Sepang voltava a receber uma corrida de F1 apenas cinco meses depois de sua última prova, pois a corrida malaia saía da parte final do campeonato para a segunda etapa do calendário em 2001. Schumacher havia vencido na Malásia em 2000 e se voltasse a vencer cinco meses depois, seria a sexta vitória consecutiva do alemão. A Ferrari vinha muito forte e era a favorita na Malásia, junto com a McLaren, mesmo com a Williams-BMW claramente mais próxima das duas grandes (Ferrari e McLaren-Mercedes). No intervalo entre as duas primeiras corridas no oriente, a F1 voltou à Europa (Ferrari em Fiorano, McLaren em Magny Cours e Williams, Jordan, Benetton, Arrows e Jaguar em Silverstone) para testar o novo controle de tração, que voltaria a ser legalizado a partir do Grande Prêmio da Espanha. A chegada da Michelin e a consequente 'guerra de pneus' fez com que os tempos caíssem em média 2s em Melbourne, mas a F1 ainda lamentava a morte do fiscal Graham Beveridge.
Em uma classificação bastante interessante, a Ferrari dominou a primeira fila, com Schumacher conquistando a sexta pole consecutiva, mas atrás dos dois não havia uma McLaren, como estava acontecendo nos últimos três anos. Ralf Schumacher ficou apenas 0.3s atrás do irmão mais velho, com a Williams se adaptando muito bem ao circuito de Sepang, tanto que Juan Pablo Montoya, mesmo sem experiência nenhuma na Malásia e sofrendo com problemas nos testes livres, conseguiu a sexta posição, enquanto os pilotos da McLaren sofreram durante a classificação e somente em sua última volta, Hakkinen conseguiu um lugar na segunda fila. A batalha das equipes Honda viu a Jordan melhor na classificação, com Trulli ficando à frente de Villeneuve, enquanto Frentzen estava à frente do Panis. A Benetton continuava o seu pesadelo e era apenas 16º e 17º no grid. O tempo da pole de Michael Schumacher era mais de 2 segundos mais rápido do que o do ano passado, trazendo preocupação para a FIA.
Grid:
1) M.Schumacher (Ferrari) - 1:35.220
2) Barrichello (Ferrari) - 1:35.319
3) R.Schumacher (Williams) - 1:35.511
4) Hakkinen (McLaren) - 1:36.040
5) Trulli (Jordan) - 1:36.180
6) Montoya (Williams) - 1:36.218
7) Villeneuve (BAR) - 1:36.397
8) Coulthard (McLaren) - 1:36.417
9) Frentzen (Jordan) - 1:36.578
10) Panis (BAR) - 1:36.681
O dia 18 de março de 2001 amanheceu quente e úmido em Kuala Lumpur, mas como é bastante comum naquela parte do globo, a questão não era 'se', mas 'quando' a chuva iria aparecer, principalmente na parte da tarde. Nem na hora da largada! Nuvens de chuva se aproximava claramente da pista de Sepang, mas na hora da largada, a pista estava seca, mas nem por isso o começo da corrida deixou de ser problemático. Na saída para a volta de apresentação, Frentzen ficou parado, mas o alemão conseguiu sair sem auxílio, fazendo-o largar em último, porém, na hora da largada, Fisichella errou o seu lugar no grid e a largada foi abortada, para sorte de Frentzen, que voltava à sua posição de grid. E azar de Montoya, que deixou seu carro morrer na segunda volta de apresentação e o colombiano correu para pegar o carro reserva para a segunda largada. Por sinal, um movimento ilegal. No apagar das cinco luzes vermelhas, Trulli saiu muito bem e pula para quarto, bem próximo de Barrichello e Ralf Schumacher, que brigavam pela segunda posição, enquanto Schumacher Senior chegava à primeira curva tranquilamente. Barrichello, Ralf e Trulli chegaram embolados na larga primeira curva e o toque foi inevitável, com Ralf rodando e caindo para as últimas posições.
Tudo isso fez com que o primeiro pelotão ficasse bem embolado, tirando os dois carros da Ferrari, que permaneciam em primeiro e segundo. Trulli subia para terceiro e era seguido por Coulthard, que havia ganho quatro posições. Mais impressionante foi Verstappen, que pulou de 12º para 6º! Movimento contrário fez Mika Hakkinen, que caiu de 4º para 8º. O atraso da largada fez com que a temida chuva chegasse logo, com o circuito chegando a ficar bem escuro no meio da segunda volta. Olivier Panis estourou o seu motor Honda e deixou a pista cheia de óleo numa determinado setor da pista. Na volta seguinte, quando pingos de chuva claramente molhavam as câmeras, as duas Ferraris chegaram ao local do óleo deixado por Panis e como se estivessem num balé, Schumacher e Barrichello saíram da pista. Importante dizer que Rubens conseguiu ficar à frente de Schumacher, enquanto Trulli, mesmo escorregando no local, conseguiu se manter na pista e liderava a prova. Foi então que a chuva veio com muita força, trazendo o safety-car para a pista, enquanto Heidfeld, Irvine, Bernoldi, Villeneuve e Montoya rodavam na pista encharcada e abandonavam. Diga-se de passagem, o colombiano havia escapado de receber uma bandeira preta por ter trocado de carro após a saída dos carros para o grid. Quando os pilotos da Ferrari chegaram aos pits, na mesma volta, Barrichello encontrou a equipe despreparada e sua parada demorou uma eternidade, enquanto Schumacher esperava pacientemente por sua vez. Isso fez com que os dois pilotos da Ferrari, que dominavam a corrida antes da chuva, aparecessem em 10º e 11º. Trulli foi um dos que rodaram na chuva, mas o italiano foi aos pits e trocou os pneus, mas havia perdido a liderança para Coulthard, que minutos antes se preparava para largar numa opaca oitava posição.
Quando a corrida foi reiniciada na volta 11, já havia até um pouco de sol, mas todos os pilotos estavam com pneus para pista molhada. Mais atrás, os pilotos da Ferrari começavam uma impressionante corrida de recuperação, ambos com pneus intermediários, e ultrapassavam quem viam pela frente. Principalmente Schumacher, que ultrapassou Barrichello. O brasileiro mais uma vez se sentiu prejudicado pelo companheiro de equipe e na véspera do Grande Prêmio do Brasil, reclamou bastante de Michael, dizendo que se não fosse ultrapassado, venceria a corrida. Porém, o cronômetro não mostrou isso. Apenas quatro voltas após a relargada e depois de relargarem em 10º e 11º, Schumacher e Barrichello lideravam novamente e voavam à frente dos demais, liderados por Coulthard, Verstappen, Hakkinen e Ralf Schumacher, que se aproveitou do caos que havia se transformado a corrida e conseguiu se recuperar rapidamente. A chuva havia sido forte, mas também rápida e por isso, não demorou muito para que os pilotos retornassem aos boxes colocar pneus slicks, enquanto as Ferraris desapareciam no horizonte. Quando Michael Schumacher finalmente trocou os seus pneus, já estava 40s na frente de Barrichello, que tinha 26s de vantagem sobre Coulthard. Na volta 29, Tarso Marques tem um enorme susto quando perde um pneu em plena reta, mas o brasileiro da Minardi tem a sorte de estar poucos metros antes dos boxes e recoloca o pneu para retornar à pista em último.
Jos Verstappen era um dos destaques da corrida e segurava sua quarta posição contra os ataques ferozes de Hakkinen e numa das tentativas do finlandês, Mika acaba perdendo a posição para Frentzen. Faltando pouco mais de dez voltas para o fim da corrida, os pilotos voltam aos pits para uma terceira rodada de paradas, muito pelo combustível. Ralf Schumacher tinha sido um dos primeiros a fazer a manobra e sobe para o quinto lugar, enquanto que surpreendentemente, os dois carros da McLaren se tornam os mais rápidos da pista, inclusive com Hakkinen batendo o recorde da pista. Coulthard se aproximava de Barrichello, enquanto Schumacher controlava a corrida 30s à frente. Com Verstappen tendo ficado para trás nos pit-stops, o destaque no fim da corrida era a disputa da quinta posição entre Ralf e Hakkinen, que voava na pista, mas o alemão se segurou e permaneceu em quinto, já tendo nas suas vistas o quarto colocado Frentzen. Schumacher conquistava a sua sexta vitória consecutiva e já abria vinte pontos no campeonato. Tinha sido uma bela corrida, mas a Ferrari ainda parecia sobrar frente as rivais, com a Williams cada vez mais perto do topo.
Chegada:
1) M.Schumacher
2) Barrichello
3) Coulthard
4) Frentzen
5) R.Schumacher
6) Hakkinen
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