domingo, 9 de setembro de 2007

Complicou!

Quando Nigel Stepney entregou os documentos da Ferrari para Mike Coughlan, uma das principais suspeitas de que isso realmente aconteceu recaíram no incrível aumento de confiabilidade da McLaren e do inverso acontecendo com a Ferrari. Depois de Kimi Raikkonen perder o título de 2005 pelas constantes quebras, nesse ano a McLaren completou a incrível marca de 100% de confiabilidade com a dobradinha de hoje. Já a Ferrari teve mais uma decepção com a quebra de Felipe Massa ainda no começo da corrida italiana, praticamente acabando com os sonhos de Felipe ser campeão esse ano.

A McLaren dominou como quis todo o final de semana italiano, encabeçado por Fernando Alonso. Inspirada pelos anos de glória ferraristas, a McLaren venceu em Monza como a Ferrari fazia na era Schumacher com Alonso marcando mais hat-trick em sua carreira. Se Lewis Hamilton não teve como superar seu companheiro de equipe, aparte o pequeno ataque feito pelo inglês na relargada, ao menos o inglês nos premiou com uma ultrapassagem antológica no final da corrida sobre Kimi Raikkonen. Mesmo com um carro bem mais rápido do que Kimi, Hamilton mostrou agressividade e esperteza - já demonstrada quando deixou Felipe Massa para trás na entrada da primeira chicane após a largada - para sair do vácuo da Ferrari e deixar Raikkonen o procurando até agora.

Kimi Raikkonen optou por uma estratégia diferente de parar apenas uma vez e por muito pouco deu certo, mas sua indolência o fez ser ultrapassado de forma até mesmo humilhante por Hamilton e destruiu sua estratégia. Mesmo com uma boa vantagem de cinco pontos sobre Massa, é por essas e outras que a Ferrari ainda reluta em dar a Kimi o status de piloto número um. Seu desleixo em ser ultrapassado por Lewis saltou os olhos. Mesmo sabendo que Lewis estava próximo e mais rápido, Kimi não se lembrou nem de olhar pelo retrovisor o que fazia Hamilton e quando se apercebeu, era tarde demais. Sua lentidão nas voltas finais poderia ser algum problema nos freios, mas sua vantagem sobre Heidfeld era confortável demais para ter seu lugar no pódio ameaçado. Quanto a Felipe, sua quebra de hoje arruinou suas chances já escassas de ser campeão esse ano. Ano que tinha tudo para ser seu, mas as circunstâncias não deixaram e agora será difícil ter uma vantagem como Felipe teve nessa temporada.

A BMW teve uma corrida sem sobressaltos e tirando a ultrapassagem sofrida por Heidfeld na largada, pouco apareceu durante a corrida. O único senão foi a macacada que os mecânicos fizeram no pit-stop de Kubica, em que o macaco dianteiro ficou preso no carro, derrubando o polonês para trás de Kovalainen e Rosberg. Na base da estratégia, Kubica deixou Kovalainen para trás na seguda parada e fez uma bonita ultrapassagem sobre Rosberg na freada da primeira chicane.

Rosberg foi dos que optaram por uma estratégia de uma parada e acabou novamente nos pontos, mas a corrida do piloto da Williams não foi nada tranqüila, com belas disputas contra Button e Kubica. Se foi ultrapassado pelo piloto da BMW no final da corrida, Nico descontou com uma belíssima ultrapassagem sobre Button voltas antes após uma briga forte com o piloto inglês. Enquanto isso, Wurz ficava preso no meio do pelotão sem muitos avanços em sua corrida e teve que contentar com a décima terceira posição. Heikki Kovalainen fez uma corrida discreta, num final de semana que a Renault não chegou propriamente a brilhar como nas corridas anteriores, mas ao menos Kova chegou aos pontos no final, feito que Fisichella esteve longe de fazer, muito ocupado brigando com a Super Aguri de Anthony Davidson pelas posições intermediárias.

Novamente Jenson Button fez as honras da Honda e marcou o segundo ponto da equipe e dele próprio no campeonato. No melhor final de semana da equipe nipônica, Button superou com facilidade Barrichello e brigou de igual para igual com equipe que tem carros bem melhores do que a carroça ecológica da Honda, como Williams e Toyota. Rubens ficou preso atrás da Red Bull de Mark Webber e pouco pôde fazer para ultrapassar o australiano, pois ambos fizeram suas únicas paradas na mesma volta. Coitado do Rubinho, pelo jeito dificilmente irá marcar pontos esse ano. David Coulthard foi o protagonista do único acidente da corrida ao bater muito forte no Curvão após perder de forma estranha sua asa dianteira. Isso de perder asa é muito comum nos carros de Adryan Newey, mas a diferença é que nos anos anteriores os carros do badalado projetista brigavam pela vitória.

Jarno Trulli largou muito mal outra vez e na primeira volta aparecia na décima segunda posição e a partir daí não fez mais nada para que saísse dessa situação e chegou apenas na décima primeira posição e longe dos pontos. O quase aposentado Ralf Schumacher fez mais uma corrida discretíssima e somente apareceu para tomar voltas dos líderes e acabar em décimo quinto, atrás da Super Aguri de Anthony Davidson, que vem se destacando neste final de temporada, superando com freqüência seu companheiro de equipe Takuma Sato. Toro Rosso e Spyker terminaram nas últimas posições como sempre ocorreu no ano.

A corrida de hoje foi recheada de disputas e ultrapassagens, mas a maior disputa parece ser mesmo fora das pistas. A emoção de Ron Dennis quando recebeu o trófeu de construtores exala toda a tensão do veterano chefe de equipe para o que acontecerá quinta-feira na reunião do Conselho Mundial da FIA. Dentro das pistas, Alonso encostou de vez em Hamilton e a disputa fica cada vez mais polarizada nos dois pilotos da McLaren, mas essa disputa poderá nem valer muita coisa dependendo do que acontecerá nessa semana.

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