Porém, a Liberty Media e a FIA não pensam assim. E quem sou eu para se achar o dono da verdade, mas as várias tentativas de 'trazer emoção' na definição do grid vão tornando esse item, que não precisa ser mudado, num verdadeiro circo. A chegada da Sprint Races foi mais uma tentativa disso e vem se tornando um retumbante fracasso por um motivo bem simples: ninguém quer arriscar a posição de pista numa corrida de 100 km que vale muita pouca coisa. E tirando as provas em São Paulo, as Sprints vão se tornando um sonífero de trinta minutos, com os pilotos preferindo manter suas posições após a largada. Percebendo isso, mas precisando de mais receitas, a Liberty insiste teimosamente com a Sprint. Para evitar a cautela dos pilotos, a Liberty e a FIA resolveram desmembrar Sprint Race da classificação, iniciando nessa sexta-feira um novo formato em mais uma tentativa de vingar a Sprint Race e quem sabe seguir a Dorna e colocar as corridas curtas em todo o calendário.
Com isso, a classificação em Baku ocorreu nessa sexta-feira pela manhã e deve ter trazido um senhor prejuízo para algumas equipes. Com apenas um treino livre (algo que a Liberty quer impor...), os pilotos não se ambientaram com o capcioso circuito urbano de Baku e o resultado foi um Q1 sem fim, com dois acidentes que atrasaram bastante a programação. Nyck de Vries sentiu um problema no freio, mas foi para a pista mesmo assim, apenas para destruir a frente do seu Alpha Tauri e colocar mais pressão do agora octogenário Helmut Marko no neerlandês. Quando a pista foi liberada, Pierre Gasly estampou seu carro no muro, no que foi uma grande pena para a Alpine. Gasly havia tido problemas em seu carro no único treino livre e seu bólido chegou a pegar fogo. A Alpine fez uma verdadeira operação de guerra para colocar Pierre na classificação. Tudo isso para Gasly bater e largar na última fila, de qualquer maneira.
Falando no único treino livre, Leclerc ficou mais próximo do normal da Red Bull, mas com a superioridade atual dos austríacos, não faltou quem dissesse que isso seria fogo de palha. Porém, Charles tirou tudo da sua Ferrari e numa cena curiosa, empatou até mesmo nos milésimos com Verstappen durante o Q3. No desempate, Leclerc melhorou mais do que Max e ficou com a pole... de domingo. Não devemos esquecer esse detalhe! Um ligeiro arranhão no domínio da Red Bull, que já demonstrou outras vezes que em ritmo de corrida, é bastante superior à concorrência. Não importando quem seja. Além de ter o melhor carro do pelotão, a Red Bull vem se caracterizando por uma consistência muito grande, enquanto Ferrari, Mercedes e Aston Martin, suas mais próximas perseguidoras, patinam. Se Hamilton subiu no pódio corrida passada, o inglês quase ficou no Q2, deixando de fora justamente seu companheiro de equipe Russell por meros quatro milésimos. Se a Ferrari sofreu nas primeiras corridas, pelo menos Leclerc se sobressaiu hoje, enquanto Sainz faz até agora um final de semana esquecível. Em volto à cômicos comentários de que estaria namorando com a cantora Taylor Swift, Alonso sofreu com uma Aston Martin que tem problemas no DRS, que se recusou a funcionar. Num circuito de longas retas, isso é decisivo, com Alonso longe da briga pela pole.
Amanhã o dia será todo da Sprint Race. Haverá uma classificação separada e a mini-corrida logo em seguida. Já estão surgindo as primeiras críticas, mas amanhã nos debruçaremos sobre elas. No momento, Charles Leclerc comemora uma pequena pancada dada na Red Bull, mas que a tendência é que a virada venha fácil e rápida. Mas só depois de amanhã.
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