sábado, 22 de outubro de 2022

Que pena...


 Minutos antes do início da classificação para o Grande Prêmio dos Estados Unidos em Austin, o mundo da F1 ficou abalado com a notícia da morte de Dietrich Mateschitz, um dos fundadores da marca Red Bull e grande incentivador do esporte. O choque da morte do austríaco deixou todos nas equipes Red Bull e Alpha Tauri logicamente tristes e acabou atingido muitas pessoas, inclusive pilotos como Vettel e Ricciardo, que passaram pelo seio da Red Bull.

Dietrich Mateschitz nasceu em 1944 e se enveredou no ramo dos negócios, chegando à Tailândia em 1984 à negócios, onde experimentou uma bebida local. Rapidamente o austríaco viu muito potencial no líquido e juntamente com o tailandês Chaleo Yoovidhya, fundaram a Red Bull em 1987, iniciando um império de bebidas, que rapidamente ramificou-se para os esporte. Amigo do antigo piloto Helmut Marko, Mateschitz começou a investir na F1 ainda na década de 1990, patrocinando Gerhard Berger e depois a equipe Sauber. Junto com Marko, Mateschitz criou um programa de jovens pilotos para a F1, começando com Enrique Bernoldi na Arrows em 2001. Porém, os dois austríacos viam a F1 como um território muito valoroso a ser explorado e de forma surpreendente, Mateschitz comprou os espólios da antiga equipe Jaguar no final de 2004. Não satisfeito, o austríaco comprou a equipe Minardi no ano seguinte, transformando a tradicional escuderia italiana num time júnior da equipe principal. Assim nasceram a Red Bull e a Toro Rosso, hoje conhecida como Alpha Tauri. De equipe simpática e até mesmo inofensiva, a Red Bull foi se estruturando sob o comando de Marko e do jovem chefe de equipe Christian Horner, que conseguiram a contratação do mago da aerodinâmica, Adryan Newey. 

Bastou uma grande mudança de regulamento em 2009 para a Red Bull ascender do pelotão intermediário para as primeiras posições. Um dos frutos da cantera comandada por Marko surgia naquele mesmo ano, quando Sebastian Vettel graduou-se da Toro Rosso após uma inesquecível vitória em Monza para a Red Bull, onde no primeiro ano ficou com o vice-campeonato. E não parou mais! Com Newey fazendo sua mágica, Horner no comando e Vettel em seu ápice, a Red Bull conquistou quatro títulos consecutivos. Quando começou a vencer, a Red Bull deixou de ser a queridinha da F1 e na mudança para os motores híbridos, os lamentos de Horner e Marko deixaram a equipe Red Bull bastante antipatizada, ficando com a fama de maus perdedores. Porém, Marko viu num imberbe Max Verstappen uma das chaves para uma reviravolta e após lutar com a Mercedes pelo passe do neerlandês, a Red Bull colocou Max na F1 com apenas 17 anos e apenas um ano no automobilismo. Verstappen mostrava seu potencial ao mesmo tempo em que evoluía, mas o domínio da Mercedes não dava margens para qualquer outra equipe. A Red Bull apostou alto quando se aliou à Honda, que vinha de um retumbante fracasso com a McLaren e em 2021, numa temporada eletrizante, a Red Bull voltou à vencer na F1 com Verstappen, título bisado em 2022.

Porém, a Red Bull não se focou apenas na F1. Mostrando uma imagem jovem, a Red Bull colou nos esportes radicais, patrocinando não apenas atletas, como também vários campeonatos de skate e surfe. No futebol, a Red Bull comprou um clube na Alemanha, transformando o Red Bull Leipzig numa potência na poderosa Bundesliga, além de comprar clubes na Áustria, Estados Unidos e no Brasil. No esporte a motor, a Red Bull já esteve presente na Indy e na MotoGP como patrocinadora, além de ter tido uma equipe na Nascar. Falava-se a algum tempo que a saúde de Mateschitz não vinha bem, inclusive que a venda (não finalizada) de 50% da equipe Red Bull para a Porsche era o início de uma saída da Red Bull da F1 num futuro próximo. A Red Bull não apenas refutou a compra, como hoje constrói seus motores usando a tecnologia da Honda, que deverá, em breve, retornar à F1 com os austríacos. 

A pole de Sainz e o segundo lugar de um abatido Max Verstappen ficaram totalmente em segundo plano nesse sábado de evidente tristeza no paddock da F1, principalmente para o atuais e antigos componentes da Red Bull/Alpha Tauri. Ainda é cedo para prever como será o futuro do negócio Red Bull na F1, mas foi uma morte marcante e que deverá reverberar. 

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