O Mundial de F1 começou em 1950 com ares de Europeu, pois seis das sete corridas foram feitas na Europa, sendo que a sétima corrida foi feita em Indianapólis, onde os pilotos que participavam do campeonato regular não iam para a os EUA e os americanos nem sabiam que estavam marcando pontos para um Mundial.
O tempo passou e o calendário foi se alastrando para outras partes do globo. Durante a década de 50, por influência de Fangio e de Perón, surgiu o Grande Prêmio da Argentina. Os Estados Unidos entraram de vez no campeonato em 1961, com a saída de Indianapólis e a entrada de Watklins Glen e os pilotos e carros de F1 indo para a América. Com a passagem do circo pelos Estados Unidos, logo surgiram os GPs do Canadá e do México. A África do Sul já recebia seu GP desde 1962 e uma corrida foi feita no Marrocos, mas o GP africano ficou mesmo na África do Sul. Com a volta do GP da Argentina em 1972, o Brasil também entrou na festa.
Já nessa época, só faltava mesmo conquistar o oriente. O Japão teve duas corridas nos anos 70, mas os nipônicos só voltaram para valer em 1987, com o belíssimo circuito de Suzuka. No meio dos anos 80 surgiram os belos circuitos de rua australianos, primeiro com Adelaide e desde 1996 em Melbourne, onde normalmente começa o campeonato.
Foi assim que me acostumei a ver F1. Só duas corridas de madrugada e está bom demais. Mas o tio Ecclestone não pensa assim. Primeiro, nos enfiou guela abaixo o GP da Malásia. Para que um GP na Malásia? Fora o grande Alex Yoong, o que o GP da Malásia trouxe para a F1? Não satisfeito, inventou um GP no Bahrein e ainda vamos ter o GP do Dubai em 2009! Para piorar, está quase certo termos uma corrida na Cingapura e na Coréia do Sul.
Tudo bem que certos países não devem ficar de fora numa categoria tão globalizada como a F1. A Turquia recebou vários eventos nos últimos anos e vem recebendo vários investimentos. Fora o belo circuito. Quem, em sã consciência, não quer ter sua marca na China? A F1 foi para lá e está certo. Uma corrida na Rússia também é interessante pelos mesmos motivos da Turquia. E até mesmo em GP na Índia não seria tão absurdo assim.
Contudo, para que três corridas no sudeste asiático? Vá lá, uma corridinha no oriente médio, para agradar os sheiks que dão o petróleo para as fornecedoras de combustível, não faz mal a ninguém, mas duas corridas? Para que? A MotoGP corre na Europa para mais de 100.000 espectadores, mas quando aporta no Dubai, a categoria aonde podemos ver Valentino Rossi em ação recebe o espetacular quórum... de 8.000 pessoas!
O pior desta debandada total para o oriente é ver que a F1 está saindo de suas raízes, com a perda de duas corridas na Europa só neste ano. E se o Brasil não se cuidar...
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