem DRS, e ao perder duas posições na largada, Hamilton viu seu final de semana virar pó. Foi uma corrida para esquecer, onde não conseguiu ultrapassar o limitado Lance Stroll com pista molhada e quando a Mercedes fez um pit-stop capenga, Lewis perdeu posição para Gasly e ficou empacado atrás do francês na briga pela gloriosa 13º posição. E nem isso Hamilton conseguiu. Está claro que a Mercedes não terá condições de briga contra Red Bull e Ferrari no curto prazo, mas será interessante ver a reação de Hamilton a uma situação nova nessa altura da carreira. Como o próprio inglês já disse, não será a primeira vez que não terá um bom carro nas mãos, mas Hamilton terá que rebolar para repetir 2009 e conseguir pelo menos uma vitória e sair do fundo do poço onde se encontra, quando a única vez que viu Verstappen na corrida foi quando tomou uma humilhante bandeira azul.
Num final de semana que a Ferrari queria que fosse sua em casa, quem sorriu foi a Red Bull, com uma dobradinha dominante. Mesmo com o decepcionante sexto lugar, Leclerc ainda tem uma folga na liderança do campeonato, mas se a Red Bull manter a pegada (e melhorar a confiabilidade), a Ferrari brevemente terá algo a mais para lamentar do que uma corrida ruim em casa.
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