Quando Fernando Alonso exigiu da McLaren que as informações que ele conseguia na pista não fossem compartilhadas com Lewis Hamilton, ele conseguiu uma grande vitória na briga interna com o novato inglês e suas conseqüências foram vistas hoje. Apesar de ter entregue a equipe para a FIA de uma forma desavergonhada, Alonso conseguiu mais uma pole em sua carreira. E foi tão fácil que ele nem precisou forçar em sua última volta, pois a fatura já estava garantida após Hamilton não ter superado sua melhor volta na primeira tentativa que Alonso fez na Q3.
Alonso não tomou conhecimento do teórico favoritismo da Ferrari em Monza e não apenas colocou mais de meio segundo nos carros vermelhos, como subjugou Hamilton como quis, não dando chance do inglesinho se aproximar. A ínfima margem de 0.039s não passou de um migué de Alonso e o espanhol é o favorito destacado para vencer a corrida de amanhã por seu domínio até agora na Itália. Pelos lados da Ferrari, as suas chances na Classificação começaram a ruir com forte acidente de Raikkonen no terceiro treino livre, hoje de manhã. Impedido de usar o carro titular que já estava acertado para ele, Kimi usou o carro reserva que estava claramente longe de sua feição e ficou numa decepcionante quinta posição. Massa fez o que podia e a terceira posição não é de todo ruim, mas levar meio segundo é demais para quem está brigando diretamente pelo título com as McLarens.
A BMW voltou ao seu lugar nessa temporada, mas com um adicional de ver Heidfeld tomar o lugar de Raikkonen na segunda fila no final do treino por meros 0.009s. Kubica completará a terceira fila com sobras sobre o sétimo colocado Heikki Kovalainen, sem dúvida alguma o piloto que mais cresceu durante o ano de 2007. Rosberg, que sempre ficou próximo das BMWs, foi mais uma vez superado por Kovalainen na Classificação e largará amanhã na oitava posição, à frente de Trulli e do surpreendente Button.
No melhor final de semana no ano, a Honda por muito pouco não colocou seus dois pilotos na Super Classificação. Como sempre acontece em sua carreira na F1, Rubens Barrichello foi sempre melhor que seu companheiro de equipe, mas no filé mignon, eis que alguma coisa acontece e quem fica com as glórias é seu companheiros de box. Rubinho ficou toda a Classificação na frente de Button, mas em sua última volta na Q2 ele saiu da pista na Primeira de Lesmo e destruiu suas chances de ir para a Q3, abrindo o caminho para Button ser o "escolhido" da Honda na Super Classificação.
A Red Bull ratificou sua queda de rendimento com Mark Webber novamente não se classificando para a Q3, enquanto David Coulthard sequer passou para a Q2 graças a uma rodada freada da primeira chicane na sua última volta da sessão. Mesmo correndo em casa, Fisichella está vivendo o mesmo problema de Alexander Wurz e Ralf Schumacher. Enquanto seus companheiros de equipe brigam no pelotão da frente, Fisico, Wurz e Ralf lutam para conseguir se aproximar (e não conseguir) marcar um tempo no mínimo próximo dos seus colegas de box. Fisichella ainda teve o azar de ser o piloto mais próximo de Barrichello quando o brasileiro saiu da pista no finalzinho da Q2. Outro que vem apanhando do seu companheiro de equipe ultimamente é Takuma Sato, novamente bem mais lento que Anthony Davidson, porém Sato está longe de ficar na fila dos desempregados em 2008.
Finalmente Sebastian Vettel mostrou um resultado condizente com sua fama ao passar sem muitos problemas para a Q2 e por muito pouco não ficar à frente de Fisichella. O alemãozinho superou com folga Vitantonio Liuzzi e mostrou o porquê da Red Bull brigar tanto pelo seu passe com a BMW. Tomara que sua pouca experiência não o faça fazer besteiras na apertada primeira curva amanhã. Mesmo com o carro novo, a Spyker não andou próximo ao pelotão que normalmente fica à sua frente e Yamamoto ainda sofreu um perigoso acidente na freada da primeira curva, mas sem conseqüências para o japonês que sempre fecha o grid.
Do jeito que está andando, somente algo extra-pista pode tirar da McLaren o campeonato deste ano. E isso é questão de tempo. Coughlan admitiu na Corte inglesa que mostrou, sim, os documentos ferraristas para outros membros da McLaren, ao contrário do que disse Ron Dennis quando o escândalo explodiu em julho. Se isso já não bastasse, está provado e comprovado que foi Alonso, o piloto que Ron Dennis pagou uma fortuna para correr com ele nesse e nos próximos dois anos, dedurou a McLaren para Max Mosley sobre o caso de espionagem. Isto põe Alonso numa situação bem delicada dentro da equipe que lhe deu três vitórias durante o ano e a pole de hoje. Nessa história, só faltou o beijo.
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