sábado, 22 de julho de 2023

Primeira fila animada


 Quando a polêmica e por isso histórica corrida em Abu Dhabi teve seu final em 2021, era esperado que a batalha entre Max Verstappen e Lewis Hamilton continuasse por um tempo, com outras cenas fortes sendo vistas para deleite de todo fã da F1. No entanto, a Mercedes errou na mão do seu carro, enquanto a Red Bull retornou aos bons tempos do começo da década de 2010, iniciando um domínio com Max Verstappen que poderá fazer do neerlandês um novo recordista, inclusive batendo os recordes do próprio Hamilton. Afora uma disputa em Interlagos ano passado, Hamilton e Verstappen mal se encontraram nas pistas desde a decisão de 2021, porém, amanhã poderemos ver um novo round dessa disputa com os dois largando lado a lado em Hungaroring e com Hamilton quebrando um jejum de um ano e meio, conquistando sua pole de número 104.

A classificação magiar teve como novidade um novo formato, onde os pilotos saem com pneus duros no Q1, médios no Q2 e macios no Q3. Uma nova forma de tentar embaralhar o grid e de certa forma conseguiu, além de desagradar praticamente a todos. Com menos pneus disponíveis, os pilotos andaram muito pouco nos treinos livres para poder acertar o carro, deixando todos descontentes com a novidade, inclusive o público, que viu pouca ação na sexta-feira e no sábado pela manhã. No entanto, como toda novidade, muitas equipes e pilotos quebraram a cabeça e como consequência houveram algumas surpresas na classificação, como a eliminação de George Russell, pole ano passado, durante o Q1. Leclerc, Sainz, Hamilton e Alonso passaram perto de ficar pelo caminho. Outra novidade foi o ressurgimento de Daniel Ricciardo e o australiano fez um trabalho decente, indo ao Q2, enquanto Tsunoda ficou pelo Q1. Um resultado bem desencorajador para o nipônico.

Calçados com pneus médios, os pilotos não tardaram a ir para a pista, principalmente Sergio Pérez. Com sua vaga bastante visada e cinco corridas sem ir ao Q3, o mexicano foi o primeiro a ir à pista e finalmente passou do Q2, algo que Carlos Sainz não conseguiu, ficando a dois milésimos do décimo colocado Alonso, que falou em vitória em Budapeste. Continuando em fatos negativos, os famigerados 'track limits' retornaram com força e vários pilotos tiveram seus tempos deletados, mas felizmente sem mexer muito no grid. Uma surpresa positiva foi a Alfa Romeo colocando seus dois carros no Q3 e Zhou colocou seu carro à frente de Leclerc. A McLaren manteve o bom momento e não apenas foi com os dois carros ao Q3, como Lando Norris participou ativamente da briga pela pole. Com poucos treinos e um novo pacote aerodinâmica, Verstappen pareceu sofrer um pouco mais do que o normal com o acerto do carro, o mesmo acontecendo com Pérez, que não apenas não brigou pela pole, como ficou com uma pálida nona posição.

Após sofrer no Q1, Hamilton melhorou bastante no Q2 e na última tentativa do Q3, se aproveitou que Max não melhorou seu tempo e tirou a pole do piloto da Red Bull por ínfimos três milésimos de segundo. Lewis comemorou bastante e até se mostrou emocionado. Toto Wolff, que será tema de novos memes com o soco que deu na mesa com a eliminação de Russell, sorriu amarelo com a pole de Lewis, enquanto Verstappen parecia não muito feliz, enquanto a McLaren terá a segunda fila para si amanhã. Hungaroring, em seus 37 anos de corridas de F1, sempre se caracterizou por seu um circuito de ultrapassagem dificílima e muitas provas são decididas na largada. Com Hamilton e Verstappen largando na primeira fila, amanhã podemos ver uma primeira curva explosiva.

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