Poucas horas antes do início da pré-temporada, a Alfa Romeo apresentou seu carro para a sua reestreia na F1 após mais de 33 anos. O dedo quase colocou Sauber, mas de última hora lembrei que de Sauber só ficou as cores, já que o novo carro da Alfa Romeo está idêntico ao último Sauber da história da F1.
O ressurgimento da Alfa Romeo foi a concretização de uma parceria que ultrapassou os vintes anos (com um rápido intervalo com a BMW) entre Peter Sauber e a Ferrari. O suíço passou boa parte de sua carreira na F1 como dirigente atrelado à Ferrari, garantindo alguma competitividade à sua equipe, além de apoio político à Ferrari. Com Sauber saindo de cena aos poucos, a Ferrari viu com bons olhos ter uma equipe B nos moldes da relação Red Bull-Toro Rosso, mesmo os italianos já tendo a Haas para se chamar de parceira. A saída da tradicional Sauber da F1 fará falta, mas ao menos veio outra marca tradicional, mesmo a Alfa Romeo cedendo apenas o nome à equipe que nada mais é do que a antiga Sauber. A ligação com a Ferrari está na escolha dos pilotos. Tentando dar uma chacoalhada em Vettel, a Ferrari buscou Charles Leclerc da Sauber, mas para não deixar o carismático Kimi Raikkonen na lita do desemprego ou dos aposentados, alocou o veterano nórdico na Alfa. A experiência de Raikkonen poderá ser valiosa nessa sua volta às origens, lembrando que Kimi estreou pela Sauber no já longínquo ano de 2001. Porém, Raikkonen nunca se caracterizou por ser um líder ou dar grandes feedbacks técnicos, mas a presença de Kimi na Alfa garantirá holofotes à equipe.
Antonio Giovinazzi sempre foi protegido pela Ferrari e sua carreira nas categorias de base foi longe de chamar atenção. O italiano fez duas corridas ano passado pela Sauber e não deixou exatamente saudades. Pelo menos Giovinazzi trará a bandeira da Itália de volta à F1 de forma integral. Com mais investimento e um apoio estreito com a Ferrari, a Alfa Romeo poderá reestrear de forma forte dentro do pelotão intermediário.