sábado, 11 de junho de 2022

Briga particular

 


Quando a FIA anunciou seu revolucionário novo regulamento que era para 2021 e ficou para 2022, muito se falava que a F1 teria uma competitividade maior e até mesmo inédita em sua história septuagenária. Para quem acompanha F1 faz muitos anos e/ou conhece sua história sabe que domínios sempre existiram e que muitas vezes apenas se passa o batão da equipe que irá dominar. Foram oito anos de domínio da Mercedes, que mesmo tendo uma estrutura sólida, se perdeu com os novos regulamentos, mas ainda assim o panorama da F1 está longe de ver um grande equilíbrio. Em Baku, pista de rua longa e cheio de maciotas, ficou evidente a grande distância que Ferrari e Red Bull colocaram sobre as demais, incluindo aí a Mercedes. Leclerc marcou a sexta pole do ano com uma volta voadora, com os outros três carros dominando as duas primeiras filas e Russell tomando mais de 1s na moleira, como o melhor do resto. 

A classificação em Baku foi bem convencional e sem maiores surpresas. Destaque negativo para Lance Stroll, que bateu duas vezes no Q1. Somente ser filho do dono justifica a presença do canadense na F1. A McLaren ficou de fora do Q3, o que gerou bastante reclamações por parte de Norris, que teria sido atrapalhado na volta de aquecimento por Hamilton. Por sinal, o tom de voz de Lewis nos rádios indicam uma melancolia de alguém que talvez não tenha a força mental suficiente para lidar com os problemas da Mercedes, mesmo que Russell não sinta tanto e já abre vantagem sobre o heptacampeão no briga direto no grid entre os pilotos da Mercedes. Outro que reclamou bastante foi Albon, eliminado do Q1 e acusando Alonso de ter andado de forma lenta à sua frente de propósito para atrapalha-lo. 

No fim, a velha briga entre os pilotos de Ferrari e Red Bull de 2022 teve início com Sainz marcando a volta mais rápida no primeiro round do Q3. O espanhol é um bom piloto, mas ainda falta a Sainz um algo a mais e na sua segunda volta Sainz errou duas vezes, sequer brigando pela pole. Ao contrário fez Leclerc, que conseguiu uma volta voadora no final e ficou com a pole de forma enfática. Os dois carros da Red Bull ficaram entre as duas Ferraris, mas com Pérez novamente superando Verstappen, que pareceu nada feliz depois da classificação. Fazia muito tempo que o neerlandês não levava duas seguidas de um companheiro de equipe e Max não esperava ter trabalho com Checo, que pareceu ter renascido com a polêmica em Barcelona. Apesar da única bandeira vermelha trazido por Stroll, não faltaram toques nos muros e não seria impossível SC's amanhã, mas ninguém espera outro resultado do que outra briga particular entre Ferrari e Red Bull. 

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