Com Michael Schumacher tendo garantido seu pentacampeonato já fazia mais de um mês, a Ferrari decidira que tentaria o campeonato perfeito e para isso Rubens Barrichello teria que ser vice-campeão, já que o Mundial de Construtores já estava na prateleira de Maranello. Rubens não teve um campeonato linear em 2002 e a famosa ordem de equipe na Áustria o abalou bastante. Isso sem contar os problemas que teve antes da largada na Espanha, França e Inglaterra. O domínio da Ferrari em 2002 foi tão brutal, que mesmo com todos esses percalços Barrichello era vice-líder do campeonato, mas com apenas sete pontos à frente do terceiro colocado Juan Pablo Montoya. Com o carro que tinha, era uma vantagem muito pequena. A Ferrari passara a trabalhar para Rubens após o Grande Prêmio da Alemanha, onde Barrichello teria até mesmo o carro reserva, antes exclusivo de Schumacher.
O ano de 2002 foi o último em que as equipes podiam trabalhar nos carros antes da corrida e assim poderiam fazer verdadeiros foguetes para se Classificar mais à frente. Quem era mestre nisso era a Williams-BMW. A equipe inglesa se aproveitava do excelente motor alemão para dar um canhão para seus pilotos marcar poles. Montoya já contava com seis poles na temporada e em Monza, onde o motor era o item mais importante do carro, não foi surpresa ver o colombiano na frente. Não bastasse ser pole no santuário de Monza, Montoya bateu o antigo recorde de Keke Rosberg de volta mais rápida na história da F1, com sua pole tendo uma média de 259,828 km/h. Mesmo sabendo que a Williams só andava bem nas Classificações, a Ferrari não queria levar desaforo para casa e colocou Michael Schumacher na primeira fila, Barrichello apenas em quarto, porém, todos sabiam que o alemão iria trabalhar para ajudar Rubinho. A surpresa foi a quinta posição de Eddie Irvine com a Jaguar, à frente da McLaren de Kimi Raikkonen, que protagonizou um espetacular acidente na Classificação, quando fechou perigosamente Takuma Sato. O japonês ficou possesso com Kimi e foi tirar satisfações com o finlandês na guarita da McLaren. Enquanto Sato gesticulava, Raikkonen não estava nem aí.
Grid:
1) Montoya(Williams) - 1:20.264
2) M.Schumacher(Ferrari) - 1:20.521
3) R.Schumacher(Williams) - 1:20.542
4) Barrichello(Ferrari) - 1:20.706
5) Irvine(Jaguar) - 1:21.606
6) Raikkonen(McLaren) - 1:21.712
7) Coulthard(McLaren) - 1:21.803
8) De la Rosa(Jaguar) - 1:21.960
9) Villeneuve(BAR) - 1:22.126
10) Salo(Toyota) - 1:22.318
A corrida deveria ser decidida por Williams e Ferrari, com claro favoritismo para a equipe italiana e isso ficou claro logo no início da corrida. No começo Ralf Schumacher consegue uma ótima largada e pula para primeiro antes da primeira chicane, à frente do seu companheiro de equipe. Barrichello também ultrapassa seu companheiro de equipe e pula para terceiro. Ainda na primeira volta os quatro primeiros abriam uma boa diferença para o quinto colocado Raikkonen, que ultrapassara Irvine na largada.
Nas primeiras voltas Barrichello pressionava muito Montoya, mas não conseguia a ultrapassagem. Então, no início da quarta volta, o motor de Ralf Schumacher explode espetacularmente antes da primeira chicane. Com apenas Montoya como intruso, a Ferrari começa a consruir sua vitória. Na volta seguinte Rubinho ultrapassa Montoya na freada da primeira chicane e na volta seguinte Schumacher imitou a manobra do seu companheiro de equipe. As duas Ferraris começaram a abrir com relação a Montoya, que claramente não tinha ritmo para acompanhar os líderes, mesmo numa pista que teoricamente era favorável ao potente motor BMW.
Receosos com o que a Williams poderia fazer na corrida, a Ferrari planeja duas estratégias diferentes para seus pilotos e isso fica claro com Barrichello aumentando a distância para Schumacher. Rubinho iria parar duas vezes, enquanto o alemão pararia somente uma vez. Quando Barrichello fez sua primeira parada na volta 19, ele tinha 16s em cima de Schumacher e ainda voltou à frente de Montoya. Na volta 28 Schumacher fez sua única parada e Barrichello teria que se virar para sair do seu segundo pit-stop na frente do alemão. Na volta 34 Montoya volta aos boxes lentamente com a suspensão quebrada. Era fim de corrida para a Williams. E também fim de alguma ameaça sobre a Ferrari.
O ritmo de Rubinho era tão forte para conseguir a vitória, que ele já tinha colocado volta até no terceiro colocado! Na volta 37 Barrichello fez sua parada e voltou bem à frente de Schumacher, que claramente tirou o pé para não ultrapassar o brasileiro e ter que repetir as já famosas ordens de equipe. Com o serviço completo, os pilotos da Ferrari tiraram o pé e Barrichello cruzou a linha de chegada em primeiro, com Schumacher logo atrás. Para se ter idéia do domínio ferrarista, o terceiro colocado Eddie Irvine chegou 50s atrás da dobradinha vermelha. Era o primeiro pódio da Jaguar no ano.
Com uma dobradinha da Ferrari e um ex-piloto da Ferrari em terceiro, a festa em Monza foi total e uma inesquecível invasão de pista pintou de vermelho o asfalto de Monza. Com 17 pontos de vantagem sobre Montoya, Barrichello acabaria sendo vice-campeão e a Ferrari completaria seu plano. Porém, o que a Ferrari fez em 2002 acabaria mudando os rumos da F1 a partir do ano seguinte.
Chegada:
1) Barrichello
2) M.Schumacher
3) Irvine
4) Trulli
5) Button
6) Panis
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