domingo, 2 de julho de 2023

Rumo à F1?

 


Claro que não é a mesma coisa, mesmo que colocando na balança, os domínios sejam equivalentes. Alex Palou estaria dominando a Indy como Max Verstappen faz na F1? Em números, não, contudo, levando-se em conta que a Indy corre com carros iguais, o que Palou vem fazendo em 2023 encontra paralelo com o desempenho de Max. São quatro vitórias nessa temporada, sendo três de forma consecutiva. E não são vitórias quaisquer. Palou simplesmente ignora a concorrência para receber a bandeirada em primeiro e já dispara no campeonato da Indy. Se na F1 já podemos afirmar que o título de 2023 já tem dono pela diferença da Red Bull para as demais, na Indy isso ainda não é possível, mas a forma de Palou é impressionante.

Em Mid-Ohio, um dos palcos tradicionais da Indy, Palou usou todas as armas à sua disposição para vencer. Largando na segunda fila, Palou foi agressivo ao ultrapassar Kyle Kirkwood (que rodou na disputa e desapareceu da corrida), usou a estratégia ao fazer um primeiro stint com pneus duros, enquanto os demais usavam macios e ao ficar mais tempo na pista, emergir à frente dos líderes Colton Herta e Graham Rahal. Tendo pista livre à frente, Palou imprimiu um ritmo destruidor, só não colocando mais tempo em cima do Scott Dixon, que também conseguiu subir na primeira rodada de paradas, pois encontrou um teimoso retardatário em Benjamin Pedersen, que o segurou por várias voltas e dificultou a ultrapassagem de forma inacreditável. Tudo bem que na Indy a regra da bandeira azul seja bem diferente do que é normalmente visto na Europa, mas disputar freada com o líder foi forçar demais a barra. Palou desfilou no resto da corrida e no último stint segurou o ritmo para uma terceira vitória consecutiva que o coloca como favorito destacado ao título.

Para melhorar a vida de Palou, seu companheiro de equipe Marcus Ericsson errou feio na largada numa disputa sueca com Felix Rosenqvist e abandonou ali mesmo. Por sinal, mais uma vez devemos a proteção de cabeça da Indy por não termos um acidente grave, pois o pneu dianteiro de Ericsson ficou marcado no Aeroscreen de Rosenqvist. Se não fosse o aparato, poderíamos ter um acidente potencialmente perigoso e com resultados imprevisíveis. Outro piloto que luta pelo título e que tinha ritmo em Lexington era Pato O'Ward, porém o mexicano já tinha errado no sábado e largando da última fila, Pato arriscou numa estratégia de três paradas que o fez andar muito forte o tempo todo. A falta de bandeiras amarelas não ajudou muito a causa de O'Ward, mas que ainda garantiu ao piloto da McLaren um lugar entre os dez primeiros. Marcada por um forte acidente no treino livre, a Meyer Shank teve que trocar Simon Pagenaud e de última hora trouxe Conor Daly, que fechou o grid. Mesmo sem conhecer a equipe, Daly chegou à frente de Castroneves. Falcão tem uma frase famosa onde diz que o esportista morre duas vezes. Além da morte natural, existe a 'morte' da vida como atleta. Infelizmente esse é um momento delicado, mas está claro que Helio agoniza à nossa frente.

Deixando o passado para trás, Palou olha para o futuro e talvez pense que a Indy não seja mais o bastante para ele. O espanhol, cuja carreira foi toda na Europa, não esconde que ainda quer um lugar na F1 e olhando o desempenho da turma da Red Bull (tirando Max, é claro), Palou olha a situação da equipe Alpha Tauri, mesmo ele tendo contrato com a McLaren e já ter testado por lá. Palou ainda tem 2024 indefinido, mesmo com um desempenho arrasador na Indy. Ganassi? McLaren? Ou até mesmo uma ida à F1? Tudo está na mesa para Palou, que vai performando como um verdadeiro bicampeão. 

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